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Volume IV Litoral Sul Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal do Litoral de Pernambuco

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ENTIDADE DE UTILIDADE PÚBLICA 
LEI Nº 13.483, DE 25 DE JUNHO DE 2008 
D.O. 26 DE JUNHO DE 2008 
Rua Benigno Cordeiro Galvão, 900 – Jaguaribe – Ilha de Itamaracá – PE 
CNPJ: 01.888.264/0001-96 
 Fone/Fax: (81) 3266.4414 
Rua Dom Manoel de Medeiros, s/nº - Dois Irmãos – Recife – PE 
CEP: 52171-900 – Pró-Reitoria de Extensão - UFRPE 
E-mail: oceanario@oceanario.org.br www.oceanario.org.br 
 
 
Prezado(a) Senhor(a), 
 
Estamos disponibilizando o Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal do Litoral de 
Pernambuco em formato digital. 
 
O diagnóstico é um retrato da Pesca Artesanal do litoral pernambucano. Seu objetivo é registrar 
o perfil socioeconômico e socioambiental dos pescadores que trabalham nas indústrias 
naturais de alimentos, que são considerados os rios, estuários, manguezais, lagoas e a 
plataforma continental de Pernambuco. Foram visitadas 71 comunidades e entrevistados 5.077 
pescadores (homens 3.365 e 1.712 mulheres). 
 
Esta pesquisa foi elaborada pelo Instituto Oceanário de Pernambuco e o Departamento de Pesca 
e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco, com financiamento do Governo 
do Estado através da Secretaria Especial de Juventude e Emprego. Tivemos a colaboração do 
Ministério da Pesca e Aquicultura em Pernambuco, Fundação Joaquim Nabuco, Pastoral dos 
Pescadores, Movimento dos Pescadores de Pernambuco (MOPEPE) além de Colônias e 
Associações de Pescadores. 
 
O presente diagnóstico está apresentado em quatro arquivos, cada um representando um 
volume, devido à complexidade de informações. O volume I ou inicial, aborda de uma forma 
generalizada, os elementos dos municípios e das comunidades que encontram-se detalhados nos 
volumes restantes. Consta neste volume: a introdução, a metodologia, os resultados estatísticos 
das áreas litorâneas estudadas, incluindo a Ilha de Fernando de Noronha. 
 
A divisão em quatro áreas foi embasada nas condições geológicas e geomorfológicas, 
ecossistemas aquáticos, ocupação demográfica e atividades pesqueiras. Os volumes seguintes, 
II, III e IV, correspondem às áreas Norte, Metropolitana e Sul, respectivamente. 
 
O interesse é que este trabalho sirva como base de análise para diversos públicos, como: 
governo federal, estadual e municipal, organizações não governamentais, os movimentos 
sociais dos pescadores, pesquisadores, estudantes, e os próprios atores do processo: os 
pescadores (as) artesanais e seus familiares. 
 
 
 
 
 
Luiz Lira 
Coordenador da Pesquisa Diagnóstico 
Diretor Científico do Instituto Oceanário 
DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DA 
PESCA ARTESANAL DO LITORAL DE 
PERNAMBUCO
VOLUME - IV 
LITORAL SUL
 2010
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ficha catalográfica 
 
 
 Pernambuco / coordenador geral Luiz Lira; comissão de 
 redação Luiz Lira, Beatriz Mesquita, Mônica Maria 
 Cavalcanti Souza, Cezar Augusto Leite, Ana Paula de 
 Almeida Leite, Amanda Machado Farias, Carolina Galvão. 
 4 v. : il. ; 30 cm 
 
 Conteúdo: v. 1. Síntese do litoral pernambucano, incluso 
 Fernando de Noronha – v. 2. Área Norte – v. 3. Área 
 Metropolitana – v. 4. Área Sul. 
 Inclui referências e anexos. 
 
 
 CDD 639.098134 
 
1. Pesca artesanal – Pernambuco 
2. Análise socioeconômica 
3. Análise socioambiental 
4. Educação ambiental 
 I. Lira, Luiz, coord. 
II. Mesquita, Beatriz 
 III. Souza, Mônica Maria Cavalcanti 
 IV. Leite, Cezar Augusto 
 V. Leite, Ana Paula de Almeida 
 VI. Farias, Amanda Machado 
 VII. Galvão, Carolina 
 VIII. Instituto Oceanário de Pernambuco 
 IX. UFRPE. Departamento de Pesca e Aquicultura 
 
 
 
Instituto Oceanário de Pernambuco 
Rua Benigno Cordeiro Galvão, 900 – Jaguaribe – Ilha de Itamaracá – PE 
CNPJ: 01.888.264/0001-96 
Fone/Fax: (81) 3266.4414 
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CEP: 52171-900 – Pró-Reitoria de Extensão - UFRPE 
E-mail: oceanario@oceanario.org.br Site: www.oceanario.org.br 
 
D536 Diagnóstico socioeconômico da pesca artesanal do litoral de 
 -- 1. reimpr. -- Recife : Instituto Oceanário de Pernambuco : 
 Departamento de Pesca e Aqüicultura da UFRPE, 2010. 
Governo do Estado de Pernambuco
Eduardo Henrique Accioly Campos
Governador
Secretaria Especial de Juventude e Emprego - SEJE
Pedro José Mendes Filhos 
Secretário Estadual de Juventude e Emprego
Ins! tuto Oceanário de Pernambuco
Presidente 
Alexandre Carvalho 
Diretor Cien" fi co 
Luiz Lira
Diretora de Projetos
Ana Paula de Almeida Leite
Pesquisadores
Cezar Augusto de Almeida Leite
Mônica Mª Cavalcan! de Azevedo Souza
Hermon Augusto da Costa Braga Junior 
Coordenador Geral
Luiz Lira
Coordenador Administra! vo
 Alexandre Carvalho
Coordenadores de Área
Silvanda Galvão de Arruda
Vanildo Souza de Oliveira
Litoral Sul
Consultores do Diagnós! co
Ricardo Gama Soares
André Luis San! ago Maia
 Gecynalda Soares da Silva Gomes 
Jasiael Felipe da Costa
Ana Paula de Almeida Leite
Equipe Técnica
Equipe do Diagnóstico ^ocioeconƀŵico 
da Pesca Artesanal no litoral de Pernambuco
Cezar Augusto de Almeida Leite
Litoral Metropolitano
Litoral Norte 
José Carlos Pacheco dos Santos
Beatriz Mesquita Jardim Pedrosa
Ana Paula Gonçalves da Silva
Amanda Machado de Moura Farias
Bernardo Ramos de Barros Dias
Carolina da Cunha Galvão Cardoso
Darlany Benedita Cabral Sá da Rocha
Felipe César Barros da Silva
Hermon Augusto da Costa Braga Junior
Isabela Maria da Silva Araújo
Mirela Assunção Simões
Mônica Mª Cavalcan! de Azevedo Souza
Sandra Regina da Silva Galvão
Wellane Cassett Araújo Guedes
Daniel Locatelli Santos
O Instituto Oceanário e o Departamento de Pesca 
e Aquicultura da UFRPE, dedicam o Diagnóstico 
da Pesca Artesanal ao Prof. Hamilton Cavalcanti 
Costa (in memorian), pelos serviços prestados aos 
pescadores e pescadoras do litoral pernambucano.
 “Di! cil não é a compreensão, é querer compreender” 
Mestre Gabriel 
Agradecimentos
O Instituto Oceanário de Pernambuco (IOPE) vem expressar, através do seu Presidente 
Alexandre Carvalho e do Coordenador Geral do Diagnóstico Socioeconômico da 
Pesca Artesanal do Litoral de Pernambuco, Luiz Lira, o reconhecimento e apoio 
de todas as instituições e pessoas que contribuíram para o presente trabalho. 
Agradecemos:
Ao Governo do Estado de Pernambuco através do Dr. Pedro Mendes, Secretário 
Especial de Juventude e Emprego (SEJE), pelo apoio fi nanceiro e pela credibilidade 
depositada. Aos técnicos da SEJE: Pedro Mello, Zafi ra Peixoto, Maria Ribeiro e 
Marta Loreto.
Ao Ministério da Pesca e Aqüicultura na pessoa do superintendente em Pernambuco, 
Dr. Sérgio Mattos, que facilitou as entrevistas junto aos pescadores registrados 
naquela instituição. 
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, por meio da Pró-Reitoria de Extensão, 
pelo acolhimento em seu espaço físico, e do Departamento de Pesca e Aqüicultura, 
por liberar
os pesquisadores Vanildo Souza de Oliveira e José Carlos Pacheco, bem 
como, à Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional pela gerência 
fi nanceira dos recursos do Projeto Diagnóstico.
Ao Movimento de Pescadores de Pernambuco (MOPEPE), que iniciou a ação e 
mobilizou os pescadores, líderes e comunitários contra a poluição dos rios que 
cortam a cidade do Recife, e que com postura equilibrada e ética, juntou-se a nós no 
acompanhamento do trabalho de campo. À Pastoral dos Pescadores (CPP), pelas críticas
e auxílio no processo de discussão. Às Colônias de Pescadores e Associações 
de Pescadores, pelo acolhimento e informações concedidas ao longo da nossa 
caminhada por todo o litoral de Pernambuco, muitas vezes nos concedendo seu 
espaço físico e agendando reuniões. 
No sentido de homenagear e agradecer a todos os pescadores, pescadoras e 
cidadãos que militam em prol da causa da Pesca Artesanal, listamos os seguintes 
representantes: Jasilma Amorim Muller (Cabo - MOPEPE), Terezinha Filha (Ilha 
de Deus - MOPEPE), Edson da Cruz Correia (Fly- Ilha de Deus - MOPEPE), 
Manoel Vicente Rodrigues Filho (Dega – Jatobá - MOPEPE), Valdir de Souza 
Gonzales (Ponte de Limoeiro - MOPEPE), Bartolomeu José Souza (Ilha do Maruim 
- MOPEPE), Luciane Santos do Nascimento (Morena - MOPEPE), Renata Manzi 
de Souza (CPP), José Jonas Pereira Silva (Comunidade do Bode), Edileuza Silva 
do Nascimento (Dª Leu - Brasília Teimosa), Josias Clementino (Jorge da Praia- 
MONAPE), Cícero Santino de Oliveira (Itapissuma), Manoel Messias (Sirinhaém). 
À Fundação Joaquim Nabuco, pela colaboração dos pesquisadores Tarcísio 
Quinamo, Beatriz Mesquita e Cristiano Ramalho e a Fundação de Amparo à Pesquisa 
de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (FUNDAÇÃO PROZEE), na 
pessoa do presidente Natalino Matsui. 
À equipe do projeto: os coordenadores Silvanda Galvão, Vanildo Oliveira e 
José Carlos Pacheco; os consultores, pela assessoria e disponibilidade, Beatriz 
Mesquita, Ricardo Gama, André Luis Maia e Gecynalda Gomes; aos educadores/
entrevistadores de campo, que acreditaram no sucesso desse trabalho, Amanda 
Farias, Ana Paula Silva, Bernardo Dias, Carolina Cardozo, Cezar Leite, Darlany 
Rocha, Felipe Silva, Isabela Araújo, Jasiael Costa, Mirela Simões, Sandra Galvão 
e Wellane Guedes; as pessoas que reuniram e formataram todo esse material: Mônica 
Souza, Cezar Leite, Beatriz Mesquita, Ana Paula Leite, Amanda Farias e Carolina 
Galvão. À Hermon Augusto Braga Júnior, que estava sempre na retaguarda, para 
facilitar o trabalho de campo e de laboratório com dedicação e profi ssionalismo.
 
Agradecemos também, aos pesquisadores, técnicos e representantes de classe que 
nos concederam as entrevistas: Sérgio Mattos (MPA) Fernando Acioli (APA Costa 
dos Corais), Cláudio Rabelo (FAEPE), Assis Lacerda (CPRH), Laurineide Santana e 
Bill Santos (CPP), Magnus Machado (Centro de Mamíferos Aquáticos) e João Carlos 
Borges (Projeto Peixe Boi). 
À Administração da Ilha de Fernando de Noronha na pessoa de Marieta Borges Lins 
e Silva, ao Museu do Tubarão através de Leonardo Veras, a José Martins, do Projeto 
Golfi nho Rotador, pelo acolhimento e disponibilidade. 
Apresentação
Este volume, assim como os antecedentes, foi escrito numa linguagem simples com 
intuito de facilitar seu entendimento a qualquer cidadão, especialmente aos pescadores. 
Ao mesmo tempo, pretende fazê-los sentir como parte responsável dos ecossistemas 
aquáticos que empregam milhares de pessoas. 
O Volume IV completa a pesquisa do Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal, 
retratando os municípios do Litoral Sul: Ipojuca, Sirinhaém, Rio Formoso, Tamandaré, 
Barreiros, São José da Coroa Grande e suas respectivas comunidades pesqueiras, que 
trabalham nos rios, estuários, manguezais e ambiente marinho. 
Em sendo o fechamento do Diagnóstico, este livro reúne: os resultados estatísticos, as 
condições socioambientais e o perfi l socioeconômico de cada uma das 16 comunidades 
presentes neste litoral, indicações sobre as necessidades de cada aglomerado pesqueiro, 
além das entrevistas com pessoas envolvidas com a causa dos pescadores. 
É importante ressaltar que as informações gerais do Litoral de Pernambuco, encontram-
se contextualizadas no Volume I, por isso fi ca sugerida sua consulta, para uma melhor 
compreensão dos leitores sobre a pesquisa.
 
 Luiz Lira
 Coordenador da Pesquisa Diagnós" co 
 
 
 
2 
Lista de Figuras 
 
Figura 1. Comunidades Pesquisadas: Litoral Sul. ..............................................................................11 
Figura 2. Produção pesqueira do Município de Ipojuca......................................................................16 
Figura 3. Comunidades pesqueiras no Município de Ipojuca..............................................................17 
Figura 4. Comunidades de Porto de Galinhas, Maracaípe e Serrambi. ................................................18 
Figura 5. Nível de escolaridade dos pescadores. ................................................................................20 
Figura 6. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ...................................................22 
Figura 7. Pescadores à oferta de capacitação. ....................................................................................22 
Figura 8. Renda familiar total por mês...............................................................................................23 
Figura 9. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ...................................................24 
Figura 10. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ........................................................................24 
Figura 11. Porto de Galinhas e seu principal turismo, as piscinas naturais. Recifes de corais: é preciso 
preservar. ..........................................................................................................................................26 
Figura 12. Pisoteamento dos turistas nos recifes de corais. Educação ambiental neles!......................26 
Figura 13. Localização da Comunidade de Salinas e do estuário do Rio Maracaípe............................30 
Figura 14. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................31 
Figura 15. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. .................................................34 
Figura 16. Pescadores à oferta de capacitação....................................................................................34 
Figura 17. Renda familiar total por mês. ............................................................................................35 
Figura 18. Pescadores/família contemplados por benefícios sociais. ..................................................35 
Figura 19. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ........................................................................36 
Figura 20. Alagadiço utilizado pelos pescadores de Salinas. ..............................................................37 
Figura 21. Duplicação da via de acesso a Serrambi. ...........................................................................38 
Figura 22. Produção pesqueira do Município de Sirinhaém. ..............................................................42 
Figura 23. Comunidades pesqueiras do Município de Sirinhaém. ......................................................43 
 
 
 
 
3 
Figura 24. Localização da comunidade pesqueira de Barra de Sirinhaém. ..........................................44 
Figura
25. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................46 
Figura 26. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. .................................................49 
Figura 27. Pescadores à oferta de capacitação....................................................................................49 
Figura 28. Renda familiar total por mês. ............................................................................................50 
Figura 29. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. .................................................50 
Figura 30. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ........................................................................51 
Figura 31. Barra de Sirinhaém. Ecossistema que alimenta marisqueiras e fertiliza a pesca. ................52 
Figura 32. Localização das comunidades pesqueiras de Sirinhaém. ...................................................56 
Figura 33. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................58 
Figura 34. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. .................................................61 
Figura 35. Pescadores à oferta de capacitação....................................................................................61 
Figura 36. Renda familiar total por mês. ............................................................................................62 
Figura 37. Pescadores/família contemplados por benefícios sociais. ..................................................62 
Figura 38. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ........................................................................63 
Figura 39. A carcinicultura requer técnicas limpas para haver sustentabilidade no ecossistema. .........64 
Figura 40. Líder da comunidade de Santo Amaro no centro da foto. ..................................................65 
Figura 41. Pescador Manoel Messias facilitou a visita à Agrovila. .....................................................66 
Figura 42. Associação de Pescadores de Santo Amaro. ......................................................................66 
Figura 43. Estuário do Rio Formoso necessita de saneamento básico. ................................................71 
Figura 44. Produção pesqueira do Município de Rio Formoso. ..........................................................72 
Figura 45. Comunidades do Município de Rio Formoso. ...................................................................73 
Figura 46. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................75 
Figura 47. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. .................................................77 
Figura 48. Pescadores à oferta de capacitação....................................................................................78 
Figura 49. Renda familiar total por mês. ............................................................................................78 
 
 
 
 
4 
Figura 50. Pescadores/família contemplados por benefícios sociais. ..................................................79 
Figura 51. Pescadores filiados à Associação/ Colônia. .......................................................................80 
Figura 52. Entrevista com o Presidente da Colônia Sr. Francisco de Assis. ........................................81 
Figura 53. Barcos de pequeno porte são condizentes com o turismo ecológico. ..................................81 
Figura 54. Esgoto em céu aberto contribuindo para a poluição do estuário do Rio Formoso. ..............82 
Figura 55. Produção pesqueira do Município de Tamandaré. .............................................................87 
Figura 56. Comunidade de Tamandaré: pesca no mar de fora e no manguezal. ..................................88 
Figura 57. Nível de escolaridade dos pescadores. ..............................................................................90 
Figura 58. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. .................................................93 
Figura 59. Pescadores à oferta de capacitação....................................................................................93 
Figura 60. Renda familiar total por mês. ............................................................................................94 
Figura 61. Percentual de pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ............................94 
Figura 62. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ........................................................................95 
Figura 63. Embarcações de pesca exploratória, prospecção pesqueira e pesca artesanal. CEPENE. ....96 
Figura 64. Área de Preservação Ambiental nas proximidades do CEPENE. .......................................97 
Figura 65. Colônia de Pescadores Z-5. Tamandaré. ...........................................................................98 
Figura 66. Comunidade de Barreiros: pescadores/agricultores. ........................................................ 103 
Figura 67. Nível de escolaridade dos pescadores. ............................................................................ 105 
Figura 68. Pescadores à oferta de capacitação.................................................................................. 107 
Figura 69. Renda familiar total por mês. .......................................................................................... 108 
Figura 70. Pescadores/família contemplados por benefícios sociais. ................................................ 108 
Figura 71. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ...................................................................... 109 
Figura 72. Estuário do Rio Una contribui com a fertilidade pesqueira. ............................................. 110 
Figura 73. Praia do Porto, um desafio da relação turismo e pescador. .............................................. 110 
Figura 74. Passagem sazonal da desembocadura do rio Una fechada com sacos de areia. ................. 111 
Figura 75. Produção pesqueira do Município de São José da Coroa Grande. .................................... 116 
 
 
 
 
5 
Figura 76. Localização da comunidade denominada Centro de São José da Coroa Grande. .............. 117 
Figura 77. Nível de escolaridade dos pescadores. ............................................................................ 118 
Figura 78. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. .............................................. 121 
Figura 79. Pescadores à oferta de capacitação.................................................................................. 121 
Figura 80. Renda familiar total por mês. .......................................................................................... 122 
Figura 81. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. ............................................... 123 
Figura 82. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ...................................................................... 123 
Figura 83. A Colônia Z-9 tem credibilidade junto aos seus associados. Muitas embarcações ancoram 
em frente à colônia no vai e vem do trabalho marítimo. ................................................................... 124 
Figura 84. O trabalho compartilhado permite troca de experiências e reforça a solidariedade. .......... 125 
Figura 85. Colônia de Pescadores Z-9, requer ajustes na sua estrutura. ............................................ 126 
Figura 86. Pescador carregando gelo para abastecer o meio flutuante. ............................................. 127 
Figura 87. Comunidades de Várzea e Abreu do Uma. ......................................................................
130 
Figura 88. Nível de escolaridade dos pescadores. ............................................................................ 132 
Figura 89. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação. ............................................... 134 
Figura 90. Pescadores à oferta de capacitação.................................................................................. 135 
Figura 91. Renda familiar total por mês. .......................................................................................... 135 
Figura 92. Pescadores/família contemplados por benefícios sociais. ................................................ 136 
Figura 93. Pescadores filiados à Associação/Colônia. ...................................................................... 137 
Figura 94. O estuário do Rio Una que sustenta cerca de 835 pessoas das comunidades de Abreu e 
Várzea do Una. ............................................................................................................................... 138 
Figura 95. Embarcação de pesca em construção na Várzea do Una. ................................................. 138 
Figura 96. Casas construídas na margem do Rio Una. ..................................................................... 139 
 
 
 
 
 
6 
Lista de Tabelas 
 
Tabela 1. Georeferência das comunidades do Município de Ipojuca. .................................................17 
Tabela 2. Georeferência das comunidades do Município de Sirinhaém. .............................................43 
Tabela 3. Georeferência das comunidades do Município de Rio Formoso. .........................................72 
Tabela 4. Georeferência da comunidade do Município de Tamandaré. ...............................................88 
Tabela 5. Georeferência da comunidade do Município de Barreiros. ................................................ 103 
Tabela 6. Georeferência das comunidades do Município de São José da Coroa Grande. ................... 116 
 
 
 
 
7 
Sumário 
Apresentação 
 
Lista de Figuras 
Lista de Tabelas 
 
Lista de Figuras 
Lista de Tabelas 
Introdução ........................................................................................................................... 10 
 Metodologia ........................................................................................................................ 11 
Caracterização dos Municípios....................................................................................... 13 
1 – Município de Ipojuca.................................................................................................. 14 
1.1- Comunidade de Porto de Galinhas, Maracaípe e Serrambi...................................... 17 
 1.1.1– Análise Estatística........................................................................................... 18 
 1.1.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................ 18 
 1.1.1.2 – Atividade Econômica............................................................................. 20 
1.1.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
25 
1.1.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
27 
 
1.2- Comunidade de Salinas............................................................................................ 29 
1.2.1 – Análise Estatística.......................................................................................... 
 
30 
 1.2.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................ 
 
30 
 1.2.1.2 - Atividade Econômica.............................................................................. 
 
32 
1.2.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
36 
1.2.3 - Considerações Finais...................................................................................... 38 
 2 – Município de Sirinhaém.............................................................................................. 
40 
 
2.1- Comunidade de Barra de Sirinhaém........................................................................ 43 
2.1.1 – Análise estatística........................................................................................... 
 
44 
 2.1.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................. 44 
 2.1.1.2 - Atividade Econômica............................................................................... 
 
46 
 
 
 
 
8 
2.1.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
52 
2.1.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
54 
 2.2 - Comunidades de Sirinhaém: Vila de Sirinhaém, Aver-o-Mar, Agrovila e Santo 
Amaro ....................................................................................................................... ........ 
56 
 2.2.1 – Análise Estatística.......................................................................................... 57 
 2.2.1.1 - Perfil Socioeconômico............................................................................ 57 
 2.2.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
2.1.2 – Análise Socioambiental................................................................................. 
2.1.3 – Considerações Finais..................................................................................... 
2.2 – Comunidade do Açude de Apipucos.................................................................... 
2.2.1– Análise Estatística 
2.2.1.1- Perfil Socioeconômico 
2.2.1.2- Atividade Econômica 
2.2.2 – Análise Socioambiental 
2.2.3 – Considerações Finais 
 
 
 
 
59 
2.2.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
 
63 
2.2.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
67 
 3 – Município de Rio Formoso.......................................................................................... 70 
3.1 – Comunidades de Rio Formoso e Quilombola........................................................ 
 
 
73 
3.1.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
73 
 3.1.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
73 
 3.1.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
75 
3.1.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
80 
3.1.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
83 
 4 – Município de Tamandaré............................................................................................ 85 
4.1 – Comunidade de Tamandaré................................................................................... 
 
88 
4.1.1– Análise Estatística...........................................................................................
88 
 4.1.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
89 
 4.1.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 90 
4.1.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 96 
4.1.3 – Considerações Finais...................................................................................... 
 
98 
 5 – Município de Barreiros.............................................................................................. 
 
101 
5.1- Comunidade de Barreiros....................................................................................... 103 
5.1.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
103 
 5.1.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
104 
 5.1.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
105 
 
 
 
 
 
9 
5.1.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
109 
5.1.3 – Considerações Finais...................................................................................... 111 
 6 – Município de São José da Coroa Grande................................................................... 114 
6.1 – Comunidade do Centro de São José da Coroa Grande......................................... 
 
116 
6.1.1– Análise Estatística........................................................................................... 
 
117 
 6.1.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
117 
 6.1.1.2 -Atividade Econômica............................................................................... 
 
119 
6.1.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 124 
6.1.3- Considerações Finais....................................................................................... 
 
127 
6.2 – Comunidade de Várzea e Abreu do Una.............................................................. 
 
130 
6.2.1– Análise Estatística........................................................................................... 130 
 6.2.1.1- Perfil Socioeconômico............................................................................. 
 
131 
 6.2.1.2- Atividade Econômica............................................................................... 
 
132 
6.2.2 – Análise Socioambiental.................................................................................. 
 
137 
6.2.3 – Considerações Finais...................................................................................... 139 
Conclusões......................................................................................................................... 142 
 Intervenções Necessárias............................................................................................ 143 
Anexos.................................................................................................................................. 145 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Introdução 
 
O litoral de Pernambuco possui 187 km de extensão e ocupa 2,3% de todo o litoral brasileiro. 
Abriga em suas 14 zonas estuarinas um ecossistema produtivo aos quais estão associadas 
inúmeras espécies de peixes, crustáceos e moluscos. Essas fábricas naturais de alimentos são 
responsáveis por mais de 60% do pescado estadual e se destacam por gerar alternativa de 
renda para milhares de pessoas, que encontram no manguezal e na plataforma continental 
fontes importantes de alimento. 
A Pesca Artesanal representa a maior parcela da produção pesqueira do Estado, é 
caracterizada pelo trabalho familiar e comunitário, utilizando técnicas e tecnologias 
tradicionais, quer a pé ou com uso de embarcações, como: jangadas, canoas, baiteras e barcos 
motorizados de pequeno porte. As artes de pesca empregadas nesta modalidade para captura 
do pescado incluem: coleta manual, vara de pesca, linha e anzol, tarrafa, redes de cerco, de 
emalhe, de arrasto e armadilhas, com fins comerciais e/ou de subsistência. 
O presente volume retrata a Pesca Artesanal no Litoral Sul e objetiva conhecer o perfil 
socioeconômico dos pescadores e pescadoras que utilizam os ecossistemas fluvial, estuarino e 
marítimo como recurso alimentar e financeiro. 
 
 
 
11 
Metodologia 
 
Para que o atual estudo abrangesse todo litoral pernambucano foi preciso dividi-lo em: Ilha de 
Fernando de Noronha, Litoral Norte, Litoral Metropolitano e Litoral Sul, que se encontram 
distribuídos nos volumes I, II, III e IV, respectivamente. A estratégia do trabalho de campo 
utilizou o procedimento da pesquisa fenomenológica, onde a maioria das 71 comunidades 
estudadas foram sugeridas pelos próprios pescadores. 
No Litoral Sul foi possível identificar nos 
municípios de Ipojuca, Sirinhaém, Rio 
Formoso, Tamandaré, Barreiros e São 
José da Coroa Grande um total de 16 
comunidades, disponibilizadas na figura 1. 
O trabalho realizado em campo baseou-se 
na Pesquisa-Ação, a qual o entrevistador 
procurava adentrar o mundo dos 
entrevistados na busca de uma relação de 
troca. No processo da escuta e no 
estabelecimento de uma relação de 
respeito e confiança surgiram informações 
da realidade do pescador e da sua 
comunidade. As respostas das 52 
perguntas constantes no questionário eram 
respondidas com interesse e 
conhecimentos empíricos, que afloravam 
enriquecendo a troca entre o profissional 
do Instituto Oceanário e o „trabalhador 
aquático‟. 
Figura 1. Comunidades Pesquisadas: Litoral Sul. 
 
 
 
 
12 
Os questionários, assim como as observações do contexto ambiental, foram aplicados de 
janeiro de 2008 a fevereiro de 2009. Procurou-se enfocar o perfil socioeconômico do 
entrevistado, a sua atividade econômica, a participação em organizações representativas, o 
envolvimento no campo do meio ambiente, entre outros. Todos os dados foram tratados por 
um programa estatístico e, posteriormente analisados por consultores complementando as 
conclusões e sugestões explicitadas neste Diagnóstico. 
 Os dados de produção pesqueira e principais espécies capturadas por municípios são 
oriundos do ESTATPESCA (2006). As informações socioeconômicas sobre os municípios 
foram transcritas do Serviço Geológico do Brasil/CPRN (2005) além do site do IBGE. 
A localização das comunidades entrevistadas foram plotadas nas imagens de satélite do 
Programa Google Earth, assim como os registros dos municípios do litoral pernambucano. 
A quantidade e complexidade dos dados trabalhados possibilitarão, ainda, vários trabalhos 
científicos que juntamente com artigos publicados, contribuirão para a verticalização do 
conhecimento da Pesca Artesanal no litoral pernambucano. 
As informações geradas foram discutidas em seminários internos e os resultados apresentados 
através do evento “Oficina Técnica Diagnóstica”, realizado na Universidade Federal Rural de 
Pernambuco (UFRPE), para pescadores e pescadoras, diretores de Colônias e Associações, 
pesquisadores da UFRPE, pesquisadores da Fundaj, técnicos da Agência Estadual do Meio 
Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), representantes da Comissão da Pastoral de 
Pescadores de Pernambuco
(CPP) e da ONG Caranguejo-Uçá. Neste encontro foram 
discutidas propostas de intervenções necessárias nas comunidades estudadas. Ficou 
evidenciado tanto no evento quanto na pesquisa, que o maior inimigo da Pesca Artesanal, e 
conseqüentemente do pescador é a poluição dos rios, estuários e manguezais associados. 
CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS 
DO LITORAL SUL
Município: Ipojuca
 
 
 
15 
1 - Município de Ipojuca 
O município de Ipojuca possui limites ao norte com Cabo de Santo Agostinho, ao sul com 
Sirinhaém, a leste com Oceano Atlântico, e a oeste com Escada. A área que ocupa equivale a 
512,6 km
2
 e representa 0.52 % do Estado de Pernambuco. A sua sede em São Miguel do 
Ipojuca tem uma altitude aproximada de 10 m e coordenadas geográficas de 08º24”00‟ de 
latitude sul e 35º03”45‟ de longitude oeste. Distando 50,2 km da capital, as vias de acesso a 
tal localidade são a BR-101 e PE-060. 
O município foi criado em 30 de março de 1843, pela Lei Provincial nº 152, sendo formado 
pelo distrito sede e pelos povoados de Camela, Nossa Senhora do Ó, Rurópolis, Engenho 
Maranhão e Porto de Galinhas. 
De acordo com o censo 2000 do IBGE, a população residente total foi de 59.281 habitantes, 
sendo 40.310 (68 %) na zona urbana e 18.971 (32 %) na zona rural. Os habitantes do sexo 
masculino totalizaram 29.362 (49,5 %), enquanto que os do feminino totalizaram 29.919 
(50,5 %), resultando numa densidade demográfica de 115,6 hab/km
2
. Em 2007 a contagem do 
IBGE elevou esse número para 70.070 habitantes. 
O crescimento populacional de quase 3 % ao ano é reflexo do aumento da atividade turística 
na região, bem como do desenvolvimento dos complexos Industrial e Portuário de Suape. 
Estão previsto, por exemplo, em Suape, diversos empreendimentos de grande porte 
econômico, como: as instalações, em andamento, de uma refinaria de petróleo, de um 
estaleiro, de um fábrica de embalagens PET, entre outros mega-projetos. 
O Produto Interno Bruto (PIB), em 2006, de R$ 4 bilhões e o PIB per capita de R$ 61.959,00 
levaram o município ao terceiro e primeiro lugar entre, respectivamente, entre os municípios 
litorâneos. Ipojuca apresenta 62,8 % de sua população na faixa de incidência de pobreza
1
. 
Esses indicadores mostram que o desenvolvimento econômico prometido pelo complexo de 
Suape ainda não atingiu a população local. 
 
1 Esse índice foi construído pelo IBGE condensando dados do Censo de 2000 e da Pesquisa de Orçamento 
Familiar (POF) 200 A pobreza absoluta é medida a partir de critérios que analisam a capacidade de consumo das 
pessoas, sendo considerada pobre aquela pessoa que não consegue ter acesso a uma cesta alimentar e de bens 
mínimos necessários a sua sobrevivência. 
 
 
 
16 
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de 0,657 situa o município em 
44
o
 no ranking estadual e em 644
o
 no nacional. 
O Índice de Exclusão Social, que é construído por 07 (sete) indicadores (pobreza, emprego 
formal, desigualdade, alfabetização, anos de estudo, concentração de jovens e violência) é de 
0,370 fazendo Ipojuca ocupar 9
a
 colocação no Estado e a 633
a
 no Brasil. 
O clima é do tipo tropical chuvoso com verão seco e período chuvoso de janeiro a setembro. 
A precipitação média de 1309,9 mm ao ano. 
Ipojuca encontra-se inserido nos domínios das bacias hidrográficas dos rios Ipojuca, 
Sirinhaém e do Grupo de Bacias de Pequenos Rios Litorâneos. Os principais tributários são os 
rios: Pirajá, Tatuoca, Tabatinga, Piedade, Draga, Ipojuca, Merepe, Tapera, Arimbi, Sibiró, 
Gaipió, Sibiró do Meio, Diamante, Juquilho e Trapiche, além dos riachos: Utinga de Baixo, 
Congari, Córrego Umbu, Santa Rosa, Minas, Bita, Canoas, Todos os Santos. Os principais 
corpos de acumulação são os açudes: Utinga (10.270.000m
3
) e Bita (2.270.000m
3
). O padrão 
da drenagem é o dendrítico e os principais cursos d‟água do município são perenizados. 
Segundo os dados do ESTATPESCA
2
 o município produziu, em 2006, 291,8 t de pescado, 
correspondendo a 2,1 % da captura 
estadual (Figura 2). A maior parte da 
produção derivou da: sardinha (39,8 
t), camarões (27,6 t) e agulha (23,6 t). 
 
 
 
 
Figura 2. Produção pesqueira do 
Município de Ipojuca. 
 
A pesquisa pôde visualizar 4 comunidades: Porto de Galinhas, Maracaípe, Serrambi e Salinas 
(Figura 3). As entrevistas foram realizadas separadamente nas comunidades, no entanto, em 
termos estatísticos, houve uma junção e a comunidade de Porto de Galinhas abrangeu todas 
aquelas que realizam pesca no mar de dentro e pesca no mar de fora (Porto de Galinhas, 
 
2
 Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira no Litoral Nordestino, desenvolvido pela Fundação de 
Amparo à Pesquisa de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (Fundação PROZEE), pela Secretaria 
Especial de Pesca e Aquicultura da Presidência da República (SEAP/PR) e pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). 
Fonte: ESTATPESCA 
2006 
 
 
 
17 
Maracaípe e Serrambi) e a comunidade de Salinas, constituiu um grupo separado por realizar 
uma pesca com características específicas. Essas comunidades com suas respectivas 
localizações geográficas encontram-se citadas na tabela 1. 
 
 
Figura 3. Comunidades pesqueiras no Município de Ipojuca. 
 
Tabela 1. Georeferência das comunidades do Município de Ipojuca. 
 
Comunidades Latitude Longitude 
Porto de Galinhas 8°30'21.01"S 35° 0'2.80"O 
Salinas 8°30'17.26"S 35° 0'52.00"O 
Maracaípe 8°32'12.99"S 35° 0'18.97"O 
Serrambi 8°33'9.66"S 35° 0'49.47"O 
 
 
1.1 – Comunidades de Porto de Galinhas, Maracaípe e Serrambi 
 
Porto de Galinhas situa-se a 65 km ao sul da cidade do Recife, seu acesso é feito através da 
BR-101 e rodovias estaduais PE-038 e PE-09. As comunidades de Maracaípe e Serrambi, 
inseridas no contexto, distam de Porto de Galinhas aproximadamente, 3 km e 11 km ao sul, 
respectivamente (Figura 4). 
 
 
 
18 
 
Figura 4. Comunidades de Porto de Galinhas, Maracaípe e Serrambi. 
 
 
1.1.1 – Análise Estatística 
 
 A estatística foi calculada com o número total de 49 pescadores (as) correspondendo ao 
percentual de 100 %. Em algumas questões presentes no questionário do Anexo I, o 
entrevistado poderia marcar várias opções, o cálculo do percentual, neste caso, precisou ser 
realizado em cima dos 100 % (49) para cada múltipla escolha, assim não excedendo o número 
total de questionários aplicados. 
 
1.1.1.1- Perfil Socioeconômico 
 
Em Porto de Galinhas as 49 entrevistas realizadas contemplaram 43 homens e 6 mulheres. 
Desses entrevistados, 41 (83,7 %), representados por 38 homens e 6 mulheres, são chefes de 
família. Quanto ao estado civil, 36,7 % são casados, 40,8 % moram juntos, 16,3 % estão 
solteiros, 2 % são separados/divorciados e 4,1 % são viúvos. 
 
 
 
 
19 
Ao descrever o perfil familiar e domiciliar os (as) pescadores (as) entrevistados (as), nota-se 
que, o número médio de moradores nas residências é de 4,57 e de famílias por residências é 
1,22. As pessoas possuem em média 4,14 filhos, sendo 1,78 a média dos filhos que dependem 
financeiramente do entrevistado. 
Os resultados, referentes à questão sobre remuneração, mostram que 53,1 % dos entrevistados 
têm, em sua residência, pelo menos um familiar com 10 anos ou mais trabalhando de forma 
remunerada. Desses, 20,4 % trabalham de forma remunerada na pesca. 
 
a) Habitação: condições físicas e sanitárias 
Observa-se entre os pescadores que 46 (93,9 %) possuem casa própria e 3 (6,1 %) casa
alugada, cedida ou emprestada. Os materiais predominantes utilizados na construção dessas 
residências foram alvenaria (93,9 %) e madeira (6,1 %). Ainda nos domicílios, de acordo com 
as questões sanitárias, 42 (85,7 %) dos entrevistados possuem água encanada, 40 (81,6 %) 
fossa, 46 (93,9 %) têm banheiro, 12 (24,5 %) rede de esgoto e 70,9 % coleta de lixo. Os que 
possuem energia elétrica totalizam 98 %. 
 
b) Bens materiais: transporte, utensílios domésticos e telefonia 
Dos bens materiais relacionados ao transporte, o mais utilizado é a bicicleta com 79,6 %, 
seguida pelo carro (8,2 %) e motocicleta (2 %). Com relação aos eletrodomésticos, destacam-
se: o fogão e a geladeira, ambos com 91,8 %, a TV (89,8 %), o liquidificador (77,6 %), o 
aparelho de som (71,4 %) e o vídeo/DVD (67,3 %). Na telefonia, os aparelhos móveis 
(celulares) representaram 48,4 % das respostas, enquanto que o telefone fixo apenas 0,6 %. 
 
c) Escolaridade 
Segundo o grau de escolaridade, verifica-se que o maior valor entre os entrevistados (24,5 %), 
bem como os chefes de família (24,5 %), representa o Ensino Fundamental I incompleto. O 
total correspondente para os que escrevem o nome é de 14,3 % para os pescadores (Figura 5). 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. Nível de escolaridade dos 
pescadores. 
 
 
d) Saúde 
O histórico de doenças mostra que, 65,3 % do total de pessoas entrevistadas declararam ter 
algum tipo de doença. Dentre os problemas de saúde de interesse deste estudo, os mais 
representativos são: problemas de coluna (17,3 %), doenças nos olhos (17,3 %), hipertensão 
(12,2 %), artrose (8,2 %), diabetes (4,1 %), doenças de pele (2 %), reumatismo (2 %) e 
apresentam outras doenças que não foram citadas acima (14,3 %). 
Segundo os pescadores, todos costumam utilizar serviços de posto de saúde ou hospital. 
Considerando esta afirmação, observa-se que, 61,1 % utilizam os serviços médico-
hospitalares encontrados na vizinhança, 34,6 % no próprio município e apenas 10,2 % nos 
municípios próximos. 
 
1.1.1.2 - Atividade Econômica 
 
Das 49 entrevistas realizadas em Porto de Galinhas, 43 homens (87,8 %) e 6 mulheres 
(12,2 %), são pescadores (as). A principal atividade exercida por eles é a pesca do mar de fora 
(34,7 %), seguida pelas pescas do mar de dentro (30,6 %) e estuarina/manguezal (14,3 %). A 
relação trabalhista dos (as) pescadores (as) mostra que 53,1 % são autônomos e 26,5 % são 
empregados/parceiros. 
 
a) Jornada de Trabalho na Pesca 
O tempo médio que trabalham na atividade pesqueira é de 28,88 anos, a média de dias 
trabalhados por semana é de 4,92. Os maiores índices encontrados para a média de horas 
Escolaridade
24,5%
20,4%
4,1%2,0%
8,2%
6,1%
14,3%
20,4%
Escreve o nome
Fundamental I incompleto
Fundamental I completo
Fundamental II incompleto
Fundamental II completo
Médio incompleto
Médio completo
Outros
 
 
 
21 
trabalhadas por dia estiveram entre 4 e 8 horas ou mais de 8 horas, correspondendo a 51 % e 
49 %, respectivamente. 
 
b) Embarcações e Aparelhos de Pesca 
O tipo de embarcação mais presente é o bote motorizado (40,8 %) e a jangada (34,7 %), 
utilizados por 75,5 % das pessoas com atividades gerais relacionadas diretamente à pesca. Na 
questão referente aos aparelhos utilizados para tal atividade, representando 69,4 % do total, as 
redes de emalhar/espera/caçoeira/malhadeira encontram-se entre as mais citadas, 
acompanhadas da linha de mão (53,1 %), tarrafa (36,7 %), covo/lagosta (20,4 %), covo/peixe 
(16,3 %) e rede de arrasto (10,2 %). 
Uma vez sabendo quais as embarcações e os aparelhos de pesca mais utilizados, foram 
realizados cruzamentos no intuito de investigar com detalhe qual a relação que possuíam. 
Verificou-se que os 20 pescadores que utilizam bote motorizado, 100 % tem a pesca em curral 
como principal técnica para captura do pescado, seguida pelas pescas com linha de mão (80 
%) e redes de emalhar/espera/caçoeira/malhadeira (75 %). Já os 17 pescadores que usam 
jangada, 100 % utilizam para prática da pesca o curral e o mangotão, seguido das redes de 
emalhar/espera/caçoeira/malhadeira, com 11 (64,7 %). 
 
c) Comercialização do Pescado 
Segundo os (as) pescadores (as), 24,5 % da produção do pescado é para consumo para 
consumo próprio, o restante é vendido diretamente, para: o consumidor (59,2 %), o 
peixeiro/atravessador (26,5 %), e peixaria (12 %). Em Porto de Galinhas, praia com um dos 
maiores movimentos de turistas de Pernambuco, a comercialização para o consumidor é 
facilitada pela presença de veranistas e turistas. 
 
d) Impactos na Atividade Pesqueira 
Para os pescadores, vários são os fatores que tem prejudicado a atividade pesqueira. Entre 
eles, os que mais merecem destaque são: a pesca predatória (34,7 %), diminuição dos recursos 
naturais (34,7 %), falta de fiscalização na pesca (14,3 %), poluição da água (14,3 %), falta de 
organização do setor (12,2 %), turismo (12,2 %), lixo (10,2 %), falta de saneamento básico 
(10,2 %), pesca excessiva (6,1 %) e 59,2 % apontaram outros fatores. 
 
 
 
22 
e) Alternativas de Fontes de Renda 
Verificando a estatística voltada para esta questão, é possível perceber que alguns pescadores, 
no intuito de aumentar sua renda, acabam desenvolvendo atividades extras não relacionadas à 
pesca. Ainda no questionário, existem os que almejam outra fonte de renda e os que já 
experienciaram outros trabalhos. Para os que disseram possuir rendas extras, as mais citadas 
foram: o turismo (18,4 %), a pesca no mar de dentro (6,1 %), os serviços gerais (6,1 %), a 
construção civil (4,1 %) e os serviços como caseiros/domésticos (4,1 %). Por outro lado, dos 
que gostariam de ter um rendimento alternativo, os mais almejados são: os serviços gerais 
(10,2 %) e o comércio (4,1 %). Para os pescadores que já tiveram outras experiências de 
trabalho, exerceram: 16,3 % na construção civil, 14,3 % nos serviços gerais, 8,2 % como 
caseiros/doméstico, 6,1 % no comércio e na monocultura de cana-de-açúcar. 
 
f) Capacitação 
Dos que afirmaram ter feito algum tipo de capacitação, 2 % tiveram capacitação 
gerencial/administrativa/comercializaçã
o, 24,5 % técnica-produção 
(pesca/cultivo/turismo/ artesanato), 6,1 
% em outros tipos. Contudo, 69,4 % não 
participaram de nenhuma capacitação 
(Figura 6). 
 
Figura 6. Entrevistados que participaram de 
cursos de capacitação. 
 
 
Atualmente, 65.3 % têm vontade de 
se capacitar, sendo 40,8 % na 
atividade pesqueira e 24,5 % em 
outras atividades. Para os 34,7 % 
restantes, qualquer capacitação ou 
treinamento está rejeitado (Figura 7). 
 
Figura 7. Pescadores à oferta de 
capacitação. 
Cursos de Capacitação
0%
20%
40%
60%
80%
100%
não fez capacitação
gerencial
capacitação
técnica
meio
ambiente
outros
Sim Não Não se aplica
Capacitação
34,7%
40,8%
24,5%
Não gostaria
Pesca
Em outra atividade
 
 
 
23 
 
g) Financiamento na Atividade Pesqueira 
A caracterização dos entrevistados em relação ao recebimento individual ou coletivo de 
crédito/financiamento, projeto produtivo ou assistência técnica, revelou que 32,6 % das 
pessoas receberam algum crédito, sendo que 14,3 % foram através do Banco do Nordeste, 6,1 
% de outras linhas de financiamento, 2 % por meio de outros bancos e 10,2 % não 
souberam/não responderam. 
 
h) Renda Familiar 
A renda salarial para 77,5 % dos pescadores que vivem em família, não ultrapassa 
mensalmente
3
 dois salários mínimos. O maior valor, 57,1 %, são para os que recebem entre 1 
e menos do que 2 salários (Figura
8). É 
possível observar que 95,1 % das 
rendas individuais, também são 
inferiores a dois salários mínimos, 
quando relacionadas com a atividade 
principal de cada entrevistado. 
 
 
Figura 8. Renda familiar total por mês. 
 
 
i) Programas Sociais 
As informações referentes aos benefícios recebidos por algum programa social estão 
apresentadas na figura 9. De todos os entrevistados, 37.2 % afirmaram receber algum 
benefício, sendo os mais citados: o programa Bolsa-família (18,8 %), o Benefício Assistência 
de Prestação Continuada – BPS/LOAS (10,2 %) e o Seguro Defeso (8,2 %). 
 
3
 Considera-se o total de rendimentos da família, provenientes de todas as fontes, não apenas aquela que advém 
da atividade da pesca. 
Renda Familiar
10,2%
10,2%
4,1%
18,4%
57,1%
Menos de ½ s.m.
De ½ a menos de 1 s.m.
De 1 a menos de 2 s.m.
De 2 a menos de 5 s.m.
5 ou mais s.m.
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9. Pescadores/ família 
contemplados por benefícios 
sociais. 
 
A distribuição de entrevistados contemplados segundo a renda familiar mensal revela que, o 
Bolsa-família é o programa mais citado nas classes com renda entre 1 e 2 salários mínimos 
(55,6 %). Para os 60 % com renda familiar entre 2 e 5 salários mínimos, o programa mais 
citado foi o Benefício Assistência de Prestação Continuada – BPS/LOAS. Observa-se 
também, que dos entrevistados assistidos pelo Seguro Defeso metade tem renda abaixo de 
dois salários mínimos e a outra metade entre 2 e 5 salários. 
 
j) Organização Social 
Sobre o associativismo 79,6 % dos pescadores encontram-se associados à colônia (Figura 10). 
Desses, 43,6 % pescam no mar 
de fora, 33,3 % no mar de 
dentro, 10,3 % no 
estuário/manguezal, 7,7 % são 
aposentados e 5,1 % trabalham 
com turismo. 
 
Figura 10. Pescadores filiados à 
Associação/Colônia. 
 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Ne
nh
um
Bo
lsa
Fa
m
íli
a
Se
gu
ro
De
se
m
pr
eg
o
Se
gu
ro
De
fe
so
BP
S/
LO
AS
PE
TI
Ou
tro
s
Benefícios Sociais do Governo Federal
Não se aplica
Sim
Não
0%
20%
40%
60%
80%
100%
nen
hum
a
Mo
rad
ore
s
Pro
dut
ore
s
 Pe
sca
dor
es
Co
lôn
ia
Co
ope
rat
iva
out
ros
Filiação à Associação
Não se aplica
Não
Sim
 
 
 
25 
l) Ações de Instituições Ligadas ao Meio Ambiente 
Sobre o conhecimento de instituições que realizem algum tipo de ação na área ambiental em 
seu município, os entrevistados identificaram: o IBAMA (57,1 %), a Marinha/Capitania dos 
Portos (22,4 %), a SEAP
4
 (18,4 %), o CIPOMA (12,2 %), as universidades (4,1 %), o Órgão 
Ambiental do município (Secretaria, diretoria, chefia) (2 %) e outros órgãos (8,2 %). 
 
m) Documentação do pescador 
Com relação à documentação do pescador, 63,3% possuem a carteira de trabalho (CTPS), 
59,2% a da Colônia de pescadores, 51% a da SEAP, 44,9% a do IBAMA e 36,7% a da 
Capitania dos Portos. 
Os que contribuem para a previdência social são 36,7% e 49% os que não contribuem. 
 
1.1.2 – Análise Socioambiental 
 
Atualmente em Porto de Galinhas, o turismo é a principal atividade econômica (Figura 11). 
No entanto, vem apresentando uma relação inversamente proporcional com o quadro da 
atividade pesqueira da região, uma vez que, os próprios pescadores atraídos pela renda 
deixam suas funções e se tornam jangadeiros, levando os turistas para um passeio nas piscinas 
naturais. Com o desinteresse pela pesca e aumento de demanda por pescado, utilizado na 
culinária local, Porto de Galinhas se vê importando peixes como a Pescada Amarela vinda do 
norte do país, a Terapia oriunda da aqüicultura e até mesmo, o Salmão proveniente do Chile. 
 
É de se esperar que o desenvolvimento do turismo cause todo esse desapego, porém o impacto 
mais grave gerado por ele está relacionado ao meio ambiente. As especulações imobiliárias, o 
crescimento populacional, o lixo, a poluição dos mananciais e o ordenamento que acontece na 
faixa de areia por parte de ambulantes, barcos e bares são alguns desses problemas. 
 
 
 
 
4
 Atualmente conhecida como Superintendência Federal da Pesca e Aqüicultura de Pernambuco do Ministério 
da Pesca e Aqüicultura (SFPA-PE/MPA). 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Porto de Galinhas e seu principal turismo, as piscinas naturais. Recifes de corais: é preciso preservar. 
 
Outro impacto que merece destaque vem sendo promovido nos ambientes recifais. O aumento 
de turistas que visitam as piscinas naturais tem causado danos, físicos e biológicos muitas 
vezes irreversíveis. A quebra, ruptura e pisoteamento promovido por pessoas ou 
mergulhadores, a ancoragem das 
jangadas, a alimentação dos 
animais marinhos que interfere 
em seus hábitos alimentares e 
comportamentais, são exemplos 
destes danos (Figura 12). 
 
 
Figura 12. Pisoteamento dos 
turistas nos recifes de corais. 
Educação ambiental neles! 
 
 
 
 
27 
Uma medida adotada para minimizar essas alterações está no zoneamento de áreas, que tenta 
evitar o uso múltiplo delas, entretanto, a reação e aceitação de tais medidas por parte dos 
usuários é desconhecida assim como é desconhecida a capacidade e tempo necessário para a 
recuperação dessas áreas degradadas. 
A falta de interesse pela pesca também envolve o abandono total da colônia de pescadores, 
que por sua ótima estrutura e localização deveria está sendo utilizada para a comercialização 
do pescado, compra de material de pesca, venda de gelo e ainda, para promover a socialização 
dos pescadores. 
Em Serrambi, a comunidade de pescadores também enfrenta conflitos com o turismo. O 
número de pescadores reduziu a pouco mais de 15 pescadores, pois com o crescimento do 
número de casas de veraneio, muitos deles agora, se dedicam a atividade de caseiro, jardineiro 
e segurança. A pouca quantidade de pescadores ainda, não permite um comércio local de 
material de pesca, mas, por outro lado, gera uma comercialização do produto diretamente com 
seu consumidor. 
“Com a diminuição dos pescadores, não existe mais locais para comercialização de material 
de pesca, sendo preciso deslocar até Recife, para poder adquirir material de pesca com bom 
preço e qualidade.” 
José Gonçalves do Monte “Zé Bolinho” - pescador 
 
1.1.3 – Considerações Finais 
 
Porto de Galinhas é uma comunidade que se distingue de todas as outras do litoral por ter 
incorporado o turismo de uma forma muito rápida e densa. A atividade da pesca, quando 
existente, se confunde em muito com o turismo, seja na utilização da embarcação, na divisão 
das horas trabalhadas do pescador ou mesmo na comercialização do pescado. Sendo assim, 
ações que priorizem a atividade da pesca são muito importantes neste local. O ordenamento 
do turismo e a tentativa de torná-lo sustentável não beneficiarão apenas esta atividade, mas 
toda a qualidade de vida da população, incluindo os pescadores. 
O desemprego é um dos problemas destacados, visto que, na maioria das residências existe 
pelo menos uma pessoa sem remuneração. Com isso, ações de geração de emprego e renda 
são medidas importantes que podem ser adotadas. 
 
 
 
28 
Por residirem no principal balneário turístico do Estado, que nos últimos anos foi alvo de 
investimentos públicos, os entrevistados dispõem de melhores estruturas
públicas e sanitárias, 
conseqüentemente, possuem uma melhor qualidade de vida quando comparados a outras 
comunidades. 
Mesmo bem localizada a colônia não foi citada como meio para a comercialização do 
pescado, o que seria uma opção interessante em Porto de Galinhas. Há 10 anos, época do 
projeto do Banco do Nordeste, ela comercializava boa parte do pescado oriundo dos barcos 
financiados. Hoje se encontra abandonada, necessitando de um trabalho de extensão e 
associativismo. Uma aproximação com o SEBRAE seria uma alternativa muito interessante 
para esses pescadores. 
De todo o litoral Sul os entrevistados em Porto de Galinhas são os que possuem o maior 
índice de contribuição na Previdência Social. Mesmo assim, esse valor poderia aumentar 
houvesse um trabalho de conscientização, por parte da colônia, mostrando ao pescador as 
vantagens de sua contribuição ao INSS. 
O índice de escolaridade é muito baixo. Se for somado à quantidade que escreve o nome com 
o número de pessoas que não concluíram o Ensino Fundamental I, verifica-se que quase 
metade dos entrevistados necessitam de algum programa de educação ou alfabetização de 
adultos. 
A visão dos pescadores sobre os fatores que prejudicam a pesca parece ser bem dinâmica. É 
aqui onde se encontra uma maior diversidade de problemas. Seguindo a lógica de outras 
comunidades, os principais entraves para a pesca são a pesca predatória, a diminuição dos 
recursos, a falta de fiscalização na pesca, a poluição e o turismo. 
Atividades de capacitação devem ser incentivadas como um todo, pois, apesar da maioria dos 
entrevistados nunca terem participado de treinamentos e cursos, o percentual dos que não 
querem se capacitar é o mais alto quando comparado aos municípios vizinhos. 
Ações de educação ambiental e um trabalho conjunto com órgãos de meio ambiente é 
importante, apesar dos pescadores, nesta comunidade, estarem mais familiarizados com 
órgãos ambientais e possuírem maiores noções dos impactos causados ao meio ambiente. 
Diante do exposto, algumas medidas e ações encontram-se descritas, a fim de contribuir com 
a melhoria da comunidade: 
 
 
 
29 
 
- Investimento em saneamento básico (abastecimento, esgotamento, tratamento e limpeza 
urbana); 
- Trabalhos de extensão pesqueira para a pesca artesanal e fortalecimento da Colônia/ 
Associação para ações cooperativas; 
- Fiscalização ambiental buscando combater a pesca predatória e exploração do turismo; 
- Programas de alfabetização de jovens e adultos, além de incentivos na educação voltada para 
a cultura local da pesca; 
- Garantia do território pesqueiro (habitação, área de porto, comercialização e beneficiamento, 
área de pesca e preservação dos ecossistemas); 
- Capacitação na área de pesca; 
- Palestras específicas diárias alertando, aos turistas principalmente, sobre a degradação dos 
recifes de corais e o problema do lixo praial. 
 
 É importante referir que as pontuações sobre as indicações supracitadas, são fruto da pesquisa 
de campo, do tratamento dos dados estatísticos e do envolvimento ativo dos pescadores, quer 
nos seus ambientes de trabalho, quer na “Oficina: Diagnóstico da Pesca Artesanal de 
Pernambuco”, realizada na Universidade Federal Rural de Pernambuco, no dia 18 de junho de 
2009. 
 
1.2– Comunidade de Salinas 
 
Salinas situa-se a 65 km ao sul da cidade do Recife, seguindo pela BR 101 e posteriormente 
pela PE 38, PE 09 e ao chegar em Porto de Galinhas, dobra-se à direita e aproximadamente 
950 m após, encontra-se esta comunidade, inserida no município de Ipojuca (Figura 13). 
 
 
 
30 
 
Figura 13. Localização da Comunidade de Salinas e do estuário do Rio Maracaípe. 
 
1.2.1 – Análise Estatística 
 
 A estatística foi calculada com o número total de 27 pescadores (as) correspondendo ao 
percentual de 100 %. Em algumas questões presentes no questionário do Anexo I, o 
entrevistado poderia marcar várias opções, o cálculo do percentual, neste caso, precisou ser 
realizado em cima dos 100 % (27) para cada múltipla escolha, assim não excedendo o número 
total de questionários aplicados. 
 
3.1.2.1.1 - Perfil Socioeconômico 
Em salinas as 27 entrevistas realizadas contemplaram 17 homens e 10 mulheres. Desses 
entrevistados, 18 (66,7 %), representados por 13 homens e 5 mulheres, são chefes de família. 
Quanto ao estado civil, 18,5 % são casados, 40,7 % moram juntos, 29,6 % estão solteiros e 
apenas 3 (11,1 %) são viúvos. 
Ao descrever o perfil familiar e domiciliar os (as) pescadores (as) entrevistados (as), nota-se 
que, o número médio de moradores nas residências é de 5,3 e de famílias por residências é 
1,15. As pessoas possuem em média 4,56 filhos, sendo 2,04 a média dos filhos que dependem 
financeiramente do entrevistado. 
 
 
 
31 
Os resultados, referentes à questão sobre remuneração, mostram que 53,1 % dos entrevistados 
têm, em sua residência, pelo menos um familiar com 10 anos ou mais trabalhando de forma 
remunerada. Desses, 20,4 % trabalham de forma remunerada na pesca. 
 
a) Habitação: condições físicas e sanitárias 
Observa-se entre os pescadores que 23 (85,2 %) possuem casa própria e 4 (14,8 %) casa 
alugada, cedida ou emprestada. Os materiais predominantes utilizados na construção dessas 
residências foram alvenaria 26 (96,3 %) e madeira 1 (3,7 %). Ainda nos domicílios, de acordo 
com as questões sanitárias, 74,1 % dos entrevistados possuem água encanada, 85,2 % fossa, 
96,3 %têm banheiro, 74,1 % rede de esgoto e 85,2 % coleta de lixo. Os que possuem energia 
elétrica totalizam 98 %. 
 
b) Bens materiais: transporte, utensílios domésticos e telefonia 
Dos bens materiais relacionados ao transporte, o mais utilizado é a bicicleta com 55 %. Com 
relação aos eletrodomésticos, destacam-se: o ventilador (37 %), o fogão (100 %), a geladeira 
(81,5 %), freezer (25,9 %), a TV (92,6 %), o liquidificador (59,3 %), o aparelho de som 
51,9 % e o vídeo/DVD (66,7 %). Na telefonia, os aparelhos móveis (celulares) representaram 
66,7 %. 
 
c) Escolaridade 
Segundo o grau de escolaridade, verifica-se que o maior valor entre os entrevistados (25,9 %), 
bem como os chefes de família (24,5 
%), representa o Ensino Fundamental 
I incompleto. O total correspondente 
de escreve o nome é de 22,2 % para 
os pescadores (Figura 14). 
 
 
 
 
Figura 14. Nível de escolaridade dos 
pescadores. 
 
Escolaridade
22,2%
25,9%
11,1%
22,2%
14,8%
3,7%
Escreve o nome
Fundamental I incompleto
Fundamental I completo
Fundamental II incompleto
Fundamental II completo
Médio incompleto
 
 
 
32 
d) Saúde 
O histórico de doenças mostra que, 55,6 % do total de pessoas entrevistadas declararam ter 
algum tipo de doença. Dentre os problemas de saúde de interesse deste estudo, os mais 
representativos são: problemas de coluna (25,9 %), doenças nos olhos (11,1 %), hipertensão 
(12,2 %), 7,4 % doenças de pele, 2 % reumatismo e 11,1 % apresentam outras doenças que 
não foram citadas acima. 
Segundo os pescadores, todos costumam utilizar serviços de posto de saúde ou hospital. 
Considerando esta afirmação, observa-se que, 40,7 % utilizam os serviços médico-
hospitalares encontrados na vizinhança, 51,9 % no próprio município, 10,2 % nos municípios 
próximos e 5,3 % nas capitais. 
 
1.1.1.2 - Atividade Econômica 
 
Das 27 entrevistas realizadas em Salinas, 17 homens (63 %) e 10 mulheres (37 %), são 
pescadores (as). A principal atividade exercida por eles é a pesca estuarina/manguezal 
(92,6 %). A relação trabalhista dos (as) pescadores (as) mostra que 100 % são pescadores 
autônomos. 
 
a) Jornada de Trabalho na Pesca
O tempo médio que trabalham na atividade pesqueira é de 15,93 anos, a média de dias 
trabalhados por semana é de 4,85. O maior índice encontrado para a média de horas 
trabalhadas por dia esteve entre 4 e 8 horas, correspondendo a 100 %. 
 
b) Embarcações e Aparelhos de Pesca 
O tipo de embarcação mais presente é a jangada (51,9 %), utilizados por 39,1 % das pessoas 
com atividades gerais relacionadas diretamente à pesca. Na questão referente aos aparelhos 
utilizados para tal atividade, representando 74,1 % do total, a tarrafa encontra-se entre as mais 
citadas, acompanhadas da linha de mão (37 %), redes de emalhar/espera/caçoeira/malhadeira 
(18,5 %), rede de arrasto (18,5 %) e linha/vara de pescar siri (14,8 %). 
Uma vez sabendo quais as embarcações e os aparelhos de pesca mais utilizados foram 
realizados cruzamentos no intuito de investigar com detalhe qual a relação que possuíam. 
 
 
 
33 
Verificou-se que os 14 (51,9 %) pescadores que utilizam jangada, 14 (100 %) tem a pesca 
com mangote como principal técnica para captura do pescado, seguida pelas pescas com 
tarrafa 10 (71,4 %), rede de arrasto 5 (35,7 %), linha de mão 5 (35,7 %), redes de 
emalhar/espera/caçoeira/malhadeira 3 (21,4 %), linha/vara de pescar siri 2 (14,3 %) e utilizam 
outros apetrechos de pesca 7 (50 %). 
 
c) Comercialização do Pescado 
Segundo os (as) pescadores (as), 59,3 % da produção do pescado é para o consumidor, o 
restante é vendido diretamente, para: o consumo próprio (25,9 %), e o peixeiro/atravessador 
(18,5 %). Em Salinas, situada próxima a praia de Porto de Galinhas com um dos maiores 
movimentos de turistas de Pernambuco, a comercialização para o consumidor é facilitada pela 
presença de veranistas e turistas. 
 
d) Impactos na Atividade Pesqueira 
Para os pescadores, vários fatores tem prejudicado a atividade pesqueira. Entre eles, os que 
mais merecem destaque são: a poluição da água (51,9 %), o lixo (37 %), a diminuição dos 
recursos naturais (33,3 %), a falta de saneamento básico (25,9 %), a falta de políticas públicas 
direcionadas ao setor (18,5 %), a falta de organização do setor (11,1 %) e 74,1 % apontaram 
outros fatores. 
 
e) Alternativas de Fontes de Renda 
Verificando a estatística voltada para esta questão, é possível perceber que alguns pescadores, 
no intuito de aumentar sua renda, acabam desenvolvendo atividades extras não relacionadas à 
pesca. Ainda no questionário, existem os que almejam outra fonte de renda e os que já 
experienciaram outros trabalhos. Para os que disseram possuir rendas extras, as mais citadas 
foram: comércio (11,1 %), construção civil (11,1 %) e em outras atividades (18,5 %). Por 
outro lado, dos que gostariam de ter um rendimento alternativo, os mais almejados são os 
caseiros/serviço doméstico (14,8 %), serviços gerais (7,4 %), construção civil (7,4 %), 
comércio (3,7 %) e em outras atividades (14,8 %). Para os pescadores que já tiveram outras 
experiências de trabalho, 29,6 % foram na construção civil (16,3 %), 11,1 % nos serviços 
 
 
 
34 
gerais, 7,4 % como caseiros/doméstico, 11,1 % no comércio, 3,7 % na indústria e 22,2 % em 
outras atividades. 
 
f) Capacitação 
Dos que afirmaram ter feito algum tipo de capacitação, 3,7 % tiveram capacitação em meio 
ambiente, 11,1 % em outros 
tipos. Contudo, 85,2 % não 
participaram de nenhuma 
capacitação (Figura 15). 
 
 
 
 
Figura 15. Entrevistados que 
participaram de cursos de 
capacitação. 
 
 
Atualmente, 62,9 % tem vontade de 
se capacitar, sendo 33,3 % na 
atividade pesqueira e 29,6 % em 
outras atividades. Para os 37 % 
restantes, qualquer capacitação ou 
treinamento está rejeitado (Figura 
16). 
 
Figura 16. Pescadores à oferta de 
capacitação. 
 
 
g) Financiamento na Atividade Pesqueira 
A caracterização dos entrevistados em relação ao recebimento individual ou coletivo de 
crédito/financiamento, projeto produtivo ou assistência técnica, revelou que 7,4 % das pessoas 
receberam crédito individual, porém não souberam informar o banco que forneceu a linha de 
crédito. 
Capacitação
37,0%
33,3%
29,6%
Não gostaria
Pesca
Em outra atividade
Cursos de Capacitação
0%
20%
40%
60%
80%
100%
não fez capacitação
gerencial
capacitação
técnica
meio
ambiente
outros
Sim Não Não se aplica
 
 
 
35 
h) Renda Familiar 
A renda salarial para 88,9 % dos pescadores que vivem em família, não ultrapassa 
mensalmente
5
 dois salários mínimos. O maior valor, 51,9 %, são paras os que recebem entre 1 
e menos do que 2 salários (Figura 17). 
É possível observar que 96,3 % das 
rendas individuais, também são 
inferiores a dois salários mínimos, 
quando relacionadas com a atividade 
principal de cada entrevistado. 
 
Figura 17. Renda familiar total por 
mês. 
 
 
i) Programas Sociais 
As informações referentes aos benefícios recebidos por algum programa social estão 
apresentadas na figura 18. De todos os entrevistados, 44,4 % afirmaram receber algum 
benefício, sendo os mais citados: o 
programa Bolsa Família (22,2 %) 
e o Benefício Assistência de 
Prestação Continuada – 
BPS/LOAS (22,2 %). 
 
 
 
Figura 18. Pescadores/família 
contemplados por benefícios sociais. 
 
A distribuição de entrevistados contemplados segundo a renda familiar mensal revela que, o 
Bolsa Família é o programa mais citado nas classes com renda abaixo de 2 salários mínimos 
(100 %). Para os 66,7 % com renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos, o programa mais 
citado foi o Benefício Assistência de Prestação Continuada – BPS/LOAS. 
 
5
 Considera-se o total de rendimentos da família, provenientes de todas as fontes, não apenas aquela que advém 
da atividade da pesca. 
Renda Familiar
7,4%
29,6%
51,9%
7,4% 3,7%
Menos de ½ s.m.
De ½ a menos de 1 s.m.
De 1 a menos de 2 s.m.
De 2 a menos de 5 s.m.
NS/NR
0%
20%
40%
60%
80%
100%
N
en
hu
m
Bo
lsa
Fa
m
íli
a
Se
gu
ro
D
es
em
pr
eg
o
Se
gu
ro
D
ef
es
o
BP
S/
LO
A
S
PE
TI
O
ut
ro
s
Benefícios Sociais do Governo Federal
Não se aplica
Sim
Não
 
 
 
36 
 
j) Organização Social 
Sobre o associativismo 14,8 % 
pescadores encontram-se 
associados à colônia (Figura 19). 
Desses, 75 % pescam no estuário/ 
manguezal e 25 % no mar de 
dentro. 
 
Figura 19. Pescadores filiados à 
Associação/Colônia. 
 
 
l) Ações de Instituições Ligadas ao Meio Ambiente 
Sobre o conhecimento de instituições que realizem algum tipo de ação na área ambiental em 
seu município, os entrevistados identificaram: o IBAMA (11,1 %). 
 
m) Documentação do pescador 
Com relação à documentação do pescador, 48,1% possuem a carteira de trabalho (CTPS), 
11,1% a da SEAP, 7,4% a da Capitania dos Portos e 3,7% a da Colônia de pescadores. Esta 
comunidade foi a que apresentou menor número de pescadores com documentação da região 
sul. 
Os que contribuem para a previdência social são 14,8% e 77,8% os que não contribuem. 
 
1.2.3 – Análise Socioambiental 
 
A comunidade de Salina constitui atualmente características de favela e encontra-se formada 
não só por pescadores, mais por prestadores de serviços afastados do centro Serrambi devido 
ao crescimento do turismo. 
0%
20%
40%
60%
80%
100%
nen
hum
a
Mo
rad
ore
s
Pro
dut
ore
s
 Pe
sca
dor
es
Co
lôn
ia
Co
ope
rat
iva
out
ros
Não se aplica
Não
Sim
Filiação à Associação
 
 
 
37 
A atividade pesqueira é realizada no canal do

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