Buscar

ARQ_9a343d77-a080-49fa-8116-decc2385d6c9

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL IV 
EXECUÇÃO CIVIL e PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
(7º período – FASEC) 
Prof.ª Ramilla Cavalcante 
 
TEORIA GERAL DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
Um procedimento é especial por opção política, em que o legislador entende que 
determinada relação jurídica de direito material pode ser mais conveniente do que o 
procedimento comum, tornando-a mais simplificada, com características particulares 
– ex. dos Juizados Especiais Cíveis. 
Dividem-se em procedimentos especiais de jurisdição contenciosa e jurisdição 
voluntária. 
DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
Meio alternativo para que se libere o devedor da obrigação creditícia mediante o 
depósito (judicial ou bancário) do valor devido, a fim de se evitar a mora – forma 
indireta de pagamento. 
SITUAÇÕES DE CONSIGNAÇÃO (artigo 335 do CPC/15): 
a) Mora do credor – as três primeiras hipóteses versam sobre o credor que 
não quer/não pode receber (inciso I) – ex. do funcionário que não aparece 
na empresa para receber as verbas rescisórias, seja porque não obedeceu 
ao lugar/modo convencionados – ex. do recebimento de soja em Mafra 
(inciso II) ou por demais obstáculos subjetivos ou objetivos (inciso 
III) – doença, militar em guerra, desastre natural da natureza que cause 
isolamento; 
b) Dúvida objetiva sobre a quem pagar – dúvida sobre quem é o credor 
(inciso IV) – ex. de credor falecido que não abriu inventário para habilitar 
os herdeiros, ou o pagamento esteja sob litígio (inciso V) – ex. de 
companheiro que contesta a venda de um bem que pertence ao patrimônio 
comum do casal. 
MODALIDADES DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
a) EXTRAJUDICIAL (Lei n° 8.951/94) – requisitos: obrigação em dinheiro, 
depósito em estabelecimento bancário oficial (exceção de lugares onde não 
houver, podendo ser feito em banco privado), depósito efetuado no lugar do 
pagamento e providência pelo devedor de certificar posteriormente o credor, por 
carta com aviso de recebimento; 
Regramento previsto na Resolução n° 2.814/2001 do Banco Central do Brasil. 
b) JUDICIAL 
2 
 
LEGITIMIDADE: DEVEDOR ou TERCEIRO 
COMPETÊNCIA: juízo do local onde a obrigação deva ser satisfeita (arts. 540 e 
53, III. “d”, do CPC/15). 
PETIÇÃO INICIAL: apresentada com os requisitos gerais do art. 319, somando-
se dois pedidos específicos previstos no art. 542 do CPC/15: 
a) Depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de cinco 
dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do art. 539, § 3º; 
b) A citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação. 
Obrigação em $: depósito em conta judicial 
Obrigação diversa de $ (coisa): designação de depositário judicial para guarda 
do bem até o fim do processo. 
DEFESA: 
Réu aceita – procedência do pedido e pagamento da sucumbência; 
Réu apresenta contestação – matérias limitadas ao art. 544 do CPC/15: 
I – não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida; 
II – foi justa a recusa; 
III – o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; 
IV – o depósito não é integral, devendo indicar o montante que entender devido 
(réu pode aceitar levantar o valor e prosseguir pela diferença ou autor pode 
complementar o valor). 
DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS – arts. 550 a 553 do CPC 
 
OBJETIVO: obrigar alguém a apresentar documentos que comprovem 
receitas e despesas realizadas no interesse de terceiro – ex. das contas que devem 
ser prestadas pelo tutor ou curador ao tutelado ou curatelado, pelo administrador 
judicial da falência, pelo inventariante, pelo testamenteiro em 4 relação aos 
herdeiros, pelo síndico ao condomínio, pelo sócio que administra a sociedade aos 
demais sócios, entre outros. 
 
NATUREZA: ação bifásica, em que num primeiro momento a parte é 
citada para prestar contas, podendo o réu prestar ou contestar negando esse dever, 
e caso haja valores em aberto, uma segunda fase de eventual restituição de valores. 
 
LEGITIMIDADE: 
 
a) ATIVA – aqueles cujos bens são administrados por outrem; 
3 
 
b) PASSIVA – inventariante, tutor, curador, depositário, dentre outros, 
aos quais são outorgadas a gestão ou administração de interesses ou bens de outras 
pessoas. 
 
COMPETÊNCIA: foro do local onde deva ser satisfeita a obrigação (art. 
53, IV,”b”, CPC/15). 
 
EXCEÇÕES: art. 553, CPC (apenso aos autos principais) 
 
PETIÇÃO INICIAL: petição inicial deve conter os requisitos do art. 319, 
CPC, bem como do art. 550, CPC, como as razões pelas quais as contas são exigidas, 
comprovadas documentalmente, se possível. Necessário comprovar a recusa do 
gestor/administrador em prestar contas ou prestá-las de forma defeituosa. 
 
PROCEDIMENTO: gráfico em sala de aula Primeira fase: verificar o 
dever do réu em prestar contas; Segunda fase: caso apurado o dever de prestar 
contas, é o momento do réu cumprir essa determinação judicial; Terceira fase: 
havendo saldo devedor, o autor poderá executá-lo pelo valor devido. 
 
DAS AÇÕES POSSESSÓRIAS (artigos 554 a 559, CPC) 
Posse é uma situação de fato tutelada pelo direito e, portanto, não constitui 
direito real. 
ART. 1.196, CC: “Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o 
exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.” 
 
3.1. CLASSIFICAÇÃO DA POSSE: 
a) Quanto ao exercício (art. 1.197, CC): 
DIRETA – quando há contato direto com a coisa; 
INDIRETA – exercida por via reflexa (ex. locador de um imóvel); 
 
b) Quanto à legitimidade (art. 1.202, CC): 
POSSE DE BOA-FÉ – ato de posse de acordo com a lei ou na 
convicção/ignorância da posse correta; 
POSSE DE MÁ-FÉ – artigo 1.202, CC: “a posse de boa-fé só perde este caráter 
no caso e desde o momento em que as circunstâncias façam presumir que o 
possuidor não ignora que possui indevidamente.” 
 
c) Quanto à integridade da posse (art. 1.200, CC): 
4 
 
JUSTA – definição que se abstrai por exclusão, sempre que a posse não for 
injusta, será justa; 
INJUSTA – posse violenta, clandestina ou precária. 
 
d) Quanto ao tempo (art. 558, CPC): 
POSSE NOVA – é a que existe há menos de ano e dia; 
POSSE VELHA – é a que existe há mais de ano e dia. 
 
e) Quanto à proteção: 
POSSE “AD USUCAPIONEM” - é a posse que gera aquisição da propriedade; 
POSSE “AD INTERDICTA” – gera o direito de se defender a posse por meio 
das ações possessórias (interditos possessórios). 
DEFESA DA POSSE POR AUTOTUTELA - em regra, compete ao Estado o 
poder-dever de solucionar conflitos. Porém, a autotutela é admitida 
excepcionalmente no caso da posse, conforme previsto no art. 1.210, § 1º, do Código 
Civil, em que o possuidor pode manter-se ou restituir-se na posse por força própria, 
se o fizer logo. 
3.2. LEGITIMIDADE 
a) ATIVA: possuidor direto e indireto; 
b) PASSIVA: aquele que viola ou ameaça violar a posse do autor, podendo ser 
um grupo de pessoas (art. 554, § 1º, CPC/2015). 
 
 
3.3. PETIÇÃO INICIAL E COMPETÊNCIA: regras gerais do art. 319, CPC, 
sendo endereçada ao foro de situação do imóvel (art. 47, § 2º, CPC/15) ou ao foro 
de domicílio do réu, se for bem móvel. 
 
 
3.4. PROCEDIMENTO: 
 
a) Procedimento especial - seguirão o rito especial (liminar obtida apenas 
com a prova da posse legítima o ajuizamento da ação em menos de um ano e dia) 
as ações possessórias ajuizadas em até um ano e dia da data em que houve a 
turbação ou esbulho (art. 558, CPC/15). 
 
Caso contrário, a posse será velha e o procedimento será o comum (liminar 
obtida por meio de tutela de urgência – art. 300, CPC). 
Necessária prova pelo autor de que exerce direitos à propriedade legitimamente 
– tem direito à proteção possessória prevista no artigo 1.210 do Código Civil. 
 
5 
 
b) Natureza dúplice – o réu pode demandar proteção possessória e até 
mesmo indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido 
pelo autor (art. 556, CPC/15) – a improcedência do pleito possessório acarreta na 
automática declaração da posse justa do réu (situação ativa).c) Exceção de domínio – não cabe às partes discutir propriedade em sede de 
ação possessória e enquanto pendente esta, é vedado ao autor e réu propor ação 
de reconhecimento do domínio, exceto se for em desfavor de terceira pessoa – art. 
557, CPC/15): se trata de condição suspensiva, sendo possível a apresentação de 
ação reivindicatória ao final da possessória. 
 
d) Cumulação de pedidos – o art. 555 do CPC aduz que é possível ao autor 
cumular na petição inicial pretensões de reparação de danos causados pelo réu ao 
bem (inciso I) e a seus frutos (inciso II) junto ao pedido de tutela provisória, bem 
como que requeira a imposição de medida “necessária e adequada” com o fim de se 
evitar nova turbação ou esbulho ou o cumprimento da tutela a ser concedida 
(parágrafo único). 
 
PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO PELO AUTOR – art. 559, CPC: o réu poderá 
demonstrar a impossibilidade financeira de o autor, caso lhe seja concedida 
provisoriamente a manutenção ou a reintegração de posse, responda por perdas e 
danos em caso de condenação, podendo o juiz fixar prazo de 05 dias para fixar 
caução. 
 
CITAÇÃO DO RÉU – novidade do CPC permitindo um número elevado de 
pessoas, podendo o oficial de justiça fazer a citação pessoal somente daqueles que 
forem encontrados no local, sendo os demais citados por edital, com intimação do 
Ministério Público e Defensoria Pública, se for o caso. 
 
FUNGIBILIDADE – art. 554, CPC/15: o pedido de tutela possessória, se 
equivocado, não impede que seja apreciado, podendo ser por alteração da 
situação fática (ex. de quando propõe interdito possessório pela ameaça iminente 
e quando a liminar está para ser cumprida, ocorre a invasão) ou por erro sobre a 
agressão (dificuldade de aferir a correta agressão à posse). 
DA MANUTENÇÃO E DA REINTEGRAÇÃO DE POSSE – arts. 560 a 566, 
CPC/15 
REQUISITOS FUNDAMENTAIS (art. 561, CPC): a) a sua posse; b) a 
turbação ou esbulho praticado pelo réu; c) a data em que houve a turbação ou 
esbulho; d) a continuidade da posse turbada na primeira, e a perda da posse na 
segunda. 
AGRESSÃO À POSSE DEFINIÇÃO INTERDITO 
ESBULHO Perda total ou parcial da 
posse – ex. de indivíduo que 
Reintegração da posse 
6 
 
se utiliza de cômodo de um 
sítio sem a sua autorização. 
TURBAÇÃO Embaraço ao livre uso da 
posse, com perda de alguns 
elementos de fato sobre a 
coisa, mas não a posse – 
hipóteses em que esse 
mesmo indivíduo tome posse 
de todo o imóvel, impedindo 
o acesso à propriedade 
Manutenção da posse 
 
POSSÍVEIS DESDOBRAMENTOS JUDICIAIS: atendidos os requisitos legais 
do art. 561, CPC/15, o juiz poderá determinar a expedição de mandado liminar 
ou, caso não convencido, a designação de audiência de justificação prévia com 
citação do réu para comparecimento – prazo da defesa conta a partir da decisão que 
deferir ou não a liminar (art. 563, CPC/15). 
 
Litígios coletivos em sede de ação coletiva (art. 565, CPC/15) – 
designação de audiência de mediação em esbulho ou turbação ocorridos há mais de 
ano de ano e dia, facultando ao juiz o comparecimento pessoal à área objeto de 
litígio coletivo. 
INTERDITO PROIBITÓRIO – artigos 567 e 568, CPC/15 
Cabível nos casos em que houver ameaça ao exercício da posse – justo 
receio de ser molestado em seu direito: expedição de mandado proibitório pelo juiz, 
com fixação de pena pecuniária em caso de desobediência. 
Art. 568, CPC/15: aplicam-se as normas relativas às ações de reintegração e 
manutenção de posse. 
 
 
 
AÇÕES DE DEMARCAÇÃO E DIVISÃO DE TERRAS 
 
Apenas terras particulares seguem o procedimento especial do CPC; as 
terras devolutas, que são bens públicos dominicais, são objeto das denominadas 
ações discriminatórias previstas na Lei nº 6.383/76. Ação de divisão e demarcação 
de terras Previsão: arts. 569 a 598 do CPC Objetivo: dividir ou demarcar terras 
particulares Ação discriminatória Previsão: Lei nº 6.383/76 Objetivo: reconhecer 
domínio de bem público ainda não devidamente estremado e proceder a sua 
demarcação. 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS: Ações de natureza dúplice – o juiz pode 
demarcar os limites entres as terras ou dividir um imóvel comum. 9 Possibilidade de 
cumulação das ações (artigo 570, CPC/15) – a demarcação total ou parcial do bem 
7 
 
comum será processada em primeiro lugar, com a citação de confinantes e 
condôminos, para que posteriormente se proceda à divisão – procedimento previsto 
no artigo 572, CPC/15. Possibilidade de demarcação ou divisão extrajudicial (artigo 
571, CPC/15): interessados maiores, capazes e estiverem de acordo quanto à 
necessidade e forma como se dará a demarcação ou a divisão – exigência de 
escritura pública e de outorga uxória dos interessados casados, exceto no regime de 
separação de bens. Dispensa de prova pericial (artigo 573, CPC/15): no caso de 
imóvel georreferenciado (coordenadas e limites geograficamente identificados), com 
averbação no Registro de Imóveis. 
 
ESPÉCIES: 
 
I - AÇÃO DE DEMARCAÇÃO DE TERRAS (artigo 569, I, c/c artigos 574 
a 587, todos do CPC/15): serve para que o titular de um domínio saiba quais os 
limites entre o seu terreno e o outro, que não estejam esclarecidos ou que seja 
necessário aviventar – direito potestativo do proprietário sempre que houver dúvida 
quanto aos limites entre dois imóveis previsto no artigo 1.297, CC. 
 
PETIÇÃO INICIAL (artigo 574, CPC/15): o autor deve instruir a ação 
com os títulos que comprovem a propriedade do imóvel cujos limites serão 
demarcados, com identificação da situação e denominação do terreno, descrição dos 
limites a serem constituídos, aviventados ou renovados, indicando, ainda, todos os 
confinantes da linha demarcada. 
 
LEGITIMIDADE: quem for o proprietário do imóvel (alguns autores 
entendem que o possuidor pode propor ação demarcatória de posse). Havendo 
copropriedade, a ação poderá ser proposta por qualquer deles, com intimação dos 
demais para, querendo, intervir no processo (artigo 575, CPC/15). 
 
COMPETÊNCIA: o foro competente é o da situação do imóvel. 
 
PROCEDIMENTO (artigos 576 a 578, CPC/15): as citações serão feitas 
por correio ou por edital, com a publicação de edital (caso de interessados incertos 
ou desconhecidos). Citação dos réus para apresentar defesa, seguindo o 
procedimento do rito comum. Nomeação de perito(s), que apresentará minucioso 
laudo sobre o traçado da linha demarcanda (arts. 579 a 580, CPC/15) 10 O 
procedimento possui duas sentenças distintas: a primeira reconhece os limites do 
imóvel e impõe a restituição da porção que estiver sob o poder do vizinho vencido 
no processo. Após o trânsito em julgado, tem-se a fase de demarcação, que será 
realizada pelo perito, com a colocação dos marcos necessários, ensejando a prolação 
da segunda sentença, com a função de homologar o trabalho do perito e natureza 
declaratória. 
 
II - AÇÃO DE DIVISÃO DE TERRAS (artigo , CPC/15): 
 
PETIÇÃO INICIAL: o autor deve instruir a ação com os títulos que 
comprovem o domínio do imóvel objeto do litígio, indicando a origem da comunhão, 
a descrição detalhada do imóvel, a qualificação completa dos demais condôminos, 
bem como as benfeitorias comuns. 
 
8 
 
LEGITIMIDADE: qualquer dos coproprietários do imóvel (alguns 
autores entendem que o possuidor pode propor ação de divisão de terras). Se o 
condômino for casado, deve obter o consentimento do cônjuge (artigo 73, CPC/15). 
PROCEDIMENTO: citação nos moldes da ação de demarcação, com 
concessão do prazo de 15 dias para contestação e, em seguida, observará o 
procedimento comum. Nomeação de perito para medição do imóvel (artigo 590, 
CPC/15) 
 
Intimação dos condôminos que não tiverem apresentados os seus títulos 
para que o façam em dez dias e formular suas pretensões acerca da constituição dos 
quinhões (artigos 591 e 592, CPC/15) – primeiro momento em que o juiz decidirá 
pela necessidade ou não de divisão do bem, seguida da fase de efetivação dessa 
divisão. Benfeitorias permanentes dos confinantes feitas há mais de 1 (um) ano 
deverão serrespeitadas (artigo 593 do CPC). 
 
 Após a sentença de divisão, os confinantes do imóvel dividendo poderão 
requerer a devolução de terrenos que lhes tenham sido indevidamente usurpados, 
assim como os quinhoeiros terão direito a haver dos outros condôminos a 
composição pecuniária proporcional ao desfalque sofrido (artigo 594, §§ 1º e 2º, 
CPC/15). Proposta do perito de forma da divisão (artigo 595, CPC/15): laudo que 
deverá observar a comodidade das partes, respeitar, para adjudicação a cada 
condômino, a preferência dos terrenos contíguos às suas residências e benfeitorias 
e evitar o retalhamento dos quinhões em glebas separadas. 
 
Deliberação do juiz quanto à partilha, com demarcação pelo perito dos 
quinhões e organização do memorial descritivo – lavratura do auto de divisão, sendo 
proferida sentença homologatória da divisão (artigos 596 e 597 do CPC/15).

Continue navegando