Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Teoria da Ligação de Valência (TLV) Estrutura da Matéria – Profa. Eliana Valle Teoria da Ligação de Valência (TLV) • Primeira teoria de ligação química baseada na mecânica quântica. • Expressa os conceitos de Lewis em termos de funções de onda. Emparelhamento de spin Ligações σ e π Ressonância Hibridização de orbitais Natureza das Ligações Covalentes • Como justificar a união estável entre átomos com similares afinidades eletrônicas e energias de ionização, formando moléculas como H2, N2, Cl2? 1927, Heitler e London: forneceram a primeira descrição da molécula de H2, do ponto de vista energético, por meio de cálculos de mecânica quântica Heitler London Procedimento de Heitler e London Considere o orbital 1s de cada átomo de H Y1 = 1sA(1) 1sB(2) Y2 = 1sA(2) 1sB(1) Como os elétrons em H2 são indistinguíveis, estas funções são inadequadas! Heitler e London: combinação linear de y1 e y2 (sobreposição das funções de onda) Conceito de intercâmbio dos elétrons 1 e 2 entre os núcleos A e B YS = Y1+Y2 = 1sA(1)1sB(2) + 1sA(2) 1sB(1) função de onda simétrica YA = Y1-Y2= 1sA(1)1sB(2) - 1sA(2) 1sB(1) função de onda anti-simétrica Ligação estável ⇨ redução na repulsão entre os 2 núcleos ⇨ elétrons entre os 2 núcleos ⇨ elétrons perto um do outro. 1sA(1) ≈ 1sA(2) e 1sB(1) ≈1sB(2) YS=2[1sA(1)1sB(2)] e YA ≈ 0 A probabilidade de encontrar os elétrons (Y2) próximos um do outro é quase nula em YA e alta em YS Equivalência entre a Teoria de Heitler-London e a Teoria de Lewis “O trabalho de Heitler e London, usando Mecânica Quântica, fornece uma justificativa formal para a Teoria Fenomenológica de Lewis da ligação química” A formação da ligação covalente por compartilhamento de um par de elétrons resulta do Princípio de Exclusão de Pauli – 2 elétrons podem ser descritos pelo mesmo orbital se têm spins opostos - e do Fenômeno de Ressonância em Mecânica Quântica (equivalente ao intercâmbio dos elétrons da ligação) Linus Pauling Teoria da Ligação de Valência Pauling e Slater Descrição TLV para formação de ligação covalente • Os demais átomos de uma molécula não exercem influência acentuada na formação de uma dada ligação; • As ligações resultam da sobreposição de orbitais atômicos (combinação de funções de onda) de mesma simetria, pertencentes aos dois átomos envolvidos; • Os orbitais sobrepostos acomodam 2 elétrons, de spins opostos. Em geral, 1 elétron é fornecido por cada átomo; • É mais provável encontrar os elétrons na região da ligação, entre os 2 núcleos: Princípio da Sobreposição Máxima (Maximum Overlap); • Quanto maior a sobreposição entre os 2 orbitais, mais forte a ligação; • A ligação se forma na direção de maior concentração do orbital. Teoria da Ligação de Valência Pauling e Slater A TLV fornece • força das ligações. • ângulos entre as ligações . • ocorrência ou não de rotação livre em torno do eixo da ligação • relação entre números quânticos dos elétrons envolvidos e número e arranjo espacial das ligações Ligação sigma Sobreposição frontal (ao longo do eixo da ligação) dos 2 orbitais atômicos envolvidos Molécula de H2 Ligação Sobreposição de orbitais s Formação da ligação HF F(Z=9): 1s2 2s2 2p5 Ligação Sobreposição de orbitais s e p F2 F(Z=9): 1s2 2s2 2p5 Formação da ligação Ligação Sobreposição de orbitais p Ligação Sobreposição lateral (perpendicular ao eixo da ligação) dos 2 orbitais atômicos envolvidos, levando à uma ligação onde os 2 elétrons estão em 2 lobos, um de cada lado do eixo internuclear. Ligação Sobreposição lateral dos orbitais envolvidos na ligação restringe a rotação das moléculas é menos efetiva que a sobreposição frontal; é mais fraca que a ligação ; requer que a molécula seja planar; não ocorrem sem que os átomos estejam unidos por uma ligação sigma; Átomos volumosos NÃO formam ligações . Ligação Molécula de N2 N (Z=7) E as outras 2 ligações? Sobram 2 orbitais p que não podem se sobrepor frontalmente (perpendiculares ao eixo da ligação) Ligação Molécula de N2 Ligações na Molécula de N2 Os orbitais p do N não envolvidos na ligação sigma se sobrepõem paralelamente, formando 2 ligações Ligação Aplicação da TLV – O caso do CH4 • Segundo a TLV, o C pode fazer 2 ligação com o H. • Mas sabe-se que o C faz 4 ligações equivalentes com o H e a molécula CH4 é tetraédrica • Como explicar as 4 ligações com ângulos de 109,5° no CH4 usando o orbital esférico s e os orbitais p, que têm ângulos de 90° entre si? Tetraédrica 109,5° Aplicação da TLV – O caso do BF3 • Segundo a TLV, o B pode fazer 1 ligação com o F. • Mas sabe-se que o B faz 3 ligações com o F e que a molécula BF3 é trigonal plana • Como explicar as 3 ligações com ângulos de 120° no BF3 usando o orbital esférico s e os orbitais p, que têm ângulos de 90° entre si? Trigonal plana Teoria da Hibridização de Orbitais Linus Pauling Um novo conjunto de orbitais híbridos pode resultar da mistura de orbitais atômicos s, p e d de um átomo. A mistura é possível se s, p e d tiverem energias similares. • Os orbitais híbridos do átomo são mais direcionados, resultando na geometria correta e numa melhora na sobreposição orbital dos orbitais envolvidos (ligação mais forte entre os átomos); • O número de orbitais híbridos requeridos por um átomo em uma molécula ou íon é determinado pela geometria dos pares de elétrons do átomo central; • Um orbital híbrido é necessário para cada par de elétrons (de ligação ou isolado) no átomo central. Ligações no CH4 4 orbitais do átomo de carbono sofrem hibridização dando origem a 4 orbitais híbridos sp3 equivalentes Ligações no CH4 pzpypxssp 2222 2 1 2 1 2 1 2 1 13 YYYYY pzpypxssp 2222 2 1 2 1 2 1 2 1 23 YYYYY pzpypxssp 2222 2 1 2 1 2 1 2 1 33 YYYYY pzpypxssp 2222 2 1 2 1 2 1 2 1 43 YYYYY As superposições formam 4 ligações covalentes C 2sp3 H 1s Ligação Ligações no BF3 pxssp 22 6 2 3 1 )1(2 YYY pypxssp 222 2 1 6 1 3 1 )2(2 YYYY pypxssp 222 2 1 6 1 3 1 )3(2 YYYY Os 3 orbitais híbridos provêm do orbital 2s e de 2 orbitais p ⇨ 3 orbitais híbridos sp2 Estes 3 orbitais sp2 semi-preenchidos podem ser usados para formar as ligações B―F O orbital p não hibridizado pode receber par de elétrons ácido de Lewis Ligações no BF3 Um orbital de cada átomo de flúor se sobrepõe a um dos orbitais híbridos sp2 para formar uma ligação B-F. B F F F B F F F Ligações no BeCl2 pxssp 22 2 1 2 1 )1( YYY pxssp 22 2 1 2 1 )2( YYY pxssp 22 2 1 2 1 )1( YYY pxssp 22 2 1 2 1 )2( YYY O conceito de hibridação permite considerar que os átomos podem rearranjar seus elétrons de valência dos orbitais s, p e d, de modo que tenham energias semelhantes, mas guardando seus estados quânticos – Processo de Promoção. O processo de promoção de um elétron de um orbital ns para um orbital np (ou np para nd), anterior à hibridação, não é real. Trata-se de uma contribuição a ser considerada para a variação da energia total que ocorre na formação das ligações.Embora a promoção exija investimento de energia, ela é vantajosa se a energia gasta puder ser recuperada através da formação de ligações mais fortes ou de um número maior de ligações. O conceito de hibridação faz com que a TLV forneça resultados compatíveis com os observados experimentalmente. Então, não é a hibridização que vai ditar a geometria de uma molécula. A geometria da molécula é que irá ditar a hibridação. Teoria da Hibridização de Orbitais Linus Pauling Ligações no PCl5 P (Z=15) Hibridização sp3d Ligações no SF6 S (Z=16) Hibridização sp3d2 Hibridização e Geometria Molecular Arranjo dos elétrons Número de orbitais atômicos Hibridaização do átomo central Número de orbitais híbridos linear 2 sp 2 (2p) trigonal plana 3 sp2 3 (1p) tetraédrica 4 sp3 4 Bipirâmide trigonal 5 sp3d 5 octaédrico 6 sp3d2 6 Propriedades de Ligações C―H Hibridização Exemplo Comprimento da ligação (nm) Energia da ligação (kJ) sp Acetileno 0,106 506 sp2 Etileno 0,108 443 sp3 Metano 0,109 431 p radical CH 0,112 330 Não são todos os orbitais que hibridizam, pois os orbitais híbridos formam apenas ligações σ Ligações na Glicina sp3 sp3 sp3 sp2 Ligações Múltiplas - C2H4 Hibridização sp2 no C2H4 Os orbitais p não utilizados em cada átomo de C contêm 1 elétron. Estes orbitais se sobrepõem para formar uma ligação Ligações e no C2H4 3 orbitais sp2 orbital 2pz Ligações e no CH2O C O H H sp2 sp2 σ π Ligações e no C2H2 Ligações e no C2H2 Ligações no Benzeno C6H6 Conseqüências de Ligações Múltiplas A rotação da ligação C=C não é possível Ligações Múltiplas • Ligação requer existência de uma ligação • Ligação dupla é sempre formada por 1 ligação e 1 • Ligação tripla é sempre formada por 1 ligação e 2 • Ligação só se forma se sobrarem orbitais p não hibridizados nos átomos ligados • Se uma estrutura de Lewis mostra ligações múltiplas, os átomos envolvidos devem apresentar hibridação sp2 ou sp , para que sobrem orbitais p não hibridizados
Compartilhar