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Flávia Helena da Silva Antimicrobianos Mecanismo de ação dos antimicrobianos: Inibição da síntese de parede celular Inibição da síntese proteica Inibição da síntese de ácido nucleico Alteração das membranas citoplasmáticas Inibição da síntese de metabólitos essenciais. β- Lactâmicos Característica principal: presença do anel (amida cíclica com 4 lados fechada por uma ligação de N da amida ao carbono beta). Este anel é responsável pela atividade microbiana e o seu rompimento leva a perda completa da atividade antimicrobiana. Exemplo de β-lactâmicos: Penicilina: derivados do ácido 6- aminopenicilânico (Ex: Penicilina G) Carbapenemas: imipeném. Cefalosporina: - Cefemas - derivados do ácido 7-aminocefalosporânico. Ácido Clavulânico: inibidores de beta-lactamase. Monobactâmicos: aztreonam. São importantes, pois pode ser utilizada em caso de reação alérgica grave a penicilina, pois por apresentar um anel sozinho, não fará reação cruzada com outro grupo de antimicrobianos. PENICILINA Descoberta por Fleming em 1928. Produzida a partir do fungo Penicillium notatum, hoje, Penicillium chrysogenum. Mecanismo de Ação: Está associado à presença do anel β-lactâmico, que faz uma ligação às penicillin- binding proteins (PBP), inibindo a síntese da parede celular bacteriana e provocando lise osmótica (entra muita H20 e sal na célula) e morte da bactéria. Penicilina cristalina ou aquosa: IV (intravenosa). Apresenta meia-vida curta (30 a 40 minutos), é eliminada do organismo rapidamente (cerca de 4 horas). Alcança concentrações terapêuticas em praticamente todos os tecidos. É a única que ultrapassa a barreira hemato-encefálica em concentrações terapêuticas, e mesmo assim, somente quando há inflamação. APLICAÇÃO A CADA 4H. Penicilina G procaína: IM (intramuscular) A associação com procaína retarda o pico máximo e aumenta os níveis séricos e teciduais por um período de 12 horas. APLICAÇÃO A CADA 12H OU 24H. Penicilina G benzatina: é uma penicilina de depósito, pouco hidrossolúvel, e seu uso é exclusivamente intramuscular (IM). Os níveis séricos permanecem por 15 a 30 dias, dependentes da dose utilizada. (Não há indicação de aplicação em tempo menor que 7 dias). Penicilina V: apenas para uso oral. Os níveis séricos atingidos por esta preparação são 2 a 5 vezes maiores do que os obtidos com as penicilinas G administradas por via intramuscular e com distribuição tecidual similar a esta. Pode ser utilizada como terapêutica seqüencial oral na substituição das penicilinas parenterais, exceto contra Neisseria spp e Haemophilus spp.. Indicações clínicas das penicilinas. Pneumonias; Otites e sinusites; Faringites e epiglotites; Infecções cutâneas; Meningites bacterianas; Infecções do aparelho reprodutor; Endocardites bacterianas; Profilaxia. CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS Penicilinas naturais -Penicilina G cristalina (IV) -Penicilina G procaína (IM) -Penicilina G benzatina (IM) -Penicilina V (VO) Aminopenicilinas -Ampicilina (IM) -Amoxicilina (VO) Resistentes a penicilinase (padrão para staphylococcos aureus) -Oxacilina (IV) -Meticiclina Amplo espectro (Infecções muito graves) -Ureidopenicilina -Carboxipenicilina PENICILINAS Antibiótico Espectro Reações adversas Penicilina G benzatina Penicilina G cristalina Penicilina G procaína Penicilina V Cocos positivo ; Cocos negativo ; espiroquetas; Clostridium (tetani, botulinum, perfringes); actinomicetos; bacilos negativo (mycoplasma; chlamydia) - Hipersensibilidade - Convulsões em altas doses Ampicilina Bacampacilina Amoxicilina Cocos positivo, Listeria spp, H.Influenzae, E. coli, P. mirabilis, Salmonella spp, Shigella spp, Bordetella pertussis. - Hipersensibilidade - Aumento de aminotransferase - Hepatite ; - Diarréia Meticiclina Oxacilina Staphylococcos; agentes de meningite; Não trata MSSA (staphylococcos aureus muito resistente à meticiclina). - Alergia; - Leucopenia - Aumento de aminotransferase - Hepatite; - Nefrite intersticial Ureidopenicilina Piperacilina Enterobacteriaceae (Klebsiella), P. aeruginosa, Enterococcus, anaeróbios (B. fragilis). - Hipersensibilidade - Distúrbios da agregação plaquetária; - Hepatites - Crises convulsivas; - Leucopenia Carbenicilina (meropenem) Ticarcilina. P. aeruginosa, Enterobacter, Acinetobacter, anaeróbios (B. fragilis): não são ativas contra Serratia, Legionella e Klebsiella. - Hipersensibilidade - Distúrbios da agregação plaquetária - Hepatites - Crises convulsivas OBS: Em casos de sepse por staphylococcos (epidermidis ou saprophyticus) aplicar VANCOMICINA. Inibidores das b-lactamases Ácido clavulânico; Sulbactam e tazobactam inibem b-lactamases de Staphylococcus spp, Moraxella catarrhalis, H. influenzae, Bacteroides spp, Klebsiella spp e E. coli. Amoxicilina/ácido clavulânico Ticarcilina/ácido clavulânico Ampicilina/sulbactam e amoxicilina/sulbactam Piperacilina/tazobactam. Resistência Bacteriana • Associa-se prioritariamente à produção de enzimas do tipo beta-lactamases • As enzimas destroem o anel e com isso há perda da função antimicrobiana. • São codificadas por genes cromossômicos ou por plasmídios. • Pode ser causada por alteração das PBP(s) e aí não há afinidade ao sitio de ligação. EXEMPLOS: Staphylococcus aureus: Produtor de penicilinase anti-estafilocócica. Faz a mudança no sítio de ligação (PBP). É resistente a todos os b-lactâmicos. Ex: glicopeptídeos. CEFALOSPORINAS Antimicrobianos de amplo espectro. (Cefalexina VO; Cefadroxila VO; Cefazolina IM/IV; Cefalotina IV) Cefalosporinas de primeira geração: São muito ativas contra cocos gram-positivos e têm atividade moderada contra E. coli, Proteus mirabilis e K. pneumoniae adquiridos na comunidade. Não têm atividade contra H. influenzae e não agem contra estafilococos resistentes à oxacilina (MSSA), pneumococos resistentes à penicilina, Enterococcus spp. e anaeróbios. Podem ser usadas durante a gestação. CARBAPENENS Imipenem, meropenem e ertapenem. O meropenem é um pouco mais ativo contra bactérias gram-negativas (PSEUDOMONAS AURIGINOSAS), ao passo que o imipenem apresenta atividade um pouco superior contra gram-positivos. O ertapenem não tem atividade contra P. aeruginosa e A.baumannii. MONOBACTÂMICO Aztreonam. Não é absorvido por via oral. Pode ser administrado por via intramuscular ou endovenosa. Mantém-se ativo em meios ácidos, sendo uma opção no tratamento de abscessos. GLICOPEPTÍDEOS. VANCOMICINA É um antibiótico glicopeptidico. Não é absorvida no intestino e é administrada via intravenosa (IV), exceto no tratamento de infecções do próprio intestino. Só é ativo sobre Gram-positivos. Porém algumas cepas de Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus haemoliticus e Staphylococcus aureus sejam resistente a teicoplanina, entretanto sensíveis à vancomicina. Utilizado somente em hospitais para tratar infecções graves. Mecanismo de ação: Inibe a síntese da parede celular da bactéria. Mecanismo de dosagem: Adultos e crianças com mais de 12 anos: 500 mg de Vancomicina a cada 6 horas ou 1g a cada 12 horas. Crianças de 1 mês a 12 anos de idade: 10 mg de Vancomicina por kg de peso corporal a cada 6 horas ou 20 mg por kg de peso corporal a cada 12 horas. TEICOPLANINA É um antimicrobiano do grupo dos glicopeptídeos utilizado nas infecções por bactérias gram positivas resistentesa cefalosporinas ou penicilinas. Tem como principal indicação o tratamento por infecções repetidas de Staphylococcus aureus
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