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1. O USO DE TECNOLOGIAS NO ENSINO BA SICO DA GEOGRAFIA

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O USO DAS GEOTECNOLOGIAS NO ENSINO BÁSICO DA DISCIPLINA DE 
GEOGRAFIA: A potencialidade do Google Earth no ensino da Cartografia 
Gabriel Renan Neves Barros1 
Resumo: Nesta pesquisa buscamos compreender quais as potencialidades do software Google 
Earth na disciplina de Geografia no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, mais 
especificamente nos conteúdos concernentes à Cartografia. Escolhemos adotar a pesquisa 
bibliográfica como procedimento metodológico para a elaboração da presente investigação. 
Para dar conta disso, trabalhamos com conceitos provenientes de diversas áreas como 
Educação, Geociências, Geografia e História, valendo-nos de autores como Fitz (2005), Bernadi 
(2002), Antunes (2013), Seemann (2013), Kenski (2007), entre outros, que nos ajudaram neste percurso 
metodológico. Ao final da investigação, concluímos que a utilização do software em questão não pode 
ser feita sem um planejamento adequado, sendo papel do professor e das políticas de formação 
continuada fazer com que a ação docente não seja anestesiada em seu tempo. 
Palavras-Chave: Geografia, Cartografia, Geotecnologia e Google Earth 
 
 
INTRODUÇÃO 
Buscamos entender o papel das Geotecnologias no ensino da disciplina de Geografia na 
Educação Básica. Escolhemos esta disciplina por ser a área de atuação do pesquisador e pela 
quantidade de softwares que foram desenvolvidos e nos permitem compreender a importância 
de tais equipamentos que podem ser aplicados no cotidiano da ação docente dentro, e fora da 
sala de aula. 
Acreditamos que a Cartografia, como uma linguagem expressa, através do uso de um 
sistema de signos, um pensamento e um desejo de comunicação com os outros, pode 
legitimamente ser concebida como uma linguagem universal. Através dela as informações do 
espaço geográfico podem ser analisadas, pois a partir dos conhecimentos cartográficos 
consegue-se compreender diversos conteúdos concernentes à Geografia, principalmente no 
tocante aos seus diferentes conceitos-chave (espaço, território, região, lugar e paisagem); como 
também se entende a espacialidade das práticas desenvolvidas pela sociedade no espaço 
habitado, seja ela de forma direta ou indireta. 
Entretanto, quando se trata do ensino de Geografia, pode-se questionar a escassa 
utilização da linguagem cartográfica em sala de aula, principalmente o uso de softwares 
disponíveis que podem ser utilizados para a melhor compreensão deste conteúdo. Portanto, 
escolhemos estudar o Google Earth, mais especificamente utilizando duas ferramentas 
disponíveis no software (Street View e Limites e Marcadores), ambas para tratarmos de 
conceitos concernentes à Cartografia e outras terminologias pertinentes ao conteúdo. 
Essa pesquisa nasceu pela prática docente em sala de aula e como fonte inspiradora da 
disciplina, Formação do Educador: Processos e Tecnologias, ministrada pela Profª. Drª. Claudia 
Coelho Hardagh, da linha de pesquisa Formação do Educador para Interdisciplinaridade do 
Programa de Pós-graduação (stricto sensu) em Educação, Artes e História da Cultura da 
Universidade Presbiteriana Mackenzie e também dos conhecimentos construídos a partir de 
duas pós-graduações (lato sensu), uma em Metodologia do Ensino da Geografia ofertada pelo 
 
1Mestrando em Educação, Artes e História da Cultura pelo Programa de Pós-graduação em Educação, Artes e 
História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 
 
 
Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI) e outra em Geotecnologias e suas 
aplicações pela Universidade Federal do Pará (UFPA). A partir da bibliografia explorada nestes 
cursos de pós-graduação surgiu a ideia de pesquisar a temática supracitada. Para realização 
desta investigação escolhemos adotar a pesquisa bibliográfica como procedimento 
metodológico. 
O presente texto está dividido em quatro seções seguidas de uma lista de referências. A 
primeira delas é a Introdução, onde comentamos a temática a ser abordada, objetivos, 
metodologia e o surgimento do interesse pela pesquisa. Em seguida temos, A contribuição da 
Geotecnologia para ciência geográfica, em que dissertamos sobre o significado das 
Geotecnologias e sua importância para sociedade contemporânea. Na seção, A potencialidade 
do Google Earth no ensino da Geografia, falamos sobre o software Google Earth e o seu uso 
para aplicação de conceitos geográficos. Na última seção, Conclusão, retomamos os objetivos 
iniciais, apontamos os resultados alcançados, indicamos as limitações da investigação e damos 
sugestões de outras pesquisas que podem ser desenvolvidas para complementar deste estudo 
realizado por nós. 
A CONTRIBUIÇÃO DA GEOTECNOLOGIA PARA CIÊNCIA GEOGRÁFICA 
 
Para se tratar da Geotecnologia, faz-se necessário apresentar o seu significado em 
função dos avanços tecnológicos nos últimos anos: 
[...] geotecnologias, estas entendidas como sendo as novas tecnologias ligadas 
às geociências e às outras correlatas. As geotecnologias trazem, no seu bojo, 
avanços significativos no desenvolvimento de pesquisas, em ações de 
planejamento, em processos de gestão e em tantos outros aspectos à questão 
espacial (FITZ, 2005, p. 3). 
 
Como podemos observar, a Geotecnologia é a utilização da informação para a análise 
do espaço geográfico, realizada por meio da tecnologia. 
 As ferramentas de análise espacial, desenvolveram-se concomitantemente com o avanço 
da tecnologia computacional, sendo assim, em nossa investigação, veremos a Geotecnologia 
como todo o conjunto de tecnologias para coleta, processamento, análise e disponibilização de 
informação com referência geográfica. 
 O avanço da Geotecnologia proporcionou uma nova visão da Terra, haja vista que sua 
potencialidade foi explorada primeiramente para fins militares com o advento do Sistema de 
Posicionamento Global (GPS)2 que é uma ferramenta extremamente útil para a localização de 
pontos georreferenciados na superfície da Terra. Segundo Rocha (2002), a tecnologia de 
posicionamento e localização por satélite assegura a precisão elevada de latitude e longitude, 
cujos resultados são obtidos pelo envio de informações de pelo menos três satélites. Também é 
informada para o usuário a altitude de sua localização, entre outras funções importantes, o que 
depende do aparelho e de suas funções disponíveis. Segundo Letham (1996), o uso do GPS 
iniciou em meados da década de 50: 
 
Com o lançamento do satélite Sputinik I pelos russos em 1957, começou a 
utilização de satélites para o posicionamento geodésico. Em 1958 os 
americanos lançaram o satélite Vanguard tendo assim o início do 
desenvolvimento do sistema Navstar (Navigation satellite with Timing and 
Ranging). A partir de 1967 foi liberado para uso civil, o sistema denominado 
Navy Navigation Satellite System (NNSS) também chamado de Transit. Em 
1973 iniciou-se o desenvolvimento do Global Positioning System (GPS), 
 
2 A abreviação padrão é proveniente da nomenclatura em inglês Global Positioning System (GPS). 
 
 
projetado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América 
(EUA) para oferecer a posição instantânea, bem como a velocidade e o horário 
de um ponto qualquer sobre a superfície terrestre ou bem próxima a ela num 
referencial tridimensional (LETHAM, 1996 apud Bernadi, 2002, p. 31). 
 
 Como o lançamento dos primeiros receptores GPS no mercado, há um crescente número 
de aplicações nos levantamentos topográficos, cartográficos e de navegação, face às vantagens 
oferecidas pelo sistema quanto à precisão, rapidez, versatilidade e economia. Com o 
desenvolvimento da navegação espacial adjunto ao surgimento do GPS, vem-se observandoum 
grande interesse científico pela criação de bancos de dados georreferenciados com extrema 
precisão, pois o sistema é uma grande ferramenta para estudos geodésicos, devido à sua 
precisão, além de permitir em tempo real o posicionamento em três dimensões (3D). 
 Além do GPS nós temos o Geographical Information System (GIS), também conhecido 
por Sistema de Informação Geográfica (SIG), que são interpretados por softwares que 
trabalham com dados do espaço geográfico, tanto de forma numérica quanto gráfica, utilizados 
para a elaboração de mapas e banco de dados correlacionados que facilitem a interpretação e a 
visualização dos fenômenos humanos e naturais. 
 O advento da Geotecnologia contribuiu para que fossem desenvolvidos softwares que 
podem ser de fundamental importância para o ensino da Geografia, quando utilizados como 
instrumentos colaborativos no processo de ensino/aprendizagem dos discentes. Com uso dessas 
novas tecnologias, é possível incrementar as aulas de Geografia e tornar conteúdos de difícil 
compreensão mais lúdicos e empolgantes em diversos níveis do ensino. 
 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Geografia para o Ensino Fundamental 
(6º ao 9º ano) indicam o uso da Cartografia como instrumento na aproximação dos lugares e do 
mundo, em que se enfatiza a importância da Cartografia para o ensino e aprendizagem da 
Geografia Escolar, visto que: 
A cartografia torna-se recurso fundamental para o ensino e a pesquisa. Ela 
possibilita ter em mãos representações dos diferentes recortes desse espaço e 
na escala que interessa para o ensino e pesquisa. Para a Geografia, além das 
informações e análises que se podem obter por meio dos textos em que se usa 
a linguagem verbal, escrita ou oral, torna-se necessário, também, que essas 
informações se apresentem especializadas, com localizações e extensões 
precisas, e que possam ser feitas por meio da linguagem gráfica/cartográfica. 
É fundamental, sob o prisma metodológico, que se estabeleçam as relações 
entre os fenômenos, sejam eles naturais ou sociais, com suas espacialidades 
definidas (BRASIL, 1998, p. 76). 
 
As Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio atentam também para a 
relevância da linguagem cartográfica na sala de aula, uma vez que: 
Os conceitos cartográficos (escala, legenda, alfabeto cartográfico) e os 
geográficos (localização, natureza, sociedade, paisagem, região, território e 
lugar) podem ser perfeitamente construídos a partir das práticas cotidianas. Na 
realidade, trata-se de realizar a leitura da vivência do lugar em relação com 
um conjunto de conceitos que estruturam o conhecimento geográfico, 
incluindo as categorias espaço e tempo (BRASIL, 2006, p. 50). 
 
 Como a Cartografia está diretamente relacionada com a Geotecnologia, e assim com 
conceitos chaves da Geografia, vamos explicitar na próxima seção, como o uso do software 
Google Earth pode facilitar a compreensão da Cartografia nos Ensinos Fundamental e Médio. 
 
 
 
 
 
A POTENCIALIDADE DO GOOGLE EARTH NO ENSINO DA GEOGRAFIA 
 
 Segundo Antunes (2013), a Google3 adquiriu a empresa Keyhole, que tinha 
desenvolvido a ferramenta Earth Viewer que partir do ano de 2005 foi renomeada e passou a 
ser conhecida como Google Earth. Inicialmente, a Google criou uma ferramenta gratuita que 
servia de browser (navegador) para o computador pessoal e permitia a partilha de dados entre 
vários utilizadores e publicitizando diversos pontos de interesse, como ferramenta de 
geomarketing. Assim foi criado o software que tem como base o acesso de milhares de imagens 
georreferenciadas, ortofotomapas4, e modelos digitais de terreno 3D com intuito de localizar e 
visualizar informações georreferenciadas de todo o mundo. 
 Existem três níveis de licenciamento do Google Earth. O Google Earth Enterprise, 
Google Earth Pro e o Google Earth, sendo que apenas este último será utilizado em nossa 
investigação. Escolhemos o Google Earth5 devido à sua grande quantidade de funções e por ser 
gratuito, tornando-o mais acessível aos diversos públicos devido ser acessível tanto pelo 
computador quanto pelo celular. 
 Dentre as várias ferramentas do software Google Earth, devido a limites de espaço, 
optamos por usar somente duas delas (Google Street View e Fronteiras e Marcadores) para 
explicitarmos conteúdos chaves na Geografia e sua utilização em sala de aula, tanto no Ensino 
Fundamental quanto no Ensino Médio. 
 As potencialidades do Google Earth para o ensino da Geografia, mais especificamente 
no conteúdo de Cartografia do Ensino Fundamental, podem ser trabalhadas a partir do 6º ano, 
quando é exigido, segundo os PCN de Geografia, que o aluno desenvolva habilidades e 
competências a respeito de sua localização através da latitude e longitude. 
 Na figura a seguir, é possível identificar os meridianos e paralelos que são linhas 
imaginárias traçadas para definir cartograficamente os diferentes pontos da Terra. A principal 
função dessas linhas é estabelecer as latitudes e as longitudes para assim precisar as 
coordenadas geográficas dos diferentes lugares do planeta. Trata-se, portanto, de círculos ou 
semicírculos que circundam a Terra nos sentidos norte-sul e leste-oeste. 
 
 
3 Empresa criada no ano de 1996, por dois estudantes da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, com o 
objetivo inicial era criar um motor de pesquisa. 
4 Fotografias aéreas ou de satélite transformadas para corrigir a perspectiva de modo que pareçam ter sido tomadas 
distância vertical infinita. 
5 O software está disponível em: http://www.google.com.br/intl/pt-BR/earth/ 
 
 
Figura 1 – Quadrícula representada pela longitude e latitude. 
Fonte: Google Earth 2015 
 
 Na figura 1 é possível, dentre outras coisas, atentar para o Meridiano de Greenwich e 
para o paralelo do Equador. Cremos que a possibilidade de visualização destas linhas 
imaginárias na imagem gerada pelo software é importante para a construção do conhecimento 
cartográfico do discente. 
As coordenadas geográficas representam um dos temas mais traumatizantes nas 
aulas de Geografia. Seguindo a postura da Alice no País das Maravilhas, muitos 
alunos pacientemente se expõem às explicações (muitas vezes mal feitas) sobre 
latitude e longitude, reconhecendo a sua “imponência”, mas ignorando o seu 
significado. As linhas imaginárias não estimulam a nossa imaginação e aparecem 
nos mapas como se fossem reais. Essa falta de compreensão é resultado do caráter 
abstrato da Cartografia que utiliza três mecanismos principais para abstrair a 
realidade (SANTOS, 2000, p. 201): a projeção para transferir a esfera terrestre com 
suas curvaturas para o plano (mapa), a escala para reduzir um continente, um país, 
uma cidade ou um bairro a um tamanho “manuseável” e a simbologia da linguagem 
(carto)gráfica para transmitir suas mensagens. (SEEMANN, 2013, p. 31) 
 
 As coordenadas geográficas, que localizam com máxima exatidão qualquer localidade 
no globo terrestre, são definidas pela latitude, representada pela letra grega phi (Φ), e pela 
longitude, representada pela letra grega lambda ( ), porém na visualização do software não é 
atribuído as letras para, possivelmente para melhor interpretação . Assim, a latitude é a distância 
ao Equador medida ao longo do meridiano de Greenwich. Esta distância mede-se em graus, 
podendo variar entre 0º e 90º para norte ou para o sul. Como componente, latitude é medida a 
partir do Equador, tem coordenadas positivas para o norte e negativas para o sul. 
 Utilizando o Google Earth podemos aplicar as coordenadas geográficas de qualquer 
cidade no mundo que o software nos levará até lá, como exemplo podemos ver atorre Eiffel, 
na cidade de Paris, França: 
 
 
Figura 2 – Coordenadas da Torre Eiffel. 
Fonte: Google Earth 2015 
 
 Na figura 2, podemos observar que a Torre Eiffel está localizada nas coordenadas N 48º 
51’18” / E 2º 17’42”. A partir desta localização podemos, dentro do próprio software, acionar 
outra ferramenta, chamada de Google Street View. Para acessar esta ferramenta, basta 
posicionar um boneco laranja que fica na parte superior direita da tela, e soltá-lo onde você 
deseja visualizar o espaço com maior nitidez. 
 A partir da visualização com maior nitidez, podemos explorar o conceito de lugar e qual 
a importância da Torre Eiffel para sociedade francesa, trabalhando assim, de forma 
interdisciplinar. É o uso da tecnologia a favor do processo de ensino/aprendizagem. 
Já no Ensino Médio podemos trabalhar o conceito de fronteira, aplicando a ferramenta 
Fronteiras e Marcadores. Este tema geográfico é dedicado à localização e descrição de lugares, 
cidades, regiões e países através dos seus limites administrativos e toponímia de lugares. Na 
figura abaixo, podemos observar as fronteiras conflituosas de Israel. 
 
 
Figura 3 – Exemplo de limites administrativos de Israel 
Fonte: Google Earth 2015 
 
 Uma das curiosidades desta opção é conhecer as rivalidades dos países vizinhos devido 
à (in)definição das fronteiras, no caso da Faixa de Gaza, por exemplo. Assim como grande parte 
da fronteira de Israel. Para além disto, esta definição das fronteiras, por parte do Google Earth, 
é apresentada com grande exatidão devido à qualidade da resolução das imagens de satélite. 
 O conceito de fronteira é abordado por várias ciências, podendo ser trabalhando 
interdisciplinarmente pelas diversas disciplinas do Ensino Médio. Segundo Guarinello (2010), 
não podemos desassociar o conceito de fronteira sem antes entender o que aconteceu com o 
Império Romano: 
O conceito de "identidades" parece não ser suficiente para explicar a situação 
do império. O próprio conceito implica na criação de fronteiras. Deslocando-
se de seu sentido óbvio e moderno (uma "linha" entre Estados), o conceito de 
'fronteira' entra em um campo metafórico mais amplo para tentar suprir os 
diferentes processos sociais. (GAURINELLO, 2010, p. 115) 
 
 O Império Romano foi o primeiro a utilizar o termo para expandir o seu território. No 
caso de Israel, a eterna disputa por territórios sagrados e por recursos naturais, vem fazendo 
com que os limites fronteiriços sejam ameaçados a cada nova guerra com os seus vizinhos 
territoriais. 
 A partir dos conceitos trabalhados e da utilização do software e das ferramentas inclusas 
nele, podemos diversificar o método de trabalhar os conteúdos referentes à Cartografia, 
podendo assim encurtar o distanciamento visível entre a ação docente com práticas tradicionais 
e a ação docente com práticas modernas, lembrando a importância do planejamento para 
utilização deste recurso. 
Educar para a inovação e a mudança significa planejar e implantar propostas 
dinâmicas de aprendizagem, em que se possam exercer e desenvolver 
concepções sócio-históricas da educação – nos aspectos cognitivo, ético, 
político, cientifico, cultural, lúdico e estético – em toda a sua plenitude e, 
 
 
assim, garantir a formação de pessoas para o exercício da cidadania e do 
trabalho com liberdade e criatividade. (KENSKI, 2007, p. 67) 
É de fundamental importância que o docente elabore um plano de aula atrelando os 
conceitos referentes à Geografia/Cartografia para que não se perca durante o processo de 
ensino. 
 
CONCLUSÃO 
O Google Earth no ensino da disciplina de Geografia é uma ferramenta com aspectos 
inovadores e motivadores no processo de ensino e aprendizagem. A partir da revisão 
bibliográfica usada como procedimento metodológico e dos conceitos apresentados, podemos 
afirmar a relevância das atividades que podem ser desenvolvidas nas aulas de Geografia com a 
introdução deste software, que permiti uma maior interação com o uso do computador, 
celulares, internet e das diversas ferramentas inclusas que possibilitam o uso diferenciando do 
que geralmente ocorre na utilização de práticas tradicionais, o que leva muitos a (injustamente) 
intitularem tal disciplina como “matéria decorativa”. 
 A autonomia do professor frente a qualquer recurso, seja o livro didático ou o Google 
Earth, é uma competência que deve ser buscada permanentemente na formação continuada de 
profissionais que desejem estar em sintonia com as mudanças do mundo frente à educação. 
Sendo assim, o uso do software Google Earth para o ensino da Geografia, é uma 
ferramenta complementar, e não deverá ser usado de forma aleatória, sem planejamento, sendo 
necessário que o professor ministre temas e conteúdos a serem abordados, devendo também 
definir, ao planejar, o que se busca dentro do processo de ensino, antes, durante e depois do 
estudo. 
Esperamos ter contribuído para que este software seja utilizado de forma planejada e 
permita que as aulas de Cartografia e conteúdos concernentes, sejam melhor exploradas pelo 
professor de Geografia, fazendo da tecnologia uma aliada no processo de ensino/aprendizagem 
dos discentes. 
 
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