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AÇÕES POSSESSÓRIAS NO PROCESSO CIVIL

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FEDERAL CONCURSOS 
 
Pedro Arlindo de Moura 
 
 
 
 
 
 
AÇÕES POSSESSÓRIAS NO PROCESSO CIVIL 
 
 
 
 
ANFIA 
ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 
São Paulo - SP 
2017.
 
 
 
Pedro Arlindo de Moura 
 
 
 
 
 
AÇÕES POSSESSÓRIAS NO PROCESSO CIVIL 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao curso de direito da FEDERAL CONCURSO 
– Faculdade de direito, como requisito para a 
obtenção do título de Especialista em 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
 
 
 
 
 
 
São Paulo - SP 
2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
A minha família, em especial, aos meus irmãos, aos 
meus filhos, À minha mãe Maria Mendes de Moura, ao meu Pai 
José Bina de Moura e minha esposa Juliana Pereira Rodrigues. 
Dedico aos profissionais do direito que a cada dia dão 
suas vidas em busca de garantir os serviços essenciais à 
justiça. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Neste momento rico e complexo não posso deixar de agradecer em 
primeiro lugar a Deus por ter sido o porto mais seguro durante a caminhada que 
muitas vezes fora cheia de pedras e espinhos. 
A meus pais José Bina e Maria Mendes por conceder-me o dom da 
vida com sabedoria e discernimento, pois apesar da distancia em nenhum momento 
deixaram de me apoiar, preocupar, incentivar, acompanhar-me durante todo 
processo de minha formação, a meus filhos por também me concederem o suporte 
com a compreensão. 
Ao professor Marcelo Soares que deixou a saudade do tempo em 
que convivemos pelo seu jeito profissional de ser mestre e servirá de espelho 
durante a jornada. 
Por fim, agradeço a minha esposa Juliana Pereira Rodrigues e a 
seus familiares por também me apoiarem durante o processo de formação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPIGRAFE 
 
 
"... não é fácil ser bom, pois em todas as coisas é difícil 
encontrar o meio-termo. Por exemplo, (...) qualquer um pode 
encolerizar-se, dar ou gastar dinheiro - isso é fácil; mas fazê-lo 
a pessoa que convém, na medida, na ocasião, pelo motivo e da 
maneira que convém, eis o que não é para qualquer um e 
tampouco fácil. Por isso a bondade tanto é rara como nobre e 
louvável." 
Autor: Aristóteles 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Moura, Pedro Arlindo de. Trabalho de Conclusão do Curso de Pós Graduação 
em Direito Processual Civil. 2017. Ações possessórias no processo civil. 
Curso FEDERAL CONCURSOS. 
O trabalho oferecido para conclusão do curso de pós-graduação em direito 
processual civil procura harmonizar a ação possessória no processo civil 
brasileiro, assinalando que o instituto dessa modalidade pelo Direito processual 
civil brasileiro é vista de forma positiva, permitindo e até mesmo garantindo a 
presença dos advogados na tramitação de processos judiciais. Versou em 
estudos dessa modalidade. Também, procura com o trabalho, conceitos, estudo 
das características, o que se percebeu as espécies e modelos. 
 
Palavras-chave: Ação possessória. Processo civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMMARY 
Moura, Pedro Arlindo de. Conclusion of the Postgraduate Course in Civil Procedural 
Law. 2017. Possessory actions in civil proceedings. Course FEDERAL 
COMPETITIONS. 
The work offered to complete the postgraduate course in civil procedural law seeks to 
harmonize the possessory action in the Brazilian civil process, noting that the institute 
of this modality by Brazilian civil procedural law is seen in a positive way, allowing 
and even guaranteeing the presence of Lawyers in the processing of legal 
proceedings. He went on studies of this modality. Also, search with work, concepts, 
study of characteristics, what was perceived species and models. 
 
Keywords: Possessional action. Civil lawsuit. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 
1. ASPECTOS PROCESSUAIS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS .................. 11 
 1.1 Aspectos das disposições gerais.............................................................11 
 1.2 Aspectos da manutenção e da reintegração de posse............................13 
 1.3 Aspectos do interdito proibitório...............................................................16 
2. CONCEITO ................................................................................................. 17 
2.1 Ações possessórias ............................................................................. 17 
2.2 Possuidor ............................................................................................. 18 
3. CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS ............................... 18 
3.1 Princípio da fungibilidade ..................................................................... 18 
3.2 Cumulação de pedidos......................................................................... 19 
3.3 Natureza dúplice das ações possessórias ........................................... 20 
4. ESPÉCIES DE AÇÕES POSSESSÓRIAS ................................................ 22 
 4.1 Ação de reintegração de posse ............................................................... 22 
 4.2 Ação de manutenção de posse ............................................................... 22 
 4.3 Ação de interdito proibitório ..................................................................... 23 
5 MODELOS DE AÇÕES POSSESSÓRIAS E CONTESTAÇÃO A AÇÃO 
POSSESSÓRIA.....................................................................................................24 
5.1 Modelo de ação de reintegração de posse .......................................... 25 
5.2 Modelo de ação de manutenção de posse ........................................... 31 
5.3 Modelo de ação de interdito proibitório ................................................ 45 
5.4 Contestação a ação possessória ..........................................................50 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 61 
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 62 
 
 10 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O presente estudo objetiva tratar do tema das ações possessórias no 
processo civil brasileiro de 2015 elaborado por advogados, como defende muitos 
operadores do direito, partindo dos aspectos processuais em seu capítulo primeiro, 
apresentando o segundo capítulo exclusivamente para o conceito de posse, e 
partindo para outro capítulo se analisou características se acentuando o princípio da 
fungibilidade, cumulação dos pedidos que se vê permitido e a natureza de 
duplicidades das ações possessórias, fora estudado as três espécies de ações 
possessórias que definem se por ação de manutenção de posse, ação de 
reintegração de posse e interdito proibitório. Averiguou-se em momento apropriado 
deste trabalho que essas ações têm por finalidade, exclusivamente, defender a 
posse, o que se pode apelidar de reserva possessória, diferentemente do juízo 
petitório, que protege a propriedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
 
 
1. ASPECTOS PROCESSUAIS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS 
As ações possessórias estão positivadas no capítulo III, título III, dos 
procedimentos especiais, que por sua vez está contido no livroI, da parte especial, 
que trata do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença. A seção I 
trata das disposições gerais, seção II da manutenção e da reintegração de posse e 
seção III interdito proibitório, todas reguladas pelos artigos 554 e seguintes do 
Código de Processo Civil. 
Basicamente, competem frisar que o ordenamento jurídico prevê três 
ações distintas que tem o condão de proteger o legítimo possuidor e a sua posse, 
quais sejam a ação de reintegração de posse, a ação de manutenção de posse, e o 
interdito proibitório. 
Ademais, o código de processo civil regulamenta, em especial, a 
legitimidade coletiva e a possibilidade de mediação em conflitos derivados da posse 
de bens. 
Por fim, esta é uma visão da dinâmica das ações possessórias a teor 
do código de Processo Civil, lei 13.105 de 16 de março de 2015. 
 
1.1 Aspectos das disposições gerais 
De início, o artigo 554 do código de processo civil enfatiza em seu 
parágrafo 1º que, no caso de ação possessória em que figure no polo passivo 
grande número de pessoas, será feita a citação pessoal dos ocupantes que forem 
encontrados no local e a citação por edital dos demais, será ainda determinado que 
seja intimado o Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de 
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. O que merece a citação do 
referido parágrafo 1º, do artigo 554 da lei processual civil brasileira abaixo. 
§ 1o No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande 
número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que 
forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-
se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em 
situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. 
Assim, o código de processo civil regulamenta, em especial, a 
legitimidade coletiva e a possibilidade de mediação em conflitos derivados da posse 
 
 12 
 
 
de bens. Caso em que, o oficial de justiça buscará os ocupantes no local por uma 
vez e os que não forem identificados constituirão citados por edital. 
Ainda no artigo 554, o juiz dará ampla publicidade acerca da existência 
da ação e dos respectivos prazos processuais, podendo se valer de anúncios em 
jornais ou rádios locais, publicação de cartazes na região dos conflitos e de outros 
meios, na forma do parágrafo 3º. 
§ 3o O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da 
ação prevista no § 1o e dos respectivos prazos processuais, podendo, para 
tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de 
cartazes na região do conflito e de outros meios. 
Percebe se acima que na amplitude de publicidade fica implícito o 
princípio da publicidade. 
Nos termos do artigo 556 do código de processo civil, as ações 
possessórias são constituídas de natureza dúplice. Pois, é válido ao réu na 
contestação, alegando que foi o afrontado em sua posse, pedir a proteção 
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho 
empreendido pelo autor. A saber. “Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando 
que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização 
pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor”. Assim, 
como disposto acima, o Código de Processo Civil no seu artigo 556 justifica que 
tanto o autor como o réu podem demandar que sejam protegidos na sua posse e 
ainda pedir indenização pelos prejuízos sofridos. 
Ademais, o artigo 557 robustece a diferenciação entre as ações 
possessórias, em que se discute exclusivamente a posse, e as ações petitórias, que 
tem como singular fundamento a propriedade. A saber. “Art. 557. Na pendência de 
ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de 
reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira 
pessoa”. Consoante se depreende no artigo citado, na disputa de ação possessória, 
é proibido, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, 
ao menos se a pretensão consistir em face de terceira pessoa. 
O código de processo civil decide que as ações ajuizadas dentro do 
prazo de um ano e um dia da data do esbulho ou turbação são chamadas de ações 
 
 13 
 
 
de força nova, na forma do artigo 558, que se encontra previsto na Seção II do 
Capítulo III dedicado às possessórias. É o que positiva o artigo mencionado a frente. 
“Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as 
normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia 
da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial”. O que se verificou referidas 
ações seguirão o procedimento especial 
Por outro lado, as ações ajuizadas após um ano e um dia da data do 
esbulho ou turbação, ações identificadas como ações de força velha, adotarão o 
procedimento comum, caso em que não perde o caráter de ações possessórias, nos 
termos do parágrafo único do artigo 558, do código de processo civil. A saber. 
“Parágrafo único, Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, 
não perdendo, contudo, o caráter possessório”. Assim, mesmo sendo uma ação 
ajuizada pelo rito comum, esta não deixará de ter a característica de ação 
possessória. 
O artigo 559 decide que, deferida a liminar de reintegração ou de 
manutenção na posse, e comprovando pelo réu que o autor carece de idoneidade 
financeira para, no caso de sucumbência, caso a demanda seja julgada 
improcedente responder por perdas e danos, deverá o réu prestar caução, real ou 
fidejussória, obrigada a depositar a coisa litigiosa, lembrada a impossibilidade da 
parte de maneira econômica hipossuficiente. 
Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente 
mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no 
caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á 
o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob 
pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da 
parte economicamente hipossuficiente. 
Por meio da análise de tal artigo, podemos observar claramente que o 
réu terá garantido um resultado satisfatório ao requerer caução, real ou fidejussória, 
caso em que não carecerá de depósito da coisa por parte do autor em se tratando 
de hipossuficiência financeira. 
1.2 Aspectos da manutenção e da reintegração de posse 
A ação de manutenção na posse visa proteger o possuidor que tem o 
seu exercício da posse dificultado por atos materiais do ofensor denominados de 
atos de turbação. Neste caso, o possuidor não perde a disposição física sobre o 
 
 14 
 
 
bem. Trata-se, portanto, de uma ofensa de menor intensidade em relação ao 
esbulho. 
Cabe ação de reintegração de posse quando o possuidor é esbulhado 
do bem possuído, tal fato ocorre quando prática esta denominada esbulho. 
Os artigos 560 a 564 atribuem faculdades ao julgador para deferir, sem 
ouvir o réu, a liminar pleiteada ou, caso perceba indispensável, marcar audiência de 
justificação para que o autor justifique suas argumentações, necessitando o réu ser 
citado para apresentar-se na audiência. Conforme citação dos referidos artigos 
abaixo. 
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
turbação e reintegrado em caso de esbulho. 
Art. 561. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a 
perda da posse, na ação de reintegração. 
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída,o juiz deferirá, 
sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de 
reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente 
o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. 
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será 
deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos 
respectivos representantes judiciais. 
Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir 
mandado de manutenção ou de reintegração. 
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de 
reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação 
do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. 
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para 
contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a 
medida liminar. 
Lembrando que nos citados artigos acima, o parágrafo único do artigo 
62, contra as pessoas jurídicas de direito público, não se permite que seja deferida a 
manutenção ou reintegração de posse sem a devida audiência com os seus 
respectivos representantes judiciais. 
O artigo 565 determina que nos litígios coletivos em que o esbulho ou 
turbação tenha ocorrido há mais de ano e um dia, o juiz, antes de contemplar o 
 
 15 
 
 
pedido de permissão de medida liminar, marcará audiência de mediação no prazo de 
trinta dias. 
Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a 
turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o 
juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá 
designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que 
observará o disposto nos §§ 2o e 4o. 
Assim, precisará indicar audiência de mediação, a concretizar em até 
30 dias. 
Ademais, o § 1o prescreve que caso concedido a liminar, se essa não 
for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, competirá ao 
julgador marcar audiência de mediação, adotando o disposto nos parágrafos 
ulteriores. A saber. “§ 1o Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo 
de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de 
mediação, nos termos dos §§ 2o a 4o deste artigo”. Isso significa que a 
concretização de audiência de mediação sobrevém de uma ação imprescindível 
quando versar de litígio coletivo pela posse. 
Também o Ministério Público ficará citado para intervir, comparecer, à 
audiência de mediação, e a Defensoria Pública será também intimada sempre que 
houver parte beneficiária da gratuidade da justiça, na forma do parágrafo segundo 
do código de processo civil, como visto a seguir. “§ 2o O Ministério Público será 
intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre 
que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça”. Assim, imprescindível a 
intervenção, presença do ministério público e da defensoria pública, cada qual com 
sua missão. 
Não devemos esquecer que há a previsão expressa da realização de 
inspeção judicial pelo julgador, que poderá aparecer no local do objeto em questão 
caso necessária sua presença para a concretização de tutela jurisdicional. Conforme 
o parágrafo 3º do código de processo civil, a saber. “§ 3o O juiz poderá comparecer 
à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da 
tutela jurisdicional”. Percebeu-se na referida citação que o julgador poderá 
comparecer à área objeto do litígio, o que não é uma obrigação. 
Portanto, o § 4° do aludido artigo determina que os órgãos 
responsáveis pela política agrária e política urbana da União, Estados, Distrito 
 
 16 
 
 
Federal e Municípios aonde se posicione a área objeto do litígio poderão ser 
notificados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse na causa 
e a existência de possibilidade de solução do conflito possessório, conforme 
positivado na citação a seguir. 
§ 4o Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da 
União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área 
objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se 
manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de 
possibilidade de solução para o conflito possessório. 
Assim, os órgãos públicos necessariamente estarão presentes nos 
procedimentos judiciais referentes ações possessórias. 
1.3 Aspectos do interdito proibitório 
Por fim, cabe salientar que existe também a ação possessória 
chamada de interdito proibitório, e é cabível quando o legítimo possuidor do bem 
sofre uma ameaça de turbação ou de esbulho. Ou seja, embora tais atos de 
turbação ou esbulho não tenham sido praticados o ofensor se encontra na iminência 
de levá-los a efeitos. Nesse sentido escreve Manoel Maria Antunes de Melo, (2016, 
P306 e 307). 
Enquanto as ações de manutenção e de reintegração estão voltadas para o 
passado, tendo por pressuposto uma lesão à posse já consumada no 
tempo, o interdito proibitório dirige-se para o futuro, prevenindo a 
consumação de uma ameaça, protegendo, assim, a posse ainda não 
turbada ou esbulhada, mas que esteja na iminência de o ser. 
Trata-se, in casu, de espécie de tutela inibitória, estatuída em consonância 
com a garantia constitucional de proteção jurisdicional não apenas ao direito 
já violado, mas também àquele exposto ameaçado de lesão (artigo 5º, inc. 
XXXV, da CF1988). 
Assim, o possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser 
molestado na posse, poderá requerer ao juiz que o proteja da turbação ou 
esbulho iminente, mediante mandato proibitório, em que se comine ao réu 
determinada pena pecuniária, caso transgrida o preceito ( NCPC, art. 567). 
Ressalte-se que o justo receio não decorre de mera conjectura ou 
possibilidade. A atuação jurisdicional só se justifica se o réu externar atos 
concretos, indicativos da intenção de molestar a posse alheia. Não são 
suficientes, portanto, meras suposições ou simples temores do possuidor, 
sem apoio em dados concretos aferíveis pelo juiz. 
A ação, no caso, é sempre de força nova, pois a própria citação tem a 
potencialidade de impedir a prática do ato que se teme seja adotado pelo 
réu em detrimento do autor. 
Observa na citação acima que a ação de interdito proibitório trata de 
uma lesão que está para acontecer, de uma espécie de tutela inibitória, proteção do 
 
 17 
 
 
bem jurídico, presunções reais por parte do autor e que sempre se trata de uma 
ação de força nova. 
2. CONCEITO 
Em princípio nada mais oportuno do que iniciarmos com as definições 
das ações possessórias e possuidor, definições estas que não são estáticas levando 
em consideração que tais definições se alteram conforme o entendimento 
doutrinário. 
As ações possessórias, ações de procedimento especial, tratadas no 
código de processo civil brasileiro pelos artigos 554 a 568 servem para proteger a 
posse, caso em que a posse não deverá ser confundida com a propriedade. 
 
 
2.1 Ações possessórias 
 
Possessórias são as ações que tendem a garantir a posse, 
independentemente de qual direito legítimo traga determinado motivo. Esse direito 
legítimo é resguardado por meio das chamadas ações petitórias, ou seja, direito que 
têm a propriedade ou outro direito real como fundamento. Nas palavras de Daniel 
Amorim Assumpção Neves, (2016, P847), percebeu-se um conceito de ações 
possessórias, mesmo que no sentido de identificação de uma e outras. 
A ação possessória adequada ao caso concreto depende da espécie de 
agressão cometida pelo sujeito que deve figurar no polo passivo da 
demanda. Ocorrendo o esbulho, entendidocomo a perda da posse, caberá 
ação de reintegração de posse; ocorrendo a turbação, entendida como 
perda parcial da posse (limitações em seu pleno exercício), caberá à 
manutenção de posse; ocorrendo a ameaça de efetiva ofensa à posse, 
caberá o interdito proibitório. Nem é fácil a distinção entre as diferentes 
espécies de moléstia à posse, em especial entre o esbulho e a turbação, o 
que, entretanto, não gera problemas concretos em virtude da fungibilidade 
das tutelas possessórias prevista pelo art. 554 do novo CPC. 
Diante disso, por meio da análise de tal exposição conceitual, podemos 
observar claramente que as ações possessórias evidenciam a partir do interesse de 
defesa da posse. 
A legislação processual civil em seu artigo 558 dispõe que em sendo 
proposta a possessória dentro de ano e dia, ficará gerida pelo procedimento 
especial. A saber. “Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de 
 
 18 
 
 
reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for 
proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial”. 
Assim, definida como posse de força nova durante este prazo. 
Ao passo que ultrapassado o tempo de ano e dia, a característica é de 
força velha. Aí sim, adota-se o procedimento comum, na forma do parágrafo único 
do aludido artigo 558, conforme citação adiante. “Parágrafo único. Passado o prazo 
referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter 
possessório”. Portanto, adota-se o procedimento comum e tal ação determinada 
como ação de força velha. 
2.2 Possuidor 
 
. A legislação civil brasileira é quem traz um conceito de possuidor por 
meio do seu artigo 1196. Vale destacar citação do referido artigo. “Art. 1.196. 
Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de 
algum dos poderes inerentes à propriedade”. Assim, conforme disposição no referido 
artigo do Código Civil, entende-se como um conceito de possuidor, conceito este 
percebido como uma imposição. 
 
 
3. CARACTERÍSTICAS DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS 
3.1 Princípio da fungibilidade 
 
É possível a aplicação do princípio da fungibilidade nas ações 
possessórias, caso em que o julgador não poderá deixar de apreciar o pedido ao 
analisar uma ação de reintegração de posse que se adequa quando a situação é de 
esbulho e deferir um pedido característico da turbação típica de uma ação de 
manutenção de posse. Visto claramente em caso de ameaça de turbação ou de 
esbulho que a ação cabível é o interdito proibitório não há que se deixar de exigir um 
tratamento especificamente do desforço imediato. Ou seja, quando o autor propõe 
uma ação possessória em vês de outra não impedirá que o juiz conheça o pedido de 
quaisquer umas daquelas e defira uma proteção legal que se adeque a esta desde 
que provados os pressupostos, na forma do artigo 554 caput, do código de processo 
civil. 
 
 19 
 
 
Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não 
obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal 
correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.
 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm, em 07 de junho de 2017. 
Assim, se aproveita a fungibilidade em meio às tutelas possessórias, o 
que permite ao julgador conferir uma tutela possessória diferente da que é 
demandada pelo autor. 
Renato Montans de Sá explica em seu livro manual de direito 
processual civil, (2016, P612) que uma ação possessória sofre alteração no curso da 
demanda e detalha como ocorre o procedimento da fungibilidade quando da 
propositura de uma ação em vez de outra, conforme citação abaixo. 
As ações possessórias são fungíveis entre si. Por outras palavras, o pedido 
de tutela possessória, se equivocado, não impede que seja apreciado. A 
fungibilidade decorre do fato de que as formas de agressão à posse, em se 
tratando de fenômeno circunstancial, podem sofrer alteração no curso da 
demanda. Note-se ser perfeitamente possível que, ocorrendo turbação (e, 
portanto, em sendo ajuizada ação de manutenção de posse), o demandado 
cometa esbulho; agressão esta que reclama outra espécie de proteção 
possessória. 
Sendo assim, se percebeu que é tranquilo o entendimento entre 
legislação e doutrinadores quanto a característica fungibilidade nas ações 
possessórias. 
3.2 Cumulação de pedidos 
 
O código de processo civil estabelece que seja permitido ao autor, no 
procedimento especial da ação possessória, colocar, em sua peça inaugural, afora 
do pedido possessório, o pedido de condenação em perdas e danos, imposição de 
pena para o caso de nova turbação ou esbulho e desfazimento de construção ou 
plantação em detrimento de sua posse, nos termos do artigo 555 e incisos, e 
também do seu parágrafo único e inciso da legislação civil brasileira. A saber. 
Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: 
I - condenação em perdas e danos; 
II - indenização dos frutos. 
 
 20 
 
 
Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida 
necessária e adequada para: 
I - evitar nova turbação ou esbulho; 
II - cumprir-se a tutela provisória ou final. 
No caso em tela, inequívoca a cumulação dos pedidos e o afastamento 
de uma possível reincidência por parte do réu ou do autor. 
Ademais, nesse sentido escreve Daniel Amorim Assumpção Neves, 
(2016, P853), conforme citação abaixo. 
Deve ficar claro, entretanto, que as medidas necessárias e adequadas que 
dependem de pedido do autor para serem concedidas são voltadas a evitar 
uma nova agressão possessória, porque para aquela versada na própria 
ação possessória tais medidas serão aplicadas de ofício pelo juiz para 
efetivar sua decisão, provisória ou definitiva. Assim, as medidas adequadas 
que dependem de pedido expresso do autor não tem como objetivo 
pressionar psicologicamente o réu a cumprir a obrigação reconhecida em 
sentença, mas sim convencê-lo a não praticar novos atos de agressão 
possessória. Nesse caso, a imposição de uma eventual multa não tem 
natureza executiva, porque não tem como função satisfazer direito. Entendo 
que, nesse caso, a multa tem natureza sancionatória em razão de prática de 
eventual e futuro ato ilícito, sendo a pressão psicológica gerada apenas 
reflexamente. 
Portanto, o autor tece, nesse sentido, um comentário explicativo em 
torno deste tema. 
. 
3.3 Natureza dúplice das ações possessórias 
 
Ação de natureza dúplice se evidencia quando o réu, na contestação, 
alegar que foi ofendido e demandar proteção e indenização em face do autor, na 
forma do artigo 556 do código de processo civil. Portanto, vejamos. “Art. 556. É lícito 
ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a 
proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do 
esbulho cometido pelo autor”. Sendo assim se entendeu um contra ataque do réu 
em face do autor. 
Segundo entendimento de Daniel Amorim Assumpção Neves, (2016, 
P849), com a defesa fundamentada que constrói a própria contestação já caracteriza 
o pedido de improcedência da demanda do autor, o que torna a ação de natureza 
dúplice, conforme citado abaixo. A saber. 
 
 21 
 
 
Conforme ensina a melhor doutrina, sempre que inexistir essa 
predeterminação das legitimações, de forma que qualquer dos sujeitos 
envolvidos na relação jurídica material conflituosa possa ser o autor da 
demanda judicial, a ação será dúplice. A conclusão é que na ação dúplice 
não existe qualquer necessidade de o réu formular expressamente pedido 
contra o autor, já que pela própria natureza do direito material debatido, a 
improcedência do pedidolevará o réu à obtenção do bem da vida discutido. 
Com esse entendimento, penso não ser a contestação das ações dúplices 
formada por duas “partes” distintas, em que de forma separada o réu se 
defende (contestação genuína) e em outro momento ataca (pedido com 
caráter reconvencional). Nas ações dúplices, a defesa propriamente dita é 
que, se acolhida, entregará automaticamente o bem da vida ao réu, sem a 
necessidade de pedido expresso e sem a preocupação com eventual 
afronta ao princípio da inércia da jurisdição. Conclui-se que na ação dúplice, 
tal pedido, mais do que necessário, será incabível. 
Por tudo que foi citado acima, compreende-se não se tratar de uma 
reconvenção, mas de uma mera defesa pelo réu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 
 
4. ESPÉCIES DE AÇÕES POSSESSÓRIAS 
São três as ações possessórias, chamadas de interditos possessórios, 
quais sejam: as ações de reintegração de posse, de manutenção de posse e 
interdito proibitório. Caberá a ação de reintegração de posse quando houver esbulho 
à posse, ou seja, perda total da posse, motivo pelo qual o titular terá direito a ser 
reintegrado. Tem cabimento para a ação de manutenção de posse quando tiver a 
posse turbação, ou seja, quando houver um bloqueio ao exercício integral da posse 
pelo possuidor. Agora, o interdito proibitório necessitará ser proposto quando houver 
ameaça à posse, uma ousadia urgente, consistir em esbulho ou turbação. 
As ações possessórias estão definidas nos Artigos 554 e seguintes do 
Código de Processo Civil que entrou em vigou no dia 16 de março de 2016, e como 
para cada ação possessória existe uma lesão correspondente, passemos a 
apresentar cada uma das espécies. 
4.1 Ação de reintegração de posse 
A ação de reintegração de posse é uma espécie cabível quando o 
possuidor é privado do bem possuído, ou seja, ele é completamente afastado do 
bem, denominado esbulho. Esta espécie de ação possessória é aquela adequada 
para a proteção da posse quando esta é molestada injustamente, esbulhada através 
de violência, clandestinidade ou precariedade. Está prevista no artigo 560 do Código 
de Processo Civil e visa o restabelecimento da posse pelo seu possuidor fazendo 
cessar o esbulho, conforme citação do dispositivo legal adiante. “Art. 560. O 
possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em 
caso de esbulho”. Portanto, a intensidade da agressão à posse é que irá determinar 
qual ação adequada. 
4.2 Ação de manutenção de posse 
A ação de manutenção na posse tem como objetivo a proteção do 
possuidor contra atos materiais advindos do ofensor, denominados de atos de 
turbação, entretanto, o possuidor não perde a disposição física que tem sobre o 
bem, a turbação se caracteriza por ser uma ofensa de menor intensidade em relação 
ao esbulho, caso em que, no caso de turbação, não houve a perda da posse, 
apenas limitação de sua posse, nos termos do artigo 560, do código de processo 
civil, A saber. “Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de 
 
 23 
 
 
turbação e reintegrado em caso de esbulho”. Assim, nos termos do artigo citado 
anteriormente, parte inicial, a ação de manutenção de posse tem o seu devido 
cabimento. 
4.3 Ação de interdito proibitório 
Agora, em se tratando da terceira, ultima, não menos importante, a 
espécie interdito proibitório, que é uma ação preventiva e cabível quando o legítimo 
possuidor do bem sofre uma ameaça de turbação ou de esbulho e considerando a 
não consumação de tais ameaças. O ofensor se encontra advertido de sofrer as 
consequências da invasão que executa em detrimento do possuidor, não sendo 
suficiente que o possuidor apenas desconfie, é necessário que o ofensor demonstre 
a possibilidade de uma possível agressão à sua posse, é o que define o artigo 567, 
do código de processo civil na citação que segue logo abaixo. 
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser 
molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou 
esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu 
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. 
Portanto, percebeu-se na referida citação que a ação de interdito 
proibitório não pode fundar-se em receio puramente subjetivo, necessitando ser 
assinalado a partir de elementos objetivos, e ainda pode ser requerida para evitar 
que se repitam atos de agressão a posse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 24 
 
 
5 MODELOS DE AÇÕES POSSESSÓRIAS E CONTESTAÇÃO A AÇÃO 
POSSESSÓRIA 
Na petição inicial da ação possessória, nos termos do artigo 561 e 
incisos do código de processo civil, o autor da ação deve indicar e provar, com os 
meios de que dispuser, a sua posse, a turbação ou o esbulho praticado pelo réu, a 
data da turbação ou do esbulho e a continuação da posse, embora turbada, na ação 
de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração. Veja o que diz o 
artigo e seus incisos. 
Art. 561. Incumbe ao autor provar: 
I - a sua posse; 
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; 
III - a data da turbação ou do esbulho; 
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a 
perda da posse, na ação de reintegração. 
Tanto na manutenção, quanto na reintegração de posse, o magistrado 
poderá deferir a proteção liminar, inaudita altera parte, com a expedição do 
mandado liminar, no teor do artigo 562, do código de processo civil. Como descrito 
na citação abaixo. 
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, 
sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de 
reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente 
o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada. 
Viu-se na citação acima que estando pronta a peça, formada nos 
devidos moldes, o julgador expedirá o mandado liminar, caso contrário, decidirá que 
o autor explique antecipadamente o afirmado. Daí o julgador chama o réu para 
aparecer em audiência marcada. 
 Aplica-se o interdito proibitório o procedimento da manutenção ou 
reintegração de posse, nos termos do artigo 568, do código de processo civil, a 
saber. “Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste 
Capítulo”. Isso porque, a seção II deste capítulo, como se refere tal artigo, positivado 
pelo artigo 560 até 566 do código de processo civil cuidam de assuntos 
possessórios. 
 
 25 
 
 
Conferido ou não o mandado liminar de manutenção ou de 
reintegração de posse o réu tem um prazo de quinze dias para contestar, lembrando 
que sendo necessária justificação prévia, o prazo se conta da intimação da decisão. 
Veja abaixo. 
Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de 
reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação 
do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. 
Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para 
contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a 
medida liminar. 
Percebeu-se que a contestação tem lugar próprio nas ações 
possessórias. 
5.1 Modelo de ação de reintegração de posse 
 
Modelo de Petição de Ação de Reintegração 
de Posse, nos moldes no Novo CPC 
 
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE 
DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE _____. 
 
 
 
 
(espaço de 10 linhas) 
 
 
(NOME DO AUTOR), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), 
inscrito no CPF sob o nº XXXXXXXXX, RG nº XXXXXX, residente e 
 
 26 
 
 
domiciliado na XXXXXXXXX, nº XXXX,Bairro XXXXXXX, (cidade), 
(estado), vem, respeitosamente, por sua advogada que esta 
subscreve, propor a presente 
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE CUMULADA COM 
PERDAS E DANOS 
com fulcro nos artigos 554 e seguintes do Novo Código de 
Processo Civil, em face de (NOME DO RÉU), (nacionalidade), 
(estado civil), (profissão), portador(a) da carteira de identidade nº 
XXXXXX e do CPF nº XXXXXXX, residente e domiciliado(a) na 
XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXX, (cidade), (estado), pelos 
fatos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
De acordo com a cópia da certidão da matrícula anexa, o autor é 
proprietário e possuidor indireto do imóvel localizado na Rua na 
XXXXXXXXX, nº XXXX, Bairro XXXXXXX, nesta Comarca. 
Nessa qualidade, emprestou gratuitamente o imóvel ao réu, tendo, 
assim, celebrado contrato de comodato por prazo indeterminado no 
dia XX/XX/XXXX, conforme documento anexo. 
Cumpre assinalar que nesse contrato ficou convencionado que: 
“Na hipótese de o comodante necessitar do imóvel ora dado em comodato 
para qualquer fim, o comodatário será previamente notificado dessa 
intenção, com prazo de 30 (trinta) dias para desocupação do imóvel, 
obrigando-se o comodatário e seus familiares a restituir o imóvel em 
perfeito estado de conservação, higiene e habitabilidade, inteiramente 
livre e desembaraçado de pessoas e coisas em perfeito estado de 
conservação e uso, tal como está recebendo, sob pena de responder por 
perdas e danos.” 
O autor promoveu notificação do réu, em XX/XX/XXXX, visando à 
rescisão do comodato, assegurando ao comodatário o prazo de 30 
(trinta) dias para desocupação voluntária, nos termos do contrato. 
Apesar disso, e não obstante as insistentes tentativas do autor que, 
sem sucesso, tentou amigavelmente fazer com que o réu restituísse 
o imóvel emprestado, a verdade é que este permanece irredutível, 
negando-se a devolver a posse ao autor. 
Sendo assim, em XX/XX/XXXX, o autor, constituiu o réu em mora, 
tendo notificado para que desocupasse o imóvel no prazo de 30 
(trinta) dias, conforme demonstrado no documento anexo. 
 
 27 
 
 
Entretanto, decorrido o prazo concedido, quedando-se inerte, o réu 
não desocupou o imóvel que, diante da sua permanência, passou a 
caracterizar-se esbulho possessório. 
Portanto, a partir do prazo concedido a posse do réu passou a ser 
viciada, precária e não restou alternativa ao autor senão ingressar 
com a presente ação. 
 
DO DIREITO 
Dispõe o artigo 1.210 do Código Civil, que o possuidor tem o direito 
à reintegração no caso de esbulho, inclusive liminarmente, 
conforme disposto nos artigos 558 e 562 do Novo Código de 
Processo Civil e, mais adiante, o artigo 555, I, do Novo CPC, 
permite ao autor cumular ao pedido possessório o de perdas e 
danos. 
Por outro lado, tratando-se de comodato, o artigo 582 do Código 
Civil preceitua que “O comodatário constituído em mora, além de 
por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel da coisa que for 
arbitrado pelo comodante”. 
Confira-se jurisprudência do TJ/RJ sobre a matéria, in verbis: 
“CONTRATO DE COMODATO. NATUREZA. FORMA EXPRESSA 
OU VERBAL.EXTINÇÃO. NOTIFICAÇÃO. RECUSA A DEVOLUÇÃO 
DO IMÓVEL. ESBULHO.REINTEGRAÇÃO DE POSSE. O comodato é 
um contrato celebrado intuito personae, ou seja, em consideração à figura 
das partes que o pactuam. À medida que traduz um verdadeiro e 
desinteressado favorecimento pessoal, constitui, sempre, um ajuste 
temporário, quer por prazo expresso ou presumível (art. 581 do Código 
Civil), não admitindo a ordem jurídica a eternização de uma obrigação 
motivada por princípios superiores (benemerência e caridade) de quem 
empresta seu próprio imóvel a terceiros, sem exigir nada em troca. 
Precedentes do STJ. No comodato a posse é transmitida a título 
provisório, de modo que os comodatários adquirem a posse precária, 
sendo obrigados a devolvê-la tão logo o comodante reclame a coisa de 
volta. De fato, com a notificação extrajudicial, extingue-se o comodato, 
transformando-se a posse anteriormente justa, em injusta, em virtude da 
recusa de devolução do imóvel após o transcurso do lapso temporal 
estipulado. No caso, com a morte do comodante, a posse e a propriedade 
do bem passam aos sucessores, que não estão obrigados a manter o 
 
 28 
 
 
comodato. Afinal, a utilização privativa de um bem integrante do espólio 
por um dos herdeiros só é possível mediante autorização do inventariante 
e, assim, a notificação feita, no caso vertente que foi feita pela 
inventariante, regularmente nomeada (fl. 11), põe termo ao comodato até 
então regular. A necessidade de retomada do imóvel caracteriza o 
esbulho, bem como os demais requisitos previstos no art. 927, do Código 
de Processo Civil, o que conduz à procedência da pretensão de 
reintegração de posse. Sentença mantida. Recurso a que se nega 
seguimento.” 
TJRJ – 3ª Câmara Cível – Apelação Cível n.º 0004945-29.2009.8.19.0028 
– Relator: Des. MARIO ASSIS GONÇALVES – Julgamento: 20/12/2011. 
(Grifou-se) 
 
APELAÇÃO. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. EXTINÇÃO DE 
COMODATO ESCRITO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. 
RECUSA DOS DEMANDADOS EM PROCEDER À DEVOLUÇÃO DO 
IMÓVEL. ESBULHO CARACTERIZADO. Sentença de procedência com 
a rescisão do contrato de comodato firmado entre as partes, e condenação 
dos réus ao pagamento de aluguel de R$300,00 (trezentos reais) por mês 
de retardamento na entrega do imóvel. Apelação dos demandados 
alegando a nulidade do decisum, e, quanto ao mérito, postulando A 
improcedência do pedido autoral. Ausência de amparo ao recurso. 
Precedentes a autorizar a aplicação do art. 557 caput DO CPC. NÃO 
SEGUIMENTO DO RECURSO. 1. Pretensão autoral visando à 
reintegração na posse do imóvel objeto de contrato de comodato firmado 
com os réus. 2. Sentença de procedência com a rescisão do contrato de 
comodato firmado entre as partes, condenando os réus no pagamento de 
aluguel de R$300,00 (trezentos reais) por mês de retardamento na entrega 
do imóvel. 3. Apelação interposta pelos demandados, pretendendo a 
anulação do julgado, e, quanto ao mérito, a improcedência do pedido 
autoral. 4. Inocorrência de cerceamento de defesa, porquanto 
desnecessária a produção de provas orais, sendo o Juiz, a teor do art. 130 
do CPC, o destinatário direto da prova, por intermédio da qual forma 
livremente seu convencimento, de acordo com o sistema da persuasão 
racional, adotado por nosso Direito Processual Civil. REJEIÇÃO DA 
PRELIMINAR. 5. Ação cujo objeto é a posse, matéria de fato, não sendo 
condição da ação possessória a prova da propriedade. Documentação 
apresentada pela parte autora que comprova sua legitimidade ativa. 
REJEIÇÃO DA PRELIMINAR. 6. Ocorrendo a notificação dos réus para 
devolução do imóvel objeto do contrato de comodato, e não procedendo os 
 
 29 
 
 
comodatários à entrega voluntária do bem, caracteriza-se o esbulho a 
legitimar a reintegração do autor na posse do bem, com o arbitramento de 
alugueres pelo tempo de retardo na entrega do imóvel, a teor do art. 582 
do Código Civil. 7. Precedentes a autorizar o julgamento monocrático do 
recurso, com fulcro no art. 557 caput do CPC. NÃO SEGUIMENTO DO 
RECURSO. 
TJRJ – 4ª Câmara Cível – Apelação Cível n.º 0011056-51.2002.8.19.0003 
– Relator: Des. SIDNEY HARTUNG – Julgamento: 04/07/2014. 
O Novo Código de Processo Civil determina, no artigo 560, que o 
possuidor tem o direito a ser reintegrado em caso de esbulho e, 
antes, defere, no artigo 555, I, a possibilidade de cumulação do 
pedido possessório com indenização por perdas e danos. 
É sabido que é necessário que haja comprovação, por parte do 
autor, dos requisitos constantes do artigo 561 do Novo CPC. Certo 
é, Excelência, que o primeiro requisito para o aforamento de ação 
de reintegraçãoé a prova da posse, conforme dispõe o inciso I, do 
artigo 561, Novo Código de Processo Civil. 
Nesse sentido, resta inequivocamente provada a posse indireta do 
imóvel, pelo autor, em virtude do contrato de comodato, além da 
própria certidão da matrícula do imóvel, vez que a posse é a 
exteriorização do domínio. 
O autor cedeu a posse direta em face do contrato de comodato, 
que agora busca recuperar. 
Os demais requisitos para a ação são o esbulho praticado pelo réu 
e sua data, para que se fixe o prazo de ano e dia a ensejar o rito 
especial dos artigos 560 a 568 do Novo Código de Processo Civil, 
tudo nos termos do artigo 561, incisos II a IV, do mesmo diploma 
legal. 
Com efeito, o autor foi esbulhado da posse com abuso de 
confiança, pois no XX/XX/XXXX, o réu foi devidamente constituído 
em mora, com prazo de 30 (trinta) dias para desocupação do 
imóvel e, não o fazendo, praticou esbulho, vez que sua posse, 
antes justa, passou a ser injusta pelo vício da precariedade a partir 
do dia XX/XX/XXXX. 
Bem evidencia Cristiano Chaves, “Posse precária: resulta do abuso 
de confiança do possuidor que indevidamente retém a coisa além 
 
 30 
 
 
do prazo avençado para o término da relação jurídica de direito real 
ou obrigacional que originou a posse.”(FARIAS, Cristiano Chaves 
de; ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil. Vol 5 (Direitos 
Reais) 11º Ed, Editora Atlas. 2015, p. 108) 
Como visto, restou demonstrado os requisitos, estando a presente 
exordial devidamente instruída, o autor faz jus a concessão 
liminar inaudita altera parte, da reintegração de posse do imóvel 
supracitado, conforme prevê o artigo 562 do Novo CPC. 
 
DOS PEDIDOS 
Ante o exposto, requer: 
a) deferida a liminar, determinando seja expedido mandado, 
concedido liminarmente, inaudita altera parte, a reintegração de 
posse do imóvel situado na Rua XXXXX; 
b) Subsidiariamente, caso Vossa Excelência entenda necessária a 
audiência de justificação nos termos da segunda parte do artigo 
562 do Novo Código de Processo Civil, requer o autor digne-se 
Vossa Excelência de considerar suficiente (art. 563 do Novo CPC), 
com a consequente expedição de mandado de reintegração de 
posse; 
c) Ainda subsidiariamente, caso Vossa Excelência não conceda 
liminarmente, requer o autor a procedência da presente ação com a 
consequente expedição do mandado de reintegração da posse, 
condenado o réu no pagamento das perdas e danos 
consubstanciadas no valor de R$ XXX por mês, à título de aluguel 
mensal pelo período em que permanecer no imóvel; 
d) ao final julgar procedente a presente ação, tornando definitiva a 
reintegração de posse, com a condenação do réu no pagamento, à 
titulo de indenização o valor mensal de RS XXXX correspondente 
ao aluguel, nos termos do artigo 582, do Código Civil, pelo período 
em que permanecer no imóvel; 
e) requer-se a citação do réu para, querendo, contestar a ação no 
prazo conforme artigo 564 do Novo CPC, 
oferecendo a defesa que tiver sob pena de confissão e efeitos da 
revelia (art. 344 do Novo CPC), bem como comparecer à audiência 
 
 31 
 
 
de justificação, nos termos do artigo 562, segunda parte, do Novo 
Código de Processo Civil, caso esta seja designada por Vossa 
Excelência; 
f) que seja o réu condenado ao pagamento além das custas, 
honorários de advogado que Vossa Excelência houver por bem 
arbitrar e demais ônus de sucumbência; 
g) Protesta o autor por provar o alegado através de todos os meios 
de prova em direito admitidos, especialmente pela produção de 
prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial, 
depoimento pessoal do réu sob pena de confissão, caso não 
compareça, ou, comparecendo, se negue a depor (art. 385, § 1º, do 
Novo CPC), inclusive em eventual audiência de justificação. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ XXXX. 
 
Nestes Termos. 
Pede Deferimento. 
 
Local e data. 
5.2 Modelo de ação de manutenção de posse 
 
Novo CPC - Ação de Manutenção de Posse 
c/c Pedido de Medida Liminar CPC/2015 
art 560 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE 
DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA CIDADE 
 
 
 
 
 32 
 
 
 
 
“Rito Especial” – Força nova – CPC, art 558, caput 
 
[ “Formula-se pedido de medida liminar”] 
 
 
 FAZENDA LADEIRA PRODUTOS ALIMENTÍCIOS 
LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com sua sede na 
Rua X, nº. 0000, Zona Rural, em Cidade (PP), inscrita no 
CNPJ (MF) sob o nº. 00.333.444/0001-55, com endereço 
eletrônico fazenda@fazenda.com.br, comparece, com o 
devido respeito à presença de Vossa Excelência, intermediada 
por seu mandatário ao final firmado -- instrumento 
procuratório acostado -- causídico inscrito na Ordem dos 
Advogados do Brasil, Seção do Ceará, sob o nº. 12345, com 
seu endereço profissional consignado no timbre desta petição, 
razão qual, em atendimento à diretriz do art. 77, inc. V c/c art. 
287, caput, um e outro do Código de Processo Civil, indica-o 
para as intimações necessárias, vem ajuizar, com fulcro nos 
art. 560 e segs. c/c art. 558, do Estatuto de Ritos e art. 1.210, 
do Código Civil, a presente 
 
AÇÃO DE MANUNTENÇÃO DE POSSE 
C/C 
“PLEITO COMINATÓRIO” E PEDIDO DE “MEDIDA 
LIMINAR” 
 
 
contra PEDRO DAS QUANTAS, solteiro, agricultor, 
residente e domiciliado no Sítio Londrina, s/n- Zona Rural – 
Cidade (PP), CEP nº. 22444-555, inscrito no CPF (MF) sob o 
nº. 333.444.555-66, endereço eletrônico desconhecido, em 
 
 33 
 
 
decorrência das justificativas de ordem fática e de direito 
abaixo delineadas. 
 
I – INTROITO 
 
( a ) Quanto à audiência de conciliação (CPC art. 319, inc. 
VII) 
 
 O Autor opta pela não realização de audiência conciliatória 
(CPC, art. 319, inc. VII). 
 
II – CONSIDERAÇÕES FÁTICAS 
 
A Autora é proprietária e possuidora do imóvel sito na Rua X, 
nº. 0000, Zona Rural, em Cidade (PP), objeto da matrícula de 
registro imobiliário nº. 3344. Referido bem fora adquirido em 
1998, ocasião em que a Promovente pagara, em moeda 
corrente nacional, a quantia de R$ 00.000,00 ( .x.x.x. ). 
Comprova-se a aquisição por meio da escritura pública e 
certidão de registro de imóvel, devidamente registrada em 
nome da Autora. (docs. 01/02) 
 
 Desde então a Autora mantém a posse e propriedade do 
referido bem, inclusive com pagamentos dos encargos 
tributários pertinentes ao mesmo. (docs. 03/09) 
 
 Com o material fotográfico ora acostado, também se 
demonstra que a Autora mantém atividade pecuária e de 
cultivo de caju. (docs. 10/17) 
 
 Demonstra-se, mais, que no situado endereço funciona, há 
anos, uma fábrica de extração da castanha de caju. (docs. 
18/22) 
 
 
 34 
 
 
 O Réu é confinante com a Autora desde 11/22/3333, onde 
passou a residir e realizar a criação de cabras para engorda e 
posterior venda. De logo, inserimos prova documental que 
comprovam a titularidade do imóvel confinante. (doc. 23) 
 
 Todavia, há alguns meses o Réu insiste em adentrar no 
imóvel pertencente à Autora, situação em que leva sua criação 
de animais para engorda em uma pastagem nos fundos do 
imóvel desta. É o que se depreende das fotos retiradas em 
várias ocasiões. Mais ainda, ata notarial com depoimentos de 
pessoas que atestam os fatos, estes presenciados pelo 
Tabelião, também aqui anexada. (docs. 24/31). Assim, 
constata-se que a última invasão se deu em 55/44/3333. 
 
 Em conta desse fato, a Autora notificou o Ré a interromper a 
invasão de suas terras, sob pena de sofrer ação judicial e pagar 
indenização pelos danos ocasionados. (doc. 32) 
 
 Contudo, decorrido o prazo concedido, o Réu quedou-se 
inerte, continuando, injustamente, a invadir oimóvel. 
 
Por tudo isso, não restou à Autora outra alternativa senão 
buscar seus direitos por meio da presente Ação de 
Reintegração de Posse. (CPC/2015, art. 17) 
 
III – DO DIREITO 
 
3.1. Da competência 
 
 Urge asseverar, primeiramente, que a Autora promove a 
presente ação no foro territorial competente, visto que o 
imóvel em liça se situa na Rua X, nº. 000, neste Município 
(CPC, art. 47). 
 
 
 35 
 
 
3.2. Do rito processual desta demanda 
 
 Destaca-se que a presente ação fora ajuizada no dia 
11/22/3333. De outro bordo, a notificação do Réu para 
interromper a invasão do imóvel – portanto, a turbação – 
ocorrera no dia 22/33/1111. (doc. 32) 
 
 O rito, destarte, é especial, uma vez que a ofensa ao direito 
da Autora ocorrera em menos de ano e dia (posse nova). 
 
 A propósito, vejamos os seguintes julgados: 
 
POSSESSÓRIA. 
Liminar. Suspensão de liminar em ação de reintegração de 
posse. Nulidade por falta de citação não verificada. Ingresso 
espontâneo dos agravantes aos autos. O Ministério Público se 
manifestou-se no sentido de não vislumbrar interesse e 
legitimidade da sua intervenção no caso. Art. 561 do NCPC. 
Presença de elementos que autorizam a medida liminar 
originária de reintegração de posse. Circunstâncias que 
apontam probabilidade de direito da agravada. A agravada é 
proprietária e antiga possuidora do imóvel. Comercialização 
ilegal dos lotes. Posse nova. Decisão mantida. Recurso não 
provido. (TJSP; AI 2138374-06.2016.8.26.0000; Ac. 9957160; 
Arujá; Vigésima Primeira Câmara de Direito Privado; Rel. 
Des. Maia da Rocha; Julg. 08/11/2016; DJESP 13/12/2016) 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. MEDIDA LIMINAR 
EM AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. POSSE 
DO AUTOR/RECORRIDO, ESBULHO, DATA DO 
ESBULHO COMPROVADOS. LEGITIMIDADE ATIVA 
E INTERESSE PROCESSUAL DO PROPRIETÁRIO DO 
IMÓVEL EM DEMANDAR EM JUÍZO A PROTEÇÃO 
POSSESSÓRIA. ATENÇÃO AOS REQUISITOS DOS 
 
 36 
 
 
ARTS. 561 E 562 DO NOVO CPC PARA AUTORIZAR A 
CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINAR. 
- a posse do recorrido sobre o imóvel é comprovada não 
apenas com o título de propriedade, que lhe assegura o direito 
de usar, gozar, fruir e dispor de um bem, assim como o de 
reavê-lo de quem quer que injustamente o estiver utilizando. - 
nos autos da ação de reintegração de posse, o autor 
demonstrou, que vem adimplindo os pagamentos anuais do 
imposto sobre a propriedade territorial urbana, exação do 
contribuinte que não apenas detém posse, mas, também, a 
propriedade imobiliária, como se verifica às fls. 34/38. - 
constata-se, ainda, mediante o cotejo de fotografias anexadas 
no processo originário (fls. 39/44), que as barracas fincadas no 
terreno demonstram posse nova, contemporânea ao boletim de 
ocorrência policial encartado à fl. 24, datado de 15/03/2016. - 
consta do processo que os agravantes invadiram o imóvel e se 
recusaram a desocupá-lo, prova esta que leva ao exercício de 
atos de posse do bem pelo recorrido. Recurso conhecido, mas 
desprovido. (TJCE; AI 0622948-83.2016.8.06.0000; Primeira 
Câmara Cível; Rel. Des. Paulo Airton Albuquerque Filho; 
DJCE 08/09/2016; Pág. 18) 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSO CIVIL. 
POSSESÓRIA. MANUTENÇÃO DE POSSE. PRESENÇA 
DOS REQUISITOS DO ART. 927 DO CPC. BOLETIM 
DE OCORRÊNCIA QUE COMPROVA A TURBAÇÃO. 
RECURSO PROVIDO. 
1 - Tratando-se de ação possessória de posse nova, o Art. 927 
do Código de Processo Civil elenca os requisitos necessários 
para a concessão da medida liminar pleiteada, cabendo ao 
autor provar: 1) a sua posse; 2) a turbação ou esbulho 
praticado pelo réu; 3) a data da turbação ou do esbulho; e 4) a 
continuação da posse, no caso de ação de manutenção; a perda 
da posse, na ação de reintegração. 2 - Acerca do valor 
 
 37 
 
 
probante do boletim de ocorrência de ocorrência policial, 
ressalto o entendimento do colendo Superior Tribunal de 
Justiça já exposto na decisão que deferiu a liminar vindicada, 
no sentido de que "para cálculo de indenização devida em 
decorrência de turbação ao direito de acesso e passagem de 
imóvel encravado, o termo final de sua contagem pode ser 
adotado o da ocorrência policial levada a efeito pelo 
prejudicado, dado que o boletim em causa goza de presunção 
de veracidade, a ser 'destruída' pela parte 'ex adversa'" (RESP 
809.479/RJ, Relator Ministro Fernando Gonçalves, Quarta 
Turma, julgado em 12-02-2008, DJ 25-02-2008, p. 324).3 - 
Recurso provido. (TJES; AI 0001726-50.2015.8.08.0045; 
Quarta Câmara Cível; Rel. Des. Manoel Alves Rabelo; Julg. 
14/03/2016; DJES 28/03/2016) 
 
 
3.3. Preenchimento dos requisitos da petição inicial 
 
3.3.1. Prova da posse – CPC, art. 561, inc. I 
 
 A Autora é proprietária e possuidora do imóvel sito na Rua 
X, nº. 0000, Zona Rural, em Londrina (PR), objeto da 
matrícula de registro imobiliário nº. 3344. Referido bem fora 
adquirido em 1998, momento no qual a Promovente pagara, 
em moeda corrente nacional, a quantia de R$ 00.000,00 ( 
.x.x.x. ), o que se comprova pela cópia da escritura pública e 
certidão de registro de imóvel, devidamente registrado em 
nome da Autora. (docs. 01/02) 
 
 Desde então a Autora mantém a posse e propriedade do 
referido bem, inclusive com os pagamentos dos encargos 
tributários pertinentes ao mesmo. (docs. 03/09) 
 
 
 38 
 
 
 Com o material fotográfico acostado, também se demonstra 
que a Autora mantém atividade pecuária e de cultivo de caju. 
(docs. 10/17) 
 
 De mais a mais, demonstra-se que no situado endereço 
funciona, há anos, uma fábrica de extração da castanha de 
caju. (docs. 18/22) 
 
 Dessa sorte, não há qualquer dúvida que a Autora seja 
possuidora direta do imóvel turbado. 
 
3.3.2. Da turbação praticada pelo Réu – CPC, art. 561, inc. II 
 
 O quadro fático em enfoque representa nítido ato de 
turbação, não de esbulho. É que, segundo melhor doutrina, na 
turbação, em que pese o ato molestador, o possuidor se 
conserva na posse do bem. Não é o caso, lógico. 
 
Sem maiores dificuldades, verificamos que a Ré pratica ato de 
turbação, como a propósito lecionam Cristiano Chaves de 
Farias e Nelson Rosenvald: 
 
 “Se o esbulho há efetiva privação do exercício direto da 
posse sobre a coisa, muitas vezes pode o possuidor ser 
perturbado ou severamente incomodado no exercício da posse, 
sem que tal agressão seja intensa o suficiente para excluí-lo do 
poder físico sobre o bem. O interdito da manutenção de posse 
pretende exatamente interromper a prática dos atos de 
turbação, impondo-se ao causador da moléstia a obrigação de 
abster-se da prática de atos contrários ao pleno exercício livre 
da posse do autor, garantindo a permanência do estado de 
fato. 
Daí que a distinção entre a reintegração de posse e a 
manutenção de posse se insere na intensidade da agressão, 
 
 39 
 
 
pois a turbação é menor ofensiva que o esbulho, eis que não 
priva o possuidor do poder fático sobre o bem. “(FARIAS, 
Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nélson. Direitos Reais. 
6ª Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, pp. 130-131) 
 
 
 A propósito, reza a Legislação Substantiva Civil que: 
 
 
CÓDIGO CIVIL 
Art. 1210 – O possuidor tem o direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação, restituído no de esbulho e segurado de 
violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 
 
 
Nesse sentido: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE 
REINTEGRAÇÃO DE POSSE C/C PEDIDO DE 
TUTELA ANTECIPADA. NÃO PREENCHIMENTO 
DOS REQUISITOS LEGAIS PARA CONCESSÃO 
ANTECIPADA DA LIMINAR POSSESSÓRIA.IMÓVEL 
OBJETO DE. DECISÃO QUE INDEFERIU O PLEITO 
AO ARGUMENTO DA AUSÊNCIA DE 
DEMONSTRAÇÃO DA PERDA DA POSSE. 
AGRAVANTE QUE NÃO DEMONSTROU A 
PRESENÇA DOS REQUISITOS INSCULPIDOS NO 
ARTIGO 561 DO NCPC/2015. PROVA DOCUMENTAL 
ACOSTADA QUE NÃO POSSUI FORÇA PROBATÓRIA 
SUFICIENTE PARA CONSTATAÇÃO DO ESBULHO 
POSSESSÓRIO. DECISÃO AGRAVADA QUE NÃO 
MERECE REFORMA. RECURSO CONHECIDO E 
IMPROVIDO. 
 
 40 
 
 
1. Para concessão da medida liminar de reintegração de posse 
contra esbulho ocorrido em menos de ano e dia, a legislação 
processual civil de regência exige a comprovação da posse, da 
existência da turbação ou esbulho e respectiva data, bem como 
a perda da posse (artigo 561, incisos I a IV, do NCPC/2015). 
2. Restou constatado pelo Juízo de planície a ausência de 
comprovação do esbulho mencionado na peça de ingresso, vez 
que a prova documental carreada aos autos não tem carga 
probatória apta a constatação do desaposso exigido para 
concessão da reintegração de posse em sede de liminar. 3. 
Pelo Conhecimento e Improvimento do recurso para manter a 
decisão de indeferimento da liminar possessória. (TJSE; AI 
201600716528; Ac. 24985/2016; Primeira Câmara Cível; Rel. 
Des. Ruy Pinheiro da Silva; Julg. 19/12/2016; DJSE 
11/01/2017) 
 
 
3.3.3. Da data da turbação – CPC, art. 561, inc. III 
 
 Temos que o Réu fora notificado na data de 11/22/3333 e, 
nesta notificação, frisou-se a data da última turbação, ou seja, 
em 55/33/1111. (doc. 32) Ademais, da ata notarial podemos 
extrair tais assertivas (CPC, art. 384). 
 
 Quanto à data para efeito de turbação, sob a égide das lições 
de Carlos Roberto Gonçalves, temos que: 
 
“ Quando reiterados os atos de turbação, sem que exista nexo 
de causalidade entre eles, a cada um pode corresponder uma 
ação, fluindo o prazo de ano e dia da data em que se verifica o 
respectivo ato. Examine-se exemplo ministrado por VICENTE 
RAÓ, citado por WASHINGTON DE BARROS 
MONTEIRO: „Um vizinho penetra na minha fazenda uma, 
duas, cinco vezes, a fim de extrair lenha. Cada um desses atos, 
 
 41 
 
 
isoladamente, ofende minha posse e contra cada um deles 
posso pedir manutenção. Suposto que decorrido haja o prazo 
de ano e dia a conta do primeiro ato turbativo, nem por isso 
perderei o direito de recorrer ao interdito, para me opor às 
turbações subsequentes, verificadas dentro do prazo legal.” 
. “(GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. 
São Paulo: Saraiva, 2006, vol. 5. Pág. 136) 
 
 
3.3.4. Da continuação da posse – CPC, art. 561, inc. IV 
 
 Todo o relato fático e, mais, a prova documental carreada 
com esta peça vestibular, indicam que a Autora ainda detém a 
posse do imóvel turbado, todavia sendo molestada pelo Réu 
em face das invasões perpetradas. 
 
3.4. Do pleito de medida liminar (CPC, art. 562, caput) 
 
A Autora faz jus à medida liminar de manutenção de posse 
inaudita altera parte. (CPC, art. 562, caput c/c 563) 
 
A presente peça vestibular se encontra devida instruída prova 
documental robusta, prova esta pertinente aos pressupostos 
estatuídos no art. 561 e seus incisos do Estatuto de Ritos. 
 
 Frise-se, mais, que na hipótese em vertente não há que se 
falar em periculum in mora. É que, como consabido, a 
hipótese não reclama pleito com função acautelatória. Pelo 
contrário, aqui se debruça acerca do direito objetivo material. 
 
 Nesse diapasão, provada a turbação e sua data (força nova), 
há de ser concedida a medida liminar, independentemente da 
oitiva preliminar da parte promovida. Não há que se falar, 
 
 42 
 
 
portanto, em ato discricionário quanto à concessão desta 
medida judicial. 
 
Nesse sentido: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE 
REINTEGRAÇÃO DE POSSE. BEM IMÓVEL. 
LIMINAR DEFERIDA E POSTERIORMENTE 
REVOGADA NA ORIGEM. PRESENÇA DOS 
REQUISITOS AUTORIZADORES PARA CONCESSÃO 
DA MEDIDA. 
1. O deferimento de medida liminar de reintegração de posse 
exige o preenchimento dos requisitos do artigo 927 do código 
de processo civil/73 (correspondente art. 561, CPC/2015), a 
saber: a) posse (anterior); b) turbação ou esbulho praticado 
pelo réu; c) prova da data da turbação ou do esbulho; e d) 
perda da posse. 2. No caso concreto, porquanto presentes os 
requisitos do referido artigo, deve ser mantida a ordem liminar 
de reintegração de posse. 3. Recurso conhecido e provido. 
Decisão reformada. (TJGO; AI 0241790-95.2016.8.09.0000; 
Aruana; Terceira Câmara Cível; Rel. Des. Gerson Santana 
Cintra; DJGO 19/12/2016; Pág. 64) 
 
 Destarte, pede-se seja deferida medida liminar de 
manutenção de posse no imóvel descrito nesta peça proemial, 
sem a outiva prévia da parte contrária, a ser cumprida por dois 
oficiais de justiça, facultando-lhes a utilização de força 
policial e ordem de arrombamento. 
 
Subsidiariamente (CPC, art. 326), caso assim não entenda 
Vossa Excelência, o que se diz apenas por argumentar, de já a 
Autora destaca o rol de testemunhas, na eventual hipótese de 
audiência prévia de justificação. (CPC, art 562, segunda parte) 
 
 
 43 
 
 
1) Fulano das Quantas, casado, corretor de imóveis, residente 
e domiciliado na Rua Xista, nº. 4455, em Cidade (PP); 
 
2) Beltrano das Quantas, casado, corretor de imóveis, 
residente e domiciliado na Rua Xista, nº. 4455, em Cidade 
(PP); 
 
Requer-se, ainda no importe do pleito subsidiário, a citação do 
Réu para comparecer à audiência de justificação (CPC/2015, 
art. 562, segunda parte) e a intimação das testemunhas 
também para essa finalidade processual e, ademais, uma vez 
provado o quadro fático ora narrado, de logo se pleiteia o 
deferimento da medida liminar de manutenção de posse. 
(CPC/2015, art. 563) 
 
3.5. Pedido cominatório de multa (CPC, art. 555, parágrafo 
único, inc. I) 
 Com a finalidade de se evitar novas turbações do Réu, a 
Autora pede que seja imposta ao mesmo a pena cominatória 
de R$ 1.000,00 (mil reais) por cada nova turbação 
constatada. 
 
IV – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
 
 
POSTO ISSO, 
estando a inicial devidamente instruída, a Autora solicita que 
Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências: 
 
a) Requer, após cumprida a medida liminar em ensejo, a 
citação da Ré para, no prazo de cinco dias, querendo, contestar 
a ação (CPC, art. 564); 
 
 
 44 
 
 
b) pede, mais, sejam julgados procedentes os pedidos 
formulados na presente querela, confirmando-se, por 
definitivo, a medida liminar antes conferida, e, com isso, 
manutenindo na posse a Autora, condenando a parte Ré a não 
fazer novas turbações, sob pena de pagamento de multa, por 
cada uma, no importe de R$ 1.000,00 (mil reais); 
 
c) pede, outrossim, seja o Réu condenado ao pagamento de 
honorários advocatícios e custas processuais, esses arbitrados 
no percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor do 
proveito econômico advindo à Autora (CPC, art. 85, § 2º); 
 
d) entende a Autora que o resultado da demanda prescinde de 
produção de provas, tendo em conta a prova documental 
colacionada aos autos. Todavia, ressalva a mesma que, caso 
esse não seja o entendimento de Vossa Excelência, protesta 
provar o alegado por todos os meios de prova em direito 
admitido, sobretudo com a oitiva das testemunhas ora 
arroladas, perícia, depoimento pessoal do Promovido, o que 
desde já requer. 
 
 Concede-se à causa o valor de R$ 00.000,00 (.x.x.x ), 
correspondente ao valor do imóvel em questão (CPC, art. 292, 
inc. III). 
 
 Respeitosamente, pede deferimento.Cidade, 00 de janeiro de 0000. 
 
 Fulano de Tal 
 Advogado – OAB 332211 
Por: Alberto Bezerra 
Código da Petição: PETITION-1122 
 
 
 45 
 
 
5.3 Modelo de ação de interdito proibitório 
 
Modelo de Inicial de Interdito 
Proibitório 
 
EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA 
DA COMARCA DE NIOAQUE/MS 
Distribuição por dependência aos autos nº - 
FLÁVIO JÚLIO, brasileiro, solteiro, engenheiro agrimensor, 
inscrito no CPF sob o nº ______ e RG _____, e FÁBIO FLÁVIO 
NUNCAMAIS, brasileiro, viúvo, aposentado, inscrito no CPF sob 
o nº _____ e RG ______, ambos residentes e domiciliados na 
Fazenda Riachão, na zona rural do Município de Nioaque/MS, vem 
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor 
AÇÃO DE INTERDITO PROIBITÓRIO C/C ANTECIPAÇÃO 
DE TUTELA 
em face de: 
JOÃO GALILEU GALILEI, brasileiro, casado, inscrito no CPF 
sob o nº ______ e RG – _______; e 
CARLOS CAROLINO, brasileiro, solteiro, inscrito no CPF sob o 
nº ______ e RG ______, 
Ambos podendo ser encontrados na estrada que dá acesso ao 
imóvel dos requerentes já situado nesta exordial, pelas razões de 
fato e de direito que serão minuciosamente expostas. 
I – DOS FATOS. 
Os requerentes detinham a posse e a propriedade mansa e pacífica 
do imóvel rural denominado “Fazenda Riachão”, no Município de 
Nioaque/RS, desde o ano de 1989 (escritura e certidão de registro 
de imóveis em anexo). 
A aproximadamente um ano e meio atrás os requeridos, que são 
líderes de um grupo de pessoas intituladas “sem-terra”, juntamente 
com Maria dos Santos, não mais unida ao grupo, promoveram a 
 
 46 
 
 
invasão do referido imóvel, expulsando os autores sob grave 
ameaça. 
Após a invasão os proprietários ajuizaram a ação de reintegração 
de posse de nº 0038.14.06225-8 em desfavor dos invasores, na 
qual obtiveram a liminar pleiteada. 
Decorrido o prazo da intimação da liminar, sem que os invasores 
deixassem a área, foi expedido mandado de reintegração de posse, 
o qual, cumprido, devolveu aos autores da demanda a posse do 
imóvel rural de sua propriedade. 
Contudo, no atual momento, quinze dias após o cumprimento da 
liminar, João Galileu Galilei e Carlos Carolino acampam, junto ao 
grupo, na estrada que dá acesso à Fazenda Riachão (fotografias em 
anexo). 
Os autores estão temerosos que o grupo de sem terra, que são 
useiros e vezeiros em fazer ameaças, venham, daqui para frente, 
turbar a posse ou até mesmo tentar um esbulho novamente, motivo 
pelo qual se justifica a presente demanda. 
II – DO DIREITO. 
A Lei Maior tratou de dispor no caput de seu artigo 5º os direitos 
basilares de qualquer pessoa, senão vejamos: 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos 
termos seguintes” (grifo nosso) 
Sob essa análise denota-se que os requerentes possuem ameaça de 
lesão a direitos fundamentais consagrados, que, ressalte-se, não 
seja apenas o da propriedade, que também dá ensejo a posse. 
É infringido o direito à liberdade dos autores, vez que se sentem 
ameaçados em deixar o imóvel, não só pela constante ameaça de 
invasão, mas também porque a passagem vem sendo fechada pelas 
 
 47 
 
 
pessoas que normalmente se recusam a deixar o automóvel dos 
requerentes passarem. 
Além do mais, não há segurança, vez que, assim como da outra vez 
que praticaram tal conduta, usaram de grave ameaça através do 
uso de armas brancas. 
Longe de haver entendimento divergente, já que a importância de 
se preservar direitos tão basilares é inquestionável, observamos 
que tais garantias são mais que simples normas, são Princípios 
Constitucionais, e que, se transgredidos trarão inimagináveis 
prejuízos de ordem material e moral aos autores. Além do mais a 
ameaça iminente de invasão nos aponta ao risco à integridade física 
dos requerentes. 
Cumprir asseverar ainda que o interdito proibitório é tutela, de 
nítida natureza inibitória, que objetiva evitar a concretização da 
ameaça de turbação ou esbulho na posse. Nesse sentido, a 
legislação civil e processual civil garante aos requerentes o direito 
de repelir, judicialmente, a iminente ameaça de invasão a sua 
fazenda pelos “sem terras”. Vejamos o que estabelece o Código Civil 
de 2002: 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse 
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado 
de violência iminente, se tiver justo receio de ser 
molestado. (grifo nosso) 
Como podemos notar do artigo anterior, não existe no caso 
concreto, sequer divergência normativa, vez que é plenamente 
assegurada a qualquer pessoa a posse e a propriedade de seu bem, 
cabendo reversão do ato contrário a cominação, caso esse direito 
seja transgredido. 
É importante ressaltar que não há motivos que justifiquem a 
invasão da propriedade, pois se trata de uma fazenda que cumpre a 
função social, produzindo riquezas, aproveitando, racionalmente os 
recursos naturais disponíveis, respeitando o meio ambiente, 
gerando emprego com carteira assinada, bem como adimplindo, 
religiosamente, os tributos. 
 
 48 
 
 
Percebe-se, portanto, o cumprimento das exigências 
constitucionais estabelecidas, simultaneamente, nos arts. 
Art. 5º, XXIII e art. 186, incisos I, II, III e IV, da CF/88, sendo 
insuscetível de desapropriação para fins de reforma agrária 
(art. 185, inciso II, CF/88). 
III – DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. 
Observa-se que além dos requisitos do art. 567 e 568 do CPC/15, o 
interdito proibitório reúne requisitos específicos para o seu 
ajuizamento, aplicando-se, subsidiariamente, o procedimento para 
manutenção e a reintegração de posse (art. 560 e seguintes). Senão 
vejamos os artigos na íntegra: 
Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo 
receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz 
que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante 
mandado proibitório em que se comine ao réu 
determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. 
Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na seção II 
deste capítulo. 
Reza ainda o artigo 560 do CPC/15 que o possuidor tem direito a 
ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de 
esbulho. Tomando pelos requisitos para a concessão da liminar, 
qual seja a posse e o justo receio de ser molestado, estes estão 
plenamente comprovados através das provas acostadas à inicial. 
Convém destacar, ainda, que a Constituição também garante aos 
cidadãos a inafastabilidade do Judiciário para apreciação de lesão 
ou ameaça de direito, tal como prega o inciso XXXV do mesmo 
artigo 5º: 
“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito.” (grifo nosso) 
Desta forma não há que ser esquivada a pretensão dos autores de 
terem a liminar pleiteada, vez que existe a iminente lesão e ameaça 
de direito. 
A jurisprudência não diverge ao tratar da imprescindibilidade da 
garantia ao proprietário contra a ameaça de esbulho ou turbação: 
TRF-4 - APELAÇÃO CIVEL AC 468 RS 1999.71.09.000468-1 (TRF-
4) 
Data de publicação: 28/08/2002 
 
 49 
 
 
Ementa: INTERDITO PROIBITÓRIO. AMEAÇA DE INVASÃO E 
BLOQUEIO DE RODOVIA FEDERAL. MST. PROVIMENTO. -
 Resta procedente a ação ainda que não se verifique 
efetivamente a turbação, posto que se espera do réu que 
não cumpra sua ameaça de turbação, sob pena de 
caracterizar descumprimento de ordem judicial. Apelações 
providas. (grifo nosso) 
Diante da comprovação da plausibilidade do direito dos 
requerentes, devidamente, atestada pela juntada de prova pré-
constituída, requer à Vossa Excelência, medida liminar com o 
objetivo de coibir

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