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Aula - petição inicial.

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06/10
PETIÇÃO INICIAL
Petição inicial é o ato processual que dá início ao processo e delimita o âmbito de atuação judicial. Ou seja, é o ato inaugural. É na petição inicial que há incidência do princípio dispositivo, é na petição inicial onde você dispõe o que quer que o Judiciário resolva para você.
Princípio dispositivo: O início do processo depende da manifestação da vontade da parte: uma demanda, consubstanciada em um ato processual denominado petição inicial.
Conceito de petição inicial: É o instrumento pelo qual se introduz a demanda em juízo. É o ato processual pelo qual se exerce o direito de ação, dando início à atividade jurisdicional.
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL
 Os atos processuais em geral não dependem de forma predeterminada, salvo quando a lei exigir, e na petição inicial a lei exige!
Art. 319. A petição inicial indicará: 
I – O juízo a que é dirigida:
Retrata a exigibilidade do endereçamento da petição e a delimitação do juízo competente.
Ao dirigir a petição inicial a um determinado juízo, o autor está identificando a competência para o caso concreto; Exemplo: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz e Direito da 3ª Vara Cível da Comarca de Cascavel (PR).
Quando se tratar de causa de competência originária dos tribunais, a petição inicial deve ser dirigida, em princípio, ao presidente do tribunal competente. Exemplo: mandado de segurança, ação rescisória, ADPF.
II – Partes e suas qualificações: 
É necessária a qualificação para a identificação das partes.
Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
É requisito da petição inicial indicar a causa de pedir.
A causa de pedir é o motivo pelo qual o autor pede uma providência jurisdicional.
O nosso sistema processual adota a teoria da substanciação, pela qual não se exige que a parte determine o preceito legal que entende ser violado, porque, iura novit curiae (o juiz conhece o direito). É necessário relatar os fatos e as causas de pedir relacionando as consequências jurídicas mas não é necessário expressamente mostrar a lei violada, porque o juiz sabe.
IV – o pedido com as suas especificações; 
É o pedido que delimita a atuação do juiz.
É o pedido que demonstra o objeto litigioso.
O pedido é a solução que o autor pretende que seja dada à situação.
Pode ser classificado em: pedido imediato e pedido mediato. Pedido imediato é a tutela jurisdicional, já o pedido mediato é o próprio objeto litigioso.
Exemplo: ação contra americanas: pedido imediato é o pedido feito ao juiz para que obrigue a americanas a entregar o celular que você comprou. 
V – o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
Fazer o protesto pela produção de provas. Exemplo: pedir prova pericial, testemunha, depoimento, etc.
O autor não tem o ônus de indicar detalhadamente tudo o que pretende provar, mas tão somente os meios de prova de que se servirá para tanto.
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. 
Tratando-se de direitos que admitam autocomposição, a audiência não acontecerá desde que ambas as partes manifestem desinteresse na sua realização.
ENCERRAMENTO
O encerramento da petição inicial ocorre com a inclusão do nome da localidade (onde vai acontecer o processo), a data de sua realização e a assinatura do subscritor (advogado OAB).
Tais requisitos não constam do art. 319, mas são adotados pela praxe.
A assinatura do ato, embora não seja requisito explícito do artigo 319, ela é requisito dos atos processuais em geral, ou seja, é imprescindível para a validade da petição inicial.
DOCUMENTOS:
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
Exemplos: procuração do advogado, contrato social da pessoa se for pessoa jurídica, comprovante de recolhimento de custas processuais e outros documentos exigidos pela lei, como por exemplo se vai entrar com inventário precisa de certificado de óbito.
EMENDA À PETIÇÃO INICIAL:
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Emenda a inicial é a possibilidade de determinar-se a correção de algum erro ou vício da petição inicial. É obrigação do juiz, ao determinar a emenda a petição, indicar com precisão o que deve ser corrigido/completado.
A emenda apresenta dupla função: ao mesmo tempo que permite ao juiz esclarecer-se sobre os elementos da causa, também se presta a dar ao réu melhor oportunidade de defesa.
A emenda pode ser realizada mais de uma vez, emendas sucessivas. O juiz não é obrigado a pedir novamente se o autor descumpriu o pedido de emenda, apenas se o próprio juiz deixou de mencionar.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL:
Quando a petição inicial é indeferida, resolve-se o processo sem resolução do mérito.319
CITAR O RÉU
319
PETIÇÃO JUIZ CITAR O RÉU
 EMENDA 
 INDEFERIMENTO
 INICIAL 
 319
319
As hipóteses de inépcia da petição inicial estão previstas no artigo 330, §1º.
RECURSO DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL:
A decisão que indefere a petição inicial é uma sentença terminativa, já que põe fim ao prazo sem resolver o seu mérito. Mas, dessa sentença cabe apelação e recebida a apelação o juiz pode retratar ou não. 
Se o juiz retratar mandará citar o réu. Não havendo retratação ele vai citar o réu para responder o recurso (contrarrazões) e mandará para o tribunal julgar a apelação. 
Se o tribunal reformar o processo será devolvido ao 1º grau de jurisdição, e o prazo para a contestação começa a contar com a volta do processo ao juízo. Se não teve apelação a sentença transita em julgado e o juiz não precisa citar ninguém, mas o réu precisa saber que houve um processo contra ele pelo menos, intimando-o para apenas informa-lo.
Art. 331, § 1º, 2º e 3º;
PEDIDO
O pedido é a pretensão do autor delimitada na petição inicial.
O pedido é o objeto da ação, ou seja, é aquilo que o autor espera obter da atividade jurisdicional.
É o pedido que delimita a atividade jurisdicional.
Existem 4 espécies de pedidos: SIMPLES, ALTERNATIVO, SUBSIDIÁRIO E SUCESSIVO!
Pedido imediato: é a própria tutela jurisdicional, é o pedido da condenação.
Pedido mediato: é o próprio bem/objeto pretendido.
Art. 322
PEDIDOS IMPLÍCITOS (Art. 322, § 1º): Os pedidos implícitos previstos no §1ª são exceções ao requisito do pedido certo, porque nesses pedidos você não precisa pedir. 
Se a sentença for omissa quanto aos juros, à correção monetária e as verbas sucumbenciais, tais valores poderão ser arbitrados em grau de recurso
 Juros
Pedidos Implícitos Correção MonetáriaCaso ainda haja omissão só pode pedir Juros e Correção Monetária, Verbas Sucumbenciais NÃO.
 Verbas sucumbenciais
 
 Honorários Advocatícios Custas Processuais
PI SENTENÇA APELAÇÃO TJ CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
 Omissa Trânsitoem julgado
OS PEDIDOS IMPLÍCITOS EM CASO DE OMISSÃO DA SENTENÇA TAMBÉM PODEM SER FIXADOS EM GRAU RECURSAL.
Se a decisão final transitar em julgado e continuar omissa, as verbas sucumbenciais não poderão ser acrescentadas na liquidação ou no cumprimento de sentença, apenas os juros e a correção monetária porque trata-se de atualização do valor. 
As verbas sucumbenciais que continuem omitidas após o transito em julgado devem ser cobradas por ação autônoma;
Os honorários fixados na fase de cumprimento da sentença podem ser pedidos, só não aqueles referentes ao processo principal
Art. 85, §18.
INTERPRETAÇÃO DO PEDIDO
O CPC/73 afirmava que o pedido deveria ser interpretado restritivamente (art. 293).
O NCPC dispõe que a interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé (art. 322, §2º). 
Esse artigo relativizou a exigência de pedido certo, podendo o juiz interpretar o pedido de forma sistemática, ou seja de acordo com a petição inicial e sua boa-fé.
Art. 324. O pedido deve ser determinado: Além de certo o pedido deve ser determinado. O pedido determinado está relacionado a quantificação, ou seja, ao valor pretendido.
O pedido será determinado sempre que a extensão do bem da vida postulado puder, desde logo, ser delimitada.
Todavia, pode o pedido mediato (objeto), quando não determinado, ser DETERMINÁVEL, se tal fixação for impossível no momento da propositura da demanda: É o pedido genérico.
PEDIDO GENÉRICO
Art. 324, § 1º
I - Ações universais: são aquelas que versam sobre direitos referentes a universalidade de bens, quando não se tem a precisa determinação do valor. Exemplo: um rebanho, uma biblioteca, petição de herança.
II - Nas ações em que se pede a reparação de prejuízos decorrentes de ato ou fato ilícito, quando é impossível desde logo definir todo o desdobramento das consequências danosas. Exemplo: indenização por atropelamento, mas somente após o tratamento médico será possível definir a extensão do dano.
III – Não se pode determinar o valor porque depende da conduta do réu, a extensão do dano pode sofrer variação. Exemplo: ação de exigir contas.
PEDIDO DE PRESTAÇÕES SUCESSIVAS
Art. 323 – Exemplo: VENDA DE UMA CASA DE “A” PARA “B”. “B” não pagou uma parcela do aluguel e “A” entrou com uma ação de cobrança dos 3 meses inadimplidos no valor de R$30.000. Enquanto tramitava o processo mais 3 parcelas foram inadimplidas, já vai ser incluído esse valor a mais no processo.
Também é uma exceção ao pedido determinado.
A finalidade da norma é evitar que sucessivas demandas sejam propostas para obtenção da mesma coisa, pois a causa de pedir é a mesma.
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
Permite-se que o autor cumule, na mesma ação, mais de um pedido em face do mesmo réu.
Art. 327 – CUMULAÇÃO SIMPLES EXEMPLO: Dano moral + Dano material + Dano estético no mesmo processo!
Requisitos: art. 327. 
É possível a cumulação de pedidos com procedimento comum e procedimento especial desde que se abra mão do procedimento especial
Há cumulação simples quando o autor faz vários pedidos que independem uns dos outros.
O acolhimento ou desacolhimento de cada um deles não interfere sobre o destino dos outros.
Não é preciso haver conexão entre os pedidos. 
É necessário que sejam compatíveis entre si. Exemplo: não é possível pleitear, ao mesmo tempo, a restituição da coisa vendida e o pagamento do preço inadimplido.
PEDIDO ALTERNATIVO
Art. 325. 
Obrigações alternativas são aquelas que comportam mais de um modo de cumprimento.
Exemplo: entregar um bem ou pagar seu respectivo valor.
No pedido alternativo o autor se satisfaz com um OU outro pedido.
Em regra, a escolha compete ao réu (devedor): art. 252 do CC.
Assim, o autor, ao propor a ação, deverá respeitar o direito do réu e formular o pedido alternativo.
PEDIDO SUBSIDIÁRIO
Art. 326;
No pedido subsidiário há uma ordem de preferência do autor, somente passa-se ao pedido subsidiário se impossível o principal.
O autor expressa uma sequência de pedidos, através de uma escala de preferências.
Pedido principal pedidos subsidiários
Exemplo: anulação de contrato por vício de vontade anulação de contrato por inadimplemento contratual do réu cumprimento do contrato pelo réu, caso o juiz não acolha o segundo pedido.
CUMULAÇÃO SUCESSIVA
Na cumulação sucessiva o juiz só passa ao pedido posteriores acolhido o anterior!
O autor formula um pedido principal com cumulação de um pedido subsequente.
Exemplo: o autor formula um pedido de resolução de um contrato e cumula, sucessivamente, perdas e danos. 
MODIFICAÇÕES DA CAUSA DE PEDIR E DO PEDIDO
ANTES DA CITAÇÃO SEM CONSENTIMENTO DO RÉU: Art. 329, inc. I;
APÓS A CITAÇÃO COM CONSENTIMENTO DO RÉU: O limite temporal para modificar o pedido é o saneamento do processo. Após a citação depende de consentimento do réu que apresentará uma nova contestação sobre o pedido editado. Art. 329, inc. II.
O SANEAMENTO DO PROCESSO É O QUE PÕE FIM À FASE INSTRUTÓRIA PASSANDO-SE À FAS

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