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Sistema Urinário: Função e Circulação Renal

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SISTEMA URINÁRIO I 
Mais ou menos 200 litros de sangue são filtrados pelos rins em 24 horas, e as pessoas urinam cerca de 1+2 litros por dia. 
20-25% do débito cardíaco é filtrado pelos rins. 
Rins – trato/sistema urinário superior; Vias urinárias – trato/sistema urinário inferior: ureteres, vesícula/bexiga urinária 
e uretra. *Gatos têm muitas lesões em inferior. *Cão, macho, tem muita obstrução. 
*Em uma castração, por exemplo, caso liguem ureter sem querer, os rins vão continuar filtrando, porém o a urina não 
vai ser mandada pra bexiga, acumulando líquido nos rins: hidronefrose. 
*As vias urinárias das fêmeas são mais curtas, e a uretra mais larga, tendo pouca obstrução; Machos possuem vias 
urinárias mais longas, e uretra mais fina – a uretra dos machos passa dentro da próstata, portanto, qualquer processo 
em próstata diminui a excreção de urina (neoplasias, inflamação/infecção). *Felinos possuem uretra pequena/menor, e 
alças mais longas, reabsorvendo mais água. 
FUNÇÃO DOS RINS – equilibram água e eletrólitos no corpo através da filtração, reabsorção, excreção (de produtos 
metabólicos e químicos), produção/liberação de hormônios: eritropoetina, renina. Os rins possuem papel importante na 
regulação da pressão sanguínea, pelo sistema renina/angiotensina/aldosterona; Também tem papel importante na 
regulação do equilíbrio ácido-base: reabsorve bicarbonato e excreta hidrogênio – se hidrogênio não for eliminado, causa 
uma acidose metabólica (animal fica ofegante pra compensar). 
Além disso, os rins também ativam a vitamina D, e fazem um pouco de gliconeogênese na medula renal. 
Filtração – reabsorção + secreção = urina 
**Néfron – composto pelo glomérulo, túbulo proximal, alça de Henle, túbulo distal e ductos coletores. Néfrons não 
podem se regenerar. 
• Quando ureia e creatinina aparecem alterados, é sinal de perda de 70% do parênquima renal – primeiro se percebe a 
mudança na densidade urinária, portanto deve-se pedir urinálise. Porém, a urinálise pode perder lesões renais recentes, 
que não alteram a densidade. 
 NÉFRONS – existem os corticais: o glomérulo fica no córtex, e apenas uma parte da alça de Henle na região medular; e 
os justamedulares: os glomérulos ficam mais próximos a medula, e os túbulos ficam totalmente na região medular, e 
são mais longos – justamedulares são mais efetivos em desenvolver e manter o gradiente osmótico. Cães possuem mais 
néfrons corticais, e gatos possuem néfrons justamedulares (praticamente todos). 
CIRCULAÇÃO – a circulação renal começa na artéria renal, e vai até as arteríolas aferentes – vai reduzindo o diâmetro 
dos vasos gradativamente, para o sangue não chegar com muita pressão ao glomérulo. 
Em situações de hipotensão (sangue não chega com pressão adequada aos rins), prostaglandinas provocam 
vasodilatação nas arteríolas aferentes (só aferentes); além disso, ocorre vasoconstrição nas arteríolas eferentes, tudo 
pra aumentar a pressão glomerular. O uso de muito anti-inflamatório, causa uma diminuição das prostaglandinas, 
impedindo a vasodilatação das arteríolas aferentes, diminuindo o fluxo/pressão no glomérulo. Em situações de 
hipertensão (chega sangue com muita pressão nos rins), ocorre o contrário – vasoconstrição da aferente, e 
vasodilatação da eferente. 
Pacientes cardiopatas – a pressão sistêmica está aumentada, porém não chega muito sangue nos vasos periféricos (rins 
são periféricos). Os rins entendem que a pressão está baixa, libera renina, ativando o sistema 
renina/angiotensina/aldosterona – ocorre mais reabsorção de sódio e água, aumentando ainda mais a pressão sistêmica 
que já estava alta. 
 
GLOMÉRULO 
A taxa de filtração é feita pela pressão hidrostática (pelo coração), que deve estar maior que a pressão osmótica pra 
ocorrer a filtração. Na cápsula de Bowman também existe uma pressão, e se essa estiver alta, também vai dificultar a 
filtração glomerular – ex.: uma obstrução em ureter, começa a acumular líquido na cápsula, aumentando a pressão. 
Em situações de baixa pressão, onde também ocorre baixa filtração glomerular (baixa pressão hidrostática), a mácula 
densa entende que a pressão está baixa (percebe os níveis de sódio na urina), e libera renina, que vai ativar o sistema 
renina/angiotensina/aldosterona. A aldosterona e o ADH (antidiurético, liberado quando angiotensina II age em sistema 
nervoso) vão reabsorver mais sódio e água (ADH abre mais aquaporinas). Se não houver necessidade, os níveis de ADH 
caem. 
• As células do túbulo distal em contato direto com as células das arteríolas, formam a mácula densa (que detecta 
níveis de sódio da urina). A mácula densa faz parte do aparelho justaglomerular, que é todo o conjunto de túbulo 
distal e arteríolas (não só as células em contato).Quando passa pouco sódio pela mácula densa, ela “entende” que 
o individuo está em hipovolemia/pressão baixa, fazendo com que os rins liberem renina. 
Os rins possuem permeabilidade seletiva a proteínas – proteínas de baixo peso molecular são filtradas (<1,8 nm), e as de 
alto peso não passam pela filtração, ou são minimamente filtradas (>4,4 nm - albumina). Além disso, o endotélio do 
glomérulo possui carga negativa (-), portanto repele proteínas de carga também negativa. Quando a albumina sérica 
está baixa, é sinal de: ou o animal não está ingerindo, ou o fígado não está mais produzindo (I.H. crônica), ou está 
ocorrendo perdas de albumina, pela urina (está passando pelos glomérulos) e fezes. 
• Glomérulo nefrite – é a inflamação do glomérulo, causado por: aumento do fluxo que chega ao glomérulo, ou agentes 
infecciosos/substâncias tóxicas – nesses casos ocorre migração de células inflamatórias ao local (principalmente 
macrófagos), que formam fibroblastos/tecido fibroblástico, fazendo uma cicatrização/fibrose no glomérulo (o tecido é 
substituído por fibrose), causando uma perda da função glomerular. 
TÚBULO PROXIMAL – reabsorve 65% de tudo que passou pela filtração glomerular (sódio, potássio, cloro, bicarbonato, 
glicose, aminoácidos), e um pouco de água; Também ocorre secreção de íons que interferem no equilíbrio ácido-base 
(hidrogênio), e o lúmen está isosmótico. 
ALÇA DE HENLE – Na porção descendente ocorre reabsorção de água, e o lúmen está hiper-osmótico. 
Na porção ascendente ocorre reabsorção de eletrólitos (Na, Cl, K, Ca, Mg), secreção de hidrogênio e reabsorção de 
bicarbonato, não há reabsorção de água, e o lúmen está hipo-osmótico. 
TÚBULO DISTAL – ocorre reabsorção de íons (Na, Cl, Ca, Mg) e água – água só é reabsorvida em túbulo distal com a ação 
hormonal do ADH. 
DUCTO COLETOR – ocorre reabsorção de água com a ação hormonal do ADH, reabsorção de íons (Na, Cl, HCO3), e 
secreção de hidrogênio. 
TRATO URINÁRIO INFERIOR (T.U.I.) – lesões nervosas podem alterar a contratilidade da bexiga, ou tônus de esfíncter. 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA DE SISTEMA URINÁRIO 
(1) Identificação – ajuda no diagnóstico: filhotes apresentam mais doenças infecciosas, parasitárias, malformações; 
idosos têm mais DRC, neoplasias, urolitíases; dálmatas, shnauzer são predispostos a ter cálculos. 
(2) Anamnese – animais apresentam sinais sistêmicos em problemas renais, não muito em problemas de TUI – 
alterações de micção: poliúria/oligúria, de frequência normal ou polaquiúria, iscúria: não consegue urinar, mas a bexiga 
está repleta (provável obstrução); anúria: não produz urina, bexiga vazia; disúria: dificuldade de urinar; estrangúria: dor 
ao urinar. Deve-se saber sobre a ingestão de água do animal: se há polidipsia; Aspecto da urina (cor, odor, turbidez, 
hemorragias, cristais); Se há alterações digestivas: odor urêmico, vômito, diarreias, anorexia, acúmulo de compostos 
nitrogenados/hidrogênio; Animal perde peso, e a pressão sanguínea é um ponto importante a ser avaliado.Animal azotêmico – vai ocorrer lesão de mucosa intestinal, causando diarreia/êmese. 
Anti-inflamatórios não esteroidais e alguns antibióticos são medicamentos nefrotóxicos. 
(3) Meios Semiológicos – no sistema urinário são utilizados a inspeção e a palpação. 
Abordagem inicial – avalia estado geral do animal: bom, regular, ruim, através do EC (escore corpóreo), nível de 
consciência, locomoção e tegumento. Se avalia funções vitais – FC/FR podem estar alterados pela acidose metabólica; 
temperatura, linfonodos, mucosas e hidratação (importante). 
Em animais caquéticos é possível palpar facilmente os rins (inspeção direta); na palpação deve-se observar: 
sensibilidade, volume, superfície, modificação da posição e consistência. *Persa – comum ter cistos renais, fica sensível 
a palpação. Ou inspeção indireta por: RX (simples e contrastado), ultrassonografia, laparoscopia, biópsia renal, exames 
laboratoriais. 
Também deve-se inspecionar/palpar bexiga, observando: aumentos de volume, concreções, alterações de parede, 
sensibilidade. 
(4) Exames laboratoriais – urinálise, bioquímica sérica – pode-se ver anemia, azotemia; dosagem de eletrólitos. Pra 
função glomerular: ureia e creatinina séricas e proteína urinária; Pra função tubular: densidade urinária (urinálise), 
fração e excreção de eletrólitos. 
EXERCÍCIO 
Cite exames laboratoriais e sintomas clínicos correspondentes para as seguintes perdas de atuação do néfron: 
 Exame laboratorial Sintoma 
Filtração Ureia e creatinina, PU/CU, fósforo – se tiver 
lesão glomerular vai apresentar azotemia, 
proteinúria e hiperfosfatemia 
Êmese; G.E.; anorexia, apatia, edema; 
osteodistrofias = “mandíbula de borracha” – ocorre 
sequestro ósseo devido a hiperfosfatemia (tira 
cálcio do osso pra equilibrar a relação com o 
fósforo. 
Reabsorção Densidade urinária, glicosúria (túbulo não 
está reabsorvendo - hipostenúria). 
Poliúria/polidipsia, desidratação. 
Secreção H+/K+ (não são excretados) Hiperventilação/bradicardia e arritimia – o acúmulo 
de H+ leva a acidose metabólica, resultando na 
hiperventilação, uma tentativa do corpo liberar CO2 
pra aumentar o pH e controlar a acidose. 
Quando as funções renais são alteradas, também altera a função endócrina – rins não produzem/liberam eritropoetina 
e renina, podendo levar a anemia e hipotensão.

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