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resumo: Escola, ensino de língua, letramento e conhecimento - Britto

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE METODOLOGIA DE ENSINO
PROFESSORA: Maria Luisa Rosa Barbosa 
ESTUDANTE: Gabriela Westphal Vieira
Resumo: Escola, ensino de língua, letramento e conhecimento
Autor: Luiz Percival Leme Britto
	A língua não é algo que é “passageiro”, ela vem para delimitar territórios, marcar personalidades, entre outras coisas. Sendo assim, podemos afirmar que língua é poder. Há um vínculo estrito entre a escrita e as formas de poder, sendo que a apropriação da linguagem é bastante desigual. Quem mais a domina e faz mais uso dela são os grupos que detêm o poder econômico e político. Como se vê, fica evidente que em alguns casos, o que está em questão não é o conhecimento, mas sim o tipo de formação geral do cidadão, de forma a torná-lo apto para agir em conformidade com as determinações do sistema.
	Segundo Britto (2007), “o domínio sobre a linguagem, mais exatamente sobre seus usos, produzindo e legitimando determinadas formas como ela se realiza....”, é de extrema importância no mundo em que vivemos.
	Para Bourdieu (1998) o conceito de língua legítima é aquela que, para um determinado Estado, aparece como a única língua que expressa o poder e que é (e assim deve ser) muito mais reconhecida do que conhecida, e que possui um estilo próprio. 
	Voltando ao autor principal, Britto (1997) defende que: “o papel da escola deve ser o de garantir ao aluno o acesso à escrita e aos discursos que se organizam a partir dela”. Isto porque, a aprendizagem da escrita e dos conteúdos que se veiculam por ela é central na formação dos sujeitos e não se realiza senão através do exercício sistemático e reflexivo. Já para Kato (1986), “A função da escola é introduzir a criança no mundo da escrita, tornando um cidadão funcionalmente letrado...”
	Britto cita em seu trabalho que “Outro aspecto relevante da escrita é a bidimensionalidade, em oposição ao caráter linear da fala.” Permitindo assim a construção de esquemas e representações do real, envolvendo também diversas atividades intelectuais (livros de filosofia, sociologia, literatura, etc) e diversas profissões que trabalham diretamente com a escrita, como: jornalistas, professores, indústria gráfica, entre outras. 
	O autor faz uma crítica ao comentário de Kato, quando ela estabelece a equivalência entre “introduzir a criança no mundo da escrita” e “torná-la um cidadão funcionalmente letrado”, citando o então alfabetismo funcional (que tem pleno domínio de usar a escrita/fala para atividades corriqueiras como pegar ônibus, fazer as compras no mercado, por exemplo). Para Kato o significado de letrado, diz respeito ao domínio das formas e regras da escrita, correspondendo, neste sentido, a alfabetizado e não a culto/ilustrado, como tradicionalmente se utiliza este vocábulo em português.
	Para Soares (2004) alguns passos são fundamentais para o aprendizado, como ela fala em seu estudo, e algumas partes mais importantes são citadas no texto:
	O Primeiro ponto que ela cita é a necessidade do reconhecimento da especificidade da alfabetização,entendida como processo de aquisição e apropriação do sistema da escrita, alfabético e ortográfico...” Depois ela fala da importância da alfabetização se desenvolve num contexto de letramento – entendido este, no que se refere à etapa inicial da aprendizagem da escrita.
Em um terceiro ponto ela cita que é necessário o reconhecimento de que tanto a alfabetização quanto o letramento têm diferentes dimensões, ou facetas, a natureza de cada uma delas demanda uma metodologia diferente. 
	O conceito de “alfabetização” para Osakabe, vai de encontro ao que Soares identifica como letramento, já que implica usos da escrita em práticas sociais e profissionais. Em função de análises desenvolvidas, Britto separou em duas tendências de como compreender e lidar como conhecimento da escrita na sociedade contemporânea. A chamada tendência tecnicista (o letramento como um saber abstrato, que se sustentaria em operações resultantes de um sistema de procedimentos intelectuais de uso da escrita) e, a tendência política (sendo que política aqui é colocada como um lugar do conflito social, da luta de classes, da existência de interesses contraditórios e inconciliáveis). 
	Seguindo o raciocínio de Newton Duarte (2004) podemos dizer que: 
“Uma concepção de “letramento” que esteja centrada nos usos cotidianos da escrita e que suponha que saber ler e escrever é uma competência, não faz mais que repetir a ideia de uma educação subserviente às demandas produtivas, e não de uma educação a serviço da formação intelectual integral. Reconhecer a aprendizagem como mais que aquisição de padrões de comportamento e submissão aos valores do senso comum implica reconhecer que se aprende a ler e escrever ao mesmo tempo em que se aprendem os conhecimentos relevantes da história humana.”

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