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Apostila Classificacao Rochas Igneas

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Petrologia Ígnea Classificação de rochas ígneas 2017 
Universidade Federal de Mato Grosso 
Faculdade de Geociências – Curso de Graduação em Geologia 
Prof. Ronaldo Pierosan Página 1 
 
CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS ÍGNEAS SEGUNDO A IUGS 
Sumário 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 1 
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO ........................................................................................................................... 1 
Classificação ................................................................................................................................................... 2 
Índices M e M’ ........................................................................................................................................... 3 
Sistemática de classificação ....................................................................................................................... 3 
ROCHAS PLUTÔNICAS ........................................................................................................................................ 5 
ROCHAS VULCÂNICAS ........................................................................................................................................ 9 
CARBONATITOS ............................................................................................................................................... 14 
KIMBERLITOS ................................................................................................................................................... 14 
LAMPROÍTOS ................................................................................................................................................... 16 
LAMPRÓFIROS ................................................................................................................................................. 17 
CHARNOQUITOS .............................................................................................................................................. 18 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................................... 19 
 
 
INTRODUÇÃO 
 Um dos aspectos mais críticos ligados a caracterização de rochas ígneas sempre foi o 
estabelecimento de um sistema de classificação baseado em critérios racionais de avaliação. Como as 
rochas ígneas apresentam uma variedade muito grande de texturas e estruturas, associações mineralógicas 
e modos de ocorrência, são também múltiplos os critérios de classificação. Nenhuma classificação deve ser 
rígida, devendo sempre se levar em conta que os limites das divisões devem ser considerados vagos e de 
transição. Em 1967, a União Internacional de Ciências Geológicas (International Union of Geological 
Sciences – IUGS) criou a Subcomissão Sobre a Sistemática das Rochas Ígneas, cuja finalidade foi a de 
estabelecer um sistema simples, racional e prático para denominar e classificar as rochas ígneas, sendo a 
primeira tentativa do gênero a ser realizada por um grupo de geocientistas de todas as partes do mundo. O 
primeiro relatório da Subcomissão foi apresentado em 1972 no 24° Congresso Internacional de Geologia de 
Montreal e publicado em várias revistas científicas (Streckeisen, 1973), quando se estabeleceu a base para 
uma classificação petrográfica das rochas ígneas plutônicas. Desde aquela época a comissão esteve 
envolvida com a sistemática de outros grupos de rochas, apresentando em 1980 as sugestões para 
classificação das rochas vulcânicas, lamprófiros, carbonatitos e rochas melilíticas (Streckeisen, 1980). 
Posteriormente, foi também sugerida uma classificação para rochas piroclásticas. 
Neste texto, apresentamos a classificação estabelecida pela IUGS para vários grupos de rochas 
ígneas – a qual é recomendada junto aos numerosos centros de pesquisas e de atividades educacionais 
espalhados por todo o mundo e que será adotada em nosso curso de Petrologia. 
 
 
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO 
 Uma classificação conveniente das rochas ígneas deve: 
Petrologia Ígnea Classificação de rochas ígneas 2017 
Universidade Federal de Mato Grosso 
Faculdade de Geociências – Curso de Graduação em Geologia 
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- respeitar da melhor maneira possível as associações naturais existentes entre os diversos grupos de 
rochas; 
- seguir o mais rigorosamente possível os nomes e convenções historicamente usados e aceitos pelos 
geocientistas; 
- ser simples e fácil de utilizar. 
 Assim, as definições aqui usadas têm caráter flexível e poderão ser modificadas caso o consenso 
atual dos geólogos difira do que for apresentado. 
 São consideradas ígneas todas as rochas maciço-granulares de “aspecto ígneo”, independente da 
origem. Se existirem dúvidas quanto à origem – se ígnea, metamórfica ou metassomática, ou ainda 
poligenética – fica a critério do geólogo a nomenclatura a utilizar. 
 Termos com conotações geológicas ou petrológicas, não devem ser usados como nome de rocha. 
Ex: Ofiolíto: termo que corresponde a uma associação de rochas formadas em ambiente geotectônico 
característico. Da mesma forma, nomes definidos em bases químicas, devem ser rejeitados. Ex: Yozemitito: 
termo utilizado a uma rocha que petrograficamente é um leuco-granito. Devem ser também evitados 
nomes de rochas mal definidos ou ambíguos. 
 Para a classificação de uma rocha deve-se usar, de preferência, a mineralogia primária não se 
levando em conta especialmente os minerais de alteração a baixas temperaturas. No caso de rochas 
fortemente alteradas deve-se usar como nome petrográfico – na medida que relictos texturais e 
mineralógicos o permitem – um termo composto. Ex: Basalto albitizado. 
 São consideradas “PLUTÔNICAS” as rochas com textura fanerítica que se presume tenham 
cristalizado a profundidades consideráveis; “VULCÂNICAS” são as rochas com texturas afaníticas, vítreas ou 
com granulação fina a muito fina. Para ambos os tipos, é independente a presença ou ausência de 
fenocristais e/ou megacristais. 
 As variedades de rochas, em função da composição mineralógica, se definem de preferência 
mediante o acréscimo de adjetivações segundo as seguintes regras: 
- a presença de um constituinte varietal (maior de 5%) é indicada mediante o acréscimo do nome do 
mineral como prefixo do nome da rocha. Ex: biotita sienogranito. Se a rocha possuir mais de um mineral 
varietal importante, o mais abundante fica mais próximo do nome da rocha. Ex: hornblenda-biotita 
monzogranito. 
- um constituinte acessório importante, em quantidades menores que 5%, não deve definir o nome da 
rocha. Pode-se indicar sua presença usando a preposição “com” após o nome da rocha. Ex: hornblenda-
biotita granodiorito com titanita. 
 
Classificação 
 Para classificar as rochas ígneas a IUGS adotou a separação inicial dos minerais formadores de 
rochas em dois grandes grupos (já proposta por Shand em 1916): 
- minerais máficos 
- minerais félsicos 
 
Grupo dos minerais máficos são na maioria das vezes também minerais “escuros”, porque contém 
quantidades apreciáveis de Fe e Mg: micas (biotita, flogopita, muscovita, etc.), anfibólios, piroxênios, 
olivinas, espinélios, minerais opacos, epidotos (alanita), granadas, melilita, monticelita, carbonatos 
Petrologia Ígnea Classificação de rochas ígneas 2017 
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primários, fluoritas, apatita e todos os silicatos acessórios (zircão, titanita, etc.). Observa-se que por esta 
definição aparecem classificados como máficos, algunsminerais de cor clara. 
Índices M e M’ 
A porcentagem volumétrica (modal) dos minerais máficos é indicada pela letra M. A porcentagem 
volumétrica (modal) dos minerais de cor escura é chamada, pela IUGS, de “Índice de Cor” e representado 
pela letra M’. 
Assim: M’ = M – (máficos claros) 
Grupo dos minerais félsicos são praticamente de cor clara e incluem a maioria dos constituintes 
essenciais das rochas ígneas. A IUGS subdivide este grupo em: 
 Q – minerais do Grupo da Sílica (quartzo, tridimita, cristobalita) 
A – Feldspatos Alcalinos (ortoclásio, microclínio, pertita, sanidina, anortoclásio, albita An0-5) 
 P – Plagioclásio An5-100 (escapolitas) 
F – Feldspatóides (leucita e pseudoleucita, nefelina, sodalita, noseana, haunita, cancrinita, 
analcima, etc.) 
Sistemática de classificação 
 A classificação das rochas é feita através da composição modal (porcentagem em volume) dos 
minerais constituintes das rochas, sendo que as rochas com M < 90 são classificadas de acordo com seus 
constituintes félsicos, enquanto que as rochas com M > 90 são classificadas segundo seus constituintes 
máficos. Nas rochas ígneas com M < 90, Q e F não coexistem e, portanto, é possível separar as associações 
A, P e F das outras com A, P e Q. Assim, construiu-se um duplo triângulo com Q, A, P e F representado nos 
vértices por Q e F, e uma base comum representada pelo segmento A-P. (fig. 1). As proporções modais de 
Q, A e P ou a alternativa F, A e P, devem ser recalculadas para 100, ou seja: 
Q + A + P = 100 ou F + A + P = 100 
Calcula-se também o Índice Feldspático que é: plagioclásio / total de feldspatos: 
IF = P . 100 
A + P 
Lançando-se estes dois valores - o valor de Q (ou F) e o valor de IF - no triângulo correspondente, 
obtém-se um ponto dentro de um campo correspondente ao nome da rocha. Esta divisão, inicialmente 
proposta para as rochas plutônicas, foi também adotada para as rochas vulcânicas. Outra possibilidade de 
obter-se a classificação da rocha consiste em plotar os valores recalculados de Q (ou F), A e P diretamente 
em um triângulo coordenado (milimetrado), conforme anexo I. 
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Figura 1 – Diagrama QAPF 
Exemplo: 
Análise modal realizada numa rocha granular média a grossa: 
 
Quartzo 30,9 % 
Ortoclásio 57,9 % 
Oligoclásio 3,8 % 
Biotita 5,6 % 
Fluorita 0,8 % 
Opacos 0,3 % 
Zircão 0,2 % 
Esfeno 0,5 % 
 ________ 
 Total 100,00 % 
 
Q + A + P = 92,6 % 
 92,6 % = 100 % 
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Recalculando: 92,6 = 100 
30,9 = x x = 33,4 % ou Q = 33,4 % 
92,6 = 100 
 57,9 = y y = 62,5 % ou A = 62,5 % 
 92,6 = 100 
 3,8 = z z = 4,1 % ou P = 4,1 % 
 
Índice Feldspático: IF = P .100 
 A + P 
 IF = 4,2 . 100 = 6,3 
 62,5 + 4,2 
 
Classificação: levando-se ao diagrama da figura 1 os valores de Q (recalculado) = 33,4 e o índice 
feldspático IF = 6 , teremos uma rocha correspondente ao campo 2. 
ROCHAS PLUTÔNICAS 
Campo 1 
 Compreendem as rochas quartzíticas que são muito raras, podendo porém existir aquelas com 
quase 100% de quartzo em veios, segregações ou núcleos de pegmatítos. Para estas rochas compostas 
predominantemente por quartzo é sugerido o termo quartzolito (campo 1a). É também usado na literatura 
o nome “silexito”, mas este é desaconselhado pela IUGS, porque pode ser confundido com termos usados 
como sinônimos de rochas sedimentares – flint e chert. 
 Campos 2 a 5 
 As rochas desses campos são denominadas com o termo geral de granitóides. 
 No campo 2, o nome feldspato alcalino granito é sugerido como nome raiz. Nomes específicos 
indicarão o tipo de feldspato alcalino presente. Ex: Ortoclásio granito; Albita granito. 
 O termo granito peralcalino é aplicado para as rochas do campo 2 que contenham piroxênio e/ou 
anfibólio sódico (a mesma sugestão é aplicada para os campos 6*, 6 e 6’). O termo alaskito pode ser 
empregado para o feldspato alcalino granito com M = 0-10. 
 Granito é o termo genérico usado para designar as rochas do campo 3 (a e b). O termo específico 
para o campo 3a é sienogranito e para o campo 3b é monzogranito. 
No campo 5, o termo tonalito foi descrito primeiramente por Vom Rath em 1864 para descrever 
rochas do Monte Tonale no nordeste da Itália, e é aplicado a rochas com presença ou não de hornblenda, 
embora os tonalitos comumente apresentam biotita e hornblenda como principais componentes máficos. 
O termo trondjemito (= plagiogranito) é usado para tonalitos com M = 0-10, que contenham oligoclásio ou 
andesina. 
Campos 6 a 10 
As rochas dos campos 6 a 10, 6* a 10* e 6’ a 10’ apresentam basicamente os mesmos nomes raiz 
sendo eles: 
Campo 6 – Feldspato alcalino sienito 
 Campo 7 – Sienito 
 Campo 8 – Monzonito 
 Campo 9 – Monzodiorito / Monzogabro 
 Campo 10 – Diorito / Gabro / Anortosito 
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Figura 2 – Diagrama QAPF para rochas plutônicas. 
Para as rochas dos campos 6* a 10* (Q = 5 – 20), acrescenta-se o prefixo “quartzo” (ex: Quartzo 
sienito, Quartzo monzonito,etc.). As rochas dos campos 6’ a 10’ é acrescentado o termo “com feldspatóide” 
(ex: Sienito com feldspatóide, Monzonito com feldspatóide, etc.), indicando-se o feldspatóide presente (ex: 
Sienito com nefelina). 
 Para as rochas dos campos 6*, 6 e 6’, utiliza-se o termo sienito que foi utilizado pela primeira vez 
para descrever rochas graníticas da região de Syene no Egito. Aplicam-se os mesmos critérios estabelecidos 
para o campo 2: - indica-se o feldspato presente (ex: Ortoclásio sienito), e aplica-se o termo sienito alcalino 
para as rochas destes campos que contenham piroxênio c/ anfibólio sódico. 
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A distinção entre dioritos e gabros (e também entre Monzodioritos e Monzogabros) é feita 
principalmente usando-se como critério o teor de An do plagioclásio (valem os mesmos critérios para os 
campos 9*, 9’, 10* e 10’): 
- Dioritos An < 50 
- Gabros An > 50 
A separação baseada no índice de cor ou colorimétrico (gabros são mais escuros que dioritos) não é 
recomendada pela IUGS, podendo-se porém, usar com certo cuidado, outros critérios como: 
 
Associação mineralógica 
- Dioritos típicos são constituídos por oligoclásio ou andesina, tendo hornblenda e biotita como máficos 
mais comuns, ocorrendo às vezes augita, olivina é pouco comum, podendo ocorrer quartzo. 
- Gabros típicos são constituídos por labradorita ou bitaunita, contendo clinopiroxênio, ortopiroxênio e 
olivina como máficos mais característicos, sendo hornblenda um máfico menos comum. Estes minerais, 
somados a quantidades menores de biotita, granada e espinélio, perfazem em geral 95% da composição da 
rocha. 
Associação de rochas 
- Dioritos ocorrem geralmente associados a granodioritos, tonalitos e quartzo dioritos, na forma de corpos 
pouco expressivos. 
- Gabros em geral aparecem associados a anortositos e rochas ultramáficas, frequentemente em contatos 
gradacionais, em ocorrências não muito extensas. Também é comum a ocorrência degabros associados a 
complexos ofiolíticos. 
Existe uma grande variedade de gabros, definidos geralmente em função da presença e abundância 
de máficos. A nomenclatura dos tipos mais comuns de gabros é há muito tempo utilizada e a IUGS sugere a 
sua continuidade, segundo a classificação da figura 3, onde estas rochas são divididas em três grupos 
principais: 
1 - Gabros constituídos por plagiocásio, piroxênio e olivina. 
2 - Gabros constituídos por plagioclásio, piroxênio (orto e/ou clino) e hornblenda. 
3 - Gabros constituídos por plagioclásio, ortopiroxênio e clinopiroxênio. 
Nesta classificação (cuja metodologia de uso é a mesma utilizada para o duplo triângulo QAPF) 
devem ser recalculados a 100% somente os minerais necessários para lançar no triângulo, isto é, os 
minerais que compõem os vértices de cada triângulo, enquanto que a escolha do triângulo mais adequado 
a cada tipo de gabro se dá em função da presença e abundância dos máficos presentes na rocha. 
Na figura 3c, o termo gabro ou gabro normal é aplicado a estas rochas onde o clinopiroxênio 
(geralmente augita) é o máfico predominante ou único. O norito é uma rocha gabróide onde predomina o 
ortopiroxênio (hiperstênio ou enstatita) enquanto que as rochas que contenham orto e clinopiroxênio 
(mais de 5% de cada), são denominados de gabronorito. Anortosito foi um termo introduzido por Hunt em 
1857 para descrever rochas ricas em plagioclásio de uma região do nordeste do Canadá, e tem como 
sinônimo o termo plagioclasito. Estes termos são utilizados essencialmente para descrever rochas ricas em 
plagioclásio sendo este labradorita ou andesina na maioria das vezes, mas também bitaunita ou oligoclásio. 
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Figura 3 – Diagramas de classificação de gabros. 
Campos 11 a 15 
As rochas desses campos são conhecidas como rochas alcalinas (juntamente com as rochas dos 
campos 2, 6*, 6 e 6’, que contenham piroxênio e/ou anfibólio sódico) e são constituídas por quantidades 
apreciáveis (ou dominantes) de feldspatóides. Assim, o diagrama APF não apresenta todos os critérios 
necessários para a classificação dessas rochas, podendo os nomes sugeridos serem modificados através de 
informações adicionais como natureza do feldspatóide e/ou máfico presente, índice colorimétrico e 
características texturais, etc. 
Os nomes apresentados nos campos 11 e 15 são os nomes raiz das respectivas rochas, devendo-se 
especificar o feldspatóide presente: nefelina sienito (campo 11), nefelina monzosienito (campo 12), 
nefelinolito (campo 15), etc. Às rochas raras do campo 15, são ainda aplicados nomes especiais de acordo 
com o tipo de feldspatóide e minerais máficos presentes e o índice colorimétrico. (Ver figura 3). 
Para os campos 13 e 14 são sugeridos ainda nomes alternativos para as rochas, em função de 
termos consagrados pelo uso; essexitos e teralitos, respectivamente. Também é o conteúdo em An do 
plagioclásio que distingue os feldspatóide dioritos (e monzodioritos) dos feldspatóide gabro (e 
monzogabro). 
No campo 12 são propostos dois termos como nome raiz: - feldspatóide monzosienito e 
feldspatóide plagiosienito (sinônimos). 
 
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Conteúdo de minerais máficos nos vários grupos de rochas 
Na figura 4, aparecem os vários grupos de rochas ígneas plutônicas, distribuídos em diversos 
campos, correspondentes aos do diagrama QAPF, numa tabela que relaciona a classificação das rochas com 
o índice colorimétrico. O campo hachurado corresponde aos teores médios de máficos para cada rocha. Os 
termos “mela” e “leuco” são usados como prefixos ao nome raiz da rocha, se esta contiver uma quantidade 
maior ou menor de máficos. Ex: - Biotita Leucogranito (M < 5); - Biotita Melagranito (M > 20) 
 
 
 
Figura 4 – Classificação de rochas plutônicas de acordo com o tipo de feldspatóide, minerais máficos de cor escura e índice 
colorimétrico. Baseada nos campos do diagrama QAPF. 
 
ROCHAS VULCÂNICAS 
 Nas rochas vulcânicas, a composição mineralógica modal muitas vezes não pode ser determinada, 
em função de sua textura micro ou criptocristalina (ou até vítrea) que apresentam. Apesar da importância 
que a classificação química então adquire, a IUGS é da opinião que a classificação das rochas vulcânicas 
obedeça aos mesmos critérios das rochas plutônicas, seguindo as seguintes recomendações: 
 1 - Se a composição mineralógica pode ser determinada, as rochas vulcânicas são classificadas e 
nomeadas de acordo com o seu conteúdo mineralógico, posicionado no diagrama QAPF. 
 2 - Quando não for possível determinar o conteúdo mineralógico, classifica-se a rocha através de 
parâmetros químicos, correlacionando-a, porém, com a classificação mineralógica do diagrama QAPF. No 
entanto, dificilmente ocorrerá uma exata coincidência entre a classificação química e a modal. Entre as 
várias classificações químicas existentes na literatura, são sugeridas duas: 
- Diagrama sílica x álcalis de Harker (TAS) 
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- Método de Rittmann (Rittmann, 1973), que calcula uma assembléia mineralógica estável a partir da 
análise química, permitindo a plotagem direta no diagrama QAPF. 
3 - Rochas com fenocristais: rochas vulcânicas onde não é possível determinar com precisão todo o 
conteúdo mineralógico e não é vantajosa a análise química, podem ser denominados de acordo com os 
minerais reconhecíveis (fenocristais). 
4 - Rochas com material vítreo: rochas vulcânicas pórfiras com matriz vítrea são denominadas de 
acordo com os fenocristais (ou através de análise química). 
O conteúdo de material vítreo das rochas vulcânicas deve ser indicado como segue: 
0 a 20 % de material vítreo - rocha com vidro 
20 a 50 % de material vítreo - rocha rica em vidro 
50 a 80 % de material vítreo - rocha vítrea 
80 a 100 % de material vítreo - nomes especiais como: - obsidiana 
 - pitchstone 
Campo 1 
 Não ocorrem rochas vulcânicas com a composição correspondente ao campo 1. 
Campo 2 
 O nome raiz é feldspato alcalino riolito, indicando-se o feldspato presente. O termo riolito 
peralcalino é aplicado para as rochas deste campo que contenham piroxênio e/ou anfibólio sódico como 
componente modal ou normativo. Esta mesma sugestão é válida para os campos 6*, 6 e 6’. 
Campos 3 (a e b) 
 É usado o termo riolito (sinônimo de liparito) para todo o campo 3, e deriva da palavra grega rheo 
significando “correr”, “derramar” em alusão a aparência de fluxo bandado de muitos riolitos (Ferdinand 
von Richtofen, 1860). O termo riodacito é sugerido pra rochas transicionais entre os campos 3 e 4. 
Campos 4 e 5 
 As rochas que se enquadram em ambos os campos são denominadas pelo termo geral dacito que 
foi descrito originalmente nas Vladeasa Mountains, numa região que os romanos antigos chamavam de 
Dacia. Rochas do campo 5 são denominadas, por outras classificações de plagioclasito ou quartzo andesito, 
mas como são termos ambíguos, a IUGS sugere o termo geral dacito. 
Campos 6 a 8 
 As rochas dos campos 6 a 8, 6* a 8*, 6’ a 8’, possuem basicamente os mesmos nomes raiz: 
 Campo 6 – Feldspato alcalino traquito 
 Campo 7 – Traquito 
 Campo 8 – Latito 
 Para as rochas dos campos 6* a 8*, acrescenta-se, da mesma forma que para as plutônicas, o 
prefixo “quartzo”ao nome raiz. Ex: Quartzo traquito, Quartzo latito, etc. 
 Às rochas dos campos 6’ a 8’, são acrescentados os termos “com feldspatóide”. Ex: Traquito com 
feldspatóide, etc. Indicando-se o feldspatóide presente. Traquito é o correspondente vulcânico dos sienitos 
e o termo deriva da palavra grega “trachys” que lembra algo pedregoso, desigual, usado para descrever 
rochas vulcânicas com bandamento de fluxo (Haüy, 1813). 
 
 
 
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Figura 5 – Diagrama QAPF para rochas vulcânicas. 
 
 
 
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Campos 9 e 10 
 Estes campos contêm as rochas vulcânicas mais abundantes da crosta terrestre, Basaltos e 
Andesitos. Basalto é um termo antigo, e foi usado no século I por Caius Plinius em sua obra Natural History. 
O termo foi introduzido na geologia por Georg Bauer Agricola em meados do século XVI. A distinção entre 
Basaltos e Andesitos é feita segundo alguns critérios como: Índice colorimétrico, composição mineralógica 
e conteúdo de sílica. A IUGS sugere dois critérios combinados: conteúdo de sílica e índice colorimétrico 
(figura 6). 
 
Figura 6 – Divisão das rochas basálticas e andesíticas de acordo com o conteúdo de SiO2 e com o Índice de Cor. 
O conteúdo de sílica deve ser calculado a partir de análise química onde se desconsideram os 
conteúdos de H2O e de CO2. O índice colorimétrico que distingue andesitos de basaltos é igual a 40% 
quando normativo, já, quando determinado através de análise modal, é igual a 35%, que corresponde 
aproximadamente ao valor normativo. 
 A composição do plagioclásio pode ser utilizada com cautela para distinção entre andesitos e 
basaltos, tomando-se An = 50 como limite (semelhante a dioritos e gabros). Existem, por exemplo, muitos 
andesitos cálcio-alcalinos, cujo conteúdo de An normativa excede 65 e que apresentam fenocristais de 
labradorita ou bitounita. Ainda, a composição dos micrólitos de plagioclásio não pode ser determinada para 
uma grande quantidade de andesitos que possuem matriz criptocristalina. 
Campos 9* e 10* e Campos 9’ e 10’ 
 Os andesitos cálcio-alcalinos (bastante abundantes) estão distribuídos em sua grande maioria no 
campo 9*. Os basaltos cálcio-alcalinos e aluminosos (estes geralmente leucobasaltos) estão restritos no 
Campo 10; os basaltos toleíticos se distribuem entre os campos 10 e 10*, enquanto que os basaltos 
alcalinos comumente pertencem ao Campo 10’. Hawaiítos são geralmente dos Campos 9’ e 10’ e 
mugearitos dos Campos 9 e 9’. 
Campo 11 
 O termo fonolito deve ser aplicado a rochas que contenham essencialmente feldspato alcalino 
acompanhado de feldspatóides e máficos. Os feldspatóides mais comuns dessas rochas são a nefelina e 
haüina, sendo que o nome desses minerais geralmente não é adicionado ao nome da rocha. No entanto, se 
outro feldspatóide ocorrer em proporções consideráveis, ele será adicionado ao nome da rocha. Ex: Leucita 
Fonolito (rocha com feldspato alcalino, nefelina e/ou haüina, leucita). 
 Esta sugestão é também aplicada aos campos 12 a 15. 
Campos 12 a 14 
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 As rochas do Campo 12 , fonolito tefrítico, são bastante raras e denominadas também de 
tefrinolitos. O termo tefrito fonolítico, campo 13, tem como sinônimo fonotefrito ou fonobasanito. O 
termo basanito é usado para rochas deste campo que contenham mais que 10 % de olivina. No Campo 14 o 
nome raiz é tefrito ou mesmo basalto, quando conter mais que 10 % de olivina. 
Campo 15 
 Para as rochas do Campo 15 (a, b e c), deve-se sempre especificar o feldspatóide presente. No 
Campo 15a, o termo feldspatoidito fonolítico tem como sinônimo fonofeldspatoidito. Alternativamente 
pode-se usar o termo feldspato alcalino feldspatoidito, especificando-se o feldspato e o feldspatóides 
presentes. Ex: sanidina leucitito. No Campo 15b, o termo plagioclásio feldspatoidito pode ser usado como 
sinônimo de feldspatoidito tefrítico, com termos específicos que indiquem a composição do plagioclásio e 
do feldspatóide. Ex: Labradorita Nefelinito. No Campo 15c distinguem-se os vários feldspatoiditos: 
nefelinito; leucitito..., de acordo com o feldspatóide presente, etc. Os termos nefelina basalto, leucita 
basalto e analcima basalto, muito usados para as rochas do Campo 15c, devem ser abandonados, uma vez 
que se entende por basaltos rochas a base de plagioclásio. Olivina nefelinito, olivina leucitito e olivina 
analcimito, respectivamente, são os termos sugeridos pela IUGS. 
 
 Sugestões adicionais 
A IUGS recomenda que as rochas vulcânicas devem ser denominadas petrograficamente com os 
mesmos termos, indiferentemente de seu estado de alteração e idade geológica. As rochas vulcânicas 
fracamente metamorfisadas, com feldspatos sericitizados, máficos cloritizados e serpentinizados, etc., 
podem ser chamados de meta basalto, meta andesitos, etc, desde que seja preservada a textura ígnea e 
que seja possível reconhecer a rocha original. 
 Diabásio (sinônimo de dolerito) são rochas hipoabissais, de granulação fina a média e composição 
gabróica, que ocorrem sob a forma de corpos intrusivos menores (diques e soleiras). Rochas semelhantes 
podem ocorrer no interior de camadas espessas de lava. A textura mais comum é a ofítica ou intergranular 
e a nomenclatura independe do seu estado de alteração ou idade geológica. 
 Meláfiro é um termo obsoleto, que não deve ser utilizado, sendo primeiramente utilizado na 
Europa central, para basaltos avermelhados e alterados do Permo-carbonífero. 
 Espilito são rochas basálticas com texturas e estruturas de rochas vulcânicas, mas caracterizadas 
pela associação albita-clorita, provenientes de reações metassomáticas ou metamórficas. São ricas em Na 
(raramente ricos em K) e pobres em Ca, ocorrendo geralmente como lavas submarinas e frequentemente 
com estruturas em almofadas (pillow). 
 Keratófiro é uma rocha vulcânica de composição intermediária, leucocrática, com fenocristais de 
albita, numa matriz albítica e com cristais subordinados de feldspato alcalino, máficos (biotita, clorita, 
zoisita, opacos), quartzo, calcita, etc. Algumas variedades contêm feldspato alcalino como mineral 
essencial. Quando ocorrem cristais de quartzo (em geral na matriz, mas também como fenocristais) são 
denominados de quartzo keratófiro. São rochas que em geral ocorrem associados a espilitos e 
representam uma associação de rochas que sofreram reações metamórficas ou metassomáticas, com 
enriquecimento em sódio. 
 
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CARBONATITOS 
 A presente classificação de carbonatitos deve somente ser utilizada para rochas com conteúdo 
modal de carbonatos ígneos acima de 50%. Carbonatitos podem ser de origem plutônica ou vulcânica. Em 
termos mineralógicos, as seguintes classes de carbonatitos podem ser distinguidas: 
- Calcita-carbonatito: quando o principal carbonato é a calcita. Se a rocha possuir de granulação grossa 
pode ser denominada de sövito. Rochas de granulação média a fina, alvikito. 
- Dolomita-carbonatito: quando o principal carbonato é a dolomita. Pode ser também denominada de 
beforsito. 
- Ferrocarbonatito: quando o principalcarbonato é rico em ferro. 
- Natrocarbonatito: rochas essencialmente composta de carbonatos sódicos, potássicos e cálcicos. 
Atualmente é um tipo incomum de rocha encontrada somente no vulcão Oldoinyo Lengai na Tanzânia. 
 Termos adicionais, tais como “com dolomita” por exemplo, podem ser usados para enfatizar a 
presença de constituintes minoritários (<10%). De forma semelhante, rochas ígneas contendo menos de 
10% de carbonatos podem ser denominadas de ijolito com calcita, peridotito com dolomita, etc., 
enquando aquelas com carbonatos entre 10% e 50% podem ser denominadas de ijolito calcítico ou ijolito 
carbonatítico, etc. Se o carbonatito é de granulação muito fina para ser determinada precisamente, ou se 
os carbonatos forem de soluções sólidas complexas de Ca-Mg-Fe, a classificação química da figura 7 pode 
ser usada para carbonatitos com SiO2<20%. No entanto, se SiO2>20% a rocha é denominada de 
silicocarbonatito. 
 
KIMBERLITOS 
 A classificação dos kimberlitos é dividida em Grupo I e Grupo II. Os kimberlitos Grupo I 
correspondem às rochas típicas de Kimberley, África do Sul, os quais foram primeiramente denominados 
kimberlitos basálticos por Wagner (1914). Os kimberlitos Grupo II correspondem aos kimberlitos micáceos 
ou lamprofíricos de Wagner (1914). 
 Os petrólogos que estudam kimberlitos tem concluído que existem diferenças petrológicas 
significantes entre os dois grupos. Alguns defendem que deva ser mantida a terminologia inicial enquanto 
outros defendem que a terminologia deva ser completamente revisada. A Subcomissão Sobre a Sistemática 
das Rochas Ígneas concorda que, devido a complexidades mineralógicas dessas rochas, uma definição única 
e sucinta não pode ser utilizada para descrever ambos os tipos de kimberlitos. 
 Kimberlitos Grupo I 
 Os kimberlitos Grupo I são um grupo de rochas potássicas, ultrabásicas, ricas em voláteis 
(dominantemente CO2) que possuem uma textura inequigranular distintiva, resultante da presença de 
macrocristais (0,5-10mm) e em alguns casos megacristais (1-20cm) imersos em uma matriz de granulação 
fina. A associação macrocristal-megacristal inclui cristais anédricos de olivina, ilmenita magnesiana, piropo, 
diopsídio (algumas vezes subcálcico), flogopita, enstatita e cromita pobre em Ti. Macrocristais de olivina, 
alguns dos quais são xenocristais, são constituintes característicos e dominantes um todos os kimberlitos, 
exceto os fracionados. A matriz ontem uma segunda geração de olivina primária euédrica a subédrica que 
ocorre juntamente com um ou mais dos seguintes minerais primários: monticelita, flogopita, perovskita, 
espinélio (soluções sólidas ulvoespinélio-Mg-cromita ulvoespinélio-magnetita), apatita, carbonato e 
serpentina. Muitos kimberlitos contém micas poiquilíticas tardias pertencentes a série Ba-flogopita-
kinoshitalita. Sufetos niquelíferos e rutilo são minerais acessórios comuns. A substituição de olivina 
precocemente formadas, flogopita, monticelita e apatita por serpentina deutérica e calcita é comum. 
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Membros evoluídos do Grupo I podem ser pobres em macrocristais e constituídos essencialmente por 
olivina de segunda geração, calcita, serpentina e magnetita, associadas a flogopita, apatita e perovskita 
subordinadas. 
 É evidente que kimberlitos são rochas híbridas e complexas as quais o problema de distinção 
dentre os contituintes primários e os xenocristais impedem uma definição simples. Esta caracterização tem 
o objetivo de reconhecer que a composição e mineralogia dos kimberlitos não é inteiramente derivada de 
um magma parental, e os termos não genéticos macrocristal e megacristal são usados para descrever 
minerais de origem desconhecida. 
 Macrocristais incluem cristais de olivina fosterítica, Cr-espinélio, granada almandina-piropo, Cr-
diopsídio, ilmenita magnesiana e flogopita, que acredita-se terem se originado pela desagregação de 
xenólitos mantélicas como lherzolitos, harzburgito, eclogito e peridotito metassomatizado. Muitos 
diamantes, que são excluídos destas definições, pertencem a esta suíte de minerais, porém são muito 
menos comuns. 
 Megacristais dominantes são ilmenita magnesiana, Ti-piropo, diopsídio, olivina e enstatita que 
consistem de composições relativamente pobres em Cr. A origem dos megacristais tem ainda sido 
debatida, e alguns petrólogos acreditam que possam ser cognatos. 
Ambas suítes de minerais são incluídas na caracterização devido a sua presença comum em 
kimberlitos. Minerais que são conhecidamente xenocristais não devem ser incluídos na definição 
petrológica, uma vez que eles não cristalizaram a partir do magma parental. 
Grão menores da suíte mineral de macrocristais e megacristais também ocorrem porém podem ser 
facilmente distinguidos com base na sua composição. 
Kimberlitos Grupo II 
Recentes estudos tem demonstrado que kimberlitos Grupo I e kimberlitos Grupo II são tipos de 
rochas mineralogicamente diferentes e petrologicamente individualizados. A definição de kimberlitos 
Grupo II não tem ainda sido concordante por serem insuficientemente estudados. Kimberlitos Grupo II (ou 
orangeitos) pertencem ao clan de rochas ultrapotássicas, peralcalinas e ricas em voláteis (dominantemente 
H2O), caracterizadas por macrocristais e microfenocristais de flogopita, imersos em matriz micácea que 
varia em composição de tetraferriflogopita a flogopita. Macrocristais arredondados de olivina e cristais 
euédricos primários de olivina são comuns, porém não são invarivelmente os constituintes principais. 
Fases minerais características da matriz incluem: diopsídio, comumente zonado e manteado por 
aegerina titanífera, espinélios variando em composição de cromita com Mg a magnetita com Ti, perovskita 
rica em Sr e ETR, apatita rica em Sr, fosfatos ricos em ETR (monazita e daqingshanita), titanatos de bário e 
potássio pertencentes ao grupo holandita, triskaidecatitanatos potássicos (K2Ti13O27), rutilo com Nb e 
ilmenita com Mn. Possuem porções da mesostasis que podem conter calcita, dolomita, ancylita e outros 
carbonatos de terras-raras, witherita, norsetita e serpentina. Membros evoluídos do Grupo II contém 
matriz de sanidina e richterita potássica. Silicatos de zircônio (wadeita, zircão, granada kimzeyítica, silicatos 
de Ca e Zr) podem ocorrer como minerais de matriz tardia. Barita é um mineral deutérico secundário 
comum. 
 
 
 
 
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LAMPROÍTOS 
 O sistema de classificação de lamproítos envolve tanto critérios mineralógicos como geoquímicos. 
 Critério mineralógico 
 Lamproítos normalmente ocorrem como diques ou pequenas extrusões. Mineralogicamente são 
caracterizados pela presença das seguintes fases minerais primárias em quantidades amplamente variáveis: 
- fenocristal de flogopita titanífera pobre em Al (TiO2 2% - 10%, Al2O3 5% - 12%); 
- tetraferriflogopita titanífera como matriz poiquilítica (TiO2 5% - 10%); 
- richterita potássica titanífera (TiO2 3% - 5%, K2O 4% - 6%); 
- olivina fosterítica; 
- diopsídio pobre em Na e Al (Al2O3 <1%, Na2O<1%); 
- leucita rica em Fe (Fe2O3 1% - 4%); 
- sanidina rica em Fe (tipicamente Fe2O3 1% - 5%). 
 A presença de todas as fases listadas não é requerida para classificar a rocha como um lamproíto. 
Qualquer um dos minerais pode ser dominante e isto, juntamente com dois ou três outros minerais 
dominantes presentes, é o suficiente para determinar o nome petrográfico. Fases acessórias subordinadase comuns incluem priderita, wadeita, apatita, perovskita, magnesiocromita, magnesiocromita titanífera e 
magnetita magnesiana e titanífera, associadas a menos comum, mas característicamente, jeppeita, 
armalcolita, shcherbakovita, ilmenita e enstatita. A presença dos seguintes minerais impede a rocha de ser 
classificada como um lamproíto: plagioclásio primário, melilita, monticelita, kalsilita, nefelina, feldspato 
alcalino rico em Na, sodalita, noseana, haüyna, melanita, schorlomita ou kimzeyita. 
 Critério químico 
 Lamproítos obedecem as seguintes características químicas: 
- K2O/Na2O molar > 3, isto é, são ultrapotássicas; 
- K2O/Al2O3 molar > 0,8 e frequentemente > 1; 
- (K2O+Na2O)/Al2O3 molar tipicamente > 1, isto é, são peralcalinas; 
- FeO e CaO são tipicamente ambos < 10%, TiO2 1% - 7%, Ba > 2000 ppm (comumente > 5000 ppm), Sr > 
1000 ppm, Zr > 500 ppm e La > 200 ppm; 
 
 Nomenclatura 
 A subdivisão de lamproítos proposta pela Subcomissão Sobre a Sistemática das Rochas Ígneas 
descarta a terminologia histórica em detrimento da composição de nomes baseados na predominância de 
flogopita, richterita, olivina, diopsídio, sanidina e leucita, conforme apresentado na tabela 1. Deve ser 
observado que o termo “madupítico” indica que a rocha contém flogopita em matriz poiquilítica, em 
oposição ao flogopita lamproíto no qual a flogopita ocorre como fenocristal. 
 O complexo critério composicional e mineralógico requerido para definir lamproítos resulta das 
condições diversas envolvidas na sua gênese. O principal fator petrogenético que contribui para a 
complexidade da composição e mineralogia dos lamproítos são a variável natureza das regiões fonte 
metassomatizadas do manto, a profundidade e extensão da fusão parcial, aliada com comum e extensiva 
diferenciação. 
 
 
 
 
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Tabela 1 – Nomenclatura de lamproítos. 
Nome histórico Nomenclatura recomendada pela IUGS 
Wyomingito Diopsídio-leucita-flogopita lamproíto 
Orendito Diopsídio-sanidina-flogopita lamproíto 
Madupito Diopsídio lamproíto madupítico 
Cedricito Diopsídio-leucita lamproíto 
Mamilito Leucita-richterita lamproíto 
Wolgidito Diopsídio-leucita-richterita lamproíto madupítico 
Fitzroyito Leucita-flogopita lamproíto 
Verito Hialo olivina-diopsídio-flogopita lamproíto 
Jumilito Olivina-diopsídio-richterita lamproíto madupítico 
Fortunito Hialo enstatita-flogopita lamproíto 
Cancalito Enstatita-sanidina-flogopita lamproito 
 
LAMPRÓFIROS 
 Os lamprófiros são um diverso grupo de rochas que quimicamente não podem ser facilmente 
separadas de outras rochas ígneas usuais. Tradicionalmente eles tem sido distinguidos pelas seguintes 
características: 
- normalmente ocorrem como diques e não representam simples variedades texturais de rochas plutônicas 
e vulcânicas usuais; 
- são porfiríticos, mesocrásticos a melanocráticos (M’ = 35-90), porém raramente holomelanocráticos (M’ > 
90); 
- feldspatos e/ou feldspatóides, quando presentes, estão restritos a matriz; 
- contém comumente biotita essencial (ou Fe-flogopita) e/ou anfibólio e algumas vezes clinopiroxênio; 
- a alteração hidrotermal de olivina, piroxênio, biotita e plagioclásio, quando presentes, é comum; 
- calcita, zeoloitas e outros minerais hidrotermais podem ocorrer como fases primárias; 
- tendem a possuir conteúdos de K2O e/ou Na2O, H2O, CO2, S, P2O5 e Ba relativamente elevados, 
comparados com rochas de composição similar. 
 A Subcomissão Sobre a Sistemática das Rochas Ígneas não endorsa os termos “rochas 
lamprofíricas” ou “clan lamprófiro”, anteriormente utilizados para englobar lamprófiros, lamproítos e 
kimberlitos, por serem os lamproítos e kimberlitos melhor considerados independentemente de 
lamprófiros. A classificação mineralógica recomendada para os lamprófiros é apresentada na tabela 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tabela 2 – Classificação e nomenclatura de lamprófiros baseadas na mineralogia. 
Minerais de cor clara Minerais máficos 
feldspatos feldspatóides Bt > Hbl, ± Aug 
(±Ol) 
Hbl, Aug, ± Ol Anf, Ti-Aug, Ol, 
Bt 
Or > Pl - minete vogesito - 
Pl > Or - kersantito espessartito - 
Or > Pl feldspato > 
feldspatóide 
- - sannaito 
Pl > Or feldspato > 
feldspatóide 
- - camptonito 
 vidro ou 
feldspatóide 
- - monchiquito 
 
CHARNOQUITOS 
 A classificação de charnoquitos deve somente ser utilizada se a rocha é considerada como 
pertencente à suítes de rochas charnoquíticas, as quais são caracterizadas pela presença do ortopiroxênio 
(ou faialita e quartzo) e, em muitas dessas rochas, pertita, mesopertita e antipertita. Essas rochas estão 
frequentemente associadas a noritos e anortositos e estão intimamente vinculadas a terrenos Pré-
cambrianos. Embora muitas apresentam sinais de metamorfismo, tais como deformação e recristalização, 
elas se ajustam ao grupo de rochas ígneas ou de aspecto ígneo. 
 A classificação de charnoquitos é baseada no diagrama QAP. Os nomes genéricos para os vários 
campos são dados na tabela 3, juntamente com um número de nomes especiais que podem ser aplicados a 
determinados campos. Como uma das características de charnoquitos é a presença de diversos tipos de 
pertitas, tem-se o problema de como distribuir as pertitas entre os vértices A e P do diagrama. A 
Subcomissão Sobre a Sistemática das Rochas Ígneas tem recomendado que em rochas charnoquíticas o 
feldspato pertítico deve ser distribuído entre os vértices A e P da seguinte maneira: 
- pertita: atribui-se ao vértice A, uma vez que o componente majoritário é o feldspato alcalino; 
- mesopertita: atribui-se igualmente entre os vértices A e P, uma vez que as quantidades de feldspato 
alcalino e plagioclásio (comumente oligoclásio ou andesina) são rigorosamente as mesmas; 
- antipertita: atribui-se ao vértice P, uma vez que o componente majoritário é a andesina com quantidades 
subordinadas de albita como feldspato alcalino. 
 Para se distinguir aquelas rochas charnoquíticas que contém mesopertita é sugerido que o prefixo 
“m-” deva ser utilizado. Ex: m-charnoquito. 
 
Tabela 3 – Nomenclatura de rochas charnoquíticas. 
QAP Termo genérico Termo especial 
2 ortopiroxênio feldspato alcalino granito feldspato alcalino charnoquito 
3 ortopiroxênio granito charnoquito 
4 ortopiroxênio granodiorito opdalito ou charno-enderbito 
5 ortopiroxênio tonalito enderbito 
6 ortopiroxênio feldspato alcalino sienito - 
7 ortopiroxênio sienito - 
8 ortopiroxênio monzonito mangerito 
9 monzonorito (Opx monzodiorito) jotunito 
10 ortopiroxênio diorito - 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
- Le Maitre R.W., Streckeisen A., Zanettin B., Le Bas M.J., Bonin B., Bateman P., Bellieni G., Dudek A., Efremova S., Keller J., Lameyre 
J., Sabine P.A., Schmid R., Sorensen H., Woolley A.R. 2002. Igneous Rocks: a classification and glossary of terms. Cambridge 
University Press. United Kingdom. 236p.