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1 Cálculo I Estudo da derivada 2 SUMÁRIO: REVISÃO 1. Conjuntos numéricos .......................................................................................................... CAPÍTULO 1 1. Funções ................................................................................................................................. 2. Função polinomial do 1º grau ............................................................................................ 3. Função polinomial do 2º grau ............................................................................................ 4. Função definida por partes ................................................................................................ 5. Função raiz quadrada ........................................................................................................ 6. Função raiz cúbica .............................................................................................................. 7. Função modular .................................................................................................................. 8. Funções trigonométricas .................................................................................................... Exercícios ................................................................................................................................... CAPÍTULO 2 1. Limites ................................................................................................................................. Exercícios ................................................................................................................................... CAPÍTULO 3 1. Continuidade ...................................................................................................................... Exercícios ................................................................................................................................... CAPÍTULO 4 1. Taxa de variação ................................................................................................................. Exercícios ................................................................................................................................... CAPÍTULO 5 1. Derivada .............................................................................................................................. Exercícios ................................................................................................................................... CAPÍTULO 6 1. Taxas relacionadas ............................................................................................................. Exercícios ................................................................................................................................... CAPÍTULO 7 1. Funções crescentes e decrescentes .................................................................................... 2. Concavidade ....................................................................................................................... Exercícios ................................................................................................................................... CAPÍTULO 8 1. Extremos relativos ............................................................................................................. 2. Extremos absolutos ............................................................................................................ Exercícios .................................................................................................................................. CAPÍTULO 9 1. Problemas de otimização e aplicações de derivadas ........................................................ Exercícios ................................................................................................................................... Respostas dos exercícios .................................................................................................................. 03 05 08 10 13 14 14 15 15 18 24 39 45 49 52 56 58 68 73 76 81 82 86 88 91 94 97 100 103 3 REVISÃO 1. CONJUNTOS NUMÉRICOS 1.1 Conjunto dos números naturais (N) N = {0, 1, 2, 3, 4, ...} N * = {1, 2, 3, 4, ...} 1.2 Conjunto dos números inteiros (Z) Z = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...} Z * = {..., -3, -2, -1, 1, 2, 3, ...} Z+ = {0, 1, 2, 3, ...} Z - = {..., -3, -2, -1, 0} 1.3 Conjunto dos números racionais (Q) Q = 0,,,| bba b a xx 1.4 Conjunto dos números reais (R) Se todos os números racionais fossem listados em uma reta, essa reta não ficaria totalmente preenchida. Os pontos dessa reta que não são números racionais foram chamados de números irracionais. São exemplos de números irracionais: 2 , 3 , 3 5 , . O conjunto dos números reais fica definido, portanto, como as abcissas dos pontos (todos) de uma reta. Relação de ordem no conjunto R Dados dois números quaisquer a e b, somente uma das três opções é possível: a = b ou a > b ou a < b A desigualdade representada por a < b significa que o número real a é menor que o número real b. Geometricamente, se a < b, então a está situado à esquerda de b na reta real. A desigualdade representada por a > b significa que o número real a é maior que o número real b. Geometricamente, se a > b, então a está situado à direita de b na reta real. Podemos escrever também a b (lê-se: a é menor ou igual a b) ou a b (lê-se: a é maior ou igual a b). Um número real c está entre a e b se, e somente se, a < c e c < b. Podemos representar isso com uma dupla desigualdade: a < c < b. a b a b b a c 4 Intervalos Denominamos intervalo a qualquer subconjunto dos números reais. Assim, dados dois números reais a e b, com a < b, temos: a) intervalo aberto A bolinha indica que os extremos a e b não pertencem ao intervalo. Esse intervalo contém todos os números reais compreendidos entre a e b, exclusive. b) intervalo fechado A bolinha indica que os extremos a e b pertencem ao intervalo. Esse intervalo contém todos os números reais compreendidos entre a e b, inclusive. c) intervalo semi-aberto à direita d) intervalo semi-aberto à esquerda Podemos ter ainda intervalos com as seguintes características: ax|Rx ou (a, + ) ax|Rx ou [a, + ) ax|Rx ou (-, a) ax|Rx ou (-, a] Representação algébrica: bxa|Rx ou (a, b) ou ]a, b[ Representação algébrica: bxa|Rx ou [a, b] Representação algébrica: bxa|Rx ou [a, b) ou [a, b[ Representação algébrica: bxa|Rx ou (a, b] ou ]a, b] 5 CAPÍTULO 1 1. FUNÇÕES O conceito de função é um dos mais importantes da Matemática. É muito comum expressar fenômenos físicos, biológicos, químicos, sociais, etc por meio de funções, daí a importância de seu estudo. A idéia de função está presente quando relacionamos duas grandezas variáveis, uma delas chamada dependente e a outra chamada independente. Observe esses exemplos: 1) Complete a tabela abaixo que relaciona a medida do lado do quadrado e o seu respectivo perímetro (P). Em seguida, dê a lei matemática que relaciona o perímetro em função do lado. Perceba que o perímetro depende da medida do lado do quadrado, portanto, nessa situação, o lado é a variável independente e o perímetro a variável dependente. lado () perímetro (P) 1 2 2,5 4 2) Complete a tabela abaixo que relaciona o tempo t de duração de uma viagem de 360 km em função da velocidade média (v) desenvolvida ao longo do trajeto. Em seguida, dê a lei matemática que relaciona o tempo em função da velocidade. Perceba que o tempo depende da velocidade, portanto, nessa situação, a velocidade é a variável independente e o tempo a variável dependente. velocidade média (km/h) tempo (t) 10 40 60 90 120 v Definição: Considere dois conjuntos: o conjunto A com elementos x e o conjunto B com elementos y. Diz-se que temos uma função de A em B (f: A B) quando existe uma relação entre os elementos desses dois conjuntos tais que para cada elemento de A há um, e apenas um, correspondente em B. Seja f: A B, y = f(x) uma função. Nesse esquema, A é o conjunto domínio da função, ou seja, o conjunto que contém todos os elementos x para os quais a função é definida; B é o contra- domínio da função, ou seja, o conjunto que contém os elementos y que podem estar relacionados aos elementos x; e y = f(x) é a lei da função, ou seja, a regra que associa os elementos x e y. 6 Nem toda relação entre 2 variáveis é chamada de função. Numa função, para todo valor atribuído à variável independente (x) há em correspondência APENAS UM valor da variável dependente (y). É fácil perceber que na relação x 2 + y 2 = 25, por exemplo, se x = 3 podemos ter y = 4 ou y = -4. Observe no gráfico. Tal relação, portanto, NÃO é uma função. 1.1 Domínio e imagem de uma função Domínio (D) de uma função é o conjunto de valores que a variável independente pode assumir, enquanto que imagem (Im) é o conjunto de valores que a variável dependente pode assumir, considerando a regra que associa as duas variáveis. Geralmente não é possível listar todos esses valores de modo explícito, o que torna necessário o uso da representação por conjunto ou intervalos numéricos. Para tornar mais clara essa ideia, observe o exemplo abaixo: Uma caixa sem tampa será feita recortando-se pequenos quadrados congruentes dos cantos de uma folha de papelão medindo 12cm por 12 cm e dobrando-se os lados para cima (figura abaixo). A expressão que fornece o volume V da caixa em função do lado x dos quadrados que foram recortados é V(x) = (12 – 2x)(12 – 2x)x. A pergunta é: Quais os possíveis valores de x (isso é o domínio da função)? Quais os possíveis valores de V (isso é a imagem da função)? Perceba que não é possível listar todos eles. É necessário apresentar a notação por intervalos, que indica a variação possível para a resposta. No caso do domínio, x não pode ser zero nem 6, pois não existiria a caixa. Qualquer valor entre esses números permite que a caixa exista. Portanto, temos que representar o conjunto de números entre 0 e 6, excluindo esses extremos. A notação de intervalo adequada é (0, 6). No caso da imagem, o volume certamente será maior do que zero, mas não cresce indefinidamente. O máximo é 128cm 3 (verifique). Portanto, temos que representar o conjunto de números entre 0 e 128, excluindo o zero e incluindo o 128. A notação adequada é (0, 128]. Percebeu a diferença? O parêntese exclui a extremidade, enquanto o colchete inclui. O domínio de uma função pode ser determinado diretamente pela lei da função. Exemplo: 1) Qual o domínio das funções representadas pelas leis abaixo? a) f(x) = x2 7 b) 16x4 8x2 y 2 c) 1x3y 1.2 Gráfico de uma função Além da lei matemática, a associação entre as duas variáveis de uma função pode ser representada por uma tabela, um diagrama ou um gráfico. Considere a primeira situação apresentada na introdução do capítulo. A função que relaciona o lado de um quadrado com seu perímetro é P = 4. O gráfico que representa essa lei matemática pode ser construído a partir de uma tabela. Observe: lado Perímetro 1 2 3 4 O domínio dessa função é representado pelo intervalo (0, +∞). Perceba que na representação gráfica há uma “bola vazada” no ponto (0, 0), o que significa que esse ponto não faz parte da função. No contexto, é fácil compreender, pois não conseguimos desenhar um quadrado de lado zero. 1.3 Valor numérico da função A partir da lei da função, ou de seu gráfico, podemos obter correspondências entre as 2 variáveis. Exemplos: 1) Se f(x) = x2 – 4x, determine o que se pede abaixo: a) f(2) = b) f(4) = c) f(10) = d) D(f) = 8 2) Dada a função y = f(x) representada pelo gráfico abaixo, determine o que se pede: 1.4 Raízes (ou zeros) de uma função Chama-se raiz de uma função y = f(x) o valor de x que anula a função. Graficamente, as raízes indicam o ponto de intersecção com o eixo x. Exemplo: 1) Determine as raízes da função f(x) = x2 – 4x + 3. 2. FUNÇÃO POLINOMIAL DO 1º GRAU (Função afim) Característica: o gráfico é uma reta Lei geral: y = mx + b, com m ≠ 0 O coeficiente m indica a taxa de variação da função ou inclinação da reta. O coeficiente b indica onde a função intercepta o eixo y. Em toda função do 1º grau as variações dos valores de y são diretamente proporcionais às correspondentes variações dos valores de x. O gráfico abaixo representa a função y = 2x – 1. a) f(4) = b) f(0) = c) f(-3) = d) f(1) = e) D(f) = f) Im(f) = Note que para cada variação de 2 unidades no eixo y há uma variação de 1 unidade no eixo x. A taxa de variação é dada, portanto, por x y e corresponde ao coeficiente m da função. Como consequência, se essa taxa é positiva, a função é crescente, se for negativa, é decrescente. Por outro lado, perceba que a função intercepta o eixo y na ordenada -1. Nesse ponto, x = 0. Temos, portanto, y = m.0 + b, o que implica que y = b quando x = 0. No caso, b = -1. 9 Exemplos: 1) Represente graficamente as funções abaixo: a) y = 3x – 1 b) f(x) = -2x + 3 2) Determine a lei da função do 1º grau cujo gráfico contém os pontos A(1, -2) e B(3, -1). Escalas de temperatura Três escalas são comumente usadas para medir a temperatura – Celsius, Kelvin e Fahrenheit. No Brasil adota-se a escala em graus Celsius, mas em países de língua inglesa a escala em graus Fahrenheit é utilizada. A escala Celsiusaponta como temperatura de fusão da água 0º e de ebulição 100º enquanto que esses pontos na escala Fahrenheit são 32º e 212º, respectivamente. Já a escala Kelvin é utilizada no meio científico. Nela a ausência completa de vibração das moléculas é denotada como 0 K, o ponto de fusão da água ocorre em 273 K e o de ebulição em 373 K. Tomadas duas a duas, há uma correspondência linear entre as três escalas. Vamos determinar a função que relaciona as escalas Celsius e Fahrenheit. 10 3. FUNÇÃO POLINOMIAL DO 2º GRAU (Função quadrática) Característica: o gráfico é uma parábola Lei geral: y = ax 2 + bx + c, com a ≠ 0 a indica se a concavidade da parábola é voltada para cima ou para baixo. a > 0: concavidade voltada para cima a < 0: concavidade voltada para baixo b indica se a parábola está “subindo” ou “descendo”, quando intercepta o eixo y. b > 0: a parte crescente da parábola intercepta o eixo y b < 0: a parte decrescente da parábola intercepta o eixo y c termo independente: como todos os termos independentes de funções polinomiais, o “c” indica o ponto de intersecção do gráfico com o eixo y. c > 0: corta o eixo y acima da origem c = 0: corta o eixo y na origem c < 0: corta o eixo y abaixo da origem Os gráficos das funções quadráticas são parábolas cujas posições dependem dos coeficientes a, b e c. Vértice Vértice de uma parábola é o ponto de máximo quando a concavidade é voltada para baixo e ponto de mínimo quando a concavidade é voltada para cima. Sendo o vértice um ponto, é localizado no plano por um par de números. Chamando esse ponto de V, temos V(xv; yv), onde 2 "x'x x v (x’ e x” são as raízes da função) ou a2 b x v . A ordenada do vértice (yv) pode ser determinada substituindo xv na função. 11 Exemplos: 1) Dada a função y = x2 – 4x + 3, determine as coordenadas do vértice, as raízes, domínio, imagem e esboço do gráfico. 2) A porcentagem p de bactérias em uma certa cultura sempre decresce em função do número t de segundos em que ela fica exposta à radiação, segundo a relação p(t) = 100 – 15t + 0,5t2. a) Após 5s de exposição, qual é o percentual de bactérias existentes na cultura? b) Após quantos segundos de exposição ocorre a eliminação de toda a cultura? 12 3) Uma forma líquida de penicilina fabricada por uma firma farmacêutica é vendida à granel a um preço de R$ 200,00 por unidade. Se o custo total de produção (em reais) para x unidades for C(x) = 500.000 + 80x + 0,003x 2 e se a capacidade de produção da firma for de, no máximo 30.000 unidades em um tempo especificado, quantas unidades de penicilina devem ser fabricadas e vendidas naquele tempo para o lucro ser máximo? 4) Um canil retangular será contruído aproveitando-se o muro do quintal e um total de 8m de cerca que sobraram de uma reforma. Nessas condições, qual a área máxima que esse canil pode ter? 13 4. FUNÇÃO DEFINIDA POR PARTES Existem funções cuja lei de formação é dada por uma sentença composta por duas ou mais partes. Observe o exemplo a seguir: Os clientes das companhias telefônicas Tchau® têm a disposição o Plano 50, que consiste num limite preestabelecido de 50min em ligações ao custo mensal de R$ 30,00. Se esse limite é ultrapassado, cada minuto excedente tem um custo de R$ 1,20. a) Qual será o valor da conta de um cliente que usou 20min em ligações? b) Qual será o valor da conta de um cliente que usou 60min em ligações? c) Expresse essa função em forma de uma lei matemática. Outro exemplo: Dada a função definida por 0xse,1x 0xse,x )x(f 2 , pede-se: a) f(4) = b) f(1) = c) f(0) = d) f(-3) = e) f(-10) = f) Esboce o gráfico desse função 14 5. FUNÇÃO RAIZ QUADRADA A função raiz quadrada tem equação x)x(f . Perceba que o domínio dessa função é o conjunto dos números reais não negativos. O gráfico pode ser feito igualmente através da associação entre as variáveis. Exemplo: 1) Faça o gráfico da função x1y . 6. FUNÇÃO RAIZ CÚBICA A função raiz cúbica tem equação 3 x)x(f . Perceba, agora, que o domínio dessa função é o conjunto dos números reais já que a raiz cúbica está definida também para os números negativos. O gráfico pode ser feito igualmente através da associação entre as variáveis. Exemplo: 2) Faça o gráfico da função 3 xy . 15 7. FUNÇÃO MODULAR Considere a reta real de origem O e um ponto P de abcissa x. Chamamos módulo, ou valor absoluto, de x, e indicamos por |x|, a distância entre os pontos P e O na reta real. Note que como módulo é uma distância, ele será sempre positivo ou nulo. Assim, define-se módulo do número x como: 0 xse x,- 0 xse ,x |x| Exemplos: a) |5| = b) |7| = c) |35| = d) |25| A função modular pode ser apresentada como 0 xse x,- 0 xse ,x |x|)x(f . Exemplo: 1) Faça o gráfico da função y = |x + 2| e indique domínio e imagem da função. 8. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS Existem 6 razões trigonométricas que são determinadas a partir de um triângulo retângulo. As mais conhecidas são o seno, o cosseno e a tangente, mas temos as inversas cossecante, secante e cotangente. Essas razões são definidas do seguinte modo: (1) seno (sen) é o nome atribuído à razão entre o cateto oposto a um ângulo e a hipotenusa. (2) cosseno (cos) é o nome atribuído à razão entre o cateto adjacente a um ângulo e a hipotenusa. (3) tangente (tan ou tg) é o nome atribuído à razão entre o cateto oposto e o cateto adjacente a um ângulo. (4) cossecante (csc ou cossec) é o nome atribuído à razão entre a hipotenusa e o cateto oposto a um ângulo. (5) secante (sec) é o nome atribuído à razão entre a hipotenusa e o cateto adjacente a um ângulo. (6) cotangente (cot ou cotg) é o nome atribuído à razão entre o cateto adjacente e o cateto oposto a um ângulo. 16 As razões cossecante, secante e cotangente podem ser determinadas a partir do seno, cosseno e tangente, a saber: sen 1 csc cos 1 sec tan 1 cot Existem três unidades para medida de ângulo, sendo a mais conhecida o grau (º), que ficou definido como o ângulo central de uma circunferência que foi dividida em 360 partes. Ainda há o grado (g), que foi uma tentativa de dividir a circunferência em 400 partes e que atualmente não é utilizado. A última é o radiano (rad) que é a medida de um arco cujo comprimento é o próprio raio da circunferência que contém esse arco. Sendo o comprimento da circunferênciade raio R igual a C = 2R, temos que “cabem” na circunferência 2 arcos de comprimento igual ao raio, o que equivale dizer que 2 rad correspondem a 360º. Programe sua calculadora na unidade adequada e inidique a resposta das razões pedidas abaixo: a) sen 30º = b) cos 200g = c) tan 4 = d) sec 60º = e) csc 1 = f) cot 20g = (quando não aparecer unidade na razão trigonométrica pedida, subentende-se radiano) As funções trigonométricas modelam fenômenos cíclicos, como, por exemplo, a subida das marés, o movimento de um pêndulo, os batimentos cardíacos, entre outros. É importante conhecer as características dos gráficos dessas funções. Para construí-los, procedemos como nas outras funções, ou seja, criamos uma tabela de pontos (x, y). 1) y = sen (x) 17 2) y = cos (x) Percebe-se que ambas as funções são contínuas em toda a parte, isto é, não apresentam interrupções. Em relação à função tangente, podemos fazer seu gráfico diretamente a partir da tabela de pontos (x, y) ou ainda lembrar que (x) cos (x)sen (x) tan e fazer o seu gráfico a partir dessa identidade. Esse gráfico, ao contrário da função seno e cosseno, não é contínuo, pois quando )x( cos for zero haverá uma interrupção no gráfico. A título de conheimento, abaixo são mostrados os gráficos das demais funções trigonométricas. 3) y = tan (x) 4) y = csc (x) 18 5) y = sec (x) 6) y = cot (x) Exercícios: 1) Dada a função representada pelo gráfico ao lado, determine: a) f(-2) = b) f(5) = c) f(-3) = d) D(f) = e) Im(f) = f) os valores de x em que f(x) > 0 g) os valores de x em que f(x) < 0 19 2) Determine f(0), f(2), f(-2), f(3), f( 2 ) e f(5) nas funções abaixo: (a) f(x) = 3x 2 – 2 (b) 1 x3x, 1 x,x )x(f 2 3) Encontre o domínio das seguintes funções: a) 3x 1 )x(f b) f(x) = 3 x c) x3)x(f d) 25x x )x(g 2 e) h(x) = 3 + x f) g(x) = x 3 + 2 4) Para encher uma caixa d’água cilíndrica são abertas duas torneiras que despejam água à razão constante. Represente um esboço do gráfico que pode representar a altura (h) do nível de água na caixa em função do tempo (t) em que as torneiras ficam abertas. 5) Dada a função f(x) = x 3 – 1, determine seu domínio e faça o gráfico. 20 6) Dada a função real de variável real, definida por 5 x 3 )x(f , determine: a) D(f) = b) f(1) = c) o valor de x em que f(x) = 4 7) Faça o gráfico das seguintes funções: a) y = 2x – 3 b) y = -x + 2 8) Determine a lei da função polinomial do 1º grau cujo gráfico passa pelos pontos A(-2, 3) e B(2, 0). 9) Atualmente as escalas de temperatura em uso são Celsius, Fahrenheit e Kelvin. Em 1731, o físico e inventor francês, René-Antoine Ferchault de Réaumur desenvoleu a escala Réaumur (ºR). É possível estabelecer uma relação entre as escalas Celsius e Réaumur, mostrada no gráfico abaixo. (a) Qual a lei matemática que relaciona R em função de C? (b) Se as escalas Celsius e Fahrenheit se relacionam segundo a lei F = 1,8C + 32, qual função relaciona as escalas F e R? 21 10) Em um dia de inverno, a temperatura T de uma região do Rio Grande do Sul, em graus Celsius, em função do horário x, no período das 5h às 11h, pôde ser descrita pelo gráfico abaixo. Qual a lei matemática que expressa a função descrita pelo gráfico nesse intervalo de tempo? 11) Durante um passeio noturno de barco, diversão preferida de um grupo de jovens, surgiu uma situação de perigo, em que houve necessidade de disparar um sinalizador para avisar o restante do grupo que ficara no acampamento. A função que descreve o movimento do sinal luminoso é dada pela expressão h(t) = 30t – 3t2, onde h é a altura do sinal em metros e t, o tempo decorrido em segundos, desde o disparo até o momento em que o sinalizador cai na água. (a) Qual a altura máxima atingida pelo sinalizador? (b) Após quantos segundos o sinalizador cai na água? 12) Um projétil é lançado do solo, verticalmente para cima. A função que relaciona a altura, em metros, e o tempo, em segundos, é representada por h(t) = 80t – 4t2. Nessas condições, após quanto tempo o projétil atinge a altura máxima? 22 13) Uma pequena empresa de reciclagem tem seu lucro mensal dado por L(x) = -0,2x 2 + 2x – 0,5, onde x representa a massa de produto reciclado, em dezenas de quilogramas, e L representa o lucro, em milhares de reais. Qual o lucro máximo mensal possível nessa empresa, segundo essa função? 14) Faça o gráfico das seguintes funções, determinando as coordenadas do vértice e as raízes, caso existam. a) y = x2 – 5x + 6 b) y = 4x – x2 c) y = -x2 + 4x – 5 23 15) O programa de computador de uma empresa de transporte indica o preço P, em reais, dos fretes de acordo com a lei matemática 100d se 100),-2(d300 100d se ,d50,250 P , onde d é a distância, em km. A partir disso, pergunta-se:: a) Qual preço do frete para uma distância de 120km. b) O gráfico dessa função é contínuo no seu domínio? 16) Uma empresa pública de fornecimento de água cobra R$ 60,00 a título de taxa fixa, que dá direito ao usuário consumir mensalmente até 15m 3 de água. Além desse volume, é cobrado um acréscimo de R$ 5,00 por m 3 de excesso. (a) Se um usuário teve que pagar R$ 80,00, qual foi seu consumo mensal de água? (b) Crie uma lei matemática que forneça o preço mensal P a pagar pela conta de água em função do número x de m 3 de água consumidos. 17) Represente graficamente a função 3 xse , 2 3x2 se , 4x 2 xse , x )x(f 2 . 24 CAPÍTULO 2 1. LIMITES O conceito de limite é fundamental no estudo que desenvolveremos a partir desse capítulo: taxas de variação. Em várias situções do cotidiano usamos o conceito de limite sem nos darmos conta. Por exemplo, um fio de náilon preso numa das pontas ao teto de uma casa; há um limite máximo de massa que esse fio consegue suportar. A partir de um determinado “peso”, o fio não resiste e se parte. O mesmo ocorre num balão. A borracha se expande até um determinado limite. Ultrapassando esse ponto, o balão estoura. Considere o seguinte exempo: O reservatório de água de uma cidade foi contaminado num acidente químico com um composto cancerígeno. A empresa contratada para a descontaminação apresentou como custo do processo uma lei matemática que leva em consideração o percentual do agente tóxico que deveráser removido. Tal custo é expresso pela lei x100 x5,0 )xC( onde representa o percentual do composto a ser removido e C(x) representa o custo, em centenas de milhares de reais. (a) Determine o custo da remoção para 50%, 80% e 90% do agente tóxico. (b) Se a prefeitura dispuser de R$ 1.000.000,00 para o processo, qual percentual do agente tóxico consegue ser eliminado? (c) O que ocorre à medida que o percentual a eliminar do agente cancerígeno se aproxima de 100%? 25 O uso mais básico de limites consiste em determinar como uma função se comporta à medida que aproximamos a variável independente dessa função de um determinado valor. Vamos começar por exemplos simples: Considere a função f(x) = x 2 – x + 1. Vejamos o que ocorre quando fazemos se aproximar de 2. Aqui, percebemos que à medida que se aproxima de , por valores menores do que , a função se aproxima de _____. Dizemos que esse número é o limite da função quando tende a 2 pela esquerda e denotamos )1xx(lim 2 2x Aqui, percebemos que à medida que se aproxima de 2, por valores maiores do que 2, a função se aproxima de _____. Dizemos que esse número é o limite da função quando tende a pela direita e denotamos )1xx(lim 2 2x Observe o gráfico: Como tanto pela direita como pela esquerda do , nos aproximamos do mesmo valor da função, dizemos que o limite (limite bilateral) da função quando se aproxima do 2 é _____. )1xx(lim 2 2x Definição (Informal): Se está definida no intervalo e não necessariamente em . Então pode ser lido como “o limite (limite bilateral) de quando tende a é ” e significa que podemos fazer os valores de ficam infinitesimalmente próximos a conforme toma valores inifinitesimalmente próximos a . 26 Outro exemplo: Considere a função 4x 16x )x(f 2 . Vejamos o que ocorre quando fazemos se aproximar de . Note que a função não está definida para x = 4, mas à medida que se aproxima de 4 a função se aproxima de _____. Denotamos 4x 16x lim 2 4x Observe o gráfico: Finalmente, analisemos a função 2x se ,x5 2x se ,1x )x(f . A função está definida para x = 2? O que ocorre, nesse caso, à medida que x se aproxima de 2? Observe o gráfico: Nesse caso, dizemos que )(lim 2 xf x NÃO EXISTE, pois os limites laterais são diferentes. 27 Lxf kx )(lim se, e somente se, Lxfxf kxkx )(lim)(lim Mais um exemplo: Considere a função x 1 )x(f . Perceba que nesse caso, à medida que aumentamos indefinidamente o valor de , tanto positivo como negativo, o valor resultante na função se aproxima cada vez mais de zero. Quando tende a ou , tende a ______. Graficamente: 1.1. Limites infinitos Às vezes os limites laterais ou bilaterais não existem porque os valores da função crescem ou decrescem indefinidamente. Considere novamente a função x xf 1 )( . Nessa situação, escreveremos: )x(flim 0x )(lim 0 xf x )(lim 0 xf x )(lim xf x )(lim xf x 28 É importante uma distinção. Nos três casos acima o limite NÃO EXISTE, mas no primeiro e no segundo damos como resposta e para diferenciar do terceiro, que escrevemos textualmente “não existe” devido ao fato de os limites laterais serem diferentes. Assíntotas verticais Do grego asymptotos, que significa “que não pode atingir”. Diz-se que a reta é uma assíntota (vertical) quando )(lim xf kx ou )(lim xf kx . Assim, à medida que se aproxima de o valor da função cresce ou decresce indefinidamente, nunca atingindo a reta . Os gráficos abaixo mostram exemplos de assíntotas verticais. É importante ressaltar no terceiro gráfico acima que, mesmo se , a reta continuaria a ser uma assíntota vertical do gráfico, isto é, a assintota vertical pode atingir o gráfico em um dos semi-planos definidos por ela. Exemplos: 1) Para a função cujo gráfico está abaixo, determine: a) f) )x(flim x b) )x(flim 2x g) )x(flim x c) )x(flim 2x h) )x(flim 0x d) )x(flim 2x e) f(0) = Definição (Informal): Se está definida no intervalo e não necessariamente em . Então significa que podemos fazer os valores de ficarem arbritrariamente grandes (tanto quanto quisermos) por meio de uma escolha adequada de nas proximidades de . 29 2) Esboce um gráfico de uma função com as seguintes propriedades: i) o domínio de é ii) iii) 3)(lim 2 xf x iv) 0)(lim 0 xf x v) 1)(lim 3 xf x 3) Dado o gráfico da função f abaixo, determine o que se pede: 4) 2x 6 lim 2x 5) 5x3xlim 2 2x a) f(0) = e) )2(f b) )(lim 0 xf x f) )(lim 2 xf x c) )x(flim 0x g) )x(flim 4x d) )x(flim 0x h) )x(flim x 30 6) Esboce dois gráficos de funções com as seguintes características: a) o domínio de cada função é . b) c) é uma assíntota. d) se 1.2. Limites – técnicas para calcular Na seção anterior, o cálculo de limites foi feito por aproximação. No entanto essa técnica é insuficiente para o cálculo de limites em algumas funções. Considere x seny , cujo gráfico está representado abaixo. Ao lado é mostrada uma tabela com valores que faz o leitor chegar à conclusão errada de que à medida que se aproxima de zero a função também se aproxima de zero. Nota-se, pelo gráfico, que a função oscila cada vez mais rapidamente entre e à medida que tende a zero, portanto não se aproxima de nenhum limite. Por isso, nessa seção aprenderemos técnicas algébricas para o cálculo de limites de funções. Começamos explorando os resultados em algumas funções, cujos gráficos são mostrados. 1) k ax lim k x lim k x lim x seny 31 2) x ax lim x x lim x x lim 3) xx 1 lim 0 xx 1 lim 0 xx 1 lim xx 1 lim Agora vamos considerar a função e a função . Se fazemos , temos que . Calculando o limite de cada uma dessas função quando tende a , por exemplo, temos: (a) 2xlim)x(flim 2x2x (b) 33lim)x(glim 2x2x (limite de uma constante é a própria constante) (c) 53limxlim)3x(lim)x(hlim 2x2x2x2x Teorema: Seja um número real e suponha que 1 ax L)x(flim e 2 ax L)x(glim , então: (a) 21 axaxax LL)x(glim)x(flim)]x(g)x(f[ lim (b) 21 axaxax LL)x(glim)x(flim)]x(g)x(f[ lim (c) 21 axaxax LL)x(glim)x(flim)]x(g)x(f[ lim (d) 2 1 ax ax ax L L )x(glim )x(flim )x(g )x(f lim , (se L2 ≠ 0) (e) n 1n ax n ax L)x(flim)x(flim (se for par, ). 32 Obs.: 1) Essas afirmações também valem para os limites laterais quando ou . 2) Ainda que os resultados (a) e (c) tenham sido formulados para duas funções e , esses resultados são válidos para um número qualquer finito de funções. No caso especial da parte (c) em que é uma função constante, temos )(lim)(limlim))((lim xgkxgkxgk axaxaxax Ou seja, um fator constante pode ser removido do limite. 1.3. Limites de polinômios e funções racionais quando Um polinômio de grau é uma função da forma onde e . Dizemos que é uma raíz de se e nesse caso, existe um polinômio de grau tal que . Para qualquer polinômio n n 3 3 2 210 xCxCxCxCC)x(p e qualquer número real , temos que )a(paC...aCaCCxC...xCxCClim nn2210nn2210 ax ou seja, para calcular o limite de um polinômio quando , podemos apenas substituir por . Em relação às funções racionais )x(Q )x(P )x(f , em que e são polinômios, para calcular )(lim xf ax temos três casos dependendo dos valores de e . I. o limite do denominador não é zero. Nesse caso, o limite pode ser obtido apenas substituindo a variável independente, pois numerador e denominador são polinômios. Exemplo: 1) 1x3 1x3x4 lim 2 2 1x 2) 1x 3x lim 21x 33 II. o limite do numerador e denominador são nulos. Em matemática, a fração b a , quando a e b tendem a zero, é chamada de indeterminação do tipo 0 0 . Como a e b se aproximam de zero, o resultado é indeterminado. No cálculo desse tipo de limite, lançamos mão de algumas técnicas algébricas. Exemplos: 3) 2x2 1x3x4 lim 2 2 1x 4) 12xx 8x2 lim 24x 5) 4x 2x lim 4x 6) 1 1 lim 3 1 x x x 34 III. somente o limite do denominador é nulo. Nesse caso, o denominador se aproxima de zero enquanto o numerador não. Com isso, o limite não existe e ocorre uma das três situação a seguir: a) o resultado cresce indefinidamente (limite tende a ) b) o resultado decresce indefinidamente (limite tende a ) c) o resultado cresce e decresce indefinidamente dependendo do lado da aproximação feita. Nesse caso, dizemos textualmente que o limite não existe. Os gráficos abaixo mostram cada uma dessas situações. No cálculo desse tipo de limite, o que precisa ser feito é uma aproximação pela direita e pela esquerda do número que queremos investigar. Exemplos: 1) 8x2x x2 lim 24x 2) 8x2x x2 lim 24x Logo, 8x2x x2 lim 24x 35 1.4. Limites de (n natural) quando ou . Os gráficos abaixo mostram claramente o comportamento no infinito dos polinômios do tipo . x x lim 2 lim x x 3 lim x x x x lim 2 lim x x 3 lim x x A multiplicação de um número por não afeta o limite se esse número for positivo, mas inverte o sinal se o número for negativo. Exemplos: 1) 67 lim x x 2) 52- lim x x 1.5. Limites de polinômios e funções racionais quando ou Devemos estar atentos ao termo de maior grau, pois o comportamento da função está diretamente relacionado ao seu comportamento quando ou . Exemplo: 1) 345 x x8x9x2lim Valor da função É fácil perceber que o termo define o comportamento da função no infinito. Assim, para o cálculo de limites no infinito de um polinômio precisamos considerar apenas o termo de maior grau. Por exemplo 1 , 4 x 24 x x2lim7xx3x2lim . 1 Essa equivalência é justificada matematicamente pela propriedade (c) dos limites. Tente desenvolver esse raciocínio. 36 No caso de funções racionais, como se trata de uma razão entre polinômios, procedemos do mesmo modo, apenas considerando o termo de maior grau tanto no numerador quanto no denominador. Exemplos: 1) 5x2 3x4 lim x 2) 1x4 5xx2 lim 3 2 x 3) 5x3 xx2 lim 2 x 4) O custo médio, em reais, de um produto é dado pela função x 3000 1,8 = )xC( , em que representa a quantidade de produtos fabricados. Calcule )xC( lim x e interprete o resultado obtido. 37 1.6. Limites envolvendo radicais No cálculo de limites envolvendo radicais, a propriedade n ax n ax )x(flim)x(flim nos permite o uso da mesma estratégia anterior para limites no infinito envolvendo polinômios. Exemplos: 1) 3 x 8x2 5x16 lim 2) 5x2 4x3 lim 2x 1.7. Limites de funções definidas por partes O cálculo de limites em funções definidas por mais de uma sentença depende exclusivamente do local onde se quer investigar o limite. O ponto mais importante é aquele em que a função muda de sentença. Exemplos: 1) Determine )( lim 1 xhx para 1x se ,x2 1x se ,x4 )x(h 2 2 . 2) Determine )( lim 0 xf x para 0x se 2, 0x se |,x| )x(f . 38 1.8. Assíntotas horizontais Anteriormente vimos que uma reta é uma assíntota vertical do gráfico de uma função se tende a ou quando tende a pela esquerda ou direita. Uma reta é uma assíntota horizontal do gráfico de uma função se tende a quando tende a ou . Exemplos: 1) Determine as assíntotas da função 4x2 2x6 )x(f , caso existam. 2) Determine as assíntotas da função 4x 2x )x(f 2 , caso existam. 3) Determine as assíntotas da função 4x 8x2 )x(f 2 , caso existam. 39 Exercícios: Obs.: As questões 1 a 8 têm como fonte: ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Porto Alegre: Bookman, 2000. v.1. p.124. 1) Para a função f (gráfico abaixo), determine: a) )xf( lim 3x b) )xf( lim 3x c) )xf( lim 3x d) f(3) e) )xf( lim -x f) )xf( lim x 2) Para a função f (gráfico abaixo), determine: a) )xf( lim 2x b) )xf( lim 2x c) )xf( lim 2x d) f(2) e) )xf( lim -x f) )xf( lim x 3) Para a função f (gráfico abaixo), determine: a) )xf( lim 4x b) )xf( lim 4x c) )xf( lim 4x d) f(4) e) )xf( lim -x f) )xf( lim x 4) Para a função f (gráfico abaixo), determine: a) )xf( lim 2x b) )xf( lim 2x c) )xf( lim 2x d) f(-2) e) )xf( lim -x f) )xf( lim x 40 5) Para a função f (gráfico abaixo), determine: a) )xf( lim 2x b) )xf( lim 2x c) )xf( lim 2x d) f(2) e) )xf( lim -x f) )xf( lim x 6) Para a função f (gráfico abaixo), determine: a) )xf( lim 4x b) )xf( lim 4x c) )xf( lim 4x d) f(4) e) )xf( lim -x f) )xf( lim x 7) Para a função f (gráfico abaixo), determine: a) )xf( lim 0x b) )xf( lim 0x c) )xf( lim 0x d) f(0) e) )xf( lim -x f) )xf( lim x 8) Para a função f (gráfico abaixo), determine: a) )xf( lim 0x b) )xf( lim 0x c) )xf( lim 0x d) f(0) e) )xf( lim -x f) )xf( lim x 9) Resolva os limites abaixo: a) 2-xlim 2x b) 3x 1 lim 3x 41 10) Faça o cesboço de um gráfico em que: i) )4,2()f(D ii) 2)x(flim 0x iii) )x(flim 0x não existe iv) 0)2(f v) 2)x(flim 4x 11) Faça o esboço de um gráfico em que: i) )4,2[)f(D ii) 4x é uma assíntota iii) )x(flim 1x não existe iv) 1)2(f v) 1 é raiz 12) Um estudo dos níveis de formaldeído em casas indicou que a emissão de vários produtos químicos pode diminuir com o passar do tempo. Os níveis médios de formaldeído (em partes por milhão) em uma casa são dados por 2t 26,0t055,0 )t(f )12t0( onde t representa a idade da casa em anos. a) Quando a casa é nova, qual é o nível médio emitido de formaldeído? b) A longo prazo, qual o nível de formol numa casa? 13) O número de bactérias numa cultura exposta a certas condições varia de acordo com a lei 1t t2000 100)t(N em que t indica o tempo, em minutos. a) Qual é o número inicial de bactérias nessa cultura? b) Qual é a população limite segundo essa lei matemática? 42 14) Faça o esboço de um gráfico em que: i) )5,3()f(D ii) )x(flim 2x existe não iii) 5x é uma assíntota iv) )x(flim 1x 15) Determine o valor dos limites pedidos. Se não existir, diga que não existe, justificando. Se o limite tender a ou , indique essa resposta. (a) x 2)-x1)(x( lim 2x (b) 4x 16x lim 16x (c) 1x 6x8x2 lim 2 2 1x (d) 1x 6x8x2 lim 2 2 x (e) 21x )1x( 1x lim (f) 1x 5xx lim 2 3 23 x (g) xx 1x3 lim 2x (h) 3x 9x lim 9x 43 (i) 8x xx3 lim 2 4 x (j) 4x3x 5x6x lim 2 2 1x (k) x xx x 4 4 lim 32 4 (l) xx x2x lim 3 32 x (m) 36y 6y lim 26y (n) )x2(lim x (o) 3x x lim 3x (p) 2x x64 x5 lim (q) 1x 1x lim 2 1x 16) Um padeiro assa um pão num forno a uma temperatura de . Seja a temperatura do pão assado minutos depois de retirado do forno. A figura abaixo mostra a temperatura do pão em função do tempo desde que foi retirado do forno, onde denota a temperatura ambiente. (a) Qual é o significado de )(lim 0 tf t ? (b) Qual é o significado de )(lim tf t ? 44 17) Dada a função 1 x se ,x2 1 x se ,x )x(f 2 , determine )( lim 1 xf x ou diga que não existe, justificando sua resposta. 18) Dada a função 1 x se 1,x3 1 x se , 2x )x(f 2 , determine )( lim 1 xf x . 19) Determine, se houver, as assíntotas das funções: a) 2x 3x6 )x(f b) 1x 8x2 )x(f 2 c) 2x 4x )x(f 2 45 CAPÍTULO 3 1. CONTINUIDADE Nas funções, as descontinuidades sinalizam, muitas vezes, fenômenos físicos. Num gráfico, por exemplo, do volume de combustível no tanque em função da distância percorrida, uma possível representação aparece abaixo: Note que as retas tracejadas indicam as paradas que o condutor fez para o reabastecimento do veículo. Nesse momento ocorre uma interrupção no traçado da função. Essa interrupção é chamada de descontinuidade. Intuitivamente, o gráfico de uma função pode ser descrito como uma curva contínua se não apresentar quebras ou buracos. Para tornar essa idéia mais precisa, precisamos entender quais propriedades de uma função podem causar quebras ou buracos.Em I, ocorre uma descontinuidade do tipo “bola”. Note que a função não está definida em c. Em II, ocorre uma descontinuidade do tipo “salto”. Perceba que )x(flim cx não existe. Em III, ocorre uma descontinuidade do tipo “fenda”. Nesse caso )x(flim cx . Em IV, o limite em c é definido assim como f(c), mas )c(f)x(flim cx . I IV III II 46 Dizemos que uma função é contínua em se as seguintes condições estiverem satisfeitas: i. está definida ii. )(lim xf cx existe, ou seja, )x(flim)x(flim cxcx iii. )c(f)x(flim cx Se uma ou mais das condições dessa definição falhar, então dizemos que a função tem uma descontinuidade em Exemplo: 1) Determine se as seguintes funções são contínuas. Se ocorrer descontinuidade, indique onde. a) 1x 1x )x(f 2 b) 1x se 1,x 1x se , 2x 4x )x(f 2 c) 2x se , 1x 2x se , 3x )x(f 2 1.1. Continuidade em um intervalo Se uma função f for contínua em cada ponto do intervalo , então dizemos que é contínua em . Quando for contínua em , dizemos que é contínua em toda parte. Exemplo: Considere o gráfico da função ao lado e responda às questões com SIM ou NÃO: a) é contínua em ? b) é contínua em ? c) é contínua em ? d) é contínua em ? e) é contínua em ? 47 Exemplos: 1) Determine os valores de nos quais a função 9x 5x2x )x(f 2 23 é contínua. 2) Verifique se a função 0x, 1x 4x 0x,2x )x(f 2 é contínua em toda parte. Se não for, indique os valores de onde há descontinuidade. 3) Encontre um valor constante , se possível, que faça a função 2x ,xk 2x ,2x4 )x(f 2 ficar contínua em toda parte. 1.2. Descontinuidade removível Diz-se que uma função tem uma descontinuidade removível em se )(lim xf cx existe, ou seja, )(lim)(lim xfxf cxcx , mas não é contínua em , ou porque não está definida em ou porque difere do valor do limite. Exemplos: 1) A função 2 1 x y possui uma descontinuidade removível? 2) A função 3 32 x xx y possui uma descontinuidade removível? 48 1.3. Continuidade em funções trigonométricas Percebemos pelos gráficos de y = sen (x) e y = cos (x) que ambas são funções contínuas em toda parte. Assim )csen()xsen( lim cx e )ccos()x(coslim cx . Como )xcos( )xsen( )x(tan , segue que: ),c(tg )ccos( )csen( )x(cos lim )xsen(lim )xcos( )xsen( lim)x(tglim cx cx cxcx se . Teorema: As funções trigonométricas são contínuas em seu domínio. Exemplos: 1) Encontre o limite 3x 9x coslim 2 3x ou diga que não existe, justificando. 2) Encontre o limite )xcossec(lim 0x ou diga que não existe, justificando. 3) Encontre o limite )xtg(lim 2 x ou diga que não existe, justificando. 49 Exercícios: 1) Nas funções abaixo, determine os pontos de descontinuidade, se houver: a) 1x, x 2x 1x,2x )x(f 2 b) 2|x| |x| )x(f c) 1x x )x(f 2 d) 9x 3x )x(f 2 e) 0 xse, 1x 3x 0 xse, 2x 2x )x(f 2 2 f) 3 xpara , 4x 42x 3 xe 0 xpara 1,-2x 0 xpara ,2x )x(f 2 2 2) Considere a seguinte situação: Uma caixa d’água abastece uma residência ao longo de uma semana. Nesse tempo, diversas vezes uma bomba é acionada, levando água do poço à caixa. O gráfico que representa o nível h de água na caixa em função do tempo t, ao longo dessa semana representa uma função contínua? Justifique. 50 3) Determine o valor de k, se possível, que torne a função contínua. (a) 2x ,kx 2x ,x28 )x(f 2 (b) 3x k,x2 3x , 2kx )x(f 4) O que significa o resultado dos limites encontrados abaixo? (a) )xsen(2 lim 2 1x (b) x4x x2x senlim 3 2 2x (c) 4x 1x coslim 2x (d) )xtg(lim 0x 51 Obs.: As questões abaixo têm como fonte: ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Porto Alegre: Bookman, 2000. v.1. p.156. Nos Exercícios 5-8, seja f a função cujo gráfico é mostrado. Em quais dos intervalos a seguir f é contínua? (a) [1, 3] (b) (1, 3) (c) [1, 2] (d) (1, 2) (e) [2, 3] (f) (2, 3) Naqueles intervalos onde f não é contínua, estabeleça onde as descontinuidades ocorrem. Diz-se que uma função f tem uma descontinuidade removível em x = c se f(x) lim cx existe, mas )x(flim)c(f cx ou porque f(c) é indefinida ou o valor de f(c) difere do valor do limite. Esta terminologia será necessária no Exercício 25. 9) (a) Esboce o gráfico de uma função de descontinuidade removível em x = c para a qual f(c) está indefinida. (b) Esboce o gráfico de uma função de descontinuidade removível em x = c para a qual f(c) está definida. 52 CAPÍTULO 4 1. TAXAS DE VARIAÇÃO Considere a situação de um aluno que vem de uma cidade distante para cursar a disciplina de Cálculo I aqui na Unisinos. Após a aula, ele embarca no ônibus e pergunta ao motorista qual a quilometragem que o odômetro está registrando – 63440km. Ao chegar no seu ponto de descida, questiona novamente o motorista – 63560km. Se ele anotou que o ônibus começou seu deslocamento às 22h 40min e chegou ao seu destino às 0h 40min, qual foi a velocidade média desenvolvida nesse trajeto? O cálculo da velocidade média, que é a taxa de variação da distância em relação ao tempo, é simples e faz parte do cotidiano. Ela é calculada fazendo t d Vm . Agora, prestemos atenção em outra situação: o gráfico abaixo mostra um exame corriqueiro para muitos – a curva glicêmica. Às 10h da manhã, ao coletar sangue em jejum, o resultado apontou 77mg/dL de glicose. O paciente toma solução com 75g de açúcar e após 1h e 2h, são coletadas novas amostras para o acompanhamento da evolução glicêmica. Os índices são mostrados no gráfico. Qualfoi a taxa de crescimento médio do índice glicêmico entre o início e o fim do exame? O que podemos perceber é que a informação que a taxa média de variação nos fornece é muito limitada. No 1º caso, o ônibus em muitos momentos teve uma velocidade muito diferente da média de 60km/h. No 2º, o crescimento de 18mg/dL a cada hora também é uma informação que não leva a conclusões importantes. Em ambas as situações, mais significativo seria a taxa de variação instantânea, a qual pode trazer informações muito mais relevantes. No caso da velocidade instantânea num veículo, isso pode ser conseguido após uma espiada no velocímetro do carro ou no momento do registro da velocidade na lombada eletrônica. Matematicamente, conseguimos a velocidade instantânea quando reduzimos a um instante a variação de tempo. Ou seja: t d limv 0t inst 53 Observe os gráficos abaixo que mostram a redução do intervalo de tempo até um único instante. Note que a reta que une o ponto inicial e final do trajeto considerado tem sua taxa de variação calculada fazendo, genericamente, x y , conforme visto anteriormente. Nos cinco primeiros gráficos, a reta é secante ao gráfico d x t. Conforme o intervalo de tempo considerado diminui, a inclinação da reta se modifica até que, quanto a variação de tempo tende a zero, a reta fica tangente ao ponto onde se quer determinar a velocidade. Portanto, a velocidade instantânea, ou mais genericamente, a taxa de variação instantânea, é dada pela declividade 2 da reta tangente ao instante considerado. A figura abaixo 3 nos ajuda a compreender melhor o conceito de taxas de variação. A taxa de variação média é dada pela declividade da reta secante, enquanto que a taxa de variação instantânea é dada pela declividade da reta tangente ao ponto onde se quer determinar a taxa. 2 A declividade de uma reta determina o ângulo dessa reta em relação ao eixo x, medido no sentido anti- horário do eixo para a reta. Na equação y = mx + b, declividade é o coeficiente m da reta, chamado coeficiente angular, onde m = tan . 3 Fonte: ANTON, Howard; BIVENS, Irl; DAVIS, Stephen. Cálculo. Porto Alegre: Bookman, 2007. h )x(f)xh(f lim xx )x(f)x(f lim x y limtx h )x(f)xh(f xx )x(f)x(f x y tx 00 0h 0 0 xx0x inst 00 0 0 média 0 54 Exemplos: 1) Um projétil é lançado do solo. Desprezando-se a resistência do ar e o cano da arma, e admitindo- se conhecida a aceleração da gravidade, calculou-se a função que relaciona o espaço, em metros, e o tempo, em segundos, representada pela igualdade f(t) = 80t – 4t2. Nessas condições, determine: a) A velocidade vertical do projétil após 5s do seu lançamento. b) A velocidade vertical num instante t qualquer. c) A velocidade no exato instante que o projétil toca o solo. 2) Encontre uma equação para a reta tangente à parábola y = x2 no ponto (1, 1). 55 3) Encontre a taxa de variação de y em relação a x na função y = 2x + 3. 4) Dada a função y = x3, (a) encontre a taxa de variação média de y em relação a x no intervalo [0,5; 1,75]. (b) encontre a taxa de variação instantânea de y em relação a x em um ponto genérico x = x0. (c) encontre a taxa de variação instantânea de y em relação a x em x = 1. Em situações-problema, as taxas de variação média e instantânea estão contextualizadas. Assim, as respostas devem vir acompanhadas das respectivas unidades. Por exemplo: a) se y estiver em ºC e x em horas, então a unidade da taxa de variação deve ser ºC/h. b) se y estiver em m/s e x em segundos, então a unidade da taxa de variação deve ser m/s2. O estudo das taxas de variação estão presentes em muitas áreas: um engenheiro pode necessitar saber com que taxa um fio se dilata em função da temperatura; um médico pode estar interessado na taxa com que o raio de uma artéria muda em função da quantidade de álcool na corrente sanguínea; um farmacêutico necessita saber com que rapidez um antibiótico age numa população de bactérias. 56 Exercícios: 1) Dada a função y = x2 – 1, (a) encontre a taxa de variação média de y em relação a x no intervalo [1; 3]. (b) encontre a taxa de variação instantânea de y em relação a x num ponto genérico x. 2) Encontre uma equação para a reta tangente à parábola y = x2 – 1 no ponto (2, 3). Obs.: As questões 3 a 5 têm como fonte: ANTON, Howard. Cálculo, um novo horizonte. Porto Alegre: Bookman, 2000. v.1. p.176. 3) A figura em anexo mostra a curva de posição versus tempo para um elevador que se move para cima até 60m e, então, descarrega seus passageiros . (a) Estime a velocidade instantânea do elevador quando t = 10s. (b) Esboce uma curva de velocidade versus tempo para o movimento do elevador no intervalo 20t0 . 57 4) A figura em anexo mostra a curva de posição versus tempo para certa partícula movendo-se em linha reta. (a) Onde a partícula se move mais rapidamente, em t0 ou t2 ? Explique. (b) Na origem, a tangente é horizontal. Que informação sobre a velocidade inicial da partícula isso nos dá? (c) A partícula está aumentando ou diminuindo sua rapidez em [t0, t1] ? Explique. (d) E no intervalo [t1, t2] sua rapidez está aumentando ou diminuindo ? Explique. 5) Um para-quedista cai verticalmente de um avião. A figura mostra o gráfico da distância s caída pelo para-quedista versus o tempo t desde o salto do avião. (a) Use o segmento de reta que acompanha o gráfico para estimar a velocidade escalar instantânea do para-quedista no instante t = 5s. (b) Estime a velocidade escalar instantânea do para-quedista no instante t = 17,5s. O que parece estar ocorrendo com a velocidade escalar do para-quedista ao longo do tempo? 58 CAPÍTULO 5 1. DERIVADA O limite que usamos para determinar a inclinação da reta tangente também é usado para definir uma das operações fundamentais do Cálculo – a diferenciação. A função 'f definida pela fórmula h )x(f)hx(f lim)x('f 0h é denominada derivada de f em relação a x. O domínio de 'f consiste em todos os valores de x do domínio de f para os quais existe este limite. O termo “derivada” é usado porque a função 'f deriva da função f por meio de um limite. Quando a variável independente for x, a operação de derivação pode ser denotada por )]x(f[ dx d )x('f ou )]x(f[D)x('f x . Quando tivermos y = f(x), a derivada costuma ser denotada por )x('y)x('f ou dx dy )x('f . Se quisermos determinar o valor da derivada num ponto x0, podemos indicar 0xx 0 )]x(f[ dx d )x('f ou 0xx x0 )]x(f[D)x('f ou )x('y)x('f 00 ou 0xx 0 dx dy )x('f . Exemplo:1) Encontre a derivada em relação a x de f(x) = x2 + 2x e use-a para encontrar a equação da reta tangente a f(x) em x = 1. Como a derivada é definida por um limite, esse limite pode existir ou não em determinados pontos da função. Isso significa que uma função pode não ser diferenciável em toda a parte. Na seção anterior, vimos que esse limite é igual à declividade da reta tangente num ponto. Se y = mx + b é a reta tangente num ponto x0, então a derivada em x0 é igual a m, que pode ser obtido fazendo m = tan ( é o ângulo de inclinação da reta tangente). Assim, a função não será diferenciável num local onde a reta tangente tiver um um ângulo de inclinação de 90º, pois tan 90º não está definida. Além disso, quando a reta tangente pela esquerda de um ponto tiver inclinação diferente da reta tangente visualizada pela direita desse ponto, a derivada no ponto também não existirá, visto que o limite bilateral não existe. Tal situação ocorre nitidamente numa função que apresenta “bico”. O exemplo abaixo ajuda a compreender essa ideia. 59 Exemplo: 1) Mostre que a função y = |x – 2| é contínua em x = 2, mas não é diferenciável quando x = 2. Teorema: Se f é diferenciável no ponto x0, então f é contínua em x0. Prova: Supondo que f é diferenciável no ponto x0, então h )x(f)hx(f lim)x('f 00 0h 0 . (1) Se f é contínua em x0, devemos mostrar que )x(f)x(flim 0 xx 0 , que é equivalente a dizer que 0)x(f)x(flim 0 xx 0 que implica em 0)x(f)x(flim 0 xx 0 . Usando h = x – x0, devemos provar que 0)x(f)xh(flim 00 0h . Ora, )x(f)xh(flim 00 0h pode ser escrito h h )x(f)xh(f lim 00 0h que é equivalente a hlim h )x(f)xh(f lim 0h 00 0h . Segue que 00)x('f 0 , provando o teorema. É equivalente ao teorema acima a seguinte sentença: Se f não é contínua em x0, então f não é diferenciável em x0. Como vemos, uma função pode ser contínua em um ponto, mas não diferenciável. Contudo, se a função f é diferenciável em x = xo, então f é contínua em x = xo. Uma função f não é diferenciável em um ponto x = xo por uma das seguintes razões: a função f é descontínua em xo. a função f é contínua em xo e o seu gráfico tem no ponto x = xo uma reta tangente vertical. A função f é contínua em xo e o gráfico de f não define uma única reta tangente no ponto x = xo. No caso de uma função f ser definida num intervalo [a, b], então 'f não está definida nos extremos desse intervalo, pois derivadas são limites bilaterais. Num caso assim, nomeamos derivada pela esquerda e derivada pela direita, respectivamente: h )x(f)hx(f lim)x('f 0h e h )x(f)hx(f lim)x('f 0h . 60 Exemplos: 1) Considere a função representada pelo gráfico abaixo. Distribua em ordem crescente os números zero, f’(-5), f’(2) e f’(6). 2) Dado que f(2) = 1 e que f’(2) = 3, encontre uma equação para a reta tangente ao gráfico de y = f(x) no ponto de x = 2. 1.1. Técnicas de diferenciação Todas as técnicas de diferenciação serão aqui apresentadas sem prova, mas decorrem da definição de derivada já estudada. Para visualizar tais demonstrações, consulte a bibliografia recomendada. 1) Derivada de uma constante 2) Derivada de uma função potência Se n é qualquer número real, então 1nn xn]x[ dx d . Exemplos: a) Se f(x) = x8, então )x('f = b) Se xy , então 'y = Uma função constante tem o gráfico representado por uma reta horizontal. Em qualquer ponto do gráfico, a declividade da reta tangente é zero, o que nos leva à conclusão que 0]c[ dx d . Exemplos: a) Se y = 3, então y’ = b) Se f(x) = -2, então f’(x) = 61 c) Se x)x(h , então )x('h = d) Se 2y)y(f , então )y('f = e) Se 3 5xy , então y´ = f) Se f(x) = x0,6, então )x('f = g) Se 9t 1 )t(f , então )(' tf = 3) Derivada de uma constante vezes uma função Se f é uma função diferenciável e c é uma constante, então )x(f dx d c)]x(fc[ dx d . Exemplos: a) Se g(x) = 3x4, então )x('g = b) Se 3 2 x9)x(h , então )x('h = c) Se x 2 y , então 'y 4) Derivada da soma ou diferença de 2 funções A derivada de uma soma (ou diferença) de duas funções diferenciáveis é a soma (ou diferença) de suas derivadas, ou seja, )x(g dx d )x(f dx d )]x(g)x(f[ dx d Exemplos: a) Se f(s) = s3 – 4s + 5, então )s('f b) Se x2x3 2 x )x(g 3 4 , então )x('g c) Se 4 10 410 x10 x 4 x10x4y , y’= d) Em quais pontos o gráfico de y = x3 – 3x + 4 tem uma reta tangente horizontal? e) Se y = (3 – 2x2)(5x + 4x3), determine y’. 62 5) Derivada do produto de 2 funções O produto de duas funções diferenciáveis f e g é diferenciável. Além disso, a derivada do produto pode ser calculada pela expressão )x(g dx d )x(f)x(f dx d )x(g)]x(g)x(f[ dx d . Exemplos: a) Encontre a derivada de f(x) = (3x – 2x2)(5 + 4x). 6) Derivada do quociente de 2 funções O quociente f/g de duas funções diferenciáveis f e g é diferenciável em todos os pontos x para os quais g(x) 0. Além disso, a derivada de f/g é dada por 2)]x(g[ )x(g dx d )x(f)x(f dx d )x(g dx )]x(g/)x(f[d . Exemplos: a) Encontre a derivada de 1x 2x5 )x(f 2 . b) Se f(x) = x 2x3 2 , determine f’(2). 63 1.2. Derivadas de ordem superior A derivada de uma função é novamente uma função, que pode ter sua própria derivada. Se 'f for diferenciável, então sua derivada é denotada po "f e é chamada derivada segunda de f. Enquanto tivermos diferenciabilidade, podemos continuar o processo de derivação para obter as derivadas terceira, quarta, quinta, etc. Notação: Derivada segunda: 2 2 dx yd , (x)f" , "y Derivada terceira: 3 3 '" dx yd , (x)f , '"y Derivada quarta: 4 4 (4))4( dx yd ),x(f ,y Derivada n-ésima: n n (n))n( dx yd ),x(f ,y E qual o significado de uma derivada segunda, por exemplo? Para entender isso mais claramente, observe os gráficos: O gráfico representa a função posição de um móvel. Sabemos que a velocidade em um ponto é determinada pelo valor da derivada naquele ponto, ou t S limv 0t inst , cuja unidade, nesse caso, é m/s. Ou seja, se determinarmos a velocidade em diferentes pontos, podemos esboçar a curva v x t, que é o gráfico da derivada da função posição, mostrado abaixo. Fazendo idêntico raciocínio, derivando a função v(t) em diferentes pontos, obtemos a segunda derivada da função S(t). Como unidade, temos m/s 2 , que fisicamente traduz a aceleração de um corpo. Ou seja, a
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