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Direito Civil - Parte II (Das Obrigações) - Prof. Valdecir Pagani

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�PAGE �67�
�PAGE �72�
SUMÁRIO
	01) PARTE GERAL DAS OBRIGAÇÕES...................................
	...............03
	02) OBRIGAÇÕES DE DAR........................................................ 
	...............09
	03) OBRIGAÇÕES DE FAZER....................................................
	...............13
	04) OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER..........................................
	...............14
	05) OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS.........................................
	...............15
	06) OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS.....................
	...............18
	07) OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS...............................................
	...............22
	08) DA CESSÃO DE CRÉDITO...................................................
	...............31
	09) DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA................................................
	...............36
	10) DA CESSÃO DE CONTRATO..............................................
	...............37
	11) DO PAGAMENTO..................................................................
	...............39
	12) DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO.............................
	...............49
	13) DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO..........................
	...............53
	14) DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO..................................
	...............56
	15) DA DAÇÃO EM PAGAMENTO...........................................
	...............58
	16) DA NOVAÇÃO.......................................................................
	...............59
	17) DA COMPENSAÇÃO.............................................................
	...............62
	18) DA CONFUSÃO.....................................................................
	...............66
	19) DA REMISSÃO DAS DÍVIDAS............................................
	...............67
	20) DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES...................
	...............68
	21) DA MORA...............................................................................
	...............71
	22) DAS PERDAS E DANOS.......................................................
	...............74
	23) DOS JUROS LEGAIS.............................................................
	...............76
	24) DA CLÁUSULA PENAL (CURSO EXTRACURRICULAR)
	...............00
	25) DAS ARRAS OU SINAL (CURSO EXTRACURRICULAR)
	...............00
�
Parte Geral Das Obrigações:
Princípios Gerais do Direito Civil
1) Personalidade:(art 1º CC) É a aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. Só a pessoa que pode ter personalidade, o ser humano. O ser humano não é objeto de direito, ele não está no comércio e sim ele é o sujeito de direito. Pessoa é o fruto do ventre da mulher.
 A personalidade pode ou não ser exercida. No Brasil o direito mais importante é a vida e por isso se proíbe o aborto, a pena de morte e etc.
 A personalidade começa a partir do nascimento com vida embora também com o nascituro em especial. Vida é respiração. VITAE HABILIS = não importa se seja ou não hábil, a vida (defeituosa), precisa só respirar.
2) Autonomia de Vontade: “Liberdade de Contratar” – Art. 5°, Inc. II _Cf/88.
 
3) Princípio da Liberdade de Estipulação Negociável: Art. 421 CC Tudo que não for expressamente proibido é permitido. É a possibilidade de auto-regulação privada, podendo criar contratos novos e etc, mas sempre na lei ou além da lei “PRAETER LEGIS” e nunca contra a lei.
 Tudo que não for proibido no direito civil é permitido e tutelado. As partes no contrato só não podem contrariar direito cogentes.
 Ex: Art. 393 c/c, a força da vontade das partes é maior que a da lei.
4) Patrimônio Individual: CF Art 5º XII Todo patrimônio de qualquer pessoa é o reflexo de sua própria personalidade. O direito civil só se preocupa com o indivíduo.
5) Solidariedade Social: É a função social de um contrato (art. 421 c/c) e a função social da propriedade (art. 5, Inc. XXIII, CF/88).
 A função social é que o legislador e o Estado intervêm limitando a liberdade.
 A função social não pode ser, por exemplo, desapropriar um prédio público, pois é a própria União que fiscaliza.
Ex: de abuso = Contrato da Telecom, Sanepar, Copel.
Ex: de função = Código do Consumidor, CLT.
6) Boa-fé (BONA FIDES): A boa-fé tem dois conceitos:
O subjetivo (Guten Glauben, alemão): traduz-se como confiança, pois é a simples ausência de pecar, de malícia.
O objetivo (Treu Ut Glauben, alemão): traduz-se como lealdade e confiança. Ela tem uma expectativa de agir de uma maneira correta.
 O conceito que vigora hoje de boa-fé é o conceito objetivo. Ex: o carro em alienação fiduciária com o banco e o proprietário vende.
 A boa-fé deve ser observada mesmo depois da extinção do contrato.
a) A Cláusula: A cláusula de boa-fé gera um dever “Venin Contra Factum Propriam”, ela proíbe ir a juízo alegando a falta de boa-fé, ir contra o fato próprio.
 Ex: Arts. 330 e 174 c/c.
b) “Dolo Agit”: A boa-fé proíbe o dolo agit, pois impede o exercício contestativo do direito de pedir a resolução do contrato quando houve adimplemento substancial. (Quase tudo, maior parte). 
 Ex: venda da chácara e não pagamento:
 Credor ( Resolução ( Perdas e Danos ( Devedor
 Art. 405 ( Exigir o Cumprimento ( Perdas e Danos (
 Aqui a boa-fé fecha o caminho da resolução e deixa o credor o caminho de exigir o cumprimento legal. A resolução tem efeito ex-tunc, ou seja, ele é retroativo (. 
 A resolução é o modo ou o meio de dissolver, de anular ou de extinguir os contratos, os direitos ou as obrigações, quando não são cumpridos as condições ou os encargos que são atribuídos às partes contratantes ou às pessoas.
c) Proíbe o “Tu Quoque”: Ela impede que alguém possa beneficiar-se de sua própria torpeza (malícia).
 Ex: Condição – Arts. 121 e 129 c/c; O pai promete um carro para o filho se passar no vestibular, mas no dia da prova o pai amarra o filho para que ele não faça a prova e o pai conseqüentemente não precise pagar o carro depois.
d) Proíbe o “Inciviliter Ageri”: Agir incivilizado. “A pessoa pensa só nela e os outros é que se fodam”.
 Ex: Não pode exigir num contrato uma multa pelo contrato inteiro sem que antes se inicie.
e) Proíbe o Enriquecimento ilícito: Que é você se enriquecer as custas dos outros, sem justa causa. Art. 884.
 Ex: Inflação: O cara não pagava a dívida aí vinha a inflação de 80% ao mês, e o devedor pagava em protesto só que já se tinha passado um mês e na cobrança não há ajuste monetário então se em um mês ele devia 3000 reais que dava para comprar duas motos, no outro mês daria para comprar uma bicicleta só, então o credor empobrece e o devedor se enriquece sem justa causa em cima do credor.
 Ex2: Repetição de indébito. Que é o pagamento de uma dívida que não existe, ou o pagamento de uma dívida à pessoa errada.
Direito Das Obrigações:
01) Histórico: O direito sobre as coisas em Roma era o “Jus in re” que significa, o exercício de direito sobre a coisa, a obrigação funcionava baseada nesse conceito.
 Se a obrigação não fosse feita, o credor poderá utilizar o recurso “manus injectio”, que fazia com que o devedor ficasse por 30 dias em praça pública, amarrado e recebendo uma medida de pão e de água por dia e se por 30 dias ninguém pagasse a dívida o devedor iria a leilão por 3 meses pelo valor da dívida, então quem desse o lance e arrematasse ficava sendo o dono do devedor e se ninguém o comprasse o próprio credor se tornaria o dono do devedor.
a) 428 a.C: Revolta de Mânlio. Um centurião, que era o comandante de cem homens, rico e com propriedades, foi viver perto de Roma e num dia sem “sal” (moeda utilizada) para pagar a seus credores, os mesmos mandaram-no para aplicação do “manus injectio”, e o senador Mânlio achou errado, pois não seria assim a forma de agradecê-lo pelas lutas que enfrentou por Roma, então Mânliocriou a lei “lex poetelia papiria” onde dizia que o pagamento da dívida é o patrimônio da pessoa e não o corpo da pessoa, então o direito passou a ser “jus ad rem”. Logo após o Império Romano caiu, entrou em decadência, passando algum tempo mais, os Vassalos não agüentaram a pressão aí estourou a Revolução Francesa na França, e com isso o mais rico ficou ainda mais rico, e o mais pobre mais pobre, surgindo depois a Revolução Industrial.
 Já na idade contemporânea, o poder estatal intervem para limitar o poder de contratar.
 O direito das obrigações é o direito mais universal e globalizado, pois ele não sofre tantas modificações porque o mesmo visa mais a economia.
 A única importância é que sem o direito das obrigações não existiria a vida, pois é ele que regulamenta as cooperações entre os homens.
 A obrigação pode ser:
Dever jurídico: que é a necessidade de observar o comportamento sobre pena de sanção.
Ônus jurídico: que é a necessidade de observar o comportamento para garantir uma vantagem (assegurar).
02) Conceito de obrigação: “É a relação jurídica, de natureza transitória, estabelecida entre credor e devedor, e cujo objeto consiste numa prestação pessoal, econômica, positiva ou negativa, devida pelo segundo ao primeiro, e garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio”. Washington de Barros.
03) Relação Jurídica: A obrigação é a relação jurídica de caráter transitório, ela se extingue com o uso, e ela é estabelecida entre credor e devedor.
Exceção: Art. 381.
 O âmbito de eficácia da obrigação é relativo.
 “Res inter alios acta” = somente gera os efeitos em relação às partes que participaram do ato.
 O objeto da obrigação é sempre uma prestação pessoal, é um ato humano, que pode ser:
Dar: Transferência de uma coisa. (Tradição e posse).
Fazer: ocorre na realização de um serviço.
Não Fazer: Nós temos a opção de omitir algum ato.
 Os atos de dar e fazer são denominados de prestações positivas e o ato de não fazer como prestação negativa. Essa obrigação deve ter conteúdo econômico, ou seja, deve ser possível em transformar esse ato em pecúnia (dinheiro).
Ex: O casamento não é uma obrigação, pois não tem o conteúdo econômico.
 A responsabilidade da obrigação é patrimonial:
Art. 591 cpc; Art. 391 c/c (Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor).
 A penhora é um ato judicial que identifica e separa os bens do devedor para pagamento da dívida.
Art. 664 cpc; Art. 649 cpc; e Lei 8009/90 – Art. 3°.
 Direito pessoal são as pessoas envolvidas, seu íntimo. Direito relativo a sua eficácia é apenas entre as partes. Direito patrimonial é o patrimônio e não o corpo da parte.
Diferença entre direitos reais e direito pessoal:
	
	Reais (Jus In Re)
	Pessoal (Jus Ad Rem)
	1. Sujeito
	Único
	Dualidade – Art.381 c/c
	2. Extinção
	Perpétuo
	Transitório – Extingue
	3. Objeto
	A coisa
	Prestação pessoal
	4. Limite
	Numerus Clausus (Prisionado)
	Ilimitado
	5. Gozo
	Direito “sobre a coisa”
	Intermediário (devedor)
	6. Seqüela (eficácia)
	Absoluta
(Erga Omnes)
	Relativa
(Res Inter Alios Acta)
	7. Preferência
	Primeiro no tempo, melhor no direito.
	Rateio – Art. 962 c/c
04) Categorias Jurídicas Híbridas.
Obrigações “Propter Rems”:
I – São obrigações de realizar determinadas prestações pessoais que nascem do direito real e se impõem ao titular de domínio, em vinculo pessoal, e nesse caso, se a coisa for transferida, o adquirente responderá pelas prestações vincentas.
II – Ele cria um vinculo pessoal com o dono da coisa.
III – Transmissibilidade dos meios do negócio jurídico “ambulat cum domino”.
IV – Tipicidade.
Ex. Art. 1297 = o proprietário A quer construir uma cerca para dividir o terreno e pergunta-se se B é obrigado a pagar metade das despesas, pois encontra no Art. 1297, §1°, a lei obriga B a pagar.
	A
	B
Ônus Reais:
 São obrigações de realizar periodicamente determinadas prestações pessoais, que nascem da coisa e recai sobre o seu titular, ficando vinculadas à coisa que servirá como garantia do cumprimento, e nesse caso o adquirente responde também pelas prestações vencidas antes da aquisição.
Ex. IPTU, IPVA, Multas de Trânsito. Art. 1345.
Obrigação com Eficácia Real:
 São obrigações, que sem perder a característica de direito a uma prestação pessoal, pelo cumprimento dos requisitos expressamente previstos na lei, adquire oponibilidade contra terceiros.
 São obrigações que por força adquirem eficácia “erga omnes” (absoluto).
Ex. Alienação de compra de um carro em ação fiduciária.
Obs. Ver requisitos da validade do negócio jurídico, Arts. 104; 108 e 182.
Ex. Hipoteca.
05) Elementos Constitutivos da Relação Jurídica Obrigacional.
Subjetivo/Pessoal:
 Refere-se aos sujeitos da obrigação. Um no pólo passivo e outro no ativo.
Ativo = Credor
Passivo = Devedor.
Objetivo/Material:
 Aqui se refere ao objeto da obrigação. A prestação pessoal pode ser:
Positiva = Dar/Fazer
Negativa = Não Fazer.
 O objeto do contrato pode ser:
Mediato = Coisa
Imediato = Prestação pessoal.
 A prestação pessoal deve ser lícita para ter validade ou a obrigação se torna nula. A prestação pessoal deve ser possível, se não for possível, a obrigação têm-se a anulidade do negócio jurídico. Ela pode ser física ou jurídica (quando o objeto está expressamente proibido por lei, ex: contrato de compra e venda de tóxicos).
 A impossibilidade só anula o contrato se for absoluta (art. 166) e se for relativa não anula (art. 106).
 A prestação pessoal também deve ser determinada ou determinável, o que não pode e se torna nulo é se o objeto for totalmente indeterminado.
 A prestação também deve ter valor econômico.
Vínculo Jurídico/Espiritual:
 Ele é imaterial. O vínculo é a alma da obrigação, é a força que atribui ao credor o direito de cobrar.
 No vínculo surgem dois aspectos:
Direito/Exigir = Dever/Prestar = Debitum = Schuld (alemão).
Sujeito Patrimonial = Resp. Patrimonial = Obligatio = Haftune (alemão).
Tipos:
Debitum sem obligatio = Ex: dívida de jogo, prescrita,...
Obligatio sem debitum = Ex: fiador, avalista,...
Pluralidade de obligatio para um só debitum = Ex: solidariedade.
06) Fontes:
Primária/Primordial/Imediata:
 A Lei.
Fonte Secundária/Mediata:
 “Ex facto opituz ius” = No fato nasce o direito.
 São os fatos jurídicos, que podem ser naturais (chuvas, morte, terremotos,...) ou humanos decorrentes da ação humana:
Atos humanos:
Voluntários: geram conseqüências desejadas (ato jurídico).
Involuntários: geram conseqüências não desejadas (ato ilícito).
Fato + Lei = Obrigação. 
07) Obrigações Imperfeitas:
 São obrigações imperfeitas porque o vínculo é defeituoso, ele não está provido de sanção.
08) Obrigações Morais ou sociais:
 Que são meros deveres de consciência inspirados no princípio de solidariedade social ou de religião.
 Não há exigibilidade, mas o direito vai exigir se houve depois a obrigação.
Ex: Art. 882. 
09) Obrigações Naturais:
 São obrigações propriamente dita, mas que a lei retira a exigibilidade.
Ex: Obrigação prescrita, dívida de jogo.
Com causa lícita:
 - A obrigação é legal, mas a lei a proíbe. Ex: A dívida prescrita.
 
Com causa ilícita:
 - Ela tem causa proibida por lei. Ex: Dívida de jogo.
10) Característica das Obrigações Naturais; Imperfeitas.
I – Produz a inexigibilidade da obrigação. A prestação não é exigível.
II – Se for cumprida espontânea pelo próprio devedor capaz ter-se-á a validade do pagamento.
III – Produz a irrepetibilidade do pagamento válido efetuado. Ex: Arts. 882 e 883, quando se trata das obrigações com causa lícita há “solutio retetio” e o valor fica com o credor e se for com causa ilícita não fica com nenhum deles, pois o juiz dos a uma sociedade beneficente.11) Regras do Direito das Obrigações:
 O motivo de regulamentar as obrigações é o risco que as coisas tem de deixar de existir. O contrato serve para modificar o risco estabelecido pela lei.
 As oito regras do Direito das Obrigações são:
1° - “Res Perit Domino” = O prejuízo é do dono da coisa.
2° - O domínio das coisas não se transfere pelo contrato antes da tradição. Art. 1267.
3° - O acessório segue o principal. Art. 184.
4° - Proibição ”Alio pro alio” = Uma coisa no lugar de outro. Art. 313.
5° - “Ad impossibilia, nulla obligatio” = Ver: Art. 166, II; e Art. 106.
6° - Não havendo culpa, não há perdas e danos. Art. 393.
7° - Havendo culpa, há perdas e danos. Art. 392.
8° - Se faltar justo causa para pagamento, este deverá ser restituído. Art. 884 e Art. 885. “Status quo Ante”.
Anotações
PARTE ESPECIAL
Livro I
DO DIREITO
DAS OBRIGAÇÕES
Título I
DAS MODALIDADES
DAS OBRIGAÇÕES
Capítulo I
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR
Seção I
Das Obrigações de Dar Coisa Certa
Anotação:
1) Obrigação de dar: É aquela cuja prestação consiste na entrega de uma coisa. Na obrigação de dar o dono da coisa é o credor sendo que o devedor se torne dono da coisa.
Dar = Entregar = Tradição.
2) Obrigação de restituir: A coisa é do credor e que está de uso temporário do devedor que após o uso devolve ao credor. Ex: aluguel de carro, locação.
3) Pagar em dinheiro: Far-se-á em moeda corrente, em seu valor nominal.
4) A coisa certa: É aquela perfeitamente identificada, completamente distinguível de todas as outras coisas da mesma espécie existente no mundo, por suas próprias características.
5) A coisa incerta: É aquela apenas identificada pela espécie, quantidade, poucas características. 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Anotação: “acessorium sequitur suum principale” o acessório segue a coisa principal, ou seja, os acessórios:
a)Acessões: São obras realizadas na coisa e que cria uma coisa nova. Ex: Construir uma garagem, uma edícula ou um muro.
b)Benfeitorias: São obras realizadas na coisa sem criar coisas novas. Ex: Reformar um banheiro ou um carro.
c)Partes Integrantes: São coisas que ao se unirem ao principal, formam com ele um todo, perdendo utilidade material própria. Ex: motor de um carro com o carro.
d)Pertenças: São coisas que estão unidas à outras coisas, para conservar ou facilitar-lhe o uso, sem ser dele parte integrante. Ex: Quadro na parede, ar condicionado.
Pertenças essencial: São aquelas que não podem ser separadas da coisa sem modificar a sua essência, o seu uso. Ex: Macaco de carro
Pertenças não-essencial: São aquelas que podem ser separadas da coisa sem modificar a sua essência, o seu uso. Ex: Toca CD de carro.Vide Art.94 c/c.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Anotação: A coisa perecer:
1° Perde suas qualidades essenciais/valor econômico;
2° Quando se confunda com outro, de modo que não se possa distinguir;
3° Quando a coisa está em lugar de onde não pode ser retirada.
 Quanto à culpa, não há culpa se houver caso fortuito (previsível e inevitável) e força maior. Vide Art. 393, §1°.
 Antes da tradição ocorre a condição suspensiva (futuro e incerto).
 A reserva de domínio é um contrato de compra e venda cuja propriedade não transfere pela tradição e sim pela condição suspensiva.
 Na Alienação Fiduciária é usada a condição resolutiva. Vide Decreto 911/69.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Anotação: Deteriorar é perder parcialmente as qualidades da coisa. Ex: cavalo de corrida que quebra a perna.
 Sem culpa, sem perdas e danos.
 Aplicação dos artigos: 106 ( 235
 166 ( 234.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
Anotação: Sobre a culpa da coisa deteriorada vide Art. 235.
 Aplica-se conforme a escolha do credor a indenização de perdas e danos.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Anotação: Melhoramentos e acrescidos: - Acessões - Fatos da natureza
 - Benfeitorias - Fatos de terceiros 
 - Partes Integrantes - Fatos do próprio devedor
 - Pertenças
 Revisão de Benfeitorias:
Necessárias: Evita a deterioração e preserva a coisa;
Úteis: Melhora a utilização da coisa, potencializa;
Voluptuárias: Feitos por mero prazer.
Parágrafo único: Os frutos pendentes são aqueles ainda ligados à coisa e os frutos percebidos já são os que se desligaram da coisa.
 Os frutos são utilidades que não comprometem a coisa. Ex: Bezerro da vaca.
 Os frutos percebidos deixam de ser acessórios e passam a ser principal.
* Conclui aqui a obrigação de dar e se dá início a obrigação de restituir.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Anotação: Como ex: Test-Drive, aluguel de carro.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
Anotação: Como ex: No carro de locação de indeniza até o valor das locações, o lucro que tinha com o carro, ou seja, a média que ele fazia.
Art 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Anotação: O credor não pode recusar a coisa, ele deverá recebê-la tal como se ache, porque aqui a coisa é dele e ele não pode recusar de volta o que é seu, se o devedor não tiver culpa; mas se ele tiver, ele responderá pelo art. 239, perdas e danos. (Isto é um erro de edição do código, pois o artigo verdadeiro a ser aplicado neste caso não seria o art. 239 e sim o art. 236 que é o correto).
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Anotação: Lucrará o credor desobrigado de indenização o melhoramento ou acréscimo feito à coisa sem trabalho ou despesa do devedor.
Art. 242. Se para melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Anotação: Possuidor de má-fé é aquele que está retendo uma coisa sem a vontade do verdadeiro dono, e o de boa-fé é com a vontade do dono.
 Enquanto o devedor não receber o pagamento da indenização das benfeitorias necessárias e úteis, ele tem o direito de retenção da coisa até que seja pago e quando o mesmo for efetuado ele deverá entregar a coisa ao seu dono.
 Não precisade autorização para realizar benfeitorias, a não ser se a lei pede ou o contrato a defina.
Ex: Lei 8245/91 – Art. 35; Lei 8078/90 – Art. 51, Inc. XVI; Lei 6766/79 – Art. 34; ET – Art. 95, Lei 4504.
 A regra geral que vigora para todos os contratos diz que pode renunciar, a não ser, os contratos de compromisso de compra e venda de lotes (imóveis loteados) e nos contratos da terra (agrária).
 O possuidor de má-fé não tem direito de retenção, ele só será ressarcido pelas benfeitorias necessárias, e aqui o proprietário irá escolher se irá ressarcer o devedor pelo custo da benfeitoria ou pelo valoramento da coisa. 
 Parágrafo único: O possuidor de má-fé também não poderá fazer seu os frutos da coisa.
 Aplicação: Vide Art. 1214 = Boa-fé; e Art. 1216 = Má-fé.
 
Seção II
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Anotação: A identificação mínima é o gênero e a quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
	
Anotação: A coisa incerta pode ser:
Ilimitada: GENUS ILIMITATUM
Limitada ou restrita: GENUS LIMITATUM, ex: Automóvel Volkswagen, modelo gol.
 A escolha cabe ao devedor, mas se o contrato definir que escolhe, respeita-se à vontade do contrato.
 Deverá ser entregue a coisa pelo padrão médio, mas se respeita à vontade do contrato.
Ex: Mútuo. Vide Art. 586; Art. 1392, §1°; e Art. 1931.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Anotação: Aqui se passa a transformação da coisa incerta para coisa certa.
 A escolha se faz quando há a entrega da coisa, ou quando notificado o credor da escolha.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Anotação: Não pode o devedor alegar perda ou deterioração porque a regra romana diz que pode se buscar a coisa em outro lugar.
 A exceção é quando todo o gênero perecer, ou quando todo gênero restrito no contrato perecer.
Capítulo II
DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER
Anotação:
1) Obrigação de fazer: É aquela cuja prestação consiste na realização de um fato, isto é na realização de trabalhos materiais ou intelectuais do devedor.
 Se o não cumprimento da obrigação de fazer o poder Judiciário pode mandar o oficial de justiça obrigar a realização da obrigação, mas o fazer não pode ser obrigado à força física.
2) Objeto fungível: É naqueles casos aonde não se pactuou expressamente que o devedor cumpra pessoalmente a obrigação, ou quando não for relevante para as obrigações as qualidades de quem realiza, para perfeição da obrigação.
3) Objeto infungível: É quando contratado realiza expressamente, cumpra pessoalmente a obrigação, ou quando for relevante para a perfeição da obrigação as qualidades de quem realiza.
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar pelas perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
Anotação: (Da Recusa) Só se aplica este artigo se a obrigação for por objeto infungível.
 Ex: Show de um cantor, e ele não vêm.
 No Código de Processo Civil o credor pode pedir ao juiz que ordene a realizar a obrigação, como um multa (vide Art. 645 cpc), e este pedido é feito através da Ação de Execução de Obrigação de Fazer, vide Art. 632 cpc.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Anotação: Aplica-se na hipótese da prestação fungível e infungível. Essa é a impossibilidade absoluta. Para impossibilidade relativa, aplica-se o Art. 106.
 Sem culpa, sem perdas e danos, e o credor só poderá exigir o que gastou.
 Havendo culpa a obrigação se resolve com o devedor respondendo por perdas e danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor manda-lo executar a custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Anotação: Aplica-se a prestações fungíveis.
 Se o devedor não cumpriu, posso pedir a um terceiro realizar a obrigação ou somente pedir perdas e danos. A obrigação a terceiros é feita por execução judicial, vide Art. 633 e 634 cpc.
 O parágrafo único se aplica com o artigo 273 do Código de Processo Civil (cpc).
Capítulo III
DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER
Anotação:
1) Obrigação de não fazer: É aquela cuja prestação consiste em o devedor abster-se de praticar atos que teria o direito de praticar, ou tolerar que o credor pratique determinados atos que ele teria direito de impedir.
Ex: Condomínio. Pintura Externa. Tenho direito de pintar o que é meu, mas é feito um acordo para que não modifique a parte externa do prédio.
Ex: Servidão. Posso proibir o fazendeiro B de chegar na sua propriedade passando pela minha e diminuindo o seu trajeto em 50 km (original 70km), mas com a servidão posso abster-se de meu direito permitindo com um contrato que ele pague uma taxa mensal.
 A diferença é que na obrigação de não fazer ela admite o uso da força física, a qual a obrigação de fazer não admite o uso da força física.
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Anotação: Como ex: Prometi quando comprei um terreno a construir um prédio de 10 andares, aí vem uma lei municipal e diz que naquele lote que comprei o máximo é um prédio de 5 andares, aí a obrigação de não fazer que era de construir um prédio com menos de 10 andares se extingue, mas o contrato de compra e venda do terreno não se extingue porque esta cláusula seria apenas acessório do principal que é o contrato de compra e venda.
 Vide Art. 184 c/c.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Anotação: Quando o devedor não cumprir o que prometeu, pode o credor exigir que o desfaça através da Ação de Execução de Não Fazer. Vide Arts. 642 e 645 cpc.
Capítulo IV
DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
Anotação:
1) Obrigação alternativa: Caracteriza essas obrigações com as conjunções E ou + (cumulativas) e para as alternativas pela conjunção OU.
 A obrigação é para estabelecer a escolha.
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
Anotação: Se o contrato for omisso, a escolha cabe ao devedor.
Efeitos da escolha:
1° - A escolha é irrevogável.
2° - Indivisível
3° - A escolha considera-se fixar pela tradição de uma das prestações, pela declaração expressa de vontade comunicada a outra parte, ou o cumprimento parcial de uma das parcelas.
Se o devedor não fizer a escolha o credor pode entrar com uma ação pedindo para o juiz que cite o devedor para que dez dias realize a escolha sob pena da escolha ficar a critério da coisa.
E se no contrato cabe o credor a realizar a escolha e não fazer, o devedor pode pedir a citação do credor para realizar a escolha no prazo de cinco dias sob pena da escolha caber ao devedor. (consignação de pagamento).
Ver: Arts. 571 e 894 cpc. 
 
§ 1°. Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
Anotação: Princípio da indivisibilidade.
 O devedor não pode obrigar o credor a receber partede uma coisa e parte de outra. Se a escolha cabe ao credor, ele também não poderá obrigar ao devedor pagar em uma parte e em outra parte.
§ 2°. Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
Anotação: A cada período será realizada uma nova escolha.
§ 3°. No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
Anotação: No caso de pluralidade de optantes da escolha e não havendo acordo entre eles, o juiz decidirá. Aplica-se somente se o credor entrar com ação contra todos os devedores.
Ver: Art. 620 cpc = O juiz deverá respeitar os princípios deste artigo. 
§ 4°. Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Anotação: Se o terceiro não puder ou não querer fazer a escolha, as partes devem fazer um acordo e se não tiver acordo, o juiz é quem realizará a escolha.
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o debito quando à outra.
Anotação: Se não tiver mais como escolher (impossibilidade inicial) ou se tornar inexeqüível (impossibilidade superveniente) fica a obrigação de entregar a outra coisa, desaparecendo o direito d escolha transformando em obrigação pura e simples.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Anotação: Se tiver culpa do devedor, não puder cumprir nenhuma das prestações, o devedor será obrigado a pagar o valor da última coisa que se impossibilitou, mais as perdas e danos.
Exs:
	BMW “tal”
	FERRARI “tal”
	Aplicação
	Culpa DV
	Culpa DV
	Art. 254
	Caso Fortuito
	Possível
	Art. 253
	Culpa DV
	Possível
	Art. 253
	Culpa DV
	Caso Fortuito
	O devedor se torna responsável e indeniza a 2ª.
	Culpa DV
	Culpa DV (simultâneo)
	Devedor vai escolher qual vai indenizar.
	Culpa DV
	Culpa CR
	Retira do devedor a indenização e resolve-se a obrigação.
	Culpa CR
	Culpa CR
	O credor fica com a BMW e indeniza ao devedor a FERRARI.
 Se a primeira coisa se perder por caso fortuito ou culpa do devedor, o devedor perde o direito de escolha, e se torna responsável a entregar a segunda. Se perder as duas, o devedor deverá que indenizar a que por último se perdeu.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
Anotação:
	BMW “tal”
	OMEGA “tal”
	Aplicação
	Culpa DV
	Possível
	
	Culpa DV
	Culpa DV
	O credor não perde o direito de escolha
	Caso Fortuito
	Possível
	Art. 253 - perde o direito de escolha
	Caso Fortuito
	Culpa DV
	Art. 253 – perde o direito de escolha, indeniza perdas e danos, mais o valor equivalente da segunda.
	Culpa DV
	Culpa CR
	Não tira o direito de escolha.
	Culpa CR
	Culpa CR
	Perde o direito de escolha e indeniza a 2ª.
 Se o credor perde a primeira coisa, entende-se que ele realizou a escolha em entregar a segunda coisa.
 Só perde a escolha aquele que tem o direito de escolha quando há caso fortuito ou por culpa na primeira coisa. O mesmo acontece quando a coisa de deteriorar pela culpa de quem cabe a escolha.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
Anotação: Se tornar impossível as prestações sem culpa da pessoa que cabe a escolha, extinguir-se a obrigação, e ao prejudicado pode pedir a restituição do que já pagou sem perdas e danos, retornando ao “status quo ante”. 
Capítulo V
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
Anotação:
1)Obrigações indivisíveis: São aquelas em que as partes estipulam que só por inteiro podem ser cumpridas, ou quando uma impossibilidade material ou jurídica impede que o objeto possa ser fracionado.
Origem: Material: a substância do objeto não permite. Ex: Boi.
 Intelectual: é por causa de um texto de lei ou pelas partes. Ex: uma chácara sendo dividida em duas partes de cada uma 1,5hectares e a lei do solo só permite divisão que no mínimo for de 2 hectares = 20.000 m2.
2) Obrigações divisíveis: São aquelas em que as prestações podem ser fracionadas, sem qualquer impossibilidade física ou jurídica de divisão.
Origem: Material: Art. 87. Quando a prestação admite cumprimento em parte. (Porções Reais).
 Intelectual: Art. 88. (Porções Ideais).
Obs: Dinheiro é extremamente divisível.
Obrigações de Dar são divisíveis:
Quando o objeto é uma quantidade de coisas fungíveis sem individualidade própria. Art.85.
Quando compreende um número de coisas fungíveis, com individualidade própria, a igual ou submúltiplo número de credores ou devedores.
Quando o objeto for a transferência de propriedade.
Obrigações de Dar são indivisíveis:
Quando o objeto for coisa infungível.
As obrigações alternativas são indivisíveis quando haja concurso de pessoas no pólo que detém a escolha.
Obrigações de Fazer são divisíveis:
Quando estabelecidas por tempo ou unidade de resultado. Ex: 128h de aula de Direito Civil II que é dada em 2h semanais.
Obrigações de Não Fazer:
J. Carvalho Mendonça = Não há obrigações de não fazer com objeto divisível.
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Anotação: Havendo um credor e um devedor, pressupõe que a obrigação seja indivisível e aplica-se o Art. 314, mas se houver mais de um devedor ou credor aplicar-se-á este artigo.
Ex: CR1 CR2 CR3 = 900 sacas
 300 300 300
 DV1 = O devedor não pode pagar o todo a um credor só.
Efeitos da divisibilidade:
Cada um dos credores somente tem direito a exigir a sua parte na dívida.
Cada um dos devedores só tem que pagar a sua parte na dívida.
Ex2: CR1 CR2 CR3 = 900 sacas
 DV1 DV2 DV3
Se o credor 1 cita o devedor 2 e o resto não, a obrigação pode prescrever e somente o credor 1 pode cobrar a sua parte ao devedor 2, então o certo é citar todos os devedores, cada credor. Ver Art. 204.
Exceção: Art. 201 = Se a obrigação for indivisível.
Ex3: : CR1 CR2 CR3 = 900 sacas
 Art. 105 e Art. 177.
 DV1 DV2 DV3
 17 Anos = Art. 171.
O destino de cada cota é independente das outras.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Anotação: É indivisível a prestação de uma coisa não suscetíveis de divisão por sua natureza, por motivo de ordem econômica ou por acordo do negócio.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Anotação: A insolvência de um dos devedores na obrigação divisível será suportada pelo credor e na obrigação indivisível será suportada pelos outros devedores.
Ex: CR = Cavalo Manga Larga R$9.000.00 (Objeto Indivisível)
 DV1 DV2 DV3
 3.000 3.0003.000
Pode obrigar o devedor 1 a pagar o todo, os 9.000.00. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Anotação: O devedor que pagar o todo substitui o credor em relação aos outros devedores. O devedor que pagar o todo ao credor, pode cobrar em dinheiro o valor das partes que incumbe aos outros devedores.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Anotação: O que acontece com uma cota, acontece com as outras, ou seja, se o credor citar o devedor 1 e os outras prescrevem o credor 1 deverá cobrar o todo então prejudica os outros. 
Ver. Art. 204, §2º; Art. 201; Art. 105; Art. 177.
 O credor pode exigir o todo, cobrar o todo, mas não receber o todo a não ser conforme o Art. 260, Inc. I e II.
Pagar o todo conjuntamente é pegar recibo ou pedir uma procuração dos outros credores.
Caução = garantia, ou seja, de o devedor pagar o todo ao CR1 ele deverá pedir um caução para se livrar da cobrança dos outros credores. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Anotação: Não importa se o devedor deu a caução de ratificação, pois se deu a caução, os outros credores irão cobrar daquele que recebeu o todo e se não tiver caução os credores podem exigir o pagamento do todo de novo ao devedor com base no Art. 260 ou ao credor que recebeu o todo com base no Art. 261.
 Aquele que recebeu a coisa fica com ela e passa a dever dinheiro aos outros credores.
Exceção: Apenas um credor recebendo, não dá aumento à sua cota, os outros não poderão cobrar daquele que utilizou ou recebeu mais que os outros.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota parte do credor remitente.
Anotação: Remitir = Remissão = Perdoar; Remir = Remição = Pagar.
 O perdão dado por um dos credores, a obrigação não ficará extinta para com os outros.
 Descontar da coisa? Mas ela é indivisível! R: É descontar em dinheiro o valor da cota parte, que é devolvida ao devedor. Quem é perdoado é o devedor e não a dívida.
 
 CR1 CR2 CR3
 DV1
Se forem dois devedores e o 2° for cobrado do credor que não perdoou o 1°, o credor pode pedir a cota descontada.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Anotação:
Transação: Art. 840 – Seria um acordo.
È uma forma de extinção de obrigação. È descontada a quota parte do credor que remitiu a dívida e os outros credores poderão exigir o todo.
Novação: Art. 360.
Dá-se a novação quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior. Ex: empréstimo para pagar outro. (Pgto Indireto).
Na transação há um conflito, um litígio e na novação não há. Ex: mensalidade da Unipar.
Compensação: Art. 368 e 369.
É um Pgto Indireto. Ex: Eu pago 10.000 para mim mesmo e o credor só me paga mais 2.000. Cheque Compensado.
 DV CR
 10.000 12.000
Confusão: Art. 381.
Se na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor extingue-se a obrigação. Ex: Eu mesmo me metendo no pau contra eu mesmo. 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
Anotação: Cada um dos credores pode cobrar a sua cota parte mais perdas e danos e não mais o todo.
Cavalo = Indivisível
Valor Equivalente + Perdas e Danos = Dinheiro = Divisível.
§ 1°. Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
Anotação: Todos responderão por partes iguais se a culpa for de todos. (devedores).
§ 2°. Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Anotação: Em relação aos devedores que não tem culpa resolve a obrigação voltando ao “status quo ante”, se receberam devolve, se não receberam não recebem mais.
Para o culpado ele deve pagar perdas e danos e o valor equivalente.
Capítulo VI
DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Seção I
Disposições Gerais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Anotação: Obrigações solidárias são aquelas em que existem vários credores (ativa), ou vários devedores (passiva), ou ambos (mista) em que cada um tem direito ou é obrigado à dívida toda, por força da lei ou do contrato. “Um por todos, todos por um”.
 A solidariedade está no vinculo da obrigação e independe da natureza do objeto.
Características:
I – Unicidade de obrigação;
II – Pluralidade de credores / devedores;
III – Integralidade da obrigação.
Relações:
I – Relações Internas: Regulamentam a divisão do crédito entre os credores e a divisão da responsabilidade entre os integrantes do pólo passivo.
II – Relações Externas: Regulamentam a cobrança pelo pólo ativo contra os integrantes do pólo passivo e a defesa destes contra aqueles. 
 + CR1 CR2 CR3
 - DV1 DV2 DV3 
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Anotação: A solidariedade é uma exceção da lei, pois ela não se presume e se resulta da lei ou da vontade das partes. Ela está no vínculo da obrigação e não na natureza do objeto, ex: divisível e indivisível.
Origens:
I – Contratual: O contrato estabelece a solidariedade.
II – Legal: Quando resulta de uma expressa disposição de lei para um determinado caso concreto. Ex: Art. 149, Art. 154, Art. 518, Lei 8245/9 - Art. 2, Art.680, Art. 698, Art.756, Art. 829, Art. 867 – PU, Art. 942, Art.1003, Art.990, Art.1460, Art. 1644, Art.1986, Decreto 57.663/66.
 Se não há solidariedade, a obrigação é divisível ou indivisível. 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Anotação: A obrigação solidária pode variar em relação aos seus efeitos, mas é a única a obrigação.
Ex: Avalista e a empresa que faliu. Decreto 57.663/66.
 Contrato Financiamento Empresa Concordata
 30.05.2003 06.05.2003
 TLP, +12%A.A 1° 2/5 + 12%
 2° 3/5 + 12%
Só pode cobrar a empresa no dia 06/05/2005 porque tem uma ordem judicial impedindo a empresa de ser cobrada, mas os avalistas não, pois no dia 01/06/2003 o banco poderá cobrá-los.
Seção II
Da Solidariedade Ativa
Anotação: São aquelas que podem existir vários credores. Ex: Lei 8245/91 - Art. 2, é o único exemplo na lei.
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Anotação: O credor pode exigir o todo ou só a parte dele, mas se ele receber só a sua parte e o devedor sumir o credor terá que dividir o que recebeu a seus co-credores solidários.
Ex: Art. 204, §1°.
Exceção: Cambiais (cheque, promissória,...) – Art. 71 do Decreto 57.663/66.
Ex2: Art. 201.
Obs: O credor pode:
Exigir: Art. 267;
Receber: Art. 269 e 272, (não precisa de caução de ratificação).
 
Art. 268. Enquanto alguns doscredores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Anotação: O devedor poderá escolher a qual credor pagar se nenhum dos credores se pronunciarem (demandar = citação, Art. 19 cpc) e aquele que for escolhido tem que receber.
Exceção: Se o contrato estabelecer.
 Se o credor recusar, o devedor poderá depositar em juízo.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Anotação: O pagamento feito a um dos credores extingue a dívida e nesse caso não precisa de caução de ratificação e os outros credores não poderão cobrar a dívida de novo se o devedor recebeu o recibo do credor a qual ele pagou.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Anotação: Espolio = É a massa de direito e de obrigações que pertencia ao falecido. Seu representante é o administrador provisório segundo os Arts. 985 e 986 cpc.
Inventariante = Art. 991 cpc, só se torna após ser nomeado pelo juiz, aí ele passa a ser o possuidor do espolio, a sua função é estabelecer o que tinha.
Ver. 1792 c/c, Só responde as dívidas até o valor da herança.
 EU PAI AVÔ TIO PRIMO.
 1° Grau 2° Grau 3° Grau 4°Grau.
A herança segue sempre em linha reta, e se não tiver aí segue em linha colateral.
 Espólio CR1(morreu) CR2 CR3
 Partilha DV * Só se aplica depois da partilha
 H1
 H2 Cada um pode cobrar a sua cota parte, mas se reunirem podem 
 cobrar o todo.
Obs: Se for indivisível, o devedor deverá pegar caução de ratificação conforme o Art. 260.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Anotação: As perdas e danos se a coisa se perder por culpa, subsiste à todos os efeitos da solidariedade.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Anotação: O credor que recebeu o pagamento é obrigado a responder pela cota parte dos outros credores pela dívida.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Anotação: As defesas pessoais contra um não podem ser alegadas aos outros. Podem ser ligadas à coisa ou à pessoa.
Ex: Prescrição, Coação “seguro de vida”.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
Anotação: Ver o Art. 472 cpc – Confirma que o julgamento contrário não atinge os demais. O julgamento favorável já se aproveita-lhes aos demais credores a menos que esse julgamento se funde em exceção pessoal ao credor.
Obs: Coisa julgada = é a imutabilidade da decisão, sentença.
Art. 485 cpc.
Formal = Induz a imutabilidade naquele processo, (sem mérito).
Material = Induz a imutabilidade naquele processo e em todos os outros, (com julgamento do mérito).
Art. 472 cpc.
 Para estabelecer a coisa julgada, exige a identidade do objeto e das pessoas.
Seção III
Da Solidariedade Passiva
Anotação: Solidariedade passiva é o vínculo entre os vários devedores de uma mesma obrigação, estabelecido pela lei ou pelo contrato, em virtude do qual cada um fica obrigado o pagamento total da dívida. Facilita o acesso ao crédito e diminui a chance dos credores levarem um calote. 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Anotação: Enquanto o credor não ficar integralmente recebido a dívida, ele pode cobrar de qualquer um, como quiser, a dívida toda.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota parte que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Anotação: 
- Espólio (devedor solidário) Administrador Provisório Ação Judicial
 
 Inventário
Partilha Cota do quinhão.
Obs: A pré-condição é a cobrança até o limite da herança.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Anotação: Aproveita aos outros devedores até a concorrência da quantia paga ou relevada.
O perdão fica limitado à parte dele na obrigação. Art. 388. O credor só poderá cobrar os outros devedores pelo valor da dívida abatido do valor já pago.
Remissão = Perdão.
 CR 
 9.000
 DV1 DV2 DV3 6.000
 3.000
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Anotação: Ninguém pode ver a sua obrigação aumentada sem a sua vontade. As obrigações adicionais adquiridas por um dos devedores, não obriga aos outros somente se for manifestada a vontade expressa pelos outros.
Obs: Não agrava a posição dos outros devedores. 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Anotação: Quando o objeto se torna impossível natural ou juridicamente por culpa de um devedor, transforma-se a obrigação em perdas e danos, mas todos devedores respondem pelo valor equivalente do objeto, mas somente aquele que teve a culpa responde pelas perdas e danos, sendo assim as perdas e danos não são solidárias.
 Aplica-se para a culpa de perda para mais de um devedor também.
 Pode-se pactuar em contrato numa cláusula que as perdas e danos serão solidárias também.
Ex: Contrato de aluguel e seus fiadores.
Não pode haver coisa em contrato se for princípio de Ordem Pública.
 No caso de força maior ou caso fortuito a obrigação resolverá e voltarão as partes ao “status quo ante”.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Anotação: Os juros de mora (e cláusula penal) são devidos solidariamente.
 Os juros tem natureza jurídica de acessório, e como o principal é solidário e o acessório segue o principal, considera-se como solidário os juros.
 Mas só o devedor culpado pelo atraso responde pelas obrigações acrescidas aos outros devedores.
Ex: 
Dívida = 900
Juros = 90
Total = 990;
 CR 990
 DV1 DV2 DV3
 300 300
 + 90
Regras:
1º - Relação externa todos respondem igualmente;
2º - Relação interna só o culpado responde.
Exceção:
1º - Comuns = São defesas ligadas à dívida, servindo para minorar o valor da dívida, ela atinge o montanteda dívida. Ex: Pgto parcial, transação, compensação, etc. Ver. Art. 476.
2º - Pessoais = São defesas dirigidas contra o vínculo obrigacional, fulcradas em circunstâncias pessoais, atinentes a um só dos devedores. Ex: Nulidades relativas da obrigação, fraude, etc. 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Anotação: O devedor que está sendo cobrado não pode alegar uma exceção pessoal de outro devedor e por isso deverá suportar as conseqüências os outros devedores.
Ver Art. 177 = Aplica-se o Art. 281 (que é especial) e não o Art. 177.
 CR = 9.000
 DV1 DV2 DV3 Assinatura Falsa.
 9.000
O devedor 1 (DV1) terá que pagar a dívida, mas se o credor cobrar o devedor 3 (DV3) ele não precisará pagar.
Ver Art. 899, §2º. = O avalista avalia a dívida e não o devedor.
A exceção é a fiança (ela é autônoma). Art. 837. O fiador pode alegar ao credor as exceções pessoais que compete ao devedor solidário.
Resumo:
Regra: Não pode alegar exceção pessoal – Art. 281.
Exceção: pode só o fiador – Art. 837.
Exceção da exceção: Menoridade.
Exceção da exceção da exceção: Mútuo (contrato de empréstimo de coisa fungível) feito à pessoa menor. Art. 588.
No direito cambiário é avalista, no direito civil é fiador.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Anotação: Se renuncia a solidariedade, exonera, a um devedor, o credor só poderá cobrar a cota parte deste que exonerou, e os outros continuam solidários, mas a dívida é diminuída o valor pela cota parte.
 O risco é a insolvência do devedor exonerado, pois os outros devedores não são mais responsáveis por ele.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Anotação: O devedor que satisfez (liberou os outros devedores da dívida) a dívida por inteiro, tem direito a exigir de cada um deles a sua cota parte.
 O pagamento deve ser válido e eficaz.
 O rateio será proporcional à cota de devedor. Na insolvência há divisão do prejuízo aos outros devedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Anotação: Os exonerados não ficam liberados das relações internas na cota do insolvente, se houver.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
Anotação: Se o devedor principal satisfez a dívida, nada pode cobrar dos outros, pois eles não tem “debitum”. 
Ex: CR = 12.000
 DV1 F1 F2 F3.
Se o fiador pagou a dívida, ele poderá cobrar o todo (também os juros se houver) do devedor principal, mas se o devedor for insolvente haverá rateio entre os outros devedores (fiadores), o mesmo se aplica se algum fiador for também insolvente.
Os Tipos De Obrigações:
1) Obrigação Principal: É aquela que tem vida própria, autônoma. Ex: contrato de compra e venda. Ver. Art. 92.
2) Obrigação Acessória: É uma obrigação que tem existência de uma obrigação principal. Ex: juros, cláusula penal.
 Nulo o principal, nula também o acessório, mas se o acessório for nulo o principal não poderá ser. Ver Art. 184.
3) Obrigações Líquidas: São as obrigações certas quanto a sua existência e determinadas quanto ao seu objeto. Ex: Mensalidade da Unipar. (Certa e Determinada).
4) Obrigações Ilíquidas: São aquelas que se apresentam indeterminadas ao quanto se deve, pois o montante é incerto, ela precisa de uma prévia para se saber o quanto se deve.
Liquidação: É tornar o que é ilíquido em líquido. 
Pode ser feito em duas vias:
- Acordo
- Judicialmente.
Pode ser feito por três maneiras:
- Cálculos (somente se calcula)
- Arbitramento
- Artigos (provar fatos novos).
5) Obrigações Facultativas: São aquelas que tem por objeto permitindo a lei ou o contrato a substituição por outro, para facilitar o pagamento.
Ex: Art. 1234 – Da descoberta.
Art. 1382 – Servidão dos prédios. A lei permite a substituição da apresentação.
6) Obrigações Custantania ou Momentâneas: São aquelas que se exaurem num só momento, elas nascem, vivem e morrem em um só momento, ela se extingue em toda a sua plenitude.
7) Obrigações Continuadas, De Trato Sucessivo ou Periódicas: São aquelas que se caracterizam pela reintegração de atos, cumprindo-se num espaço mais ou menos longo de tempo. Ex: Compra em parcelas.
 Nessas obrigações a lei age no tempo onde pode haver alterações na obrigação. 
 A lei nova só não retroage se houver o direito adquirido, a coisa julgada e o ato jurídico perfeito.
Coisa Julgada = É o ato que julgado não é mais recorrível. Exceção = Art. 462 cpc.
Ato Jurídico Perfeito = É aquele ato que já se consumou.
Direito adquirido = É aquele que pode ser exercido.
Ver Decreto 4657/42 – Art. 6º.
Ver Art. 2028 c/c.
8) Obrigações Condicionais: 
Art. 121. Condição é a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Art. 122. Das condições ilícitas e lícitas. 
Art. 123 – Suspensivas = suspende o efeito do ato.
Art. 124 – Resolutivas = produz todo o efeito, mas, pára de produzir e verifica a condição.
Ex: Alienação Fiduciária = Condição resolutiva.
 Reserva de Domínio = Condição suspensiva. Arts. 127 e 128.
9) Obrigações Modais: É a que se encontra onerada com um modo, que é a cláusula que atribui um ônus a alguém beneficiado.
Ver. Art. 136 e Art. 137.
Se não cumprido aplica-se o Art. 562 e Art. 553.
10) Obrigação à termo: É a que está submetida a um termo que, é a cláusula que subordina o evento futuro e certo de um negócio jurídico. Ele pode ser inicial ou sustensivo que indica a data do inicio da eficácia do negócio, ou ele pode ser final ou resolutivo que é quando ele fixa a finalização da produção dos efeitos do ato jurídico.
 Pode ser ainda certo (quando fixa uma data) e incerto.
 Dos prazos – Art. 133.
 Aplica-se Art. 134 com Art. 331 com Art. 397, P.U.
11) Obrigações de Dinheiro: São aquelas cujo conteúdo da prestação consiste em um número de unidades monetárias.
Lei 6899/81 – Correção monetária- Vencimento – Art. 1º, §1º.
Súmula 35 STJ e 43 STJ.
12) Obrigações de Valor: São aquelas que tem por objeto qualquer prestação que não seja dinheiro. Qualquer obrigação que não tenha dinheiro é classificada como obrigação de valor. A correção monetária não tem utilidade em tese.
13) Obrigações de Meios: São aquelas em que o devedor se obriga tão somente a usar de prudência e diligência normal na prestação de um certo serviço, tendente a produzir um determinado resultado, sem vincular-se a obtê-lo.
Ex: O advogado e a atividade que lhe foi confiada.
Ex: O médico, cirurgia estética reparadora e embelezadora (STJ), laqueadura e vasectomia.
14) Obrigações de Resultados: São aquelas em que o credor tem direito à exigir do devedor, a produção de um resultado, sem o que se terá a responsabilidade do devedor. A única coisa que elimina é o caso fortuito.
Ex: O barbeiro, cabeleireiro, pintor, funileiro, mecânico.
15) Obrigações de Garantia: São aquelas que tem por conteúdo eliminar um risco que pesa sobre o credor, cumprindo o devedor sua obrigação tão somente assumindo o risco. Art. 764.
Ex: Seguradora de carro, fiança, evicção, vício, redibitório – Arts. 444 e 445.Título II
DA TRANSMISSÃO
DAS OBRIGAÇÕES
Capítulo I
DA CESSÃO DE CRÉDITO
Anotação: É o ato intervivos pelo qual alguém se priva de um direito seu, em favor de outrem, ou mediante o qual se transmite o crédito a um novo credor.
 CR (cedente) 3º (cessionário)
 
 DV (cedido).
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
Anotação: As obrigações são livremente, independente do consentimento e concordância do devedor, transmissíveis. A exceção é a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor não se opuser.
Ex: Direitos Personalíssimos: são direitos que por força da lei ou de sua própria natureza não são transmissíveis;
Ex2: Direitos de Família puros: Eles não podem ser transmitidos, pois quando morre seu titular ele se extingue;
Ex3: Direito de Fazer com coisa fungível;
Ex4: Salário, Aposentadoria (Direito Previdenciário = Art. 1014 – Lei 8213/91);
Ex5: Revogação por ingratidão – Art. 557;
Ex6: Preempção – Art. 520;
Ex7: Usufruto – Art. 1393;
Ex8: Investigação de paternidade – Art. 1606 e 1601;
Ex9: Investigação por acidente de trabalho;
Ex10: Arts 100, 426, 1717.
Convenção com o devedor: “Pacto de Non Cedendo” = é uma cláusula contratual que proíbe a cessão de crédito.
Requisitos para o negócio jurídico:
1º - Agente Capaz (104, I) = Legitimação, ausência de impedimento à pratica do ato, e capacidade;
2º - Objeto lícito (104, II);
3º - Forma prescrita ou não defesa em lei (104, III);
4º - Livre manifestação de vontade (171, II).
 O terceiro de boa-fé é protegido e a cláusula proibitiva da cessão de crédito não pode ser oposta ao cessionário, se não constar do instrumento da obrigação.
Ex: Contrato de compra e venda com pagamento em cheque, sendo que no contrato consta a cláusula proibitiva e não constando no cheque que é o instrumento da obrigação. (teoria da aparência).
Teoria da Aparência:
1º - Situação de aparência;
2º - Boa-fé do 3º;
3º - Escusabilidade do Erro;
4º - Imputabilidade da aparência ao prejudicado;
5º - Onerosidade do ato.
Com os cinco requisitos se protege o terceiro de boa-fé, se não preencher os requisitos, o verdadeiro titular do direito é quem é protegido. Com a gratuidade do negócio ou a má-fé do terceiro, fica protegido o verdadeiro dono, proprietário da coisa. Arts. 1268, 879 e 987.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.
Anotação: Na cessão de um crédito abrangem-se todos os acessórios salvo o pacto contrário. Estando em silêncio o contrato a regra é que o crédito abrange os seus acessórios.
Regra: Abrange todos os acessórios.
Exceção: Menos com pacto contratual em contrário, e as exceções pessoais do cedente não transfere para o novo credor. Ex: prescrição suspensa ou interrompida. 
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do §1.° do art. 654.
Anotação: Para que a cessão tenha validade entre o cedente e cessionário, basta ter vontade, mas para ter eficácia entre terceiros a cessão deve ser escrita por instrumento público ou particular e não pode mais verbalmente como feito entre as partes da cessão.
Instrumento Público: Arts. 108 e 109.
Instrumento Particular: Arts. 654, §2º e 221. Combina-se também com o Art. 288 para ter eficácia, mas é necessário o registro público para se operarem em relação a terceiros estranhos.
1º - Celebrado por escrito com firma reconhecida;
2º - Registrado no registro público (cartório);
3º - Registrado no registro do imóvel (no caso de imóvel).
 3º CR = Cedente Cessionário
 DV = Cedido
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
Anotação: No caso de imóvel a cessão deve ser registrada no registro de imóveis. O registro de imóveis quebra a aparência e a alegação da boa-fé se for averbado a cessão junto à matrícula do imóvel hipotecado.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
Anotação: Para a cessão ter eficácia em relação ao devedor, basta ser escrita e notificada ao devedor.
DV = 288 + 290.
* A cessão por título cambial (cheque, promissória,...) independe de registro e notificação, pode ser feita por simples tradição com ou sem endosso (904 e 910).
A notificação serve para quebrar a aparência e o interesse de fazer a notificação ao devedor é o cessionário na qual também as despesas ficam por conta do cessionário, provando por escrito que o devedor foi notificado.
Na obrigação cedida todos os devedores devem ser notificados (caso de solidariedade).
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido.
Anotação: Vai ter direito à receber aquele cessionário que ter o cuidado de pedir o título do crédito cedido senão poderá o cedente pedir o título de volta segundo o Art. 321.
Só concorrem cessões celebradas por escrito e notificadas.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresentar, com o título da cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
Anotação: Fica desobrigado o devedor que antes de ter conhecimento (notificado) da cessão, paga ao credor primitivo. Ele paga bem. No caso de mais de uma cessão, notificado o devedor deverá pedir para apresentar o título do crédito cedido para poder pagar. Se nenhum dos cessionários apresentarem o título deverá o devedor depositar em juízo a dívida, Art. 334. 
Quando o crédito constar de escritura pública prevalecerá a prioridade da notificação.
Em cessão cambial o devedor só se libera da obrigação se pagar a alguém que apresentar o título do crédito. Nesse caso não aplica este artigo.
Planos do negócio jurídico:
1º - Existência;
2º - Validade;
3º - Eficácia.
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.
Anotação: Antes de notificar o devedor, o cessionário pode exercer os atos conservatórios do direito cedido, pois a notificação em relação ao devedor é requisito de eficácia, como exemplo: averba a cessão no título do imóvel, pois não está completo os planos do negócio jurídico em relação ao devedor mas em relação ao cedente está.
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
Anotação: O cedido pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem e as que no momento veio a ter conhecimento da cessão tinha contra o cedente.
Ele pode exercer as exceções desde que oponha no momento que tem conhecimento da cessão, até o momento da notificação.
DV foi notificado = se opôs = poderá alegar as defesas na cobrança do cessionário, as que opuseram na notificação.
DV não foi notificado = não se opôs = poderá alegar as defesas.
DV foi notificado = não se opôs = ele perde o direito de alegar as defesas que tinha ao cessionário.
Ver Art. 377.
Se provar as defesas por escrito.
 Art. 915 e 916 = Títulos cambiais = as defesas são diferentes.
 Decreto 57663/66 – Art. 27.Lei do cheque – Art. 16.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
Anotação: O cedente fica responsável pela existência do crédito ao cessionário, ao tempo em que lhe cedeu. É nula qualquer cláusula de garantia na cessão de um crédito.
Existência Garante que devedor deve.
 
 Veritas.
Art. 296. Salvo em estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
Anotação: Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
O risco da obrigação é a insolvência, portanto o problema é do cessionário.
Se no instrumento da cessão havendo um pacto em contrario o cedente se responsabiliza do devedor.
Nas cessões cambiais deve observar o decreto 57663/66 – Art. 47. Estabelece a solidariedade no endosso, mas o código novo estabelece o contrário (Art. 914). 
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
Anotação: Cedente paga ao cessionário:
1º - O valor pago pela cessão (não é o valor do crédito);
2º - As despesas efetuadas para cessão;
3º - As despesas de cobrança;
4º - Juros e correção monetária (se tiver cláusula penal).
Exceções:
1º - Estabelecer no contrato a responsabilidade, estendendo-se até o valor da dívida;
2º - Dolo ou má-fé do cedente ele responde a valor integral da dívida e a expectativa;
3º - Na cessão cambial, havendo responsabilidade do endossante, ele se torna devedor solidário (Art. 275) da dívida. (do valor da dívida, Art. 914, §1º).
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
Anotação: Paga bem o devedor que não notificado, ao credor, e também quando notificado paga ao cessionário.
Art. 312 c/c e Art. 664 cpc:
 CR (MH) VP
 Penhora
 
 Banestado Intima MH
 3º (cede o crédito)
 CR (MH) VP
 Penhora
 
 Banestado MH DV
Capítulo II
DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
Anotação: Conceito: É a transferência por ato entre vivos, na mesma obrigação, da posição jurídica do devedor, para uma terceira pessoa.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Anotação: É livremente a terceiros assumir a obrigação do devedor, e o devedor também é livre para cessar o seu débito, mas para ter eficácia do devedor primitivo estar liberado, é necessário o consentimento expresso do credor. 
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Anotação: As partes podem assinar prazo ao credor para que consinta na assunção de dívida e se ele permanecer em silêncio, será interpretado como uma recusa à assunção da dívida.
 O efeito da cessão de débito é a liberação do devedor primitivo e de todos os acessórios e garantias da dívida.
O devedor primitivo só responde pela dívida se o assuntor (novo devedor) no momento da assunção da dívida era insolvente, voltando o devedor primitivo responsável da dívida, claro se o credor o ignorava, ou seja, não sabia da insolvência do assuntor.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
Anotação: Não só fica liberado o devedor, mas também as garantias dadas pelo mesmo. Ex: caução, fiadores, etc. com o consentimento do devedor primitivo, terá eficácia, caso contrário não. 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Anotação: Se a substituição do devedor vier ser anulada (o contrato de assunção de dívida) volta o débito ao devedor primitivo. Só não voltam as garantias prestadas por terceiros, exceto se esses terceiros tinham conhecimento do vício que inquinava a obrigação (má-fé).
Regra: Liberação do devedor com consentimento do credor e seu silêncio entender-se-á como recusa.
Exceção: Art. 303.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Anotação: O assuntor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo, Art. 105 e 175. Só transfere as exceções comuns ligadas à dívida, ao objeto.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em 30 (trinta) dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.
Anotação: Assunção de dívida hipotecária.
Nesse artigo a lei estabelece um prazo de 30 dias e no Art. 299, P.Ú., a lei não determina o prazo.
No Art. 299, a lei utiliza a expressão prazo para consentir e no Art. 303, utiliza prazo para não impugnar (o credor só impede a cessão se tiver um justo motivo). 
Ex: casas da Caixa Econômica Federal.
Efeitos da Assunção de Dívida:
1º Efeito: com concordância do credor:
Liberação do DV Menos se o assuntor já era insolvente e o CR ignorava. (299, Parte F).
 Menos se a assunção vier ser anulada (301).
2º Efeito:
Liberação dos Acessórios (Garantias) – Art. 300.
 Se o devedor primitivo consente as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor ficarão liberadas.
3º Efeito:
Extinção das defesas pessoais do devedor primitivo (Art. 302).
DA CESSÃO DE CONTRATO – PARTE ESPECIAL
Anotação: É a cessão de posição contratual, consistindo na transferência da inteira posição ativa e passiva, do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um contrato bilateral de execução ainda não ultimada.
Pode ser feita por duas formas:
1º Com liberação do cedente: o cedente fica livre de um problema futuro que vier.
2º Sem liberação do cedente: ele não sai, fica vinculado com o seu nome responsabilidade caso ocorra algo.
* se faz um contrato com a liberação do cedente:
a) quando haja autorização contratual da parte contrária.
b) quando haja autorização legal para tanto (quando a lei determina transferência).
b-1) transferência dos direitos da obrigação oriundos de compromisso de compra e venda (Art. 2º do Decreto 58/37). Imóvel Loteado.
b-2) transferência da locação ao adquirente do imóvel locado. (Lei 8245/91 – Art. 8) aos herdeiros (Art. 10) ou companheiras (Art. 11) do locatário no caso de separação ou falecimento deste.
b-3) transferência a nova empresa, dos contratos pertencentes às empresas integrantes de fusão ou incorporação de empresas ou cisão de sociedades anônimas (Art. 227 e 228 da Lei dos LSA). 
Título III
DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
Capítulo I
DO PAGAMENTO
Seção I
De Quem Deve Pagar
Anotação: Extinção das obrigações:
Pagamento direto: prestação verdadeira pela coisa existente, cumprimento da prestação (praestatio vaza rei debitae).
Pagamento indireto: satisfaz o crédito

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