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O objetivo desse material é realizar a introdução ao universo dos textos acadêmicos, que fará parte de toda a sua jornada na Graduação. O que caracteriza um texto acadêmico é, iniclamente, o seu objeto: ele veicula o fruto de alguma investigação científica, filosófica ou artística. Deve refletir o rigor, a perspectiva crítica, a preocupação constante com a objetividade e a clareza que são parte inerente da pesquisa acadêmica. Num texto podemos distinguir o conteúdo (ideias, estrutura argumentativa, etc.) da forma (linguagem, disposição dos elementos, etc.). Embora a qualidade de um texto acadêmico dependa fundamentalmente de seu conteúdo, esse conteúdo não poderá ser devidamente compreendido e examinado se a forma que o reveste for deficiente. Assim é que os autores mais representativos de qualquer área da atividade acadêmica sempre primaram também pela excelência dos textos em que registraram sua produção. Não há receitas fixas para formar um bom acadêmico. Isso depende de uma predisposição intelectual que se poderia dizer inata, bem como de toda a formação escolar, acadêmica e cultural, somadas a uma dedicação intensa ao estudo. Do mesmo modo, não há normas rígidas de produção formal de um texto acadêmico. No entanto, a tradição acadêmica acabou delimitando as formas típicas de expressão escrita para as diversas modalidades de textos acadêmicos. A consolidação da arte de bem redigir depende, acima de tudo, do contato direto e sistemático com os grandes exemplos de produção escrita, não apenas de natureza estritamente acadêmica, mas também literária de um modo geral. Aquilo que se produz numa pesquisa ou atividade acadêmica pode ser veiculado em textos de diferentes tipos, dependendo de seu objetivo. Podemos destacar os seguintes: Livros- São a forma clássica de registro e divulgação da produção acadêmica. Com o desenvolvimento gradual das atividades acadêmicas, o livro é cada vez menos usado para veicular pesquisas originais, havendo uma tendência de reservá-lo para Elaboração de Textos Acadêmicos O TEXTO ACADÊMICO Caracterização Tipos coletâneas, sínteses ou apresentação sistemática do conhecimento de uma determinada área num determinado estágio histórico, bem como para os textos de natureza didática (os chamados livros-textos) e de divulgação para o público leigo. Na filosofia e nas ciências humanas essa alteração de funções ocorre de forma menos pronunciada do que nas ciências naturais. Artigos - Com a especialização e aumento quantitativo da produção, as disciplinas acadêmicas passaram a servir-se cada vez mais de uma forma mais ágil de divulgação de suas pesquisas: os periódicos especializados (revistas). Tais periódicos publicam artigos e resenhas, que são textos menores, cujo objetivo é explorar algum ponto mais específico em debate pelos pesquisadores da área. Outros - Livro e artigos são hoje classificados de “publicações”, porque visam a um público amplo e não especificado de antemão. De par com tais textos, encontramos também, é claro, aqueles cujo objetivo é mais restrito: teses, dissertações, monografias, ensaios, relatórios de pesquisa, trabalhos de cursos de formação, etc., que não se destinam a publicação (ao menos inicialmente). Conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. Entre todos os animais, nós, os seres humanos, somos os únicos capazes de criar e transformar o conhecimento; somos os únicos capazes de aplicar o que aprendemos, por diversos meios, numa situação de mudança do conhecimento; somos os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. Ao criarmos este sistema de símbolos, através da evolução da espécie humana, permitimo-nos também ao pensar e, por consequência, a ordenação e a previsão dos fenômenos que nos cerca. Existem diferentes tipos de conhecimentos: Conhecimento Empírico (ou conhecimento vulgar, ou senso comum): É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas. É um conhecimento produzido a partir da experiência (empírico), disseminado no seio da população (popular), comum, compreensível por qualquer pessoa e aceito por todos (senso comum). Tipos de Conhecimentos Exemplo: A chave está emperrando na fechadura e, de tanto experimentarmos abrir a porta, acabamos por descobrir (conhecer) um jeitinho de girar a chave sem emperrar. Conhecimento Filosófico: Quem é o homem? De onde vem? Para onde vai? Quais são seus elementos constitutivos fundamentais? Qual a origem do Universo? Estes são questionamentos que os filósofos fazem sobre o homem e o Universo em busca da compreensão desses fenômenos. É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência. Exemplo: “O homem é a ponte entre o animal e o além- homem” (Friedrich Nietzsche). Conhecimento Teológico: Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo. Esse tipo de conhecimento está relacionado com a fé e a crença no divino, tendo sua origem na inspiração e não na razão. Exemplo: Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc.. Conhecimento Científico: É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Em outras palavras, o conhecimento científico resulta de pesquisa metódica e sistemática da realidade dos fatos. Podemos então dizer que, de acordo com Galliano (1979, p.24-30), o Conhecimento Científico: - É racional e objetivo. - Atém-se aos fatos. - Transcende aos fatos. - É analítico. - Requer exatidão e clareza. - É comunicável. - É verificável. - Depende de investigação metódica. - Busca e aplica leis. - É explicativo. - Pode fazer predições. - É aberto. Exemplo: Descobrir uma vacina que evite uma doença; descobrir como se dá a respiração dos batráquios. O importante é que o pesquisador saiba usar os instrumentos adequados para encontrar respostas ao problema que ele tenha levantado. Pesquisa é o mesmo que busca ou procura. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta para alguma dúvida ou problema. Em se tratando de Ciência a pesquisa é a busca de solução a um problema que o alguém queira saber a resposta. Não gosto de dizer que se faz ciência, mas que se produz ciência através de uma pesquisa. Pesquisa é o caminho para se chegar à ciência, ao conhecimento. É na pesquisa que utilizaremos diferentes instrumentos para se chegar a uma resposta mais precisa. O instrumento ideal deverá ser estipulado pelo pesquisador para se atingir os resultados ideais. Neste sentido, mais importante do que definir o tipo de pesquisa que se está realizando, é definirque instrumentais de pesquisa serão utilizados para que as fontes possam oferecer um material de qualidade para ser trabalhado. A Ciência, através da evolução de seus conceitos, está dividida por áreas do conhecimento. Assim, hoje temos conhecimento das Ciências Humanas, Sociais, Biológicas, Exatas, entre outras. Mesmo estas divisões têm outras subdivisões cuja definição varia segundo conceitos de muitos autores. A Ciência Social, por exemplo, pode ser dividida em Direito, História, Sociologia etc.; as Ciências Exatas em Matemática, Física, Geometria etc.. Define-se os tipos de pesquisa desta forma: Pesquisa Experimental: É toda pesquisa que envolve algum tipo de experimento. Exemplo: Pinga-se uma gota de ácido numa placa de metal para observar o resultado. Pesquisa Exploratória: É toda pesquisa que busca constatar algo num organismo ou num fenômeno. Exemplo: Saber como os peixes respiram. Pesquisa Social: É toda pesquisa que busca respostas de um grupo social. Exemplo: Saber quais os hábitos alimentares de uma comunidade específica. Pesquisa Histórica: É toda pesquisa que estuda o passado. Exemplo: Saber de que forma se deu a Proclamação da República brasileira. Pesquisa Teórica: É toda pesquisa que analisa uma determinada teoria. Exemplo: Saber o que é a Neutralidade Científica. Pesquisa Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa A pesquisa qualitativa se preocupa com aspectos da realidade que não podem ser quantificados. Incialmente foi usada em estudos de Antropologia e Sociologia, em contraponto à pesquisa quantitativa dominante. A pesquisa qualitativa é criticada por seu empirismo, subjetividade e envolvimento emocional do pesquisador. Na pesquisa quantitativa os resultados podem ser quantificados, centrando- se na objetividade. Recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização de ambas pesquisas permite recolher mais informações do se poderia conseguir isoladamente. Nota-se algumas diferenças entre as pesquisas no quadro abaixo: CHIBENI, Silvio. O TEXTO ACADÊMICO. Disponível em http://www.unicamp.br/~chibeni/textosdidaticos/textoacademico.pdf. Acesso em 06/06/2017. FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da Pesquisa Científica. Curso de Especialização em Comunidades Virtuais de Aprendizagem. UECE, 2012. Zanella, Liane Carly Hermes. Metodologia de estudo e de pesquisa em administração. Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2009. 164p. Material desenvolvido pela Coordenação da EAD Referências Bibliográficas
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