Buscar

Pesquisa identifica doenças graves em tribos indígenas

Prévia do material em texto

CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO NORTE GOIANO
FACULDADE DO NORTE GOIANO (FNG)
CURSO DE ENFERMAGEM
	
VIROSES COMUNS EM TRIBOS INDÍGENAS
Thays Pereira da Silva
Porangatu/GO
Abr./2017
Thays Pereira da Silva
VIROSES COMUNS EM TRIBOS INDÍGENAS
Trabalho entregue ao curso de Enfermagem como exigência parcial para obtenção de créditos na disciplina de Imunologia e Virologia em situação de doenças transmissíveis e infecciosas ministrada pela professora Fernando Reges Ribeiro. 
Porangatu/GO
Abr./2017
INTRODUÇÃO
Os vírus são células pequenos microrganismos, primitivos, que estão entre os menores e mais simples agentes infecciosos, que sobrevivem apenas como parasitas intracelulares estritos e não são retidos por membranas de filtros esterilizantes. Virose é um termo pouco específico, que significa doença viral ou infecção provocada por um vírus. As viroses mais comuns são causadas por adenovírus, que provocam conjuntivite, resfriados e problemas respiratórios em geral, e por enterovírus, responsáveis por problemas intestinais. A principal forma de transmissão dos vírus não é através do ar, mas sim através de mãos contaminadas.
No passado, os povos indígenas dependiam, em menor ou maior grau, da agricultura, caça, pesca e coleta para a subsistência. Atualmente a maioria dos índios, apesar de permanecerem na selva e conservarem parte de suas tradições, não são alheios às chamadas "doenças da modernidade". Há de se observar mão de obra indígena em muitas regiões, como corte manual da cana de açúcar no Sudeste e a extração de borracha nativa na Amazônia em troca de pagamentos para aquisição de alimentos. 
A prevenção das viroses mais comuns se dar através da higiene para com a água, alimentos, objetos pessoais, o ambiente físico, o cuidado com o sangue e hemoderivados, o uso de seringas e perfuro-cortantes descartáveis, a adequação do número de pessoas ao tamanho dos ambientes, a manutenção de alimentação e sono adequados, aliados à pratica regular de exercícios físicos são as melhores medidas preventivas a serem adotadas.
Esta pesquisa é de caráter bibliográfico, em livros, artigos e sites; tendo por objetivo adquirir mais conhecimento sobre o assunto abordado, divido em capítulos e subcapítulos para melhor compreensão das principais viroses mais comuns em tripos indígenas. 
1 VIROSES COMUNS EM TRIPOS INDÍGENAS
As doenças causadas por vírus, também conhecidas como viroses, apresentam sintomas inespecíficos, tais como febres, dores de cabeça e no corpo, além de indisposição. Os sintomas das viroses, por serem muito parecidos entre si, dificultam um diagnóstico preciso. Devendo o paciente procurar o médico, receber rapidamente o diagnóstico de uma virose. É importante, no entanto, sempre a realização de exames mais específicos em casos de sintomas intensos e que persistam por muito tempo.
Para o tratamento das viroses, na maioria dos casos, o médico indicará os medicamentos para controlar os sintomas, como a febre, as dores, enjoos e vômitos. Também é recomendado que o paciente mantenha repouso, hidrate-se bastante e cuide de sua alimentação. Geralmente os sintomas de uma virose desaparecem em pouco tempo, entre três e sete dias.
Dentre as principais viroses, podemos destacar: Aids, catapora, caxumba, dengue, febre amarela, gripe, poliomielite, raiva, rubéola, sarampo e varíola. Viroses estas, que estão presentes nas Tribos Indígenas, em sua maioria por pela dificuldade de acesso e baixa qualidade de atenção médica.
Deve-se levar em consideração as dinâmicas epidemiológicas e demográficas, a enorme sociodiversidade existente. Há desde alguns poucos grupos vivendo ainda relativamente isolados na Amazônia, até outros com significativas parcelas de suas populações vivendo e m cidades com o Manaus, Campo Grande, São Paulo e outros centros de médio a grande porte.
1.1 População indígena
O Censo Demográfico (IBGE, 2010) contabilizou a população indígena com base nas pessoas que se declararam indígenas no quesito cor ou raça e para os residentes em Terras Indígenas que não se declararam, mas se consideraram indígenas. O Censo 2010 revelou que, das 896 mil pessoas que se declaravam ou se consideravam indígenas, 572 mil ou 63,8 %, viviam na área rural e 517 mil, ou 57,5 %, moravam em Terras Indígenas oficialmente reconhecidas. A Concentração maior está nas regiões Norte e Centro-Oeste. 
Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), existem 225 povos indígenas, além de referências de 70 tribos vivendo em locais isolados e que ainda não foram contatadas. Um dos maiores povos indígenas existentes no Brasil é o Guarani. 
2. VIROSES COMUNS 
O estudo, baseado em avaliações médicas feitas em 179 índios em 2011, constatou que a doença de maior incidência atualmente entre os índios é a hipertensão arterial, ao contrário de 1965, quando as principais causas de morte nesta etnia eram a malária, as doenças respiratórias e a diarreia. De acordo com a pesquisa, apesar das doenças infecciosas e parasitárias ainda serem uma importante causa de mortalidade entre estes índios, as que mais cresceram nos últimos anos foram as crônicas não transmissíveis, como a hipertensão, a intolerância à glicose e a dislipidemia, que é um aumento anormal na taxa de lipídios no sangue.
A avaliação mostrou que 10,3% dos índios sofrem de hipertensão arterial. Os casos mais preocupantes atingem 18,7% das mulheres e 53% dos homens. A intolerância à glicose foi diagnosticada em 30,5% das mulheres e em 17% dos homens, e a dislipidemia em 84,4% dos pacientes avaliados.
Se comparada à população não indígena a prevalência dessas doenças ainda é inferior, mas significativa para um grupo em que os índices de doenças da modernidade eram irrelevantes. De acordo com a pesquisa, cerca de 50% das mulheres indígenas sofrem de anemia grave e, entre as crianças, esse número chega a 66% na região Norte do país. Além disso, 15,7% das mulheres indígenas são obesas e 30,2% delas apresentam sobrepeso. Foram encontradas, também, prevalências de nanismo nutricional na ordem de 41% na região Norte e 26% no Centro-Oeste.
O perfil de saúde da etnia ficou prejudicado devido às mudanças que favorecem a incorporação de novos hábitos e costumes, e reduzem os níveis de atividade física tradicional, como maior acesso dos índios a bens de consumo como alimentos industrializados, eletrônicos e barcos a motor, que anula a necessidade de remar. 
Porém, ainda em diversas comunidades indígenas é a precariedade do saneamento básico, provocando assim viroses intestinais graves. As viroses mais comuns são causadas por adenovírus, que provocam conjuntivite, resfriados e problemas respiratórios em geral, e por enterovírus, responsáveis por problemas intestinais. 
As viroses costumam acabar no período de uma semana, devendo dar atenção para uma possível confusão com as infecções de origem bacteriana, que têm sintomas similares mas demandam tratamento com antibióticos, podendo ser convulsões, secreção amarelada, dor torácica, dificuldade para respirar ou o retorno da febre depois de ter regredido podem ser indicativos de infecção bacteriana, enumera.
Para melhor descrever as principais viroses em comunidades indígenas serão prescritas em tópicos logo abaixo. 
Febre Amarela: É causada por um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti (nas cidades) e do mosquito do gênero Haemagogus (no campo). Provoca febre, vômito, dor no estômago e lesões no fígado, o que torna a pele amarelada (icterícia). O tratamento visa apenas a compensar a desidratação e a perda de sangue para dar tempo ao organismo de reagir, mas em alguns casos pode ocorrer morte por problemas cardíacos ou renais. A prevenção é feita pelo combate ao mosquito e pela vacinação, principalmente nas pessoas que vivem ou se dirigem para as regiões onde a doença se manifesta.
Hepatite Viral: A hepatite é uma inflamação do fígado que podeser causada por parasitas. A hepatite viral é provocada por cinco tipos de vírus diferentes: A, B, C, D e E. Os sintomas das diversas formas são parecidos: icterícia (pele e olhos amarelados), febre, náuseas, vômitos, falta de apetite etc. Para esta forma de hepatite (B) já existe uma vacina eficaz. A evolução das hepatites C e D é semelhante à da hepatite B (mas não há vacinas), enquanto o tipo E evolui de modo semelhante ao tipo A.
Herpes: O vírus produz pequenas vesículas cheias de líquido que quando arrebentam formam feridas nas mucosas ou na pele, com mais frequência nos lábios (herpes simples) ou na região genital (herpes genital). Embora as feridas cicatrizem em poucos dias, o vírus permanece no organismo e pode provocar novas lesões. A transmissão se dá por contato direto com o portador. Há medicamentos que, embora não curem a doença, diminuem muito a frequência e a intensidade dos sintomas.
Condiloma ou Verruga Genital: As mulheres indígenas devido muitas vezes a falta de higienização intima adequada e por falta de conhecimento de meio preventivos acabam adquirindo esta doença. Causado pelo vírus HPV (papiloma vírus) que provoca lesões em forma de “verrugas” na vulva, órgão genital feminino e órgão genital masculino, sendo transmitido pelo ato sexual. A lesão deve ser retirada com bisturi elétrico ou produtos químicos. Mulheres que têm ou tiveram o vírus devem fazer exames ginecológicos periódicos, já que alguns subtipos do vírus têm relação com o câncer no colo do útero. 
AIDS: A Aids é um processo de destruição do sistema imunológico, que é um conjunto de células que defendem o corpo contra infecções e alguns tipos de câncer. Por isso, os doentes de Aids apresentam uma grande vulnerabilidade a infecções por germes chamados oportunistas, que para eles são fatais.
Podemos citar outras viroses como a dengue, catapora (Varicela), sarampo, e outras. Todas as viroses citadas devem ser necessárias que governos, instituições fazer campainhas de vacinação nas comunidades indígenas, campainha de conscientização sobre as viroses mais comuns e a partir disto que orientem de forma clara e objetiva sobre tratamentos e prevenção das doenças. 
CONCLUSÃO
Nos últimos anos, no entanto, novas doenças do homem branco começam a se fazer presentes dentro das terras indígenas. Desta vez, são problemas causados pela adoção de um estilo de vida mais urbano, semelhante ao das grandes cidades, como obesidade, hipertensão, diabetes e abuso de álcool. Os índios da Amazônia já não sofrem tanto com a malária, relativamente sob controle na maior floresta tropical do mundo, mas sim com as doenças comuns das grandes cidades, como a hipertensão arterial e a dislipidemia.
As viroses mais comuns em tripos indígenas pode-se destacar a Herpes genital, Aids, dengue, hepatites, catapora, entre outras. Devendo estas comunidades ter acesso a informações. Tendo como proposito garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura. 
Para o alcance desse propósito devem ser estabelecidas diretrizes, que devem orientar a definição de instrumentos de planejamento, implementação, avaliação e controle das ações de atenção à saúde dos povos indígenas.
REFERÊNCIAS
COIMBRA JR., CEA., SANTOS, RV and ESCOBAR, AL., orgs. Epidemiologia e saúde dos povos indígenas no Brasil [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2005. 260 p. Disponível em: <http://static.scielo.org/scielobooks/bsmtd/pdf/coimbra-9788575412619.pdf>. Acessado em: 30/03/2017. 
IBGE. Censo Demográfico, 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/>. Acessado em: 29/03/2017. 
FUNASA (Fundação Nacional de Saúde), 2002. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. 2ª Ed. Brasília: FUNASA/Ministério da Saúde.
FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Saúde Indígena. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/saude>. Acessado em: 31/03/17. 
Notícias terra. Índios da Amazônia começam a sofrer com doenças urbanas. 2013. Disponível em: <https://noticias.terra.com.br/brasil/indios-da-amazonia-comecam-a-sofrer-com-doencas urbanas,0VgnCLD2000000c6eb0aRRD.html>. Acessado em: 30/03/2017. 
Socio ambiental. Povos indígenas no Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/c/politicas-indigenistas/saude-indigena/introducao>. Acessado em: 30/03/17.

Continue navegando