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EM 313 - TERMODINÂMICA GRADUAÇÃO Texto: Prof. Dr. José Tomaz Vieira Pereira Palavras Iniciais Neste curso é apresentada uma abordagem da termodinâmica, sob o ponto de vista da Engenharia Mecânica, e os exemplos de aplicação procurarão abordar problemas usualmente encontrados pelos Engenheiros Mecânicos no exercício de seu trabalho. No desenvolvimento do curso são abordados os tópicos que constam da ementa. Vale enfatizar que a Termodinâmica Clássica, em sua conceituação macroscópica, é uma ciência que procura apresentar os fatos de forma lógica e muitas vezes intuitiva. Pelo fato de muitas coisas parecerem óbvias quando demonstradas por outros, ficamos com a impressão que tudo é muito fácil e que saberemos também fazer as demonstrações com a mesma facilidade. Isso tem trazido para muitos uma surpresa bastante desagradável na hora de verificar os conhecimentos assimilados. SUGESTÃO: ESTUDE E FAÇA OS EXERCÍCIOS. SÓ ASSISTIR AS AULAS NÃO BASTA. CAPÍTULO 1 1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES INICIAIS TERMODINÂMICA do Grego THEME - CALOR ramo da Física e da Engenharia DYNAMIS - FORÇA Embora vários aspectos pelos quais a Termodinâmica é conhecida vem desde a Antigüidade, seu estudo formal começou no século XIX, motivado pela utilização do CALOR como força motriz. Atualmente: espectro bastante abrangente, como ciência da ENERGIA e das relações entre as PROPRIEDADES da matéria. Na Física - interesse em compreender os fundamentos dos comportamentos Físico e Químico da matéria e usar os princípios termodinâmicos para estabelecer relações entre as propriedades da matéria. Na Engenharia - interesse em estudar sistemas e suas relações com a vizinhança. A relação seguinte mostra algumas áreas de aplicação da Termodinâmica na Engenharia. Motores de automóveis Turbinas Bombas e Compressores Usinas Térmicas (nucleares, combustíveis fósseis, biomassa ou qualquer outra fonte térmica) Sistemas de propulsão para aviões e foguetes Sistemas de combustão Sistemas criogênicos, separação de gases e liquefação Aquecimento, ventilação e ar condicionado Refrigeração (por compressão de vapor , absorção ou adsorção) Bombas de calor Sistemas energéticos alternativos Células de combustível Dispositivos termoeléctricos e termoiônicos Conversores magnetohidrodinâmicos (MHD) Sistemas de aproveitamento da energia Solar para aquecimento, refrigeração e produção de energia elétrica Sistemas Geotérmicos Aproveitamento da energia dos oceanos (térmica, das ondas, e das marés) Aproveitamento da energia dos ventos (energia eólica) Aplicações biomédicas: Sistemas de suporte à vida Órgãos artificiais 1.1. SISTEMAS TERMODINÂMICOS Um importante passo em toda análise em engenharia é a identificação precisa do objeto a ser estudado. Em mecânica, quando o movimento de um corpo precisa ser determinado, normalmente o primeiro passo é a definição de um CORPO LIVRE e depois a identificação de todas as forças externas exercidas sobre ele por outros corpos. A segunda lei do movimento de Newton é então aplicada. Em termodinâmica, o termo SISTEMA identifica o objeto da análise. Pode ser um corpo livre ou algo complexo como uma Refinaria completa. Pode ser a quantidade de matéria contida num tanque de paredes rígidas ou uma tubulação através da qual a matéria flui. A composição da matéria dentro do sistema pode mudar (reações químicas ou nucleares). Vizinhança - Tudo o que é externo ao sistema. Fronteira - superfície real ou imaginária que separa o sistema de sua fronteira. Pode estar em movimento ou repouso. Deve ser definida cuidadosamente ANTES de se proceder a qualquer análise termodinâmica. Sua definição é arbitrária e dever ser feita pela conveniência da análise a ser feita. 1.1.1. TIPOS DE SISTEMAS Sistema fechado e Volume de controle. Sistema Fechado - quantidade fixa de matéria. Massa não entra, nem sai. Volume de Controle - região do espaço através da qual ocorre fluxo de massa. Exemplos do Livro-texto: Figura 1.1 Gás num conjunto pistão-cilindro. Figura 1.2 Motor de automóvel. Obs. Alguns autores utilizam denominações diferentes: SISTEMA FECHADO = SISTEMA = MASSA DE CONTROLE VOLUME DE CONTROLE = SISTEMA ABERTO FRONTEIRA = SUPERFÍCIE DE CONTROLE 1.1.2. PONTOS DE VISTA MACROSCÓPICO E MICROSCÓPICO MACROSCÓPICO - trata do comportamento global, inteiro do sistema. Nenhum modelo de estrutura molecular, atômica ou subatômica é utilizado diretamente. Este tratamento é o aplicado na termodinâmica CLÁSSICA. O sistema é tratado como um continuum. MICROSCÓPICO - tratamento que leva em conta a estrutura da matéria. É chamada de termodinâmica ESTATÍSTICA. O objetivo é caracterizar por meios estatísticos o comportamento médio das partículas e relacioná-lo com o comportamento macroscópico do sistema. Para a grande maioria das aplicações em engenharia, a TERMODINÂMICA CLÁSSICA não somente propicia uma abordagem mais direta para análise e projeto mas também requer menos complicações matemáticas. 1.2. PROPRIEDADE, ESTADO, PROCESSO E EQUILÍBRIO PROPRIEDADE - características MACROSCÓPICAS de um sistema, como MASSA, VOLUME, ENERGIA, PRESSÃO E TEMPERATURA, que não dependem da história do sistema. Uma determinada quantidade (massa, volume, temperatura, etc.), é uma PROPRIEDADE, se, e somente se, a mudança de seu valor entre dois estados é independente do processo. ESTADO - condição do sistema, como descrito por suas propriedades. Como normalmente existem relações entre as propriedades, o ESTADO pode ser caracterizado por um subconjunto de propriedades. Todas as outras propriedades podem ser determinadas em termos desse subconjunto. PROCESSO - mudança de estado devido a mudança de uma ou mais propriedades. ESTADO ESTACIONÁRIO - nenhuma propriedade muda com o tempo. CICLO TERMODINÂMICO - sequência de processos que começam e terminam em um mesmo estado. Exemplo: vapor circulando num ciclo de potência. 1.2.1. PROPRIEDADES EXTENSIVAS E INTENSIVAS EXTENSIVAS - Seu valor para o sistema inteiro é a soma dos valores das partes em que o sistema for subdividido. Dependem do tamanho e extensão do sistema. Seus valores podem variar com o tempo. Exemplo: massa, energia, volume. INTENSIVAS - Não são aditivas, como no caso anterior. Seus valores não dependem do tamanho e extensão do sistema. Podem variar de um lugar para outro dentro do sistema em qualquer momento. Exemplo: temperatura e pressão. 1.2.2. FASE E SUBSTÂNCIA PURA FASE - Quantidade de matéria que é homogênea tanto em composição química quanto em estrutura física. Homogeneidade na estrutura física significa que a matéria é totalmente sólida, totalmente líquida ou totalmente gasosa. Um sistema pode conter uma ou mais fases. Exemplo: água e seu vapor. Notar que os gases e alguns líquidos podem ser misturados em qualquer proporção para formar uma simples fase. SUBSTÂNCIA PURA - É invariável em composição química e é uniforme. Pode existir em mais de uma fase desde que seja garantida a condição acima. 1.2.3. EQUILÍBRIO Conceito fundamental em termodinâmica clássica, uma vez que ela trata das mudanças entre estados de equilíbrio. • EQUILÍBRIO TERMODINÂMICO: implica em equilíbrios mecânico, térmico, de fase e químico. • UNIFORMIDADE DE PROPRIEDADES NO EQUILÍBRIO: não variam de um ponto para outro. Exemplo: temperatura. • PROCESSO QUASE-ESTÁTICO: processo idealizado composto deuma sucessão de estados de equilíbrio, representando cada processo um desvio infinitesimal da condição de equilíbrio anterior. Esses processos representam a base para comparação dos processos reais. • PROCESSOS REAIS: são compostos por sucessão de estados de não equilíbrio (não uniformidade espacial e temporal das propriedades, e variações locais com o tempo). 1.3. UNIDADES PARA MASSA, COMPRIMENTO, TEMPO E FORÇA Serão considerados 2 sistemas de Unidades - SI - Sistema internacional Sistema Inglês. 1.3.1. SI - SISTEMA INTERNACIONAL 1.3.2. SISTEMA INGLÊS MASSA kg (quilograma) lb. ou lbm (libra massa) COMPRIMENTO m (metro) ft (foot = pé) TEMPO s (segundo) s (segundo) UNIDADE DE FORÇA(derivada) N (Newton) lbf (libra força) Definições e conversões. Comprimento 1 ft = 12 in (polegadas) = 12 x 0,0254 m = 0,3048 m Massa 1 lbm = 0,45359237 kg Força . F= ma 1N= 1 (kg) x 1 (m/s2) l lbf = 1 (lbm) x 32,174 (ft/s2) 1 lbf = 4,448215 N Quantidade Unidade Símbolo Massa kilograma kg Comprimento metro m Tempo segundo s Força newton (=1 kg.m/s2 ) N Tabela 1.2. SI Unidades para Massa, Comprimento, Tempo e Força Fator Prefixo Símbolo Fator Prefixo Símbolo 1012 tera T 10-2 centi c 109 giga G 10-3 mili m 106 mega M 10-6 micro µ 103 kilo k 10-9 nano n 102 hecto h 10-12 pico p Tabela 1.3. SI Unidades - Prefixos Quantidade Unidade Símbolo Massa libra massa lb Comprimento pé ft Tempo segundo s Força libra força (=32.1740 lb.ft/s2) lbf Tabela 1.4. Unidades Inglesas para Massa, Comprimento, Tempo e Força 1.4 - VOLUME ESPECÍFICO E PRESSÃO. 1.4.1. MASSA ESPECÍFICA E VOLUME ESPECÍFICO Massa específica: ρ = → lim 'V V m V V' = menor volume para o qual a substância pode ser tratada como meio contínuo. Assimilando: V m em V dV dm dm dV ' ' → → → =ρ ∴ = ∫m dVV ρ (integral de volume ou tripla) Volume específico: v = 1 ρ (m3/kg no SI) Volume por kmol: v Mv= (m3/kmol) onde M = massa molecular da substância kg kmol FATORES DE CONVERSÃO Massa e massa específica 1 kg = 2.2046 lb 1g/cm3 = 103 kg/m3 1g/cm3 =62.428 lb/ft3 1 b = 0.4536 kg 1 lb/ft3 = 0.016018 g/cm3 1 lb/ft3 = 16.018 kg/m3 Comprimento 1 cm = 0.3937 in. 1m =3.2808 ft 1 in. = 2.54 cm 1 ft = 0.3048 m Velocidade 1 km/h = 0.62137 mile/h 1 mile/h = 1.6093 km/h Volume 1 cm3 = 0.061024 in.3 1m3 = 35.315 ft3 1 L =10-3m3 1L = 0.0353 ft3 1 in.3 = 16.387 cm3 1 ft3 = 0.028317 m3 1gal = 0.13368 ft3 1 gal = 3.7854 x 10-3m3 Força 1 N = 1kg m/s2 1 N = 0.22481 lbf 1 lbf = 32.174 lb ft/s2 1 lbf = 4.4482 N Pressão 1 Pa - 1 N/m2 = 1.4504 x 10-4 lbf/in.2 1 bar = 105 N/m2 1atm = 1.01325 bar 1 lbf/in.2 = 6894.8 Pa 1 lbf/in2 = 144 lbf/ft.2 1 atm = 14 696 lbf/in.2 Energia e Energia Específica 1J = 1N . m = 0.73756 ft lbf 1 kJ = 737.56 lbf 1 kJ = 0.9478 Btu 1kJ/kg = 0.42992 Btu/lb 1 ft lbf = 1.35582 J 1Btu = 778.17 ft lbf 1 Btu = 1.0551 kJ 1 Btu/lb = 2.326 kJ/kg 1 kcal = 4.1868 kJ Taxa de Transferência de Energia 1 W = 1 J/s = 3.413 Btu/h 1kW = 1.341 hp 1 Btu/h = 0.293 W 1 hp = 2545 Btu/h 1hp = 550 ft lbf/s 1hp = 0.7457 kW Calor Específico 1 kJ/kg K = 0.238846 Btu/lb oR 1 kcal/kg K = 1 Btu/lb oR 1 Btu/lb . oR = 4.1868 kJ/kg . K 1.4.2. PRESSÃO Fluído em repouso em contato com área A: Pressão: p A A F A normal = → lim ' A' = menor área onde a substância pode ser considerada um meio contínuo. Assimilando: A dA dF p dF dAFnormal A n n F ' ' → → → = A pressão num "ponto" é a mesma qualquer que seja a orientação de A, desde que o fluido esteja em repouso. Para fluidos em movimento, a pressão corresponde à tensão normal sobre A. Unidades de pressão: 1 Pa (pascal) = 1 N/m2 Outras Unidades: 1atm = 101325 N/m2 1 bar = 105 N/m2 Medidores de pressão: . manômetro tipo tubo em U . Bourdon . piezoelétricos . diafragma . barômetros (patm.) 1.5. TEMPERATURA É uma propriedade Intensiva como P e V. Difícil definir rigorosamente (energia cinética das moléculas de um gás perfeito). Assim como a força, o conceito de temperatura é originado de nossa percepção sensorial. Conseguimos distinguir que um corpo 1, está mais quente que um corpo 2, e este mais quente que um corpo 3, etc. No entanto por mais sensibilidade que o corpo humano possa ter, ele não consegue medir o valor dessa propriedade. Dessa forma é necessário lançar mão de dispositivos adequados (termômetros) e escalas de temperatura para quantificar adequadamente esta propriedade. 1.5.1. EQUILÍBRIO TÉRMICO Assim como Massa, Comprimento e Tempo, é difícil dar uma definição de temperatura em termos de conceitos independentes ou aceitos como primários. No entanto é possível se chegar a um entendimento objetivo da IGUALDADE de temperaturas usando o fato de que quando a temperatura de um corpo muda, outras propriedades também mudam. Dessa forma a medida de uma dessas propriedades, como volume, resistência elétrica, pode ser associada a uma dada temperatura. O dispositivo que efetua essa medida é o termômetro. Se tomarmos dois blocos de cobre, um mais quente que o outro e colocarmos os dois em contato, haverá interação entre eles e o bloco mais quente irá esfriar e o mais frio irá se aquecer. Quando as interações cessarem as quantidades mensuráveis pararão de variar e os blocos estarão em equilíbrio térmico e portanto à mesma temperatura. O tempo necessário para que o equilíbrio seja atingido dependerá do contato entre eles, e se os blocos estiverem isolados do ambiente a troca de energia ocorrerá somente entre os dois blocos. Algumas definições: Parede diatérmica: permite interação térmica (troca de calor). Parede adiabática = isolante ideal →não permite interação térmica. Processo adiabático: processo de um sistema envolvido por uma parede adiabática. Processo isotérmico: T=constante. Lei Zero da Termodinâmica: Quando dois corpos estão em equilíbrio com um terceiro corpo eles estarão também em equilíbrio entre si (não se aplica a equilíbrio químico e de fases). 1.5.2. TERMÔMETROS São dispositivos que empregam uma substância ("termométrica") que possui pelo menos uma propriedade variável com a temperatura. TIPOS: - de líquido em bulbo (volume): muito preciso; - de gás a volume constante (hidrogênio ou hélio) (pressão): padrão internacional para determinadas faixas de temperatura; - termopares (fem - força eletromotriz); - termistores (resistência elétrica); - pirômetros (radiação térmica). 1.5.3. ESCALA DE TEMPERATURA DE GÁS E ESCALA KELVIN (SI): Ponto fixo padrão: ponto triplo da água (equilíbrio entre gêlo, água e vapor d'água) = 273,16 K (pressão = 0,6113 Pa = 0,006 atm). Estabelecido por acordo internacional - facilmente reprodutível. Ponto de gelo (equilíbrio entre gelo, água e ar a 1 atmosfera): 273,15 K. Ponto de vapor (equilíbrio entre a água líquida e seu vapor a 1 atm.): 373,15K. Intervalo entre ponto de gelo e pontode vapor = 100 K. Termômetro de gás não pode ser usado abaixo de 1 K e para temperaturas muito altas. Fora daí, as escalas de gás e Kelvin coincidem. 1.5.4. OUTRAS ESCALAS: CELSIUS: T(oC) = T(K) - 273,15 RANKINE: T(oR) = 1,8 T (K) FAHRENHEIT: T(oF) = T(oR) - 459,67 T (°F) = 1,8 T(°C) + 32 1.6. METODOLOGIA PARA RESOLVER PROBLEMAS TERMODINÂMICOS. Os primeiros passos em uma análise termodinâmica são: definição do sistema; identificação das interações relevantes com a vizinhança. Estabelecer: - o que é conhecido: resumir o problema em poucas palavras; - o que é procurado: resumir o que é procurado; - esquema e dados: definir o sistema (sistema fechado ou volume de controle); - identificar a fronteira; - anotar dados e informações relevantes; - hipóteses; - análise: feita sobre as equações (conservação da massa, conservação da energia, segunda lei da termodinâmica); - comentários: interpretar. TERMODINÂMICA I Prof. José Tomaz Vieira Pereira Notas de aula preparadas a partir do livro FUNDAMENTALS OF ENGINEERING THERMODINAMICS Michael J. MORAN & HOWARD N. SHAPIRO. Capítulo 2 Energia e Primeira Lei da Termodinâmica Energia é um conceito fundamental em termodinâmica e um dos mais significativos aspectos da análise em engenharia. Neste capítulo serão discutidas e desenvolvidas equações para aplicar o princípio da conservação da energia, para sistemas fechados. No capítulo 4 o desenvolvimento será estendido para volumes de controle. Energia é uma noção familiar e você já conhece bastante sobre ela. Alguns aspectos abordados neste capítulo já são do conhecimento de vocês. A idéia básica é que a energia pode ser armazenada dentro de sistemas em vários formas macroscópicas. A energia pode também ser transferida entre os sistemas e também transformada de uma forma para outra. A energia pode ser transferida por meio de calor e por meio de trabalho. A quantidade total de energia permanece constante em todas as transformações e transferências. O propósito aqui é organizar as idéias de uma forma adequada para as análises em engenharia. 2.1. CONCEITOS MECÂNICOS DE ENERGIA As leis de Newton do movimento, que forneceram as bases para a mecânica clássica, conduzem aos conceitos de trabalho, energia cinética e energia potencial e estes conceitos conduzem a um conceito mais amplo do que seja energia. . Galileo, Newton: trabalho, energia cinética e energia potencial. 2.1.1. Trabalho e Energia Cinética: 2a. Lei de Newton: r r F m dV dt = r r r r r r r r r r r r r r r r F ds trabalho de F entre s e s ds m dV dt ds mdV V mV dV mV dV F ds S S V V ⋅ = + = ⋅ = ⋅ = ⋅ ∴ ⋅ = ⋅∫∫ 1 2 1 2 ( )mV dV md V mV m V V V V V V energia cinética do corpo em s EC V Vr r 123 r r r r ⋅ = = = −∫∫ 1 2 1 2 1 21 2 1 2 1 2 2 2 2 2 1 2 ( ) ( )12 22 12M V V EC− = =∆ variação de EC entre S e S2 1 ∴ trabalho da força resultante = variação da energia cinética do corpo ↓ ↓ energia transferida acúmulo de energia armazenada ao corpo no corpo na forma de energia cinética Como EC mV= 1 2 2 não depende da história ( )⇒ =EC propriedade extensiva Unidades de energia cinética e trabalho: 1J = 1N . 1m (SI) 1 KJ = 103J ( ) ( ) 1 1 778 2 1 lbf ft Btu inglês bf ft ⋅ = ⋅, 2.1.2. - Energia Potencial: → mesma figura anterior resultante das forças excluído o peso ↑ Decompondo r r r r r rF em F R mg g gk : = + , = - Então: ( )12 22 12 1 2 1 2 m V V R ds mg ds S S S S − = ⋅ + ⋅ =∫∫ r r r r ( ) ( ) ( ) = ⋅ + −∫∫ ⋅ + + ∴ − = ⋅ − ∫∫ r r ) ) ) ) r R ds m gkS S S S dxi dyj dzk m V V R ds mgdzZ Z S S 1 2 1 2 1 2 2 2 1 2 1 2 1 2 ( ) ( ) ( ) ( ) mgdz mg z zZ Z mgz energia potencial gravitacional EP não depende da história propriedade extensiva m V V mg z z R ds forma mecânica da conversão da energiaZ Z = −∫ → = = → ⇒ ∴ − + − = ⋅ →∫ 2 11 2 1 2 2 2 1 2 2 1 1 2 r r . ∴ trabalho da força resultante (excluída a força peso) = = soma das variações das energias cinética e potencial do corpo, isto é: energia transferida ao corpo = = acúmulo de energia armazenada no corpo na forma de energia cinética e potencial. Se R vem r ≡ 0 : ( ) ( )1 2 2 2 1 2 2 1 0 1 2 2 2 2 1 2 1 2 1 m V V mg z z ou mV mgz mV mgz const − + − = + = + = . ∴ energia pode ser transformada de uma forma em outra. 2.1.3. Comentários: Esta apresentação está centrada em sistemas nos quais as forças aplicadas afetam somente sua velocidade e posição. No entanto os sistemas em engenharia, em geral, interagem com sua vizinhança de um modo mais complicado, com transferências mútuas de outras propriedades. Para analisar estes outros casos os conceitos de energia cinética e potencial não são suficientes. Os conceitos necessários para essas análises serão desenvolvidos a seguir. 2.2. Transferência de energia através de trabalho: ( ) integral de linha dif inexata Trabalho W F ds Fxd x Fyd y FzdzS S S S trabalho mecânico ( . ) : . ↑ = = + +∫∫ → r r 1 2 1 2 Outras formas de trabalho (não-mecânicas) existem. Definição termodinâmica de trabalho: Trabalho é realizado por um sistema sobre sua vizinhança quando o único efeito sobre ela puder ser reduzido ao levantamento de um peso. Trabalho é energia em trânsito → não é propriedade pois depende do caminho (integral de linha). 2.2.1. Convenção de Sinais e Notação: W > 0: realizado pelo sistema (sobre a vizinhança) → seta saindo do sistema. W < 0: realizado sobre o sistema (pela vizinhança) → seta entrando no sistema. Como W depende do caminho (não é propriedade) seu diferencial (inexato) é escrito δW Assim. : W W= ∫ δ1 2 Diferencial de uma propriedade = diferencial exato →notação d. Exemplo: pressão dp p p= −∫ 21 2 1 Muitos processos envolvem taxa de realização de trabalho = potência Potência W W dt W t t wdt W t t dt Potência de uma força W F V Unidades de potência W Watt J s KW W lbf ft s Bt h hp KW Inglês FV = = → = = = ⋅ = = ⋅ = ∫ ∫ & & : & : ( ) ( / ), / / ( ). δ µ 1 2 1 2 1 1 1 1 1 103 1 0,746 r r r r 2.2.2. - Trabalho de Expansão ou Compressão: → ver figura. F=pA gás (ou líquido) sistema fechado x x 1 x 2 fronteira área A pressão média sobre o pistão = p Trabalho feito pelo sistema sobre o pistão: {δ W F ds pA i dxi pAdx dV = ⋅ = ⋅ = ° r r ) )( ) ∴ = > > < < ° ° ° ∫W pdV dV ansão W dV compressão W 1 2 0 0 0 0 a a exp : : ↓ não é integral tripla !! Nos processos reais: p é difícil de obter (ex: motor de automóvel). → medidas de p podem ser realizadas usando transdutores de pressão. → alternativamente, o trabalho pode ser obtido através de um balanço de energia 2.2.3. - Trabalho em Processos Quasiestáticos de Expansão e Compressão: gás oulíquido pequenos pesos evolução por estados de equilíbrio p uniforme ao longo do sistema inteiro fronteira Representação no diagrama P - V. Mostrar que W depende do caminho W = 2 1 pdV Ex. 2.1. Um gás, num conjunto pistão-cilindro, passa por um processo de expansão para o qual a relação entre a pressão e o volume é dada por: pVn = constante Dados iniciais: Pi = 3 bar Vi = 0,1 m3 Dados finais: Vf = 0,2 m3 Determine o trabalho em kJ para a) n = 1,5 b) n = 1,0 c) n = 0.0 Solução: GAS pV =C Pi = 3 bars Vi = 0,1 m 3 V2 = 0,2 m 3 n Esquema P (Bar) 0,1 0,2 Vol(m3) 3,0 2,0 ÁREA=TRABALHO 1 2 n=0 n=1,0 n=1,5 Hipóteses: 1. O gás está em um sistema fechado. 2. Trabalho é realizado somente na fronteira móvel. 3. A expansão dos gases é um processo politrópico. Equação: w pdV v v = ∫ 1 2 pV C p C V n n = ⇒ = ( ) W C dV V C V V nv v n n n = = − − ∫ − − 1 2 2 1 1 1 1 ( )p V Cn n1 1 3 0 1= ⇒ , W p V V p V V n p V p V n n n n n = − − = − − − − 2 2 2 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 a) n = 1,5 p V p V P V V Pn n n 1 1 2 2 2 1 2 1= ⇒ = P bars2 1 50 1 0 2 3 0 1 06= − = , , , , , P bars2 1 06= , 1 105 2bar N m= / ( )Wa N m m kJ) , , , . , , ,= − ÷ =1 06 10 0 2 3 010 0 1 1 5 17 6 5 2 3 5 b) n PV C= ⇒ =1 0, W p V V V = 1 1 2 1 ln W kJ= + 20 79, c) n W kJ= = +0 30 0, 2.2.3 - Outros Exemplos de Trabalho. Extensão de uma barra sólida. Distensão de um filme de líquido Potência transmitida por um eixo. Trabalho elétrico. 2.3 - Energia de um Sistema Energia cinética e potencial podem ser alteradas como resultado do trabalho de forças externas. O conceito de trabalho é utilizado para entender o significado amplo da energia do sistema. 2.3.1 - 1a. Lei da Termodinâmica Para introduzir a 1a lei, escolher um sistema fechado indo de um estado de equilíbrio, para outro estado de equilíbrio, com o trabalho como única interação com o meio ambiente. GAS GÁS Isolamento Processo Adiabático Para todos os processos adiabáticos que ocorrerem entre os dois mesmos estados o trabalho líquido terá o mesmo valor. Para processos adiabáticos o trabalho líquido depende somente dos estados inicial e final. 2.3.2 - Definição de variação de energia Como o trabalho líquido realizado por (ou sobre) um sistema adiabático entre os mesmos estados inicial e final não depende do processo, mas somente dos estados, pode-se dizer que está ocorrendo a variação de alguma propriedade. Essa propriedade recebe o nome de Energia e sua variação entre dois estados é definida por: E E Wad2 1− = − O sinal negativo é em função da convenção adotada. E representa a energia total do sistema 2.3.3 - Energia Interna. A energia total do sistema E inclui ≡ E cinética, E potencial, gravitacional e quaisquer outras formas de Energia. Outras formas: Energia armazenada por uma mola. Energia armazenada por uma bateria. Todas essas outras formas de energia são chamadas de Energia Interna U 1 2 E2 - E1 = (KE2 - KE1) + (PE2 - PE1) + (U2 - U1) ↓ energia interna E = KE + PE + U U = Energia interna: são todas as outras formas de energia excluindo as cinética e potencial. 2.3.4 - Princípio da Conservação para Sistemas Fechados Até aquí foram consideradas quantitativamente apenas aquelas interações entre o sistema e a vizinhança que poderiam ser classificadas como trabalho. No entanto os sistemas fechados podem também interagir com a sua vizinhança de modos que não podem ser caracterizados como trabalho. Um exemplo é propiciado por um gás ( ou líquido) contido em um recipiente fechado que passa por um processo enquanto está em contato com uma chama a uma temperatura maior que a do gás. Este tipo de interação é chamado interação de calor, e o processo pode ser referido como um processo não adiabático. Quando um sistema não está isolado termicamente do ambiente, pode ocorrer outra espécie de interação entre sistema e ambiente. Processo não adiabático ≡ troca de energia com ambiente ≡ calor A ad B 1 2 E2 - E1 = - Wad | O | E2 - E1 ≠ - WA | + QA | E2 - E1 ≠ - WB | - QB | (E2 - E1) = - W + Q | | E2 - E1 = Q - W Lei da Conservação da energia para um sistema fechado. 2.4. Energia transferida pelo calor. Calor = energia transferida para ou de um sistema, unicamente por diferença de temperatura. 2.4.1. Convenção de Sinais e Notação -Q+Q Sistema Sistema Origem da convenção é relacionada com os motores de combustão interna ou máquinas térmicas para as quais se fornece uma certa quantidade de calor (na forma de combustão) e se produz um trabalho útil positivo. O calor não é uma propriedade ≡ depende do caminho. Q Q= ∫ ∂1 2 onde a integral deve ser lida assim. Quantidade de calor recebida ou fornecida pelo sistema em seu processo para ir do estado 1 até o estado 2 Q Q= =∫ ∂2 2 nunca poder ser obtido como Q2 - Q1 ↓ Não existe calor no estado 2 Nem no estado 1 Calor é energia em trânsito. &Q = taxa de transferência de calor Q = &Qdtt t 1 2 ∫ ≡ necessário saber como &Q varia com o tempo &q = fluxo de calor por unidade de área Q = &qdAA A 1 2 ∫ Unidades: Q W h= . BTU &Q W= BTU/h &q W m = 2 BTU h ft. 2 2.4.2 - Modos de Transferência de Calor Condução e Parede Plana x Fronteira T(x) Q]x Radiação Térmica Lei de Fourier Q ºº x = - KA dt dx x K = condutividade térmica A = área perpendicular ao fluxo de calor (coordenada x). SOL SOL &Q Te b= ε τ 4 Radiação Térmica ε emissividade da superfície do Sistema 0 < ε < 1,0 Energia emitida por mudanças na configuração eletrônica de átomos e moléculas. τ = Constante de Stefan Boltzmann Energia transportada por ondas eletromagnéticas. As substâncias podem emitir, absorver e transmitir a radiação térmica em vários graus Convecção Efeito combinado da troca de energia entre o sistema e o meio líquido ou gasoso condução e transporte. O sistema aquece o fluido por condução e as moléculas do fluido transportam essa energia pela corrente de fluido. T Tbf 〈 Perfil de Velocidade Tb Fronteira Sólido quente Tf Área & ( )Q hA Tb Tf= − Lei de Newton do Resfriamento h = Coeficiente de transferência de calor (não é propriedade é empírico) 2.4.3. Considerações Um corpo não contêm calor, mas energia. Calor é energia em trânsito. É um fenômeno de fronteira. Identificação, definição correta da fronteira é fundamental antes de estabelecerse haverá ou não fluxo de calor. 2.5. Balanço de Energia para Sistemas Fechados ∆ ∆ ∆ E Q W Variação da quantidade de energia contida dentro de um sistema num ervalo de tempo Quantidade liquida de energia transferida para dentro da fronteira do sistema por transferencia de calor t Potência líquida de energia transferida para fora do sistema por trabalho em t = − = − int 2.5.1. Formas do Balanço de Energia dE Q W= −∂ ∂ ∆ ∆ ∆ ∆ E t Q t W t = − ⇒ Passando ao lim ∆t → 0 forma instantânea do balanço de energia dE dt Q W Variação de energia no tempo contida dentro do sistema no tempo t Taxa líquida de transferência de calor para sistema Potência líquida produzida pelo sistema = − = − & & , E KE PE U= + + dE dt dKE dt dPE dt dU dt Q W= + + = −& & GAS Isolamento Líquido Gerador Elétrico Massa Eixo em rotação Placa de cobre térmico + -W=0 Q Fronteira ou a) Sistema é o gás → Q = 0 W < 0 GAS Isolamento Líquido Gerador Elétrico Massa Eixo em rotação Placa de cobre térmico + - W Fronteira ou Q=0 b) Sistema inclui cilindro isolado, gás, placa de cobre gerador, polia, eixo e massa. GAS Isolamento Líquido Gerador Elétrico Massa Eixo em rotação Placa de cobre térmico + - ou Q=0 Q = 0, W =0 Fronteira c) Sistema inclui cilindro isolado, gás, placa de cobre gerador, polia, eixo e massa. 2.5.2. Ilustrações Exemplo 2.2. Um sistema fechado, inicialmente em equilíbrio na superfície da terra passa por um processo no qual recebe 200 BTU's (líquido) na forma de trabalho. Durante o processo o sistema perde para a vizinhança 30 BTU's (líquido) na forma de calor. No final do processo, o sistema está a uma velocidade de 200 pés/seg. a uma altitude de 200 pés. A massa do sistema é de 50 lbm e a aceleração local da gravidade é 32,0 pé/s2. Determine a variação da energia interna do sistema em BTU. Solução z Fronteira V 1 =0 W 200 pés V 2 =200 pés/s Inicial Final 1 2 Q . . . Hipóteses 1) Sistema fechado = bola. 2) No final do processo, o sistema se move com velocidade uniforme. 3) A aceleração da gravidade local é constante. g= 32,0 pés/s2 Balanço de Energia ∆E = ∆KE + ∆PE + ∆U = Q - W ∆KE = 1/2 m ( V22 - V12) ∆PE = mg (z2 - z1) ∆U = (Q - W) - ∆KE - ∆PE Q = - 30 BTU W = - 200 BTU ( )∆PE lbm pé s lbm pé s = = 1 2 50 200 102 2 2 6 2 2 ∆PE lbm pé s pés lbm pé s = =50 32 0 200 320 000 2 2 2 2. , . . 1 BTU = 778 lbf.pé 1 1 32 174 1 32 22 2lbf lbm pé s lbm pé s = ≅. , . , lbm pé s lbm pé s pé 2 2 2= ⋅ ⋅ lbm lbf pé s = 32 2 2, / lbm pé s lbf pé s pé s 2 2 232 2 = ⋅ , lbm pé s lbf 2 32 2 = , lbm pé s lbf pé BTU2 2 32 2 1 32 2 778= ⋅ = ⋅ , , 1 1 778 lbf pé BTU⋅ = ∆KE BTU BTU= ⋅ = 10 32 2 778 39 9 6 , , ∆PE BTU BTU= ⋅ = 320 000 32 2 778 12 8 . , , ∆U BTU= − − − − − = +( ) ( ) , , ,30 200 39 9 12 8 117 30 Comentários Balanço total de energia ∆E Q W= − ∆E = ∆KE + ∆PE + ∆U 170 = +39,9 + 12,8 + 117,3 ∆E = (-30) - (-200) = 170 BTU Exemplo 2.3. Considere 5 Kg de vapor d'água contidos dentro de um conjunto pistão- cilindro. O vapor passa por uma expansão a partir do estado 1 , onde a sua energia específica interna u1 = 2709,9 kJ/kg, até o estado 2 onde u2 = 2659,6 kJ/kg Durante o processo ocorre transferência de 80 kJ de energia na forma de calor, para o vapor. Ocorre também a transferência de 18,5 kJ na forma de trabalho, através de uma hélice. Não há variação significativa de energia cinética e potencial do vapor. Determine o trabalho realizado pelo vapor sobre o pistão, durante o processo. Forneça o resultado em kJ. Solução GAS m=5kg vapor Wpw =-18,5kJ Fronteira do Sistema Q=+80kJ u 1 = 2709,9 kJ/kg u 2 = 2659,6 kJ/kg W pistão Hipóteses a) O vapor é o sistema fechado b) As variações de energia cinética e potencial são nulas. Análise Balanço de Energia (1a lei da Termodinâmica para Sistemas Fechados) E = KE PE+ U = Q - W+ 0 00 ∆U = m (u2 - u1) = Q - W Q = Quantidade líquida de calor transferida para o sistema W = Trabalho líquido realizado pelo sistema W = Wpw + Wpistão ∆U = Q - Wpw - Wpistão Wpistão = - ∆U + Q - Wpw Wpistão = -m (u2 - u1) + Q - Wpw Wpistão = - 5 (Kg) (2659,6 - 2709,9) kJ/kg + 80 kJ - (-18,5 kJ) Wpistão = -(-251,5) + 80 - (-18,5) (kJ) Wpistão = + 350 kJ Comentários 1. O sinal positivo significa trabalho realizado pelo sistema. 2. Em princípio, o trabalho realizado pelo pistão poderia ser calculado a partir de Wpistão pdV v v = ∫ , 1 2 mas neste caso seria necessário conhecer a pressão com o pistão em movimento, ou seja, seria necessário conhecer a relação entre P e V. 3. A análise pode ser sumarizada em termos de energia, da seguinte forma: Entrada (kJ) Saída (kJ) + 18,5 (Trabalho da hélice) 350 (pistão + 80,0 (calor transferido) +98,5 + 350 A energia do sistema diminuiu durante o processo. ∆U = 98,5 - 350 = - 251,5 kJ Exemplo 2.4. 4 kg de gás é contido dentro de um conjunto pistão-cilindro. O gás passa por um processo no qual a relação pressão/volume é: PV1,5 = constante A pressão inicial é de 3 bars, o volume inicial é 0,l m3 e o volume final é 0,2 m3. A variação da energia interna específica do gás é u2 - u1 = - 4,6 kJ/kg. As variações de energias cinética e potencial são desprezíveis. Determine o calor líquido transferido para o gás durante o processo. Solução Sabe-se: O gás dentro de um conjunto pistão-cilindro se expande e durante o processo de expansão a relação pressão volume e a variação da energia interna específica são conhecidas. Questão Determinar o calor líquido transferido ao gás durante o processo. 1 2 Área = Trabalho 0,1 0,2 V P PV 1,5 = C u2 - u1 = - 4,6 kj/kg GAS PV 1,5 =C Fronteira do Sistema Hipóteses 1. O gás é o sistema fechado 2. A expansão é um processo politrópico 3. Não há variações de energias cinética e potencial Análise: Como ∆KE e ∆PE = 0 ∆U = Q - W Q = ∆U + W W pdV P V PV nv v = = − − =∫ 1 2 2 2 1 1 1 já resolvido no Ex. 2.1. W = + 17,6 kJ∆U = m (u2 - u1) = 4 kg ( - 4,6 kJ/kg) = - 18,4 kJ Q = ∆U + W Q = - 18,4 kJ + 17,6 kJ Q = - 0,8 kJ Comentários 1. O sinal negativo significa que o sistema perdeu energia por transferência de calor para a vizinhança. 2. A relação entre P e V permite representar o processo num diagrama PV. A área sob a curva entre os estados 1 e 2 representados na figura corresponde ao trabalho realizado durante o processo de expansão. 2.6. Análise Energética de Ciclos As raízes da 1a e 2a leis da Termodinâmica estão relacionadas com os estudos de ciclos. Os ciclos são importantes em várias aplicações de engenharia: Geração de potência Propulsão de Veículos Refrigeração 2.6.1. Preliminares O balanço de energia para um sistema que percorre um ciclo TERMODINÂMICO tem a seguinte forma: ∆Eciclo = Qciclo - Wciclo Para um ciclo: ∆Eciclo = 0 Qciclo = Wciclo → Válida para todo e qualquer ciclo termodinâmico e independentemente do fluido de trabalho. 2.6.2. Ciclos de Potência Frio Quente Qe Qs Wc Qe - Qs = Wc η = = −WcicloQe Qs Qe1 2.6.3. Ciclos de Refrigeração e Bomba de Calor Frio Quente Qs Qe Wc Wc = Qs - Qe Wliq = Qliq Para os ciclos de refrigeração e bombas de calor são usados como indicadores de eficiência os conceitos seguintes: β = QeQc = Coeficiente de desempenho para refrigeração Coeficiente de eficácia Qe = efeito útil Wc = trabalho de compressão γ = ⇒QoutQc Coeficiente de desempenho de bomba de calor Qout = Qs = efeito útil Qc = trabalho de compressão γ = − Qs Qs Qe TERMODINÂMICA I Prof. José Tomaz Vieira Pereira CAPÍTULO 3 PROPRIEDADES DE UMA SUBSTÂNCIA PURA COMPRESSÍVEL SIMPLES Para aplicação do balanço de energia para um sistema, é necessário o conhecimento das propriedades do sistema e de como estas propriedades estão relacionadas. Neste capítulo serão introduzidas relações entre as propriedades que são relevantes para aplicação em engenharia termodinâmica. A apresentação começa com o princípio do estado, o qual está intimamente ligado com as relações entre as propriedades dos sistemas. 3.1. O Princípio do Estado Estado para um sistema em equilíbrio é descrito pelo valor de suas propriedades termodinâmicas. Pela observação dos sistemas termodinâmicos, é conhecido que nem todas essas propriedades são independentes uma das outras. O estado é definido pelo valor das propriedades independentes. Os valores de todas as outras propriedades são obtidos a partir dos valores dessas propriedades independentes. Baseado em consideráveis evidências experimentais, pode ser concluído que há uma propriedade independente para cada meio que a energia do sistema pode variar de modo independente. No capítulo 2, vimos que a energia de um sistema fechado pode ser alterada de modo independente por transferência de calor ou trabalho. Assim uma propriedade independente pode ser associada com a transferência de calor como um meio de variação de energia do sistema, e uma outra propriedade independente pode ser contada para cada modo relevante através do qual a energia do sistema pode variar por trabalho. Assim, baseado em evidência experimental, pode ser estabelecido que o número de propriedades independentes para sistemas sujeitos às limitações acima é um (1) mais o número de interações relevantes na forma de trabalho. Este é o princípio do Estado. A experiência indica também que para contar o número de interações de trabalho relevantes, é suficiente considerar somente aquelas que ocorrem quando o sistema passa por um processo quasiestático. O termo sistema simples é utilizado quando há somente um (1) meio através do qual a energia varia de modo relevante pelo trabalho enquanto o sistema passa por um processo quasiestático. Assim contando uma propriedade independente para a transferência de calor e outra para o trabalho realizado no processo quasiestático, pode se dizer que duas propriedades independentes são necessárias para fixar o estado de um sistema simples. Duas propriedades independentes definem o estado. Pressão, energia interna específica e todas as outras propriedades intensivas podem ser determinadas como funções de T e v. P = p (T, v); u = u (T, v) 3.2. Relação P-v-T A partir dos experimentos se observa que temperatura e volume específico são propriedades independentes, e a pressão pode ser determinada em função dessas duas: p = p(T,v). O gráfico dessa função é uma superfície, normalmente chamada de superfície P-v-T 3.2.1. Superfície P-v-T Diagramas Regiões: Sólido - fase única Líquido - fase única Vapor: 2 propriedades independentes (p,v, ou T definem o estado) Duas fases: líquido - vapor sólido - líquido sólido-vapor Pressão e temperatura são propriedades dependentes. Linhas de Saturação "Domo" Ponto crítico: Ponto de encontro das linhas de líquido saturado e de vapor saturado. Pressão crítica = Pc Temperatura crítica = Tc Volume específico crítico 3.2.2. P, v, T - Projeções planas Diagramas de Fase: Fig. 3.1b e Fig. 3.2b Ponto triplo: Temperatura 273,16K = Tpt Pressão 0,6113 kPa = Ppt Água = 7 formas cristalinas diferentes (gelo) P - v - Diagrama - Fig. 3.1c e Fig. 3.2c Muito útil para esquematizar a solução de problemas. T - v - Diagrama Figura 3.3. 3.2.3 - Mudança de Fase. É instrutivo estudar alguns eventos que ocorrem com uma substância pura que experimenta uma mudança de fase, pois será de grande valia para todos os estudos seguintes. (ver transparências manuscritas). 3.3 - Propriedades Termodinâmicas. As propriedades termodinâmicas para uso em engenharia são apresentadas em várias formas, incluindo gráficos, tabelas e equações. Adicionalmente, valores de propriedades termodinâmicas para um crescente número de substâncias estão disponíveis em programas para micro-computadores. Como a utilização de tabelas ainda é muito mais frequente por ser mais disponível será dado ênfase ao seu uso por representar um treinamento importante. 3.3.1 - Pressão, Volume Específico e Temperatura. Tabelas de líquido e vapor. Propriedades do vapor d'água superaquecido são mostradas na Tabela A-4 e para a água comprimida (líquido comprimido) estão na Tabela A-5. Como pressão e temperatura são propriedades independentes nas regiões de fase simples, elas podem ser usadas para identificar os estados nessas regiões. Tabelas de Saturação. As tabelas A-2 e A-3, listam os valores das propriedades para os estados de líquido saturado e vapor saturado. O volume específico para uma mistura bifásica de vapor e líquido pode ser determinado usando as Tabelas de Saturação e a definição de título título x m m m vap liq vap = = + Como na região de saturação, todo o líquido está na situação de líquido saturado e todo vapor está na situação de vapor saturado: V m v V m vliq liq liq vap vap vap= = e v V m V m V m liq vap = = + v m m v m m v liq liq vap vap= + introduzindo a definição de título dada acima, o volume específico pode ser calculado por: v x v x v v x v vliq vap liq vap liq= − + = + −( ) ( ) ( )1 Para acompanhar a notação utilizadano livro texto, vamos representar os subscritos da fase vapor por (g) ao invés de (vap) e da fase líquida por (f) ao invés de (liq). O aumento do volume específico da fase líquida para a fase vapor é comumente representado como volume específico de mudança de fase por v v vfg vap liq= − 3.3.2. Energia Interna Específica e Entalpia Em muitos processos termodinâmicos aparece a soma da Energia Interna e do produto P V (Pressão e Volume). Essa combinação constitui uma propriedade denominada entalpia U + PV = H (entalpia) u + Pv = h (entalpia específica) u Pv h+ = (entalpia específica/base molar) Regiões de Saturação Para a região do "domo", onde as fases líquida e vapor estão presentes, a energia interna e a entalpia são calculadas com o auxílio do título. De forma análoga do cálculo do volume específico, tem-se: Energia Interna u x u x u u u x u u f g f g f u fg = − + = + − ( ) ( ) 1 124 34 Entalpia h x h x h h h x h h f g f g f h fg = − + = + − ( ) ( ) 1 124 34 Exemplo: Determinar a energia, e a entalpia, para o R-12 nas seguintes condições: 1) T = 12o C u = 111,07 kJ/kg Da Tab. A.7, T = 12o C uf = 46,93 kJ/kg ug = 175,2 kJ/kg → ∴ temos o estado intermediário entre a saturação do R- 12 líquido e do R-12 vapor hf = 47,26 kJ/kg hg = uf + x (ug - uf) x u u u u f g f = − − = − − = 111 07 46 93 175 2 46 93 0 5, , , , , h = (1 - x) hf + x hg h = (1 - 0,5) . 47,26 + 0,5 192,56 = 119,91 kJ/kg Tab. A.7 - P = 4,4962 bar v f= 0,737 . 10-3 m3/kg v g= 38,6 . 10-3 m3/kg 1 bar = 0,1 106 Pa = 0,1 MPa 1 bar = 0,1 . 106 N/m2 hf = uf + Pvf h kJ kg N m m kgf = + ⋅ ⋅ ⋅ 46 93 0 44962 10 0 737 10 1000 6 2 3 3 , , , hf = 46,93 + 0,331 = 47,36 kJ/kg hg = 175,2 + 0,44962 . 106 . 38,6 . 10-3 = 175,2 + 17,36 kJ/kg hg = 195,26 kJ/kg Vapor Superaquecido Sistema: água P = 0,1 MPa u = 2537,3 kJ/kg Tab. A3 - Propriedade da água saturada. P = 0,1 Mpa = 1,0 bar T = 99,63oC uf = 417,36 kJ/kg ug = 2506,1 kJ/kg u > ug ∴ Vapor Superaquecido Tab. A4 - Vapor superaquecido P = 1,0 bar T = 120oC u = 2537,3 kJ/kg h = 2716,6 kJ/kg v = 1,793 m3/kg Estados de Referência e Valores de Referência Para Água Para Refrigerantes T = 0,01oC T = -40oC uf = 0,0 kJ/kg hf = 0,0 kJ/kg h = u + pv u = h - pv Exemplo 3.2. Um tanque rígido bem isolado tem vapor d'água saturado a 100oC, e um Volume de 0,1 m3. O vapor é agitado rapidamente até que a pressão atinja 1,5 bar. Determine a temperatura do estado final e o trabalho realizado durante o processo. FIGURA Hipóteses: 1. A água é o sistema fechado 2. Os estados inicial e final são estados de equilíbrio: ∆KE = ∆PE = 0 3. 1Q2 = 0 4. V = constante 1a Lei: ∆E = Q - W KE + 0 PE = Q - WU + 0 0 ∆U = -W → U2 - U1 = 1W2 1W2 = -m (u2 - u1 ) Tab. A.2. T = 100o C P= 1,014 bar uf = 418,94 kJ/kg ug = 2506,5 kJ/kg vg = 1,673 m3/kg Tab A.4. P = 1,5 bar vg = 1,673 m3/kg Interpolação Temp (oC) v (m3/kg) u a 240 1,57 2717,2 c --------------- ------------- 1,673 b 280 1,695 2778,6 (Tb - Ta) → (va - vb) (Tc - Ta) → (va - vc) ( ) ( ) T T T T v v v v T T v v v c a b a a c a b b a b a c − = − − − = = = = = ( ) , , , 280 240 1 695 1 57 1 673 ( ) ( ) T Tc a− = − − − = 280 240 1 57 1 673 157 1 695 32 96 , , ( , , ) , Tc = Ta +32,96 = 240 + 32,96 = 272,96oC Para determinar uc, vamos interpolar usando o vc (vb - va) → (vc - va) (ua - ub) → (ua - uc) ( ) ( )( )( )u u u u v v v va c a b c a b a − = − − − ( ) ( , , ) ( , , )( , , ) ,u ua c− = − − − = − 2717 2 2778 6 1 673 157 1 695 157 50 59 uc = ua + 50,59 uc = 2717,2 + 50,59 = 2767,79 kJ/kg = u2 1W2 = -m (u2 - u1) m V v m m kg kg= = = 0 1 1 673 0 06 3 3 , , , 1W2 = -0,06 (2767,79 - 2506,5) = -15,62 kJ 1W2 = - 15,62 kJ Ex. 3.3 A água contida num conjunto Pistão - cilindro passa por dois processos em série, a partir de um estado inicial onde P = 10,00 bar T = 400 ºC Processo 1 - 2: A água é resfriada a pressão constante até se tornar vapor saturado a P = 10,00 bar. Processo 2 - 3: A água é resfriada a volume constante até 150 ºC. a) Esquematize os processos em diagramas Pv e Tv b) Para o processo como um todo, Determine o trabalho envolvido kJkg . c) Para o processo como um todo, determine o calor transferido. (kJ/kg). 400 ºC 2 3 150 ºC V P 10 bars a) 1 400 ºC 3 V 2 150 ºC 400 ºC 10 bars 1 b) ? ? ∆ ∆ E Q m W m U m W m W m W m pdv pdv pdv = − = = + = = + ∫∫∫ 1 3 1 3 1 3 1 2 2 3 2 3 0 1 2 1 3 1 3 1 2 2 1 W m pdv p v v= = −∫ ( ) c) ∆ ∆ U m Q m W m Q m U m W m = − = + 1 3 1 3 1 3 1 3 3.3.3 - Calores específicos a volume constante e a pressão constante Cp Cv Propriedades derivadas da energia interna e da entalpia Cv u t Cp h t K Cp Cv V P = = = ∂ ∂ ∂ ∂ 3.3.4 - Aproximações para determinar as propriedades dos líquidos usando as tabelas de líquido saturado. ( )v t p v t u t p u t h t p h t , ~ ( ) ( , ) ~ ( ) ( , ) ~ ( ) − − − 3.3.5 - Modelo de Substância Incompressível. Como observado, existem regiões onde o volume específico da água líquida varia muito pouco e a energia interna específica varia principalmente com a temperatura. O mesmo comportamento geral é exibido por outras substâncias nas suas fases líquida e sólida. Essa substância idealizada é chamada de incompressível. Para essa substância a energia interna específica depende somente da temperatura e o calor específico é também somente função da temperatura. c T du dT incompressívelv ( ) ( )= A entalpia varia com a pressão e com a temperatura. h T P u T Pv h T du dT h T Cp definição P P ( , ) ( ) ( ) = + = = ∂ ∂ ∂ ∂ Assim, para uma substância incompressível Cp = Cv = C (incompressível) Para intervalos de temperatura não muito grandes, a variação de c pode ser pequena e nesses casos o calor específico pode ser tomado como constante, sem perda apreciável de precisão. u u c T dT h h u u v p p h h c T dT v p p T T T T 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 1 2 1 2 − = − = − + − − = + − ∫ ∫ ( ) ( ) ( ) ( ) Para c= constante, u2-u1 = c(T2-T1) h2-h1 = c(T2-T1) + v(p2-p1).3.4 - Relações PvT para gases. Úteis para avaliar sistemas na fase gasosa. 3.4.1 - Constante Universal dos Gases. gás T= constante O Pistão pode se mover para a obtenção de vários estados de equilíbrio à mesma temperatura. Para cada estado de equilíbrio são medidos: a Pressão e o volume específico. Com os resultados é construído o seguinte gráfico: Pv T R T1 T2 T3 T4 P v Volume Específico Molar= Quando P → 0, para todas as temperaturas, o limite tende a R , independentemente do gás utilizado. lim P P v T R → = 0 R = Constante Universal dos Gases 8,314 kJ/kmol.K R 1,986 BTU/lbmol.oR 1545pé/ lbf/lbmol.oR 3.4.2. Fator de Compressibilidade (Z) Z Pv RT = (adimensional) v Mv= M = Peso Atômico Peso Molecular R R M = Z Pv RT = lim Z = 1 P → 0 Z = Fator de compressibilidade ( )Z B T p C T p D T p= + + + +1 2 3$ ( ) $ $ ( ) ... Z B T v C T v D T v = + + + +1 2 3 ( ) ( ) ( ) ... Essas equações são conhecidas como expansões viriais e os coeficientes $ , $ , $B C D e B, C, D são os coeficientes viriais, e pretendem representar as forças entre as moléculas. $Bp B v iteração entre duas moléculas= $Cp C v iteração entre três moléculas2 2 ≈ $Dp D v iterações entre quatro moléculas3 3 → e assim por diante. 3.4.3. Gráfico de Compressibilidade Generalizada Os gráficos do fator de compressibilidade são similares para os vários gases. Efetuando-se modificações adequadas nos eixos coordenados é possível estabelecer relações quantitativas similares para os vários gases. Isso é referido ao "princípio dos estados correspondentes". Dessa maneira, o fator de compressibilidade é colocado num gráfico versus uma Pressão Reduzida e uma temperatura reduzida, definida como Pr = = P Pc Tr T Tc cartas mais apropriadas para solução de problemas são apresentadas nas Fig. A-1, A-2 e A-3 do Apêndice. Os valores obtidos destas cartas são aproximados e, se os cálculos exigirem grande precisão, será necessário lançar mão de tabelas específicas ou softwares para cálculo. O erro máximo é da ordem de 5% e para a maioria das faixas de pressão e temperaturas é bem menor. Nessas cartas o volume específico reduzido v v vR c = é substituído pelo pseudo volume específico crítico v v RT Pc R c ' = Essas cartas não fornecem bons resultados nas proximidades do ponto crítico. Isso pode se contornado restringindo as correlações para substâncias com o mesmo Zc Z = f ( TR, PR, Zc ) Ex. 3.4. Uma quantidade fixa de vapor d'água inicialmente a 20 MPa, T = 520oC é resfriada a volume constante até a temperatura de 400oC. Usando as cartas de compressibilidade, determine: a) O volume específico do vapor d'água, em m3/kg para o estado inicial. b) A pressão em MPa no estado final. Compare os resultados de a) e b) com aqueles obtidos das tabelas de vapor, A-4. . 1 2 v T 520 520 400 º 20Mra T ab A4 v = 0,01551 m 3 Kg => Tab. A.1 - Mágua = 18,2 Tc = 647,3K Pc =220,9 bars Z P v RTc c c c = = 0 233, T TR R1 2 520 27315 647 3 1 23 673 647 3 1 04= + = = = , , , , , PR1 200 220 9 0 91= =, , Z1 = 0,83 v v RT Pc v v vR c R c ' = = Z Pv RT v Z RT P = ⇒ =1 1 1 1 v M v= R R M = 8,314 kJ/kmolK R 1,986 BTU/lbmoloR 1545 pé lbf/lbmoloR v Z R M T P1 1 1 1 = . v N m kmol K kg kmol N m m kg1 6 2 30 83 8 314 18 02 793 2010 0 0152= =, , . , . , / v m kg compressibilidade generalizada1 30 0152= →, / v m kg Tabela de vapor A1 30 01551 4= → −, / v vP RTR c c ' ,= = 112 T T TR c2 2 673 647 3 1 04= = =, , PR c = 0 69, Carta E3-4 P2 = Pc (PR2) = 22,09 MPa x 0,69 = 15,24 MPa P2 = 15,24 MPa P2 = 15,16 MPa → Tabela de Vapor 3.5. Modelo de Gás Ideal Considerando os dados de compressibilidade generalizada pode ser visto que: PR ≤ 0,05 Z ≈ 1 ou TR ≥ 15 2 ≤ TR ≤ 3 Z ≈ 1 Larga Faixa PR 02 Tc = 154 K Pc = 50,5 bars N2 Tc = 126 K Pc = 33,9 bars Z Pv RT Gás Ideal= = →1 Pv = RT v V m = PV = mRT v v M = v V n = Pv RT R R M = = PV nRT= Para o Gás Perfeito u = u (T) → função só da temperatura se Z = 1 h = h (T) = u (T) + RT Lembrar sempre que o modelo de gás ideal é muito bom quando Z ≈ 1 e que não fornece resultados aceitáveis para todos os estados, e deve ser utilizado como uma aproximação para os casos reais. 3.5.1. Energia Interna, Entalpia e Calor Específico para Gás Ideal Z ≈ 1 → gás ideal Z Pv RT = Energia interna e calor específico a volume constante c T du dT du c T dTv v( ) ( )= → = Entre dois estados 1) e 2) du c T dt u T u T c T dTv v1 2 1 2 2 2 1 1 1 2 ∫ ∫ ∫= ⇒ − =( ) ( ) ( ) ( ) Entalpia e Cp C T dh dT dh C T dTp p( ) ( )= → = Entre dois estados 1) e 2) dh C T dt h T h T C T dTp p1 2 1 2 2 2 1 1 1 2 ∫ ∫ ∫= ⇒ − =( ) ( ) ( ) ( ) h T u T RT dh dT du dt R( ) ( )= + ⇒ = + C T C T Rp v( ) ( )= + C T C Tp v( ) ( )> Assim, a razão entre os calores específicos Cp e Cv é função somente da Temperatura k C C p v = > 1 Combinando as equações C T C T R k C T C T p v p v ( ) ( ) ( ) ( ) = + = C T kR k C T R k p v ( ) ( ) = − = − 1 1 Os valores de Cp e Cv variam com a temperatura e são disponíveis para a maioria dos gases de interesse. Para os gases mono-atômicos Ar, He, Ne, a razão C R p é praticamente constante C R p = 2 5, (Ar, Ne, He). Para os demais gases, os valores de Cp podem ser obtidos de tabelas ou expressões C R T T T Tp = + + + +α β γ δ ε2 3 4 onde α, β, γ, δ, ε são listados na Tab. A-15 para vários gases na faixa de temperaturas entre 300 e 1000 K. Problema: Determine a variação da entalpia específica para vapor d'água, do estado 1) T1=400 K e p=0,1 MPa até o estado 2) T2 = 900K P2=0,5 MPa, usando: a) Tabela de vapor b) Integração usando o modelo do calor específico para gás ideal C R T T T Tp = + + + +α β γ δ ε2 3 4 , com os coeficientes α, β, γ, δ, ε da Tab. A-15. c) Repetir a) e b) para o estado final. a) Da Tab. A-4 por interpolação h kJ kg h h kJ kg h kJ kg 1 2 1 2 2730 5 1031 7 3762 2 = − = = , , , b) h h Cp T dT Cp T Cp T M R R M T T 2 1 1 2 − = = = ∫ ( ) ( ) ( ) C R T T T Tp = + + + +α β γ δ ε2 3 4 C T Rp ( ) ( .......)= +α Cp T R M( ) ( ....)= +α h h C R T T T T dTp T T 2 1 2 3 4 1 2 − = + + + +∫ ( )α β γ δ ε h h R M T T T T T T T T T T2 1 2 1 2 2 1 2 2 3 1 3 2 4 1 4 2 5 1 5 2 3 4 5− = − + − + − + + − + − α β δ γ ε( ) ( ) ( ) ( ) ( ) b) h h kJkg2 1 1025 0− = , c) Para T1 = 400K T2=900K P1 = 0,1 MPa P2 = 10 MPa h1 = 2730,5 kJ/kg h2 = 3691,7 kJ/kg h2-h1 = 961,2 kJ/kg Por integração h h Cp T dT kJ kgT T 2 1 1025 0 1 2 − = =∫ ( ) , Comentários: Água: Tc = 647,3K Pc = 220,9 bars M = 18,02 kg/Kmol Para: T1 = 400K T2 = 900K P1 = 1 bar P2 = 5 bars V1 = Z1 = Pv/RT P PR R1 2 1 220 9 0 0045 5 220 9 0 023= = = = , , , , T TR R1 2 400 647 3 0 06 900 647 2 1 4= = = = , , , , 3.5.2. Tabelas de Gás Ideal Para os gases mais comuns, avaliações de valores de energia interna específica e de entalpia são facilitados pelo uso de tabelas de gases ideais. A determinação da entalpia é obtida pela equação h T C T dT h Tp refT T ref ( ) ( ) ( )= +∫ onde Tref = temperatura arbitrária h(Tref) = entalpia As tabelas A-16 a A-22 são baseadas em Tref = 0K e h(0) = 0 Para essas temperaturas e entalpia de referências h T C T dTp T( ) ( )= ∫0 A energia interna foi tabulada a partir dos valores de entalpia usando: u = h - RT Esses valores podem também ser obtidos através de programas de computador. 3.5.3 - Hipótese de calores específicos constantes u(T2) - u (T1) = Cv (T2 - T1) h(T2) - h(T1) = Cp (T2 - T1) Os valores de Cv e Cp constantes são os valores médios obtidos de Cv Cv T dT T T Cp Cp T dT T T T T T T = − = − ∫ ∫( ) ( ) 1 2 1 2 2 1 2 1 EXEMPLO 3.7 Determine a variação da entalpia específica do vapor d'água do estado 1 a T1= 400K e P1 = 0,1 MPa até T 2 = 900K e P2 = 0,5 MPa, usando a tabela de gás ideal para vapor d'água. Compare os resultados com as partes a e b do exemplo 3.6 Tab. A-19 Pg. 725 T K h kJ kmol T K h kJ kmol M h kJ kg h kJ kg h h kJ kg h kJ kg h kJ kg 1 1 2 2 1 2 2 1 1 2 400 13 356 900 31828 18 02 741 18 1 766 26 1025 08 2 730 5 3762 2 = = = = = = = − = = = . , , . , , . , , EX.: 3.6 a) h 2 - h 1 = 1031,7 kJ kg (Tabela A.4) b) h 2 - h 1 = 1025,0 kJ kg h 2 - h 1 = R M T T T T dT T T ( )α β γ δ ξ+ + + +∫ 1 2 2 3 4 EX.: 3.9 Dois tanques são conectados através de uma válvula. Um dos tanques contem 2 kg de CO a 77ºC e P = 0,7 bars. O outro tanque tem 8 kg de CO a 27 ºC e P = 1,2 bars. A válvula á aberta permitindo que o CO se misture enquanto recebe energia do ambiente. A temperatura final de equilíbrio é 42ºC. Usando o modelo de gás Ideal determine: a) a pressão de equilíbrio em bars b) o calor transferido para o processo em kJ. CO 2Kg, 77ºC 0,7 bars Tq 1 x CO 8Kg, 27ºC 1,2 bars Tq 2 Hipóteses: 1. A massa total de CO é o sistema 2. O CO é tratado como gás ideal 3. O gás em cada tanque está inicialmente em equilíbrio O estado final é um estado de equilíbrio 4. Não há realização de trabalho 5. ∆KE = ∆PE = ∅ Solução a) Pelas condições dadas é possível determinar os volumes totais dos tanques 1 e 2, nas condições iniciais. Supondo que os tanques sejam rígidos, o volume final será igual ao inicial Vf = V1 + V2 e assim é possível determinar o volume específico final, de forma que P RT v v V V m m P m m RT V V V m RT P V m RT P P m m RT m RT P m RT P m m T m T P m T P P kg K kg K kg K bars bars f f f f f f f f f f = = + + = + + = = = + + = + + = ⋅ ⋅ + ⋅ = 1 2 1 2 1 2 1 2 1 1 1 1 2 2 2 2 1 2 1 1 1 2 2 2 1 2 1 1 1 2 2 2 10 315 2 250 0 7 8 300 1 2 1 05 ( ) ( ) ( ) , , , b) O calor transferido pode ser obtido por um balanço de energia WU = Q - ∆U = Q = Uf - Ui Uf = (m1 + m2) u (Tf) Ui = m1 u (T1) + m2 u (T2) Q = m1 (u (Tf) - u (T1) + m2 (u (Tf) - u (T1)) U = (Tf) - u (T1) = Cv ( T f -T1) U = (Tf) - u (T2) = Cv (T f - T2) Q = m1 Cv (Tf - T1) + m2 Cv (Tf - T2) Cv - Tabela A - 14 - Pg. 717 Tomando o valor médio para Cv entre T = 300 e 350 Temos Cv = 0,745 kJ kgK ( ) ( ) ( )Q kg kJkgK K K kg kJ kgK K K Q kJ = − + ⋅ − = + 2 0 745 315 350 8 0 745 315 300 37 25 , , , -------------------------------------------------------------------------------------------------------- Tab. A 20 - Pg. 727 Q m u K u K m u K u K kJ kmol u u u M kg kmol Q x Q kJ CO = − + − ↑ = = = = = = = = − + − = − + = = 1 2315 350 315 300 300 6 229 315 6541 3500 7 271 28 01 222 38 233 52 259 59 2 233 52 259 59 8 233 52 222 38 52 14 89 12 36 98 36 98 ( ( ) ( )) ( ( ) ( )) ( ) . ( ) . ( ) . , , , , ( , , ) ( , , ) , , , , 3.5.4 - Processo Politrópico para um gás ideal Descrito por PV n = constante, com n = constante Entre 2 estados 1 e 2 PV P V P P V V n n n 1 1 2 2 1 2 2 1 = ⇒ = n pode variar de - ∞ a + ∞ , dependendo do processo. n = o Processo isobárico →P = constante n = + ∞ Processo isométrico → V = constante Trabalho ( )PdV P V PV n n PdV PV V V n = − − ≠ = = ∫ ∫ 2 2 1 1 1 2 1 1 2 1 1 2 1 1 1ln Essas equações se aplicam para qualquer gás (ou líquido) em um processo politrópico. Quando o comportamento de gás ideal é apropriado podem ser obtidas as seguintes equações. ( ) T T P P V V Pv RT PV mRT PV mRT P V mRT PdV mR T T n n PdV mRT V V n processo isotérmico n n n 2 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 2 2 2 2 1 1 2 2 1 1 2 1 1 1 = = = = = = = − − ≠ = = − − ∫ ∫ ( ) ln Problema 3.96 Argônio inicialmente a 500 KPa, e 100 K passa por um processo prolitrópico, com n=k, até atingir a temperatura final de 300 K Determine o trabalho e o calor transferido por kg de Argônio. Admita comportamento de gás perfeito. ( ) W R T T k12 2 1 1 = − − Tab. A.1 MAR=39,94 kg kmol Tab. A.15 Gases monoatômicos Fig. 3.12 - pag.97 ( ) Cp R R R M R kJ KmolK R kJ KmolK kg Kmol Fig Pg Cp R Cp Cp M R kJ kgK STO u h RT h CpdT K du dT dh dT R Cp Cv R Cp xR kJ kgK Cv kJ kg k Cp Cv W kJ kgK K x kJ kg W AR AR AR AR = = = = − = = = = − = = = − = + = = = = = = ⋅ − − = − = − 8 314 8 314 39 94 3 2 97 2 5 0 21 2 5 0 52 0 31 1 67 0 21 300 100 1 1 67 0 21 100 1 1 67 62 6912 , , , . . . . , , , , , , , , , , ,φ ( ) ( ) ( ) 12 2 1 12 12 62 69 1 0 31 300 100 62 00 62 00 62 69 0 69 = − = − = − = − = + = + = + + − = − , . , , , , , kJ kg Calor Transferido a Lei U Q W U Cv T T kJ kgK kJ kg Q U W Q kJkg ∆ ∆ ∆ TERMODINÂMICA I Prof. José Tomaz Vieira Pereira CAPÍTULO 4 - VOLUME DE CONTROLE - ANÁLISE ENERGÉTICA Embora alguns dispositivos como turbinas, bombas e compressores, através dos quais há fluxo de massa, possam ser analisados como sistema fechados, é normalmente mais simples adotar o ponto de vista do "Volume de Controle" para analisar esses dispositivos. ---> m e he= mehe w QA m i Hi = m hi i QB Mvc (t) . . . . . . . O principal objetivo deste capítulo é estabelecer e ilustrar o uso dos princípios de conservação da massa e da energia para volumes de controle. 4.1 - Conservação de massa para V.C. Modelo de escoamento unidimensional 4.1.1- Desenvolvimento do balanço do fluxo de massa Uma determinada quantidade de massa m, ocupa diferentes regiões em função do tempo, como ilustrado nas figuras seguintes. b tempo (t + t) mvc(t + t)mvc a tempo (t) (t) me mi tempo (t) massa do sistema ⇒ m= mvc(t) + mi massa do vol. controle ⇒ mvc(t) tempo (t+∆ t) massa do sistema →m = mvc(t+∆ t) + mc -11+ do vol. controle → mvc(t+∆ t) m = mvc(t) + mi = mvc(t+∆ t) + mc mvc(t+∆ t) - mvc (t) = mi - mc ÷ ∆ t m (t t) m (t) t mi t me t vc vc+ − = − ∆ ∆ ∆ ∆ Para ∆ t → 0 O sistema fechado e o volume de controle coincidem (ver do ponto de vista físico) ( ) lim lim & lim & ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ t 0 m t t m (t) t d dt m t 0 mi t mi t 0 mc t mc vc vc vc→ + − = → = → = Fluxos de massa instantâneos Se existirem muitas entradas e muitas saídas do volume de controle o balanço dos fluxos instantâneos pode assumir o formato de somatório. ∆m mi mevc i n e i m = − = = ∑ ∑& & 1 4.1.2 - Formas do balanço do fluxo de massa. Em muitos casos pode ser conveniente expressar o balanço de massa em função das propriedades locais. m t dVvc V ( ) = ∫ ρ dA elemento de Área V velocidade do fluxo ao cruzar esse elemento de Área V t ( ) Quantidade de massa que cruza dA durante t Lembrar que V deve ser sempre perpendicular à dA Assim é melhor escrever V t dAm ∆ ∆ . . ρ [Fluxo instantâneo de massa através de toda a área A] = ρ ρ V dA m V dA n A n A ∫ ∫=& Assim o balanço da massa pode ser escrito d dt dV V dA V dAnAiV i n Ae e ρ ρ ρ= − ∫∑∫ ∫∑ O estudo detalhado do princípio da conservação da massa é usualmente feito em Mecânica dos Fluídos e adota-se em termodinâmica formas mais simplificadas. Fluxo unidimensional & & & & & m VA m VA v VA mv d dt m AiVi vi AeVe ve Para processos em Regime Permanente mi me vc i e ei = = = = − = ∑ ∑ ∑∑ ρ EXEMPLO 4.1 Um alimentador de água quente opera em Regime Permanente e tem 02 entradas e 01 saída. Na entrada 1, vapor d'água entra a P1 =7 bar e T1 = 200 ºC, com um fluxo de massa &m1 = 40 Kg/s. Na entrada 2, entra água líquida na pressão P2 = 7 bars, e temperatura T2 = 40 ºC, através de uma área A2 =25 cm2. Pela única saída escoa líquido saturado com uma vazão (fluxo volumétrico) de VA = 0,06 m3/s. Determine o fluxo de massa na entrada 2( &m2) e na saída ( &m3) e a velocidade na entrada 2 em m/s. 12 3 A2= 25cm 2 T2= 40ºC P2= 7 bars Líquido Saturado P3= 7 bars (VA)3= 0,06 m 3/s Superfície de Controle (Fronteira do Vol. de Controle) T1= 200ºCP1= 7 bars m1 . = 40 kg/s Solução: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) d dt m mi me R P mi m m me m m m m m m V m VA VA v VA V A V VA A m VA v v m kg Tab A m m m kg vc i = − = = + = + = = = = = = = ⋅ → = = → = ⋅ → = = ∑∑ ∑ ∑ = − − & & . . & & & & & & & & & ? & ? ? & ( ) & , . . & , / , . , 0 1108 10 3 0 06 2 110810 54 1 2 1 2 3 1 2 3 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 ρ 15 54 15 40 14 15 1 007810 2 40 14 15 1 007810 1 2510 5 7 5 7 2 3 1 2 2 2 2 2 3 3 2 3 3 4 2 2 kg s m m m kg s V m v A v m kg Tab A a C V kg s m kg m m s V m s & & & , , & , . . º , , . , , / , / = − = − = = → = → = ⋅ = = − − − Respostas: &m2 = 14,15 Kg/s &m3 = 54,15 Kg/s V2 = 5,7 m/s 4.2 - Conservação da energia para um V.C. O desenvolvimento das equações de balanço de energia para V.C. é efetuado de modo similar àquele feito para o balanço de massa. 4.2.1 - Desenvolvimento do balanço de energia para um V.C. tempo (t + t) vc(t + t)vc tempo (t) (t) meE E e w .e mi .ei w VC Sistemafechado (sombreado) e u Vi gz e u V gzi i i e e e e= + + = + + 2 2 2 2 E (t) = Energia do Sistema no tempo (t) E (t) = Evc (t) + mi ei ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) E t mi u V gz E t t Energia do Sistema em t t E t t E t t m u V gz vc i i i vc e e e e + + + + = + + = + + + + 2 2 2 2 ∆ ∆ ∆ ∆ Balanço de Energia para o Sistema ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ E Q W W trabalho de eixo deslocamento de fronteira elétrico E t t E t Q W E t t m u V gz E t m u V gz Q W E t t E t Q W m u V gz m u V gz t E vc e e e e vc i i i vc vc i i i e e e e = − = + − = − + + + + − + + + = − + − = − + + + − + + ÷ , , 2 1 2 1 2 2 2 2 2 2 ( ) ( ) vc vc i i i i e e e et t E t t Q t W t m u V gz t m u V gz t + − = − + + + − + + ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ 2 2 2 2 Passando ao limite com ∆ t → 0 ( ) ( ) lim lim & lim & lim & lim & ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ ∆ t E t t E t t d dt E t Q t Q t W t W t m u V gz t m u V gz t m u V gz t m u V vc vc vc i i i i i i i i e e e e e e e → + − = → = → = → + + = + + → + + = + 0 0 0 0 2 2 0 2 2 2 2 2 2 + gze Assim a equação para o balanço de energia para um V.C. fica. dE dt Q W m u V gz m u V gzvc i i i i e e e e= − + + + − + + & & & & 2 2 2 2 4.2.2 - Trabalho para um Volume de Controle W F d d V td e= ⋅ = r r r r ∆ Trabalho associado ao deslocamento do fluido, no tempo ∆t W P A V td e e e= ⋅ ⋅ ⋅ ∆ A taxa de realização do trabalho de deslocamento
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