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DIREITO EMPRESARIAL

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2 
 
TÓPICO-SÍNTESE: 
Teoria da 
Empresa 
- 
Segundo a Teoria da Empresa, contam com a 
proteção das normas de cunho empresarial, 
aqueles que pratiquem atividade empresária; 
- 
Atividade empresária é a organização econô-
mica dos fatores de produção, desenvolvida 
por pessoa natural (pessoa física – empresário 
individual) ou jurídica (sociedade empresária ou 
Empresa Individual de Responsabilidade Limi-
tada - EIRELI), para a produção ou circulação 
de bens ou serviços, através de um estabele-
cimento empresarial e que visa o lucro. 
Empresário 
- 
Conceito: considera-se empresário quem exer-
ce profissionalmente atividade econômica orga-
nizada para a produção ou a circulação de bens 
ou de serviços (art. 966, CC). 
Capacidade 
- 
Tem capacidade para o exercício da atividade 
empresária, todos aqueles que estiverem em 
pleno gozo de sua capacidade civil e não forem 
legalmente impedidos (art. 972, CC). Estão em 
pleno gozo de sua capacidade civil todos aque-
les não enquadradas nas hipóteses de incapa-
cidade absoluta ou relativa, dos arts. 3º e 4º do 
CC, respectivamente (nos termos da redação 
dada pela Lei 13.146/15), assim como os 
emancipados (art. 5º, parágrafo único, CC). 
Registro 
- 
O registro do empresário individual, da socieda-
de empresária e da EIRELI no Registro Público 
de Empresas Mercantis, a cargo das juntas 
comerciais, e o da sociedade simples no Regis-
tro Civil de Pessoas Jurídicas (com exceção 
das cooperativas, que, embora sejam socieda-
des simples, devem ser registradas no Registro 
Público de Empresas Mercantis, a cargo das 
juntas comerciais, nos termos do art. 982, pará-
grafo único, CC c/c art. 18 da Lei 5.764/71), dá 
início à existência legal da personalidade jurídi-
ca. Assim, o registro faz nascer à personalidade 
jurídica, conferindo a regularidade necessária 
ao exercício de atividade econômica. 
Prepostos 
- 
Para o desenvolvimento da empresa, o empre-
sário individual, a sociedade empresária e a 
EIRELI contam com o auxílio de pessoas para a 
realização do objeto da atividade: os prepostos 
(art. 1.169 a 1.178, CC). Os prepostos, portan-
to, correspondem a mão de obra da empresa, 
podendo atuar como empregados (regime da 
 
 
 
 
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TÓPICO-SÍNTESE: 
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT), ou 
serem profissionais autônomos cujos serviços 
são contratados para tarefas específicas (pres-
tadores de serviço). 
Escrituraçã
o 
- 
Escrituração (art. 1.179 a 1.195, CC) é o pro-
cesso pelo qual se lançam cronologicamente, 
em livros próprios, todas as operações de um 
estabelecimento empresarial, fazendo um ba-
lanço geral de seu ativo e passivo. 
Estabelecim
ento 
Empresarial 
- 
Estabelecimento empresarial (art. 1.142 a 
1.149, CC) é o conjunto de bens materiais ou 
corpóreos (máquinas, imóveis, veículos, merca-
dorias, etc.) e imateriais ou incorpóreos (marca, 
tecnologia, ponto, patente, etc.) organizados por 
empresário individual, por sociedade empresá-
ria ou EIRELI, para o desenvolvimento da ativi-
dade empresária (art. 1.142, CC). 
Ação 
Renovatória 
- 
A ação de renovação compulsória do contrato 
de locação, mais conhecida como Ação Reno-
vatória (art. 71 a 75 da Lei 8.245/91), é o meio 
do qual dispõe o locatário para, diante da im-
possibilidade de renovação amigável do contra-
to de locação não residencial, garantir o seu 
direito de inerência ao ponto por ele formado. 
Nome 
Empresarial 
- 
O nome empresarial (art. 1.155 a 1.168, CC), 
assim como o próprio nome civil, trata-se de um 
direito da personalidade, consistindo em ele-
mento de identificação do empresário individual, 
da sociedade empresária e da EIRELI, utilizado 
para apresentação em suas relações com ter-
ceiros. São duas as espécies de nome empre-
sarial: firma e denominação. 
 
 
TÓPICO-SÍNTESE: 
Empre-
sário 
indivi-
dual 
- Considera-se empresário quem exerce profissio-
nalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de servi-
ços; 
- O empresário individual cuida-se de pessoa na-
tural (pessoa física); 
- O empresário individual responde com seu pa-
trimônio pessoal pelos riscos decorrentes do 
exercício da empresa. 
EIRELI 
- A EIRELI trata-se da mais nova pessoa jurídica 
de direito privado do ordenamento brasileiro (art. 
 
 
 
 
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4 
44, VI, CC); 
- A EIRELI não se trata de sociedade unipessoal, 
mas sim de pessoa jurídica sui generis; 
- A EIRELI será constituída por uma única pessoa 
titular da totalidade do capital social, devidamen-
te integralizado, que não será inferior a 100 
(cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no 
País; 
- Seu nome empresarial deverá ser formado pela 
inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou 
a denominação social da empresa individual de 
responsabilidade limitada; 
- A pessoa natural que constituir EIRELI somente 
poderá figurar em uma única empresa dessa 
modalidade; 
- A EIRELI também poderá resultar da concentra-
ção das quotas de outra modalidade societária 
num único sócio, independentemente das razões 
que motivaram tal concentração; 
- Poderá ser atribuída à EIRELI constituída para a 
prestação de serviços de qualquer natureza a 
remuneração decorrente da cessão de direitos 
patrimoniais de autor ou de imagem, nome, mar-
ca ou voz de que seja detentor o titular da pes-
soa jurídica, vinculados à atividade profissional; 
- Aplicam-se à EIRELI, no que couber, as regras 
previstas para as sociedades limitadas (arts. 
1.052 a 1.087, CC); 
- A falta de pluralidade de sócios, não reconstituída 
no prazo de cento e oitenta dias, não será causa 
para a dissolução, caso o sócio remanescente, 
inclusive na hipótese de concentração de todas 
as quotas da sociedade sob sua titularidade, re-
queira, no Registro Público de Empresas Mercan-
tis, a transformação do registro da sociedade pa-
ra empresário individual ou para EIRELI, obser-
vado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 
1.115 do CC. 
 
 
TÓPICO-SÍNTESE: 
Socie-
dade 
Simples 
- Consistem em sociedades personificadas, regu-
ladas pelo Código Civil entre os arts. 997 e 
1.038, representando uma forma societária pró-
pria para o exercício de atividades civis (não 
empresárias), como no caso, por exemplo, de 
uma sociedade de advogados, de uma coopera-
tiva, ou mesmo das atividades desenvolvidas por 
profissionais intelectuais, desde que ausente o 
“elemento de empresa” (art. 966, parágrafo úni-
co, CC). São atividades civis: 
- Aquelas exercidas por quem não é empresário; 
- Aquelas fundadas em profissão intelectual, de 
natureza científica, literária ou artística, salvo se 
o exercício da profissão constituir “elemento de 
empresa” (art. 966, parágrafo único, CC); 
- As exercidas por empresários rurais não regis-
 
 
 
 
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TÓPICO-SÍNTESE: 
trados no RPEM (art. 970 e 971, CC); 
- As desempenhadas pelas cooperativas, as 
quais, por expressa disposição de lei, serão 
sempre sociedades simples, desenvolvendo as-
sim atividade civil (art. 982, parágrafo único, CC). 
Socie-
dade em 
Nome 
Coletivo 
- A sociedade em nome coletivo é regida de forma 
direta pelo Código Civil (art. 1.039 – 1.044), apli-
cando-se subsidiariamente as normas da socie-
dade simples (art. 997 – 1.038); 
- Trata-se de uma sociedade personificada, haja 
vista o seu registro no Registro Público de Em-
presas Mercantis, a cargo das juntas comerciais 
(quando sociedade empresária), ou no Registro 
Civil de Pessoas Jurídicas (quando sociedade 
simples impura); 
- A sociedade em nome coletivo trata-se de socie-
dade de pessoas, que tem como ato constitutivo 
um contrato social,sendo formada exclusiva-
mente por pessoas físicas. 
Socie-
dade em 
Coman-
dita 
Simples 
- A sociedade em comandita simples é regida pelo 
Código Civil (art. 1.045 – 1.051), aplicando-se 
subsidiariamente as normas da sociedade em 
nome coletivo (1.039 – 1.044); 
- Trata-se de uma sociedade personificada, consi-
derando o seu registro no Registro Público de 
Empresas Mercantis, a cargo das juntas comer-
ciais (quando sociedade empresária), ou no Re-
gistro Civil de Pessoas Jurídicas (quando socie-
dade simples não pura); 
- A sociedade em comandita simples é uma soci-
edade de pessoas, que tem como ato constituti-
vo um contrato social, sendo formada por duas 
classes de sócios: 
• sócios comanditados (os quais respondem ilimi-
tadamente pelas obrigações sociais), e 
• sócios comanditários (os quais respondem limi-
tadamente pelas obrigações sociais). 
Socie-
dade 
Limita-
da 
- A sociedade limitada é regida diretamente pelo 
Código Civil (art. 1.052 – 1.087), aplicando-se 
subsidiariamente as normas da sociedade sim-
ples (art. 997 – 1.038) ou, se o contrato previr 
expressamente, as disposições da Lei 6.404/76 
(Lei das S/A), conforme disposto pelo art. 1.053, 
CC; 
- Trata-se de uma sociedade contratual, podendo 
assumir a forma de sociedade de pessoas ou de 
capital (natureza híbrida), circunstância de deve-
rá ser aclarada por seu contrato social; 
- É sociedade personificada, considerando o seu 
registro no Registro Público de Empresas Mer-
cantis, a cargo das juntas comerciais (quando 
sociedade empresária), ou no Registro Civil de 
Pessoas Jurídicas (quando sociedade simples 
não pura). 
 
 
 
 
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6 
TÓPICO-SÍNTESE: 
Socie-
dade em 
Coman-
dita por 
Ações 
- A sociedade em comandita por ações é regida 
pela Lei 6.404/76 (art. 280 – 284), sem prejuízo 
das disposições do Código Civil, compreendidas 
entre os arts. 1.090 – 1.092; 
- Trata-se de uma sociedade personificada (consi-
derando o seu registro no Registro Público de 
Empresas Mercantis, a cargo das juntas comer-
ciais), com capital social dividido em ações; 
- A sociedade em comandita por ações é uma 
sociedade de capital, sendo livre o ingresso de 
terceiros estranhos ao seu quadro social. Portan-
to, nela há livre circulação de ações; 
- Tem como ato constitutivo um estatuto social, 
sendo formada por duas classes de sócios: 
• sócios diretores – exercem cargo de administra-
ção, respondendo de forma subsidiária, solidária 
e ilimitada pelas obrigações sociais, e 
• sócios comuns – não exercem cargo de adminis-
tração, respondendo de forma subsidiária e limi-
tada pelas obrigações sociais. 
Socie-
dade 
Anôni-
ma 
- Também conhecida como companhia, a socie-
dade anônima é regida por lei especial (Lei 
6.404/76 – Lei das S/A), aplicando-se-lhe, nos 
casos omissos, subsidiariamente, as disposições 
do Código Civil; 
- Trata-se de uma sociedade personificada, consi-
derando o seu registro no Registro Público de 
Empresas Mercantis, a cargo das juntas comer-
ciais; 
- As sociedades anônimas serão sempre socieda-
des empresárias, consoantes o disposto pelo art. 
982, parágrafo único, do CC c/c art. 2º, § 1º da 
Lei 6.404/76; 
- A sociedade anônima é uma sociedade de capi-
tal, que tem como ato constitutivo um estatuto 
social e capital social dividido em ações. Nela, é 
livre o ingresso de terceiros estranhos ao quadro 
social, havendo livre circulação de ações. 
Socie-
dade em 
Comum 
- Enquanto o ato constitutivo da sociedade não for 
levado a registro, não se terá uma pessoa jurídi-
ca, mas um simples contrato de sociedade. É a 
chamada sociedade em comum; 
- É a sociedade cujos atos constitutivos não foram 
objeto de registro, encontrando regulação em 
dispositivos próprios (arts. 986 a 990 do CC, e 
supletivamente arts. 997 a 1.038, CC); 
- Não se trata de um tipo societário, mas sim da 
designação de uma situação irregular, sendo di-
vidida doutrinariamente em: 
Sociedade em Comum de Fato (não possui ato 
constitutivo) e, 
Sociedade em Comum Irregular (possui ato consti-
tutivo, embora este não tenha sido levado à re-
gistro). 
- Nas sociedades em comum todos os sócios res-
 
 
 
 
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TÓPICO-SÍNTESE: 
pondem solidária e ilimitadamente pelas obriga-
ções sociais, face a ausência de separação pa-
trimonial. Embora não conte com personalidade 
jurídica, seus sócios estão contemplados pelo 
benefício de ordem (art. 1.024, CC), com a exce-
ção daquele que contratou pela sociedade, o 
qual responde diretamente. 
Socie-
dade em 
Conta 
de 
Partici-
pação 
- Regulada pelo Código Civil entre os arts. 991 e 
996 e subsidiariamente pelos arts. 997 a 1.038 
(normas das sociedades simples), a sociedade 
em conta de participação constitui um eficaz ins-
trumento de captação de recursos. 
- Dotada de natureza secreta, trata-se de socie-
dade sem sede e proibida de possuir nome em-
presarial (art. 1.162, CC). Contudo, o fato de se-
rem secretas ou ocultas não as converte em ilíci-
tas ou irregulares. 
Des-
consi-
deração 
da Per-
sonali-
dade 
Jurídica 
- Diante da utilização abusiva da pessoa jurídica, 
caracterizada pelo desvio de finalidade, ou pela 
confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a re-
querimento da parte, ou do Ministério Público 
quando lhe couber intervir no processo, que os 
efeitos de certas e determinadas relações de 
obrigações sejam estendidos aos bens particula-
res dos administradores ou sócios da pessoa ju-
rídica (art. 50, CC); 
- A jurisprudência pátria consolidou entendimento 
no sentido da admissão da desconsideração in-
versa da personalidade jurídica; 
- O Novo CPC (Lei 13.105/15) positiva a descon-
sideração inversa da personalidade jurídica, 
acompanhando entendimento da doutrina e ju-
risprudência pacificada dos tribunais superiores 
(vide art. 133, parágrafo 2º). 
 
 
TÓPICO-SÍNTESE: 
Bens ima-
teriais pro-
tegidos 
pela Lei de 
Proprieda-
de Indus-
trial (Lei 
9.279/96) 
Para a proteção da propriedade industrial, o 
Estado institui a patente e o registro, através dos 
quais o empresário terá o direito de explorar 
com exclusividade o objeto de sua criação. São 
quatro os bens imateriais protegidos pelo Direito 
Industrial (art. 2º, I, II, III, LPI): 
- A patente de invenção; 
- A patente de modelo de utilidade; 
- O registro de desenho industrial; 
- O registro de marca. 
Invenção 
É um ato de originalidade, fruto do espírito in-
ventivo do gênio humano. Toda vez que alguém 
projeta algo que desconhecia, estará produzindo 
uma invenção (art. 8º, LPI). 
 
 
 
 
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8 
Modelo de 
Utilidade 
É o objeto de uso prático, ou parte deste, susce-
tível de aplicação industrial, com novo formato 
ou disposição do qual resulte melhores condi-
ções de uso ou fabricação. Não há propriamente 
invenção, mas sim acréscimo na utilidade de 
alguma ferramenta, instrumento de trabalho ou 
utensílio, pela ação da novidade parcial que se 
lhe é agregada. O modelo de utilidade goza de 
proteção autônoma em relação à da invenção 
cuja utilidade foi melhorada (art. 9º, LPI). 
Marca 
É um sinal distintivo visualmente perceptível, 
cujo requerimento de registro pode ser apresen-
tado por pessoa física ou jurídica, de direito 
público ou privado (art. 128, LPI), que visa dife-
renciar produtos e serviços de outros iguais ou 
semelhantes (art. 122, LPI). 
Desenho 
 Industrial 
Considera-se desenho industrial a forma plástica 
ornamental de um objeto ou conjunto ornamen-
tal de linhas e cores que possa ser aplicado a 
um produto, proporcionando resultado visual 
novo e original na sua configuração externa e 
que possa servir de tipo de fabricação industrial 
(art. 95, LPI). 
Extinção 
da propri-
edadein-
dustrial 
São hipóteses de extinção da propriedade in-
dustrial: 
- O término do prazo de duração; 
- A caducidade; 
- A renúncia aos direitos industriais (que so-
mente poderá ser feita se não houver prejuízo 
para terceiros, como por exemplo, os licenci-
ados); 
- A falta e pagamento da taxa devida ao INPI, 
denominada retribuição anual, ou 
- A falta de representante no Brasil, quando o 
titular for domiciliado no exterior. 
 
 
 TÓPICO-SÍNTESE 
 
LETRA 
DE 
CÂMBIO 
NOTA 
PROMIS-
SÓRIA 
CHEQUE 
DUPLI-
CATA 
ACEITE X X 
ENDOSSO X X X X 
AVAL X X X X 
TÍTULO À 
ORDEM 
X X X 
ORDEM 
PAGTº 
X X X 
 
 
 
 
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9 
ABSTRA-
ÇÃO 
(EMISSÃO) 
X X X 
 
 
TÓPICO-SÍNTESE 
Contrato 
de Fatu-
rização 
Também conhecido como contrato de “factoring” 
ou de fomento mercantil, consiste em espécie de 
contrato oneroso e bilateral, através do qual um 
empresário (cedente) cede a outro (cessionário) 
os seus créditos provenientes de vendas a prazo, 
recebendo deste os respectivos valores, descon-
tada remuneração (fator de compra). Nessa espé-
cie de contrato, portanto, está contida uma cessão 
de crédito, razão pela qual lhe são aplicáveis os 
dispositivos do Código Civil que respondem por 
esse tema (arts. 286 a 298, CC). 
Contrato 
de Fran-
quia 
Também conhecido como contrato de franquea-
mento ou “franchising”, trata-se de uma espécie 
de contrato oneroso e bilateral, em que uma das 
partes (franqueador) cede à outra (franqueado) o 
direito de comercializar produtos ou marcas de 
sua propriedade (geralmente já consagradas no 
mercado), mediante remuneração previamente 
ajustada, sem que estejam ligadas por um vínculo 
de subordinação. Assim, regido pela Lei 8.955/94 
(Lei de Franquias), o contrato de franquia respon-
de pela formação de duas posições jurídicas: a do 
franqueador e a do franqueado. 
Contrato 
de Ar-
renda-
mento 
Mercantil 
Espécie de contrato oneroso e bilateral, segundo o 
qual uma pessoa jurídica (arrendador) arrenda a 
uma pessoa física ou jurídica (arrendatário), por 
tempo determinado e mediante o pagamento de 
prestações periódicas, um bem comprado pela 
primeira de acordo com as indicações da segun-
da, cabendo ao arrendatário à opção de adquirir o 
bem arrendado ao final do contrato, mediante o 
pagamento de um preço residual previamente 
acertado (VRG), devolver o bem ou pleitear a re-
novação do contrato (tríplice opção). 
Contrato 
de Alie-
nação 
Fiduciá-
ria 
Habitualmente vinculado ao contrato de mútuo, 
trata-se de espécie contratual que possibilita aqui-
sição de um bem móvel ou imóvel por uma pessoa 
que, querendo adquiri-lo, não quer ou não conta 
com as condições necessárias para sua compra à 
vista. 
O adquirente recebe o bem do comprador, ficando 
com sua posse para que dele se utilize, compro-
metendo-se a pagar parceladamente o valor acor-
dado ao credor, que deterá a propriedade resolú-
vel do bem. Caso o devedor pague a dívida, toma-
rá o domínio pleno do bem. Caso se torne inadim-
plente, o bem será vendido pelo credor para que 
 
 
 
 
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10 
TÓPICO-SÍNTESE 
possa ser ressarcido. Logo, o contrato de aliena-
ção fiduciária responde pela formação de duas 
posições jurídicas: fiduciário (credor) e fiduciante 
(devedor). 
Contrato 
de Re-
presen-
tação 
Comerci-
al (ou 
Agência) 
Trata-se de uma espécie de contrato oneroso e 
bilateral, em que uma das partes (o representante 
comercial), que deve ser um empresário (pessoa 
física ou jurídica), se obriga, mediante remunera-
ção, a angariar, com habitualidade, negócios mer-
cantis, como a compra e venda de produtos fabri-
cados ou comercializados pelo representado em 
uma zona geográfica delimitada, inexistindo entre 
eles vínculo de subordinação. 
Contrato 
de Con-
cessão 
Mercantil 
Regido pela Lei 6.729/79, trata-se de espécie de 
contrato em que um empresário (concessionário), 
se obriga a comercializar, com ou sem exclusivi-
dade, com ou sem cláusula de territorialidade, os 
produtos fabricados por outro empresário (conce-
dente). Disciplina apenas a concessão comercial 
referente ao comércio de veículos automotores 
terrestres, como os automóveis, caminhões, ôni-
bus, tratores, motocicletas e similares. 
Contrato 
de Co-
missão 
Mercantil 
Regido pelo Código Civil entre os arts. 693 e 709, 
trata-se de espécie contratual em que um dos 
contratantes (comissário) adquire ou vende bens 
em nome próprio, mas em proveito de um terceiro 
(comitente). 
Contrato 
de Man-
dato 
Mercantil 
Regulado pelo Código Civil entre os arts. 653 e 
691, trata-se de espécie contratual na qual alguém 
(mandatário) recebe de outrem (mandante) pode-
res para, em seu nome, praticar atos ou adminis-
trar interesses. 
 
 
TÓPICO-SÍNTESE 
Recupera-
ção judicial 
- Regulada de maneira específica entre o arts. 
47 – 72 da LRE, trata-se de medida excepcio-
nal, que tem por objetivo viabilizar a supera-
ção da crise econômico-financeira do empre-
sário individual, da sociedade empresária e da 
EIRELI. 
- Diferentemente da antiga concordata, prevista 
pelo revogado Dec.-Lei 7.661/45, que restrin-
gia os meios de recuperação a remissão de 
dívidas e a dilação de prazos, a RJ da Lei 
 
 
 
 
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11 
TÓPICO-SÍNTESE 
11.101/05 prevê um verdadeiro plano de rees-
truturação, com diversas medidas de ordem 
financeira, jurídica e econômica, conferindo 
assim efetivas chances de superação do qua-
dro de crise. Ademais, enquanto na concorda-
ta os credores eram meros expectadores, na 
RJ os mesmos exercem participação ativa, 
sendo os responsáveis pela aprovação ou re-
jeição do plano de RJ apresentado pelo deve-
dor, assim como pela fiscalização do seu 
cumprimento. 
- São objetivos da recuperação judicial: 
(1) a manutenção da fonte produtora; 
(2) a manutenção do emprego dos trabalha-
dores, e 
(3) a garantia dos interesses dos credores. 
- Os objetivos da recuperação judicial estão 
marcados por ordem de prioridade e permea-
dos pelos princípios da função social da em-
presa e da preservação da empresa. Através 
da realização desses objetivos, buscou o le-
gislador garantir a preservação da empresa 
viável, sua função social e o estímulo à ativi-
dade econômica. 
Recupera-
ção extra-
judicial 
- A Recuperação Extrajudicial trata-se de 
instituto novo, advento da Lei 11.101/05 
(arts. 161 a 167, LRE), caracterizado pela 
possibilidade de o devedor convocar os seus 
credores para apresentar proposta de rene-
gociação. 
- A legislação anterior (Dec.-Lei 7.661/45) 
estabelecia ser ato de falência a convocação 
de credores visando a renegociação (exem-
plo: convocação para pedido de dilação pra-
zo para pagamento de determinados contra-
tos). Sem embargo, o livre gerenciamento de 
ativos e passivos é, em todo o mundo, uma 
realidade da administração da empresa, 
permitindo ao mercado a sua auto resolução. 
- Logo, representava um contrassenso consi-
derar similar iniciativa um ato de falência, si-
tuação que foi revista a partir da LRE, atra-
vés do instituto da RE. Respaldado pela prá-
tica reiterada do mercado (da então conhe-
cida como concordata branca) e através da 
LRE, positivou o legislador uma nova siste-
mática (como normalmente ocorre no Direito 
Empresarial, os costumes impõe-se no dia-
a-dia e, só depois, quando já consolidados, 
vem a lei.). Assim, coube ao art. 161 da LRE 
afastar a ilicitude da então chamada con-
cordata branca, reconhecendo a possibilida-
de de o devedor convocar os seus credores 
para apresentar proposta de renegociação, 
agora, sem o risco de que qualquer credor 
possa pedir a decretação da sua falência 
 
 
 
 
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12 
TÓPICO-SÍNTESEsob a alegação de prática de ato 
falimentar. 
- De tal modo, o devedor em crise não precisa 
mais, necessariamente, buscar a RJ para 
equacionamento de sua crise econômico-
financeira, podendo reunir-se com seus cre-
dores extrajudicialmente e tentar com eles 
um entendimento a partir da repactuação 
das condições dos créditos envolvidos. 
Falência 
- Trata-se de um processo de execução coleti-
va contra devedor insolvente (art. 75 e ss., 
LRE). Processo de execução coletiva por 
congregar todos os credores, através da 
chamada vis attractiva do juízo falimentar 
(art. 76, LRE), ou seja, do poder de atração 
exercido pelo juízo universal da falência so-
bre todas as ações que versem sobre bens e 
direitos do devedor, de modo a permitir a 
centralização das discussões no juízo uno e 
indivisível da falência, e dessa forma, a dis-
tribuição equitativa do produto da realização 
do patrimônio ativo do devedor, entre o cole-
tivo de credores (par conditio creditorum). 
Falência 
- Ora, sendo a falência a abertura do concurso 
de credores (vários credores concorrendo 
simultaneamente a uma “fatia” do patrimônio 
ativo do devedor), esta apenas se justifica na 
hipótese de pluralidade de credores, o que 
pode ser demonstrado, por exemplo, pela 
existência de outros pedidos de falência ou 
simplesmente pela existência de diversos 
protestos promovidos por distintos credores. 
Isso porque o pedido de falência não pode 
ser reduzido a uma simples ação de cobran-
ça, consubstanciando-se em verdade, em um 
instrumento capaz de permitir ao judiciário o 
afastamento do meio empresarial daqueles 
empresários ou sociedades empresárias que 
já se encontram falidos de fato. 
- Diferentemente do que pode parecer à pri-
meira vista, a simples condição de credor 
não é suficiente para que seja acolhido o pe-
dido de decretação da falência contra o de-
vedor inadimplente. Em verdade, o pedido 
deverá fundar-se em uma das proposições 
específicas enumeradas pelo art. 94 da LRE. 
Nesse sentido, são três as hipóteses que jus-
tificam o pedido de decretação da falência: a 
impontualidade injustificada, a execução frus-
trada e a prática de atos falimentares. 
 
 
 
 
 
 
 
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