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Ponto 4. Revisão constitucional

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Ponto 4. Poder de reforma e revisão das constituições -poder constituinte derivado. Polêmica acerca de seu reconhecimento. Os problemas dos limites. Suas classificações.
	A criação da constituição e sua reforma são processos autônomos, mas têm pontos de ligação – são meios de mudança jurídica, em distintas dimensões e distintos níveis. Ambos servem à mudança jurídica, política e social. Nessa dimensão, Sieyès estabeleceu originalmente a distinção entre poder constituinte e poder constituído.
	A criação de nova constituição – exercício do poder constituinte originário - é fenômeno extraordinário para a ordem jurídica interna. Não tem previsão em texto. A criação de nova constituição significa, em geral, ruptura com a ordem jurídica e quase sempre sucede a uma ruptura política, como estudado. A revisão ou reforma da constituição – entendida por muitos como exercício do poder constituinte derivado - significa em tese continuidade da constituição e seus princípios, sua adaptação aos novos fatos sociais e às novas vontades políticas, às novas hegemonias�. Os “agentes’ do poder constituinte são distintos, em cada caso.
	A reforma da constituição é realizada por órgãos previstos na própria Constituição: no mais das vezes pelo Poder Legislativo (uma assembléia ordinária), como é o caso do Brasil, embora a iniciativa da proposta possa pertencer a outros órgãos sempre ou quase sempre que este o entender necessário. Porém, outras vezes, é necessária uma convocação especial para que um órgão especial (assembléia especial) o faça, como é o caso da constituição da França de 1793, e atualmente Constituição da Argentina, e até certo ponto dos Estados Unidos, cuja Constituição permite que o Congresso convoque uma convenção revisora, se dois terços das assembléias dos estados o requererem. 
	Outra vezes, é necessário cumular processo de democracia representativa com processo de democracia semidireta, isto é, aprovação pelo órgão representativo e depois submissão a referendo (caso da Constituição de Guiné Bissau de 1973). Facultativamente, e condicionado a vontade do presidente da República, no caso da constituição do Equador, de 1979, ou mediante exigência de certo número de cidadãos ou membros do parlamento o exigirem, no caso da Itália, da Espanha,1978 e Eslovênia, 1992. Há casos de referendo necessário: as constituições da Suíça (1874), atualmente da Áustria, de Cuba, (1976), da Romênia (1991), da Coréia do Sul (1980), de Moçambique, 1990.
	Limites
	Abstraindo-se o problema da relação do direito interno com o externo, a revisão ou reforma é feita com limites no próprio texto da constituição: o principal deles é o limite material (as chamadas cláusulas pétreas, ou de inabolibilidade). São pontos que o constituinte erigiu como superiores e que não podem ser abolidos ou restringidos em nenhuma hipótese. No caso do Brasil, previstos no artigo 60, § 4°.
	Há também implícitos, derivados de interpretação extensiva e sistemática.
	Outros limites: circunstanciais e temporais.
	Alguns autores incluem os limites processuais.
	Há aqueles que negam os limites do poder de revisão alegando que não em verdade distinção entre poder constituinte originário e poder constituinte derivado, ou poder de revisão, já que ambos vêm do povo e têm o poder de criar normas constitucionais.
� O direito à revisão foi explicitamente reconhecido nos textos constitucionais da França revolucionária.

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