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APOSTILA DE NUTRIÇÃO DE CÃES E GATOS

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NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE CÃES E GATOS 
 
Flávia Maria de Oliveira Borges 
Médica Veterinária, MSc., Doutora em Nutrição Animal 
Professora adjunta da UFLA – Departamento de Zootecnia 
e-mail: borgesvet@yahoo.com 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
Os animais de estimação, mesmo sem códigos de comunicação verbal com o homem, exceto as 
manifestações de afeto, conquistam lugar na sociedade de consumo de massas só pelo fato de 
necessitarem e exigirem cuidados especiais. No mundo globalizado, o mercado dos bichos de 
companhia também é sinônimo de lucros, representando uma movimentação de até então 
estimados US$ 30 bilhões por ano. Nesse montante, as rações ficariam com 47% e os serviços 
veterinários com 26%. Atualmente, existem no Brasil cercas de 25 milhões de cães e 11 milhões 
de gat 16 animais para cada 100 habitantes, entretanto apenas 
28% deles recebem alimentos industrializados. 
 
Até 10 anos atrás o mercado de alimentos para animais de companhia no Brasil era inexpressivo. 
Segundo a ANFAL-pet (Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais) em 
1998 o segmento de alimentos para cães e gatos movimentou US$ 800 milhões/ano com a venda 
de 750 mil toneladas. Naquele ano o mercado brasileiro de rações animais girava em torno de 35 
milhões de toneladas com faturamento global de US$ 6,2 bilhões. Os
gatos representavam 2,5% do mercado, em volume, entretanto participavam com 12,9% da 
receita do setor. De acordo com Salvador et al (2002) a previsão da ANFAL é que para 2002 este 
mercado chegue a 1300 mil toneladas. 
 
380 420
550
750
950 1000
1175
1300*
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Al
im
en
to
s (
10
00
 to
n.)
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Produção de Alimentos Industrializados para Cães e Gatos 
(Fonte: ANFAL apud Salvador et al, 2002)
 
 
Para Yabiku (sem data), o mercado de alimentação de animais de companhia pode ser mais bem 
trabalhado, mesmo que o crescimento tenha sofrido um ligeiro declínio. Antes de 1998 o 
crescimento era de 15% ao ano. A previsão é que o crescimento até 2002 seja entre 3 e 5%, com 
previsões otimistas de 7%. Alguns setores vêm se destacando, como alimentos para gatos 
(crescimento de 300% de nos últimos cinco anos), alimentos de alta qualidade (denominados 
“prêmio” e “superprêmio”) e alimentos específicos para determinadas doenças ou condições 
especiais. Neste segmento a presença de profissionais como veterinários, zootecnistas, 
engenheiros de alimentos e outros é prioritária. 
 2 
O crescimento no setor de alimentos para cães e gatos abre uma importante frente de trabalho 
para profissionais da área especializados em nutrição. Para tal tarefa estes profissionais devem 
ter conhecimentos dos aspectos nutricionais de cães e gatos nas diversas etapas fisiológicas, 
além de conhecimentos em alimentos e manejo alimentar, processamento industrial e controle de 
qualidade (como por exemplo, o Housekeeping-5S, as Boas Práticas de Fabricação - BPF, a 
Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle -APPCC etc). 
 
Mesmo para os profissionais que não atuam no mercado de alimentos, mas que trabalham com 
animais de companhia, existe a necessidade do conhecimento de todos os aspectos relacionados 
à nutrição, inclusive com o objetivo de complementação nas áreas de clínica e cirurgia, como 
dietas pré e pós-cirúrgicas. Um clínico deve saber identificar desordens de origem nutricional e 
adequar a nutrição dos cães, lembrando que a mesma pode ser distinta para animais de 
companhia, guarda, esporte, etc. 
 
Na nutrição de cães e gatos é importante atentar para alguns aspectos bastante específicos. Ao 
contrário de outras produções animais, como a avicultura ou suinocultura, ainda que a 
alimentação tenha uma grande importância e seja uma das principais preocupações do criador ou 
proprietário, seu custo assume um papel secundário. Em um questionário realizado pela internet 
em um grupo de discussão entre proprietários de cães e gatos, mais de 90% deles gastam mais 
que 500,00 reais anuais com alimentação, fora os cuidados de higiene, serviços veterinários e 
outros. 
 
Os dois objetivos básicos são a longevidade e o bem estar de seus animais. Estes dois propósitos 
normalmente conduzem os proprietários a um erro primário no manejo alimentar; uma 
superalimentação. Até pouco tempo não se preocupava com problemas de obesidade em cães e 
gatos; a nutrição era baseada em requisitos nutricionais das espécies com valores 
superestimados. Além disso, a maioria dos animais de companhia sofre com a ociosidade, devido 
a uma grande concentração dos mesmos nos centros urbanos, particularmente em apartamentos . 
Nesse caso pode-se considerar que o grande problema nutricional em animais de companhia é a 
superalimentação. 
 
A outra questão a ser considerada em cães com respeito à nutrição é a diversidade de raças, com 
uma gama de pesos (entre 1,0 a 100 kg) com padrões de crescimentos distintos e, 
conseqüentemente, requisitos nutricionais e manejos alimentares diferentes. 
 
Finalmente, embora os alimentos para cães e gatos possam ser agrupados dentro de um mesmo 
seguimento, eles apresentam características muito distintas determinadas basicamente pelas 
diferenças nas exigências nutricionais e nos hábitos alimentares de cada uma destas espécies. 
 
 
2. DIFERENÇAS ENTRE CANÍDEOS E FELINOS 
 
O gato doméstico (Felis catus) pertence a ordem Carnívora, a superfamília Feloidea e a família 
Felídea. Já o cão (Canis familiaris), embora da classe Mammalia e ordem Carnívora, da mesma 
forma que o gato, encontra-se na superfamília Canoideia. A superfamília Canoideia inclui 
famílias com diferentes hábitos alimentares; os Ursídeos (ursos) e os Procionídeos (texugo) são 
famílias com animais onívoros, mas espécies da família Alurídea (pandas) são estritamente 
herbívoras. As espécies carnívoras incluem, entre outras, os Canídeos (cães) e os Mustelídeos 
(doninhas). Já a superfamília Feloidea inclui três famílias estritamente carnívoras: os Viverídeos 
(lemur), os Hyaenideos (hienas) e os Felídeos (gatos). 
 3 
Enquanto que a História evolutiva do cão sugere uma dieta mais onívora na natureza, a história 
do gato indica que esta espécie consumia uma dieta a base de carne através de seu 
desenvolvimento evolutivo. 
 
Tabela 1 - Diferenças nutricionais entre cães e gatos 
 
NUTRIENTE DIFERENÇAS 
Carboidratos Os felinos possuem um metabolismo único para a glicose (maior semelhança ao 
metabolismo de ruminantes que ao de canídeos). Os cães, fisiologicamente e 
metabolicamente, possuem uma melhor adaptação a carboidratos que os 
carnívoros restritos (felinos). Deste ponto de vista pode ser considerado um 
onívoro. Os gatos possuem menor tolerância a carboidratos na dieta - não 
possuem amilase salivar e possuem pouca amilase pancreática. 
Proteína e 
aminoácidos 
Os felinos possuem um maior requisito protéico que os cães. A dieta natural dos 
gatos, rica em proteína e pobre em carboidratos, levou a adaptação dos sistemas 
enzimáticos do fígado. Estes apresentam uma alta conversão de aminoácidos 
em glicose, fazendo com que a necessidade protéica dos gatos seja maior que a 
dos cães em 50% para o crescimento e o dobro para manutenção de adultos. 
Os gatos têm requisitos dietéticos de taurina, um aminoácido que não é 
incorporado à cadeia protéica, sendo essencial para o funcionamento do 
miocárdio (músculo do coração) e da retina. Diferente dos demais mamíferos 
domésticos, o gato não a sintetiza em quantidades suficientes, devendo estar 
presente em suas dietas. Sua deficiência leva a degeneração da retina, cegueira e 
doença cardíaca. 
Os felinos são inaptos naconversão do aminoácido triptofano a niacina 
(vitamina do complexo B). Suas necessidades de niacina são 4 vezes maiores 
que a dos cães. Sua deficiência causa perda de peso e apetite e úlceras na 
cavidade oral e língua. 
Além disso os felinos são extremamente sensíveis a deficiência de arginina, 
diferente dos cães. 
Lipídeos Os felinos não têm uma enzima necessária para a conversão do ácido graxo 
essencial linoléico em araquidônico, o que é possível nos cães Este ácido graxo 
é um dos constituintes da membrana celular. Sua deficiência leva a problemas 
reprodutivos, dermatite, pele hiperplásica, paraqueratose, hemorragia 
subcutânea, etc. As dietas para felinos devem apresentar este ácido graxo e, na 
prática, significa que rações para gatos devem apresentar gordura animal em sua 
composição. 
Vitaminas Os gatos são inaptos para a conversão de -caroteno (presente nas plantas) em 
vitamina A, necessitando de uma fonte de vitamina A pré-formada na dieta., ao 
contrário dos cães. 
A piridoxina, também conhecida como vitamina B6, participa do metabolismo 
das proteínas. A necessidade de piridoxina nos gatos é quatro vezes maior do 
que em cães, devido ao alto metabolismo protéico dos felinos. A deficiência 
desta vitamina leva a anemia, parada do crescimento, lesões renais irreversíveis 
e convulsões. 
 
 4 
3. NECESSIDADES NUTRICIONAIS DOS CÃES E GATOS 
 
Os nutrientes necessários para os cães são semelhantes aos dos outros animais superiores e são 
classificados e agrupados de acordo com sua natureza química e biológica: proteínas, lipídeos, 
carboidratos, elementos minerais e vitaminas. Metabolicamente também se deve considerar 
como nutrientes o oxigênio e a água. 
A proteína tem dupla função, que seria o fornecimento de aminoácidos para a formação de 
tecidos e também o fornecimento de energia. Já os carboidratos têm como função principal o 
fornecimento de energia, assim como os lipídeos. 
Tanto as proteínas, quanto carboidratos e lipídeos, vão entrar nos ciclos metabólicos, em rotas 
variadas, produzindo substâncias intermediárias iguais ou distintas. Muitos destes produtos serão 
oxidados em CO2 e H2O produzindo nestes processos ATPs (Adenosina Trifosfato). 
Com relação aos minerais, pode-se dizer que desempenham as mais diversas funções, podendo 
ser divididos, de acordo com sua quantidade nos tecidos animais, em macro e micronutrientes. Já 
as vitaminas não são homogêneas quimicamente, mas podem ser agrupadas de acordo com suas 
funções, uma vez que quimicamente podem ser consideradas como proteínas, carboidratos ou 
lipídeos. 
 
3.1. Água 
 
A necessidade teórica seria de 1 a 2 cm
3
 de água para cada kcal de energia metabolizável 
ingerida, para manutenção. Na prática, pode-se considerar 3 - 4 vezes a quantidade de matéria 
seca ingerida. 
 
O consumo pode ser afetado por vários fatores entre os quais o exercício, temperatura e umidade 
relativa do ar, estádio fisiológico (lactação), condições patológicas (febre, diarréia e vômito), 
tipo de dieta, etc. 
Sabe-se que os gatos apresentam uma capacidade de concentrar a urina como um meio para 
economizar água, capacidade aparentemente herdada de seus ancestrais desérticos que 
desenvolveram essa característica como estratégia de adaptação às condições áridas. Dessa 
forma, os gatos ainda hoje são hábeis em sobreviver e proliferar em ambientes adversos, como, 
por exemplo, o deserto australiano. 
Além disso os gatos aproveitam melhor a água metabólica, isto é, água originada dos alimentos. 
A ingestão de água é soma da água de bebida, água dos alimentos e água metabólica (oxidação 
metabólica dos nutrientes-1 g de água é obtida da oxidação de 1,4 g de proteína, 1,7 g de 
carboidratos e 0,9 g de lipídeos). A água metabólica responde somente por 5 a 10% das 
necessidades diárias de manutenção dos cães, entretanto pode corresponder, juntamente com a 
água do alimento, a 80% das necessidades dos felinos, principalmente daqueles que vivem em 
ambientes desérticos. 
Os gatos apresentam uma capacidade compensatória, mediante o consumo de água voluntária, 
em resposta às modificações do conteúdo de água do alimento, menos precisa e menos rápida 
que os cães. De forma similar, sua resposta à sede para hidratação quando aumenta a temperatura 
ambiental é menos efetiva que em cães. Isto quer dizer que ainda que exista muito calor ou que o 
alimento seja seco, os gatos tomarão a mesma quantidade de água que em outras condições, o 
 5 
que faz com que esta espécie seja mais susceptível à Síndrome Urológica Felina pela formação 
muito concentrada da urina. 
 
3.2. Energia 
 
Em qualquer dieta o nível energético deve ser uma das principais preocupações. Ele regula a 
quantidade de ingestão do alimento e, portanto, todos os outros nutrientes devem estar 
balanceados de acordo com a densidade energética do alimento a ser fornecido. 
Para cães e gatos, tanto os requisitos energéticos como valor energético dos alimentos, se 
expressam em energia metabolizável (EM). Isto porque, sendo carnívoros, as perdas energéticas 
pela urina são muito importantes. 
 
3.2.1. Necessidades energéticas dos cães e gatos 
 
As necessidades energéticas dos cães, como em outras espécies animais, se calculam segundo 
seu peso metabólico; entretanto, ao contrário de outras espécies animais, o peso metabólico dos 
cães se calcula como o peso vivo elevado a una potencia diferente a 0,75. O National Research 
Council – NRC (1985) utiliza a potência 0,88 (PM = PV0,88), e a Association of American Feed 
Control Officials (AAFCO) utiliza a potência 0,67 (PM = PV
0,67
). 
 
No NRC (1974) adotava-se a equação de Brody (132 xPV
0,73
) para estimar o consumo de energia 
para cães, entretanto sugestões de que esta equação atenderia bem para predições entre espécies 
diferentes (inter-espécies) mas não se adequaria para grandes variações dentro de uma mesma 
espécie (intra-espécies) levou a uma modificação no NRC de 1985, com a adoção da formula de 
Thonney (1983) onde Y = 100 PV 
0,88
 ou Y = 144 = 62,2 PV. 
 
Além destas equações outra foi proposta por Heusner (1982), tornando mais suave a inclinação 
no aumento do consumo de energia determinado em cães entre 1,0 e 100 kg, onde Y = 140 a 160 
PV
0,67
 para um cão adulto em manutenção. 
 
Todas estas equações são genéricas e não podem consideradas como exatas para a predição dos 
requisitos absolutos dos cães em energia, uma vez que as necessidades variam com a idade, 
atividade, condição corporal, temperatura, aclimatação, tipo de pelo (curto, longo), 
temperamento, etc. 
 
Como pode ser observado na tabela 2, os resultados da predição das diversas equações podem 
ser muito distintos, principalmente em cães de raças grandes. Neste caso, a escolha deveria ser 
feita com bom senso e criteriosamente. Por exemplo: animais criados em áreas extensas, com 
possibilidade de movimentação, ou animais sangüíneos - equação linear de Thonney (tanto para 
raças grandes ou pequenas). Animais linfáticos, criados em áreas confinadas, com vida 
sedentária - equação de Heusner para raças grandes e a equação alométrica de Thonney para 
raças pequenas. 
 
De qualquer modo, a utilização das equações é mais recomendável que a predição do consumo 
baseado simplesmente no peso vivo. 
 
 
 
 
 6 
Tabela 2 - Necessidades recomendadas de energia para cães adultos em manutenção (Kcal 
EM/dia) segundo as fórmulas utilizadas nos NRC de 1974 e 1985 e pela AAFCO. 
 
PESO (Kg) NRC (1974) 
(132 PV
0,75
) 
THONNEY (1983) 
(100 PV
0,88
) 
THONNEY (1983) 
(144 + 62,2 PV) 
NRC (1985)e AAFCO 
(159 PV
0,67
) 
1 132 100 206 159 
3 301 262 331 3325 441 412 455 467 
10 742 758 766 744 
20 1248 1396 1388 1183 
30 1692 1995 2010 1553 
40 2099 2569 2632 1883 
50 2482 3127 3254 2186 
60 2846 3671 3876 2470 
70 3194 4204 4498 2739 
80 3531 4728 5120 2995 
90 3857 5245 5742 3241 
100 4174 5754 6364 3479 
 
Para gatos, como o peso das várias raças não apresenta grande variação, as necessidades de 
nutrientes se expressam em função do peso vivo, e não em função do peso metabólico, como em 
cães. 
As necessidades energéticas dos gatos adultos são cerca de 60 a 80 kcal EM por kg de peso; 
assim, as necessidades energéticas diárias de um gato de 4 kg são 240-320 kcal EM (dependendo 
da atividade física). 
Na tabela 3 encontram-se as necessidades de energia metabolizável para as diferentes funções e 
estados fisiológicos dos animais domésticos. 
 
Tabela 3. Requisitos energéticos diários baseados no estádio fisiológico, temperatura e 
grau de atividade de cães e gatos 
 
CÃES GATOS 
METABOLISMO 
BASAL (MB) 
30 x PV + 70 = Kcal/dia 
70 x PV
0,75
 = Kcal/dia 
METABOLISMO 
BASAL (MB) 
30 x PV + 70 = Kcal/dia 
70 x PV
0,75
 = Kcal/dia 
50 x PV = Kcal/dia 
 
MANUTENÇÃO (M) 
 
 
2 x MB = Kcal/dia 
144 + 62 x PV = Kcal/dia 
100 PV
0,88
= Kcal/dia
 
159 PV
0,67
= Kcal/dia 
MANUTENÇÃO (M) 
 
1,4 x MB = Kcal/dia 
70 x PV = Kcal/dia 
TRABALHO 
1 hora /dia (Leve) 
1 dia (Leve) 
1 dia (Pesado) 
 
1,1 x M 
1,5 x M 
2,0 - 4,0 x M 
 
 
GESTAÇÃO 
 
1
as
 6 semanas = 1,0 x M 
Últimas 3 semanas = 1,3 x M 
 
GESTAÇÃO 
 
1
as
 6 semanas = 1,0 x M 
Últimas 3 semanas = 1,4 x M 
 
LACTAÇÃO 
1ª Semana 
2ª Semana 
3ª Semana 
4ª semana 
> 4ª Semana 
 
1,5 x M 
2,0 x M 
3,0 x M 
4,0 x M 
{1 + (0,25 x número de crias)}x M 
LACTAÇÃO 
1ª Semana 
2ª Semana 
3ª Semana 
4ª semana 
> 4ª Semana 
 
1,3 x M 
1,4 x M 
1,6 x M 
1,8 x M 
2,8 x M 
 7 
 
CRESCIMENTO 
Nascimento - 3 meses 
3 - 6 meses 
6 - 12 meses 
3 - 9 meses (Gigantes) 
9 - 24 meses (Gigantes) 
 
2,0 x M 
1,6 x M 
1,2 x M 
1,6 x M 
1,2 x M 
CRESCIMENTO 
Nascimento -10 Semanas 
10 - 20 Semanas 
20 - 30 Semanas 
33 - 40 Semanas 
 
 
3,6 x M 
1,9 x M 
1,4 x M 
1,1 x M 
 
AMBIENTE 
Frio (Vento, 8,5 ºC) 
(Vento, <0 ºC) 
Calor 
 
 
1,25 x M 
1,75 x M 
até 2,5 x M 
 
ENFERMIDADES 
Repouso em gaiola 
Pós-cirúrgico 
Traumatismo 
Câncer 
Septicemia 
Queimaduras 
 
 
1,25 x MB 
1,25 - 1,35 x MB 
1,35 - 1,50 x MB 
1,35 - 1,50 x MB 
1,50 - 1,70 x MB 
1,70 - 2,00 x MB 
 
 
Fonte: López (1997) 
 
 
 3.2.1. Aporte energético dos alimentos. 
 
Para calcular o aporte de energia digestível (ED) dos alimentos, parte-se dos valores de energia 
bruta dos nutrientes, que são ponderados pelos coeficientes de digestibilidade dos mesmos, de 
forma separada para cada una das espécies, conforme o descrito na tabela 4. Para o cálculo do 
aporte de EM, deve se considerar adicionalmente as perdas energéticas urinárias (tabela 5) 
 
Tabela 4 - Cálculo da energia digestível de alimentos para cães e gatos 
 
NUTRIENTE g/ kg ENERGIA 
BRUTA 
Kcal/ g 
COEFICIENTE DE 
DIGESTIBILIDADE 
(1)
 
Cães 
COEFICIENTE DE 
DIGESTIBILIDADE 
(1)
 
Gatos 
FATOR 
Cães 
FATOR 
Gatos 
Carboidratos 
(CHO) 
4,15 84,3 80,0 3,50 3,50 
Gorduras (EE) 9,40 90,4 90,4 8,50 8,50 
Proteína bruta 
(PB) 
5,65 79,5 73,1 4,50 4,13 
(1) 
Valores médios recomendados pela AAFCO (1993). 
Fonte: López (1997) 
 
Energia digestível: 
 
E.D cães = (CHO x 3,50) + (E.E. x 8,50) + (PB x 4,50) 
 
E.D gatos = (CHO x 3,50) + (E.E. x 8,50) + (PB. x 4,13) 
 
Energia metabolizável: 
 
Tabela 5 - Calculo da energia metabolizável de alimentos para cães e gatos 
 
 8 
NUTRIENTE g/ kg E. BRUTA 
CORRIGIDA 
(1)
 
Kcal/ g 
COEFICIENTE DE 
DIGESTIBILIDADE 
(2)
 
Cães 
COEFICIENTE DE 
DIGESTIBILIDADE 
(2)
 
Gatos 
FATOR 
Cães 
FATOR 
Gatos 
Carboidratos (CHO) 4,15 84,3 84,3 3,50 3,50 
Gorduras (EE) 9,40 90,4 90,4 8,50 8,50 
Proteína bruta (PB)- cães 4,40 79,5 3,50 
Proteína bruta (PB)- gatos 4,79 73,1 3,50 
(1) 
Energia urinária= -1,25 kcal/ g PB. (cães) / - 0,86 kcal/ g PB. (gatos) 
(2) 
Valores médios recomendados pela AAFCO (1993). 
Fonte: López (1997) 
 
E.Mc = (HO x 3,50) + (EE x 8,50) + (PB x 3,50) 
 
E.Mf = (CHO x 3,50) + (EE x 8,500 + (PBx 3,50) 
 
Outras fórmulas para estimar energia metabolizável dos alimentos para cães: 
 
EM= E.D. – (1,25 x P.D).(g) (AAFCO,94) 
 
EM= (CHOD x 4,15) + (EED x 9,40) + (PD x 4,40) (AAFCO,93) 
 
EM = EB x 0,80 (Esta metodologia superestima os alimentos ricos em fibra). 
E.M. = (0,99 x EB) - 126 
A partir do conteúdo de lipídeos: EM = 3,075 + ( 0,066 x EE) (Só é válido na base seca). 
 
Para felinos várias fórmulas são sugeridas para a estimativa do conteúdo energético dos 
alimentos: 
 
EMf= ED – (0,90 x PD) (Rações secas, NRC,86) 
 
EMf= (CHOD x 4,15) + (EED x 9,40) + (PD x 4,79) (AAFCO, 1993) 
 
EMf= EB x 0,99 - 1,26 (Rações secas, NRC,86) 
 
EMf= (CHO x 3,00) + (EE x 7,70) + (PC x 3,90) - 0,05 (NRC, 1986) 
 
Dependendo da fórmula utilizada para o cálculo da energia metabolizável em alimentos para 
gatos, variações de mais de 20 % nos resultados podem ser encontradas. Por isso sugere-se 
subdividir os alimentos em diferentes tipos (alimento seco, semi-úmido e úmido) com uma 
equação específica para cada tipo. 
 
Tabela 6 . Energia metabolizável e tipo de alimento 
 
ALIMENTO TEOR DE 
UMIDADE (%) 
ENERGIA METABOLIZÁVEL 
Seco <14 EM = 0,99 (PB x 5,65 + EE x 9,4 + ENN x 4,15) - 126 
 9 
Semi-úmido 15 a 59 EM = PB x 3,7 + EE x 8,8 + ENN x 3,0 
Úmido > 60% EM = PB x 3,9 + EE x 7,7 + ENN x 3,0 
PB – proteína bruta; EE – extrato etéreo e ENN –extrativo não nitrogenado (carboidratos não 
estruturais) 
Fonte: (FEDIAF 1991) apud López (1997) 
Em alimentos para cães e gatos, a energia advinda de cada um dos nutrientes assume um papel 
importante nos diversos estágios fisiológicos. Isso porque um excesso de proteína, por exemplo, 
seria desaminada e utilizada como energia. Em animais mais velhos o excesso de proteína é 
prejudicial pois sobrecarregaria as funções renais. Por outro lado, a gordura tem menos 
catabólitos e pode ser importante em diversas fases fisiológicas. Nas tabelas 7 e 8 encontram-se 
as distribuições típicas de energia dos alimentos para cães e gatos. 
 
Tabela 7 - Distribuição energética a partir dos nutrientes para cães em vários estádios 
fisiológicos 
 
 PROTEÍNA GORDURA CARBOIDRATOS 
Crescimento 27% 41% 32% 
Adultos 26% 38% 36% 
Trabalho 32% 56% 12% 
FONTE: Richard (1996) 
 
Tabela 8 - Distribuição energética a partir dos nutrientes para gatos em vários estádios 
fisiológicos 
 PROTEÍNA GORDURA CARBOIDRATOS 
Recém-nascidos 42,1% 29,2% 28,8% 
5 Semanas 47,2% 27,5% 25,3% 
10 Semanas 50,0% 26,1% 23,9% 
20 Semanas 51,9% 30,0% 18,1% 
6 meses 51,3% 33,3% 15,4% 
1 a 10 anos 52,0% 35,9% 12,1% 
15 anos 44,0% 42,0% 14,0% 
20 anos 43,3% 41,5% 15,2% 
Gestação 45,7% 31,8% 22,5% 
Aleitamento 44,9% 31,1% 24,0% 
Fonte: http://www.benshemesh.com/nutricao.htm 
 
 
 
3.3. Proteína. 
 
As proteínas são os nutrientes que mais despertam discussão na nutrição de cães e gatos, pois 
são essenciais no desenvolvimento dos filhotes, reprodução, amamentação e qualidade dos 
músculos e pêlos em animais adultos. 
 10 
A proteína é requeridapelo seu aporte em aminoácidos essenciais (AAe) e pelo aporte 
nitrogenado necessário para que o organismo sintetize os aminoácidos não essenciais. Além 
disso, pode ser uma fonte considerável de energia dependendo de sua porcentagem de inclusão 
nas rações. 
As necessidades protéicas dos gatos adultos são relativamente altas já que, por motivos 
evolutivos, desaminam boa parte da proteína ingerida para utilizar os cetoácidos como substrato 
energético. Além disso, os gatos não reciclam bem o nitrogênio procedente da renovação 
protéica e, como conseqüência, os gatos excretam muito N na urina. Seu requisito mínimo de 
proteínas é de 2 a 3 vezes a do cão. Sendo o gato estritamente carnívoro, seu trato digestivo está 
mais apto a digerir e absorver proteínas de origem animal. Portanto, essas proteínas possuem 
digestibilidade maior que as de origem vegetal, sendo então mais indicadas na alimentação dos 
felinos. Além disso, por terem um perfil de aminoácidos mais adequado às necessidades do cão 
e do gato, o valor biológico das proteínas animais é superior ao das vegetais, tendo um 
aproveitamento maior após serem absorvidas. 
 
Tabela 9 - Requisitos de proteína para cães e gatos (% matéria seca) 
 
 GATOS CÃES 
Manutenção 26-28 18-20 
Crescimento 30-32 22-25 
Fonte: López (1997) 
 
A relação ótima de proteína/energia nas rações de cães adultos é cerca de 30-35 g de PB por 
1000 kcal de EM, enquanto que a dos gatos adultos é de 50 g de PB por 1000 kcal de EM (mais 
alta que para cães). As rações comerciais aportam bem mais proteína que o exigido para 
melhorar sua palatabilidade já que os gatos, assim como os cães, preferem as comidas 
hiperprotéicas e hiperenergéticas. 
Alguns pesquisadores afirmam que o excesso de proteína na dieta devido a uma excessiva 
desaminação e excreção de uréia, sobrecarrega o sistema hepático e renal, favorecendo o 
aparecimento de insuficiências, assim como a precipitação de ureólitos. Além disso uma parte da 
proteína ingerida passa ao intestino grosso, provocando fermentações que dão lugar a fezes 
moles, pegajosas e com forte odor. Esta questão ainda é bastante controversa pois muitos outros 
pesquisadores afirmam que o excesso de proteína só é prejudicial para animais que já tenham 
alguma disfunção renal, e que animais saudáveis não sofrem nenhuma alteração com um aporte 
de proteína muito superior aos níveis mínimos recomendados. 
 
Tabela 10 - Função dos diversos aminoácidos para os cães 
 
AMINOÁCID
OS 
FUNÇÕES 
Arginina Formação de hormônios - insulina e hormônio de crescimento. Remoção do 
nitrogênio resultante da quebra das proteínas para fornecimento de energia 
Histidina Importante na estrutura muscular (deficiência - perda de apetite e peso e 
quadros de catarata). 
Isoleucina Regula o metabolismo de energia e é requerido para otimizar o crescimento. 
Leucina Mesmas funções da isoleucina e valina. 
 11 
Lisina Essencial para o crescimento de cães jovens. 
Metionina Essencial para o crescimento (excesso provoca depressão do crescimento, 
anorexia e lesões cutâneas). 
Fenilalanina Manutenção da integridade da pele, músculo e pelos. 
Treonina Importante no crescimento e manutenção. 
Triptofano Crescimento e manutenção - metabolismo de energia. 
Valina Similar à isoleucina e valina. 
Fonte: Royal Canin (2000) 
A arginina é essencial para ambas espécies em todos os estados fisiológicos, entretanto seu 
requisito é maior em gatos que em cães, devido a sua capacidade limitada de síntese de ornitina e 
baixa conversão de citrulina em arginina nos rins. A arginina intervém na síntese de uréia, 
molécula que permite a eliminação de dejetos nitrogenados. As particularidades metabólicas do 
gato podem ser explicadas pela adaptação a um regime estritamente carnívoro, onde a arginina 
está presente em quantidades muito superiores às necessidades. 
 
Os aminoácidos sulfurados também são requeridos em maior proporção pelos gatos que pelos 
cães, relacionado ao fato que em gatos existe uma maior excreção de enxofre pela urina, além da 
excreção em machos de “Felinina”, um aminoácido sulfurado originado provavelmente da 
metionina. 
 
Adicionalmente o gato requer taurina na dieta, um ácido ß-amino sulfônico (ou ácido 2-
aminoetanossulfônico), sintetizado no fígado e outros tecidos de mamíferos a partir de 
aminoácidos sulfurados (metionina e cistina). Esta síntese ocorre também nos gatos, mas é 
muito lenta para manter o equilíbrio na ausência de taurina na dieta, sendo insuficiente para a 
conjugação biliar e o metabolismo tissular, especialmente no músculo e no sistema nervoso 
central (SNC). 
A perda obrigatória desta substância nos gatos ocorre porque apenas a taurina pode ser 
combinada com o colesterol durante a síntese de sais biliares, enquanto que a maioria das outras 
espécies pode substituir a taurina pela glicina. A deficiência de taurina em felinos resulta 
principalmente em degeneração central da retina, infertilidade, distúrbios neurológicos e 
cardiomiopatia dilatada. 
 
A taurina está presente apenas em tecidos animais e, portanto, a alimentação do felino deve 
conter uma grande quantidade de proteínas de origem animal para suprir a necessidade deste 
nutriente. A suplementação extra no alimento deve ser feita ainda que o produto contenha as 
proteínas animais em grande porcentagem. 
 
Os requisitos de aminoácidos para o crescimento de cães e gatos encontram-se na tabela 11. 
 
Tabela 11. Requisitos de aminoácidos para o crescimento de cães e gatos (mg/kcal EM) 
 
 GATOS CÃES 
Arginina 2,5 1,4 
Histidina 0,6 0,5 
Isoleucina 1,1 1,0 
 12 
Leucina <2,6 <1,6 
Lisina 1,7 1,5 
Metionina 0,8 1,2 
Metionina + Cistina 1,6 1,5 
Fenilalanina 1,1 1,3 
Fenilalanina + Tirosina 2,2 
Taurina 0,1 0,0 
Treonina 1,5 1,2 
Triptofano 0,25 0,4 
Valina <1,3 <1,0 
Fonte: López (1997) 
 
O conceito de proteína ideal trata de estabelecer a proporção ótima de aminoácidos 
indispensáveis em relação à lisina (considerada como 100% com base nas necessidades dos 
tecidos), com o objetivo de otimizar o crescimento e a utilização da dieta. O perfil de 
aminoácidos ideal é independente do nitrogênio e dos níveis energéticos da dieta. O perfil de 
proteína ideal para gatos é bastante diferente do perfil para cães, conforme mostra a tabela 12. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 12 - Perfil da proteína ideal para cães e gatos adultos. 
 
AMINOÁCIDO IDEAL POR ESPÉCIES 
 Gatos Cães 
Lisina 100 100 
Metionina + Cistina 100 64 
Triptofano 19 22 
Treonina 87 67 
Arginina 112 71 
Isoleucina 63 57 
Valina 75 75 
Leucina 150 100 
Histidina 38 29 
Fenilalanina + tirosina 112 100 
Requisitos de lisina para 
cães 
0,7% = então para aa sulfurados = 0,45%, argina = 0,6%, 
triptofano = 0,16%, etc. 
Requisitos de lisina para 
gatos 
0,85% = então para aa sulfurados = 0,85%, argina = 1,0%, 
triptofano = 0,15%, etc. 
Fonte: Baucells & Serrano (1992) 
 
3.4. Lipídeos 
 
 13 
O controle da ingestão é muito relacionado com a energia (todos os outros nutrientes da dieta 
também devem estar relacionados com ela), e a gordura é responsável por conferir à dieta altos 
teores energéticos (um grama de gordura contem cerca de 9,0 kcal de EM). 
 
Além do aporte energético, a adição de óleos e gorduras a dietas de cães e gatos tem relação com 
palatabilidade da ração, a ponto de misturas de ácidos graxos tornarem-se segredos comerciais. 
 
Segundo Nunes (1998), a resposta dos gatos em função da palatabilidade é de natureza 
quadrática, isto é, respondem positivamente até determinado nível de adição de gordura às 
dietas. Acima deste nível (entre 20e 25% da MS), a ingestão diminui. Aparentemente, existe 
uma predileção por gorduras de origem animal, particularmente as de boi e frango. 
 
Cerca de 15 a 50% dos requisitos energéticos dos gatos podem ser suplementados a partir de 
óleos e gorduras (entre 5 - 20% da MS da dieta). Uma maior introdução de gordura pode ser 
desejável em épocas de maior demanda energética, como na lactação. 
 
Na tabela a seguir apresenta-se uma dieta típica de felinos em estado selvagem e a participação da 
gordura nessa dieta. 
 
Tabela 13 - Dieta de felinos selvagem 
 
 
MATÉRIA 
NATURAL 
MATÉRIA 
SECA 
RELAÇÃO 
PB:EE:CHO 
ENERGIA 
Água 70% - - - 
Proteínas (PB) 14% 46,7% 50,0% 35,7% 
Extrato Etéreo (EE) 9,0% 30% 32,1% 51,5% 
Carboidratos (CHO) 5,0% 16,7% 17,9% 12,8% 
Cinzas 1,0% 3,3% - - 
Cálcio 0,6% 2,0% - - 
Outros 0,4% 1,3% - - 
Fonte: http://www.benshemesh.com/nutricao.htm 
 
Ao contrário das proteínas, as gorduras geram poucos resíduos metabólicos no gato, portanto 
não causam sobrecargas renais. Por essa razão, à medida que o gato envelhece, deve ser 
aumentado o teor de gordura da sua dieta, enquanto que em alguma proporção deve ser reduzido 
o conteúdo protéico. Dessa forma, a quantidade energética total e apropriada pode ser mantida, 
aliviando a carga de trabalho dos rins. 
 
Além de fornecer energia, melhorar a absorção das vitaminas, diminuir a pulverulência, 
aumentar a palatabilidade, etc., as gorduras e os óleos, quando adicionados às rações, aumentam 
a eficiência de utilização da energia consumida, por causa do menor incremento calórico no 
metabolismo de lipídeos. Cerca de 30% da energia metabolizável das proteínas é perdida como 
incremento calórico, enquanto que para carboidratos fica em torno de 6% e, para lipídeos, em 
torno de 3%. 
 
Alguns autores consideram três os ácidos graxos essenciais (AGE) - linoléico, linolênico e 
araquidônico, outros fazem somente uma distinção prática: consideram o linoléico 
nutricionalmente essencial e o araquidônico metabolicamente essencial. Para gatos o ácido 
araquidônico tem uma grande importância dietética. 
 
 14 
O ácido araquidônico é um ácido graxo da família ômega 6 (6), abundante em gorduras de 
origem animal. É o mais importante precursor dos eicosanóides (entre outros, as 
prostaglandinas), substâncias que são sintetizadas por todas as células dos mamíferos. Os 
eicosanóides são responsáveis pelo desencadeamento do processo inflamatório e por outras ações 
em diversos sistemas, principalmente reprodutor, cardiovascular, sangue e rins. 
 
O ácido araquidônico permanece incorporado aos fosfolipídios das membranas celulares e, após 
estímulos ofensivos ou ações de hormônios, neuro-hormônios ou autacóides, são liberados para, 
então, ocorrer a biossíntese de eicosanóides. 
 
Nos cães a enzima -6-dessaturase converte o ácido linoléico, ácido graxo essencial da família 
6, em ácido araquidônico em quantidade insuficiente para o seu metabolismo, necessitando, 
portanto, que sua alimentação o suplemente com esse nutriente, a fim de evitar a sua carência. Já 
nos gatos está conversão é muito lenta, portanto a dieta dos felinos deve conter quantidade 
suficiente de gorduras de origem animal para suprir sua necessidade de ácido araquidônico. 
 
Gatos com alimentação deficiente em ácido araquidônico apresentam distúrbios dermatológicos 
severos, esteatose hepática, anemia e infertilidade (fêmeas e machos), entre outros. 
 
3.5. Minerais 
 
Os requisitos alimentares de macro e micro elementos minerais para cães e gatos são 
estabelecidos por extrapolação dos requisitos de outras espécies e baseados em poucos trabalhos 
práticos. 
 
Tabela 14. Resumo das deficiências e excessos de elementos minerais para cães gatos 
 
MINER
AL 
DEFICIÊNCIA EXCESSO 
Cálcio Raquitismo, osteomalácia, 
hiperparatireodismo secundário nutricional 
Crescimento ósseo prejudicado. 
Osteocondrose e outras condrodistrofias 
em cães de raças gigantes 
Fósforo As mesmas que cálcio Causa deficiência de cálcio 
Magnésio Calcificação de tecidos moles, 
espessamento das metáfises de ossos 
longos, irritabilidade neuromuscular 
Absorção regulada de acordo com as 
necessidades 
FLUTD em gatos 
Enxofre Não relatado Não relatado 
Ferro Anemia microcítica hipocrômica Improvável, absorção regulada 
Cobre Anemia microcítica hipocrômica, prejudica 
crescimento. ósseo 
Doenças hepáticas 
Zinco Dermatose, despigmentação dos pelos, 
crescimento retardado, falhas reprodutivas 
Causa deficiência de cálcio e cobre 
Manganê
s 
Improvável. Caso ocorra pode causar falhas 
no crescimento ósseo e falhas reprodutivas 
Improvável 
Iodo Bócio, crescimento retardado, falhas 
reprodutivas 
Improvável 
Selênio Miopatias cardíacas Miocardite necrosante, hepatite tóxica e 
nefrite 
 15 
Cobalto Anemia Não relatada 
Fonte: Borges & Nunes (1998) 
 
 
3.6. Vitaminas 
 
Na nutrição animal 12 vitaminas (A, D, E, K, tiamina, riboflavina, niacina, vitamina B6, ácido 
pantotênico, biotina, ácido fólico e vitamina B12.) e alguns vitagênios como a colina e o inusitol 
são muito importantes na diferenciação de tecidos e manutenção da estrutura tecidual (A, D, E, 
C) ou como cofatores em sistemas enzimáticos catalisando processos metabólicos (vitaminas do 
complexo B e vitamina K). 
 
Tabela 15 - Resumo das deficiências, excessos e principais fontes de vitaminas 
 
VITAMINA DEFICIÊNCIA EXCESSO 
A Falha de crescimento e na 
reprodução, perda da integridade 
epitelial, dermatose. 
Anormalidade esquelética, 
espondilose cervical deformante 
(síndrome de pingüim) em gatos que 
alimentam de muito peixe 
D Raquitismo, Osteomalácia, 
hiperparatireoidismo secundário 
nutricional 
Hipercalcemia, reabsorção óssea, 
calcificação dos tecidos moles 
E Falha reprodutiva, doença da 
gordura amarela (esteatite) em 
gatos alimentados com peixe 
enlatado 
Não tóxica, pode aumentar requisitos 
da vitaminas A e D 
K Aumento do tempo de 
coagulação, hemorragias 
Não relatada 
Tiamina Disfunções do SNC, anorexia, 
perda de peso. Ocorre em gatos 
alimentados com peixe cru, 
devido à presença da tiaminase 
Não tóxica 
Riboflavina Disfunções do SNC, dermatite Não tóxica 
Niacina Mesmo em gatos (incapazes de 
transformar triptofano em 
niacina) é rara. 
Não tóxica 
Piridoxina – B6 Anemia microcítica hipocrômica Não relatada 
Ácido Pantotênico Anorexia, perda de peso Não relatada 
Biotina Dermatite Não tóxica 
Folacina Anemia, leucopenia Não tóxica 
Cobalamina - B12 Anemia Não tóxica 
Colina Disfunção neurológica, fígado 
gorduroso 
Diarréia 
C Não requerido (condições 
normais) para cães e gatos 
Não tóxica 
Fonte: Borges & Nunes (1998) 
 
 
 16 
4 - REQUISITOS NUTRICIONAIS: 
 
Para simplificação de manuseio, as necessidades de nutrientes dos cães e gatos são apresentadas 
em tabelas. Estas podem se apresentar de várias maneiras: 
 
Requisito é o mínimo necessário para a manutenção da saúde e do bom desempenho dos 
animais; 
 
Recomendação, além do mínimo necessário, dá uma margem de segurança baseada na variação 
individual entre animais e na experiência prática acumulada por técnicos, criadores e indústrias 
de rações. Por isso, novas recomendações nutricionais são publicadas periodicamente, com o 
objetivo de ajustá-las aos novos conhecimentos. 
 
Recomendações Nutricionais ou Padrões de Alimentação: conjunto de normas destinadas a 
uma população animal definida, de uma dada região ou país, e elaboradas em consonância com 
requisitos já estabelecidos e objetivos claros a serem alcançados.Para cães e gatos os requisitos estão estabelecidos e apresentados como Porcentagem ou kg/100 
kg de dieta e/ou quantidade por quilograma de dieta (UI/kg, mg/kg), que pode ser obtida sobre a 
ingestão de matéria seca por dia, por animal ou quantidade por quilograma de peso vivo (UI/kg 
PV, mg/kg PV). 
 
As tabelas normalmente utilizadas são as do NRC (National Research Council) e AAFCO 
(Association of American Feed Control Official). 
 
Tabela 16 - Requisitos mínimos de cães em crescimento e manutenção (quantidades por kg 
de peso vivo) 
 
NUTRIENTE UNIDADE CRESCIMENTO MANUTENÇÃO 
Gordura g 2,7 1,0 
Acido Linoléico mg 540 200 
Proteína 
Arginina mg 274 21 
Histidina mg 98 22 
Isoleucina mg 196 48 
Leucina mg 318 84 
Lisina mg 280 50 
Metionina – cistina mg 212 30 
Fenilalanina – tirosina mg 390 86 
Treonina mg 254 44 
Triptofano mg 82 13 
Valina mg 210 60 
Aminoácidos não essenciais mg 3414 1266 
Minerais 
Cálcio mg 320 119 
Fósforo mg 240 89 
Potássio mg 240 89 
Sódio mg 30 11 
Cloro mg 46 17 
 17 
Magnésio mg 22 8,2 
Ferro mg 1,74 0,65 
Cobre mg 0,16 0,06 
Manganês mg 0,28 0,10 
Zinco mg 1,94 0,72 
Iodo mg 0,032 0,012 
Selênio g 6,0 2,2 
Vitaminas 
A IU 202 75 
D IU 22 8 
E IU 1,2 0,5 
K IU 
Tiamina g 54 20 
Riboflavina g 100 50 
Ácido Pantotênico g 400 200 
Niacina g 450 225 
Piridoxina g 60 22 
Ácido fólico g 8 4 
Biotina g 
Cianocobalamina g 1,0 0,5 
Colina mg 50 25 
Fonte: Nutrient... (1985) 
 
 
 
 
Tabela 17 - Requisitos mínimos de nutrientes disponíveis em alimentos para cães 
formulados para a fase de crescimento 
 
NUTRIENTE NA MATÈRIA SECA (3700 kcal /kg) 
Proteína 
Arginina 0,50% 
Histidina 0,18% 
Isoleucina 0,36% 
Leucina 0,58% 
Lisina 0,51% 
Metionina - cistina 0,39% 
Fenilalanina - tirosina 0,72% 
Treonina 0,47% 
Triptofano 0,15% 
Valina 0,39% 
Aminoácidos não essenciais 6,26% 
Proteína bruta* 15,00% 
Gordura 5,00% 
Acido Linoléico 1,00% 
Minerais 
Cálcio 0,59% 
 18 
Fósforo 0,44% 
Potássio 0,44% 
Sódio 0,06% 
Cloro 0,09% 
Magnésio 0,04% 
Ferro 31,9 ppm 
Cobre 2,9 ppm 
Manganês 5,1 ppm 
Zinco 35,6 ppm 
Iodo 0,59 ppm 
Selênio 0,11 ppm 
Vitaminas 
A 3710 IU / kg 
D 404 IU / kg 
E 22 IU / kg 
Tiamina 1,0 mg / kg 
Riboflavina 2,5 mg / kg 
Ácido Pantotênico 9,9 mg /kg 
Niacina 11,0 mg / kg 
Piridoxina 1,1 mg/ kg 
Ácido fólico 0,2 mg / mg 
Biotina 
Cianocobalamina 26 ,0 g / kg 
Colina 1,2 g / kg 
* Desde que supra todos os aminoácidos indispensáveis e dispensáveis 
Fonte: Nutrient... (1985) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 18 - Perfil de nutrientes em alimentos caninos
1
 - recomendações da AFFCO 
 
NUTRIENTE UNIDAD
E 
(MS) 
CRESCIMENTO E 
REPRODUÇÃO 
(min.) 
MANUTENÇÃO 
(min.) 
MÁXIMO 
Proteína % 22,0 18,0 
Arginina % 0,62 0,51 
Histidina % 0,22 0,18 
Isoleucina % 0,45 0,37 
Leucina % 0,72 0,59 
Lisina % 0,77 0,63 
 19 
Metionina - cistina % 0,53 0,43 
Fenilalanina - tirosina % 0,89 0,73 
Treonina % 0,58 0,48 
Triptofano % 0,20 0,16 
Valina % 0,48 0,39 
 
Gordura % 8,0 5,0 
Acido Linoléico % 1,0 1,0 
 
Minerais % 
Cálcio % 1,0 0,6 2,5 
Fósforo % 0,8 0,5 1,6 
Relação Ca:P 1:1 1:1 2:1 
Potássio % 0,6 0,6 
Sódio % 0,3 0,06 
Cloro % 0,45 0,09 
Magnésio % 0,04 0,04 0,3 
Ferro ppm 80 80 3000 
Cobre ppm 7,3 7,3 250 
Manganês ppm 5,0 5,0 
Zinco ppm 120 120 1000 
Iodo ppm 1,5 1,5 50 
Selênio ppm 0,11 0,11 2 
Vitaminas 
A IU/kg 5000 5000 50.000 
D IU/kg 500 500 5.000 
E IU/kg 50 50 1000 
Tiamina ppm 1,0 1,0 
Riboflavina ppm 2,0 2,0 
Ácido Pantotênico ppm 10 10 
Niacina ppm 11,4 11,4 
Piridoxina ppm 1,0 1,0 
Ácido fólico ppm 0,18 0,18 
Cianocobalamina ppm 0,022 0,02 
Colina ppm 1200 1200 
1- Supondo a EM em 3500 kcal/kg 
Fonte: Case et al (1995) (Reprodução do AAFCO, 1994) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 19 - Perfil de nutrientes em alimentos para gatos - recomendações da AFFCO 
 20 
 
NUTRIENTE UNIDAD
E 
(MS) 
CRESCIMENTO E 
REPRODUÇÃO 
(min.) 
MANUTENÇÃO 
(min.) 
MÁXIMO 
Proteína % 30,0 28,0 
Arginina % 1,25 1,04 
Histidina % 0,31 0,31 
Isoleucina % 0,52 0,52 
Leucina % 1,25 1,25 
Lisina % 1,20 0,83 
Metionina - cistina % 1,10 1,10 
Fenilalanina - tirosina % 0,88 0,88 
Treonina % 0,42 0,42 
Triptofano % 0,10 0,10 
Valina % 0,20 0,20 
 
Gordura % 9,0 9,0 
Acido Linoléico % 0,5 0,5 
Ácido Araquidônico % 0,02 0,02 
 
Minerais % 
Cálcio % 1,0 0,6 
Fósforo % 0,8 0,5 
Potássio % 0,6 0,6 
Sódio % 0,2 0,2 
Cloro % 0,3 0,3 
Magnésio % 0,08 0,04 
Ferro ppm 80 80 
Cobre ppm 5 5 
Manganês ppm 5,0 5,0 
Zinco ppm 75 75 
Iodo ppm 0,35 0,35 
Selênio ppm 0,1 0,1 
Vitaminas 
A IU/kg 9000 5000 75.000 
D IU/kg 750 500 10.000 
E IU/kg 30 30 
Tiamina ppm 5,0 5,0 
Riboflavina ppm 4,0 4,0 
Ácido Pantotênico ppm 5 5 
Niacina ppm 60 60 
Piridoxina ppm 4,0 4,0 
Ácido fólico ppm 0,8 0,8 
Cianocobalamina ppm 0,022 0,02 
Colina ppm 2400 2400 
1 - Supondo a EM em 4200 kcal/kg 
Fonte: Case et al (1995) (Reprodução do AAFCO, 1994) 
 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 20. Características (em MS) das dietas recomendadas para cães 
 
ESTADO 
FISIOLÓGIC
O 
DIGESTIBILI
DADE (%) 
EM 
(min) 
kcal/ g 
PROTEÍ
NA (%) 
LIPÍDE
OS (%) 
FIB
RA 
(%) 
Ca 
(%) 
P 
(%) 
Na 
(%) 
Manutenção >75 3,5 15-25 >8 <5 0,5-
0,9 
0,4-
0,8 
0,2-
.0,5 
Crescimento 
Gestação 
Lactação 
>80 3,9 >29 17 <5 
1,0-
1,8 
0,8-
1,6 
0,3-0,7 
Geriatria >80 3,75 14-21 >10 <4 0,5-
0,8 
0,4-
0,7 
0,2-0,4 
Stress 82 4,2 >25 >23 4 0,8-
1,5 
0,6-
1,2 
0,3-0,6 
Fonte: López (1997) 
 
Tabela 21. Características (em MS) das dietas recomendadas para gatos (*) 
 
ESTADO 
FISIOLÓGIC
O 
DIGESTIBILI
DADE (%) 
EM 
(min) 
kcal/ g 
PROTE
ÍNA 
(%) 
LIPÍDE
OS (%) 
FIBR
A 
(%) 
Ca 
(%) 
P 
(%) 
Na 
(%) 
Manutenção >75 3,75 >25 >10 <5 0,5-0,9 0,4-
0,8 
0,2-
.0,5 
crescimento 
Gestação 
Lactação 
>80 4,5 >35 17 <5 1,0-1,8 
0,8-
1,6 
0,3-0,7 
Geriatria >80 3,75 25-35 >15 
 
<5 0,5-0,8 0,4-
0,7 
0,2-0,4 
(*) O Conteúdo de Mg nas dietas (MS) deve ser < 0,10%. 
Lewis et al, 1994 apud López (1997) 
 
5 - CONCLUSÕES 
 
Neste trabalho foram discutidos somente alguns pontos básicos da nutrição de cães e gatos. É 
importante ressaltar que a nutrição destes animais envolve aspectos muito mais profundos como 
bem estar animal e segurança alimentar, nutrição pediátrica e geriátrica, nutrição como suporte a 
diversas situações clínicas (ex: alergias multifatoriais, insuficiências renais e hepáticas, 
cardiopatias, problemas locomotores, obesidade, etc.), entre outros. 
 
 22 
Apesar dos trabalhos desenvolvidos pela indústria de alimentos para animais de companhia, 
ainda são poucos os projetos e os profissionais que se interessam por está área de atuação dentro 
das instituições de ensino e pesquisa no Brasil, entretanto o setor exige cada vez mais 
profissionais especializados. 
 
Neste setor, tanto veterinários quanto zootecnistas têm um horizonte muito promissor, com boas 
perspectivas profissionais e, principalmente, pessoais. Trabalhar com animais de estimação 
envolve sentimentos que podem ser resumidos com as palavrasseguintes: 
 
“Possuir um animal de estimação é o que existe de melhor em 
pertencer à raça humana. Nenhum outro animal abriga em sua casa 
espécie completamente diferente, fornecendo-lhe alimento e abrigo, 
apenas pelo prazer da companhia” Patricia Fish” 
 
 
6 - BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
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