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Patologia clínica Acadêmica: Juliana Rabelo da Silva Sousa Microbiologia bacteriana Bactérias: organismos unicelulares, procariontes, que podem ser encontrados isolados ou em colônias. Não possuem núcleo ou organelas membranares. Tamanho varia de 1-10 micrômetros. A maior parte do material genético é incorporado em uma única molécula circular de DNA de fita dupla, frequentemente, fragmentos adicionais de DNA, conhecidos como plasmídeos, são encontrados. No citoplasma além de sais minerais, AA, pequenas moléculas, proteínas, açúcares, ainda são encontrados ribossomos, grânulos de material de reserva (amido, glicogênio, lipídeos ou fosfatos). Exceto micoplasmas, todos os procariotos tem parede celular rígida. Nas bactérias essa parede celular é composta de peptideoglicanos. Bactérias gram-negativas, com parede celular que não fixa o corante cristal-violeta, possuem camada externa de lipopolissacarídeos e proteínas, sobre a camada de peptideoglicano denominada cápsula, encontrada principalmente em bactérias patogênicas, protegendo-as contra a fagocitose. Não apresentam vacúolos, porem podem acumular substâncias de reserva sobre a forma de grânulos constituídos de polímeros insolúveis. Comuns, polímeros de glicose, ácido hidroxibutírico e fosfato. Forma e arranjo Quanto à forma Coco: forma esférica ou subesférica (gênero Coccus). Bacilo: forma de bastonete (gênero bacillus). Podem apresentar extremidades em ângulo reto (Bacillus anthracis). Vibrião: forma de vírgula (gênero Vibrio). Espirilo: forma de espiral\ondulada (gênero Spirillum). Espiroqueta: forma acentuada de espiral. Quanto ao grau de agregação Diplococo: forma esférica ou subesférica e agrupadas aos pares (gênero Diplococcus). Estreptococos: assemelha-se a um “colar de cocos”. Estafilococos: forma desorganizada. Sarcina: forma cúbica, formado por 4-8 cocos simetricamente postos. Diplobacilos: bacilos reunidos 2 a 2. Estreptobacilos: bacilos alinhados em cadeia. Técnica de coloração de gram Objetivo: Classificar o tipo de bactéria. Parede celular da gram-negativa: mais complexa. Parede celular da gram-positiva: mais espessa, porém com um único tipo de macromolécula. Na maioria das bactérias, a parede celular deve sua rigidez ao peptideoglicano. Representa a maior parte da parede das gram-positivas, 15-50% da massa da bactéria, ao passo que a gram-negativa não passa de 5%. Trata-se de uma macromolécula formada por um arcabouço composto de alternância de N-acetil-glicosamina (NAG) e ácido N- acetilmurâmico (NAM). Ao NAM encontram-se ligados covalentemente cadeias laterais de tetrapetídeos. O número de interligações na gram-positiva é bem superior. Embora as ligações glicosídicas entre NAM e NAG sejam fortes, não são capazes de prover toda a resistência a estrutura. A total resistência é atingida com as ligações com os AA. A gram-negativa apresenta uma dupla cmada externa de lipopolissacarídeos, ao passo que as gram-positivas apresentam apenas uma fina camada envolvendo sua espessa camada de mucopeptídeo, geralmente ausente na gram-positiva. Na técnica de gram faz-se o uso das subtancias na seguinte ordem: violeta e lugol (complexo violeta-iodo), trata-se a lâmina com álcool, em seguida, aplica a fucsina. As células gram-positivas e negativas absorvem o complexo, devido ligação iônica entre os grupos básicos do corante e ácidos da parede celular. O iodo penetra nos dois tipos de célula, e forma com o corante um complexo violeta-iodo. Ao fazer uso de álcool nas gram-negativas, como descorante, o mesmo dissolve o complexo, elimina- o e deixa a celular incolor, que ao ser corada com fucsina fica avermelhada. Já nas gram-positivas o álcool penetra com dificuldade na espessa camada. A maior parte do complexo permanece na celular, retendo assim a coloração azulada. Gram-positivas (parede celular espessa): violeta + lugol + álcool + fucsina = coloração azulada Gram-negativas (parede celular fina): violeta + lugol + álcool + fucsina = coloração avermelhada Antibióticos Toxicidade seletiva: drogas capazes de combater infecções causadas por micro-organismos sem fazer malefícios à célula hospedeira. Antibióticos: drogas antibacterianas que provém de organismos vivos. Quanto à origem Naturais: quando a molécula da droga é totalmente de origem natural (penicilina, extraída dos fungos). Semissintéticas: quando a molécula de origem natural é alterada em laboratório (oxacilina). Sintéticas: antibacterianos quimioterápicos, drogas sintetizadas completamente em laboratório. Quanto ao mecanismo de ação Bactericidas: provoca a morte das bactérias. Ex: Aminoglicosídeos. Bacteriostáticas: inibem o metabolismo bacteriano, bloqueando o seu crescimento. Ex: Sulfas. Quanto ao espectro de ação antimicrobiano Pequeno espectro: realizam ação sobre determinados grupos. Ex: Penicilina apenas sobre bactérias gram- positivas. Amplo espectro: sem grupo específico: atuam sobre gram-positvas e negativas. Ex: tetraciclina e cloranfenicol. Mecanismo de ação dos antimicrobianos Através da inibição da síntese da parede celular Ex: Bacitracina, cefalosporina, penicilinas e vancomicina. Produção da parede celular: 1. Produção dos principais compostos ainda no citoplasma 2. Passagem dessas substâncias pela parede celular 3. Formação da malha de peptideoglicano através da ligação estabelecida por enzimas formando enfim a parede celular Esses antibióticos inibem a atividade enzimática que forma o peptideoglicano. A batéria fica completamente vulnerável a ação do meio. Através da inibição da membrana celular Ex: Anfotericina B, Polimixinas e Nistatina. A maioria das reações químicas são realizadas pela membrana plasmática que é destruída por certos antibióticos. Através da inibição da síntese de proteínas Ex: Cloranfenicol, tetraciclinas, aminoglicosideos e estreptomicina. As tetraciclinas bloqueiam a síntese proteica porque quando fixadas à subunidade 30S (menor), impedem a fixação dos RNA transportadores ao ribossomo. O cloranfenicol, lincomicina e clindamicina, possuem os mesmos mecanismos, que seria impedir a união dos AA pela inibição da peptidiltransferase. Eritromicina bloqueia a síntese proteica, porque quando fixada a subunidade 50S, impede o movimento de translocação. Através da inibição da síntese de ácidos nucléicos Ex: Ácido nalidíxico, novobiocina, rifampicina e fluorquinolonas. Alguns antibióticos interferem em alguma fase da síntese do material genético. Antibiograma Ensaio laboratorial que mede a susceptibilidade\resistência de uma bactéria a um ou mais agentes antimicrobianos. Seu objetivo é tanto a análise do espectro de sensibiblidade\resistência a drogas de uma bactéria quanto à determinação da concentração mínima inibitória. Classificação: 1. Antibióticos com ação na parede bacteriana Beta-lactâmicos o Penicilinas o Cefalosporinas o Carbapenêmicos e monobactâmicos Glicopeptídeos Polimixina B 2. Antibióticos com ação no citoplasma bacteriano Macrolídeos e lincosamidas Cloranfenicol Tetraciclinas Aminoglicosídeos Sulfonamidas + Trimetropim Fluorquinolonas Metronidazol ANTIBIÓTICOS DE AÇÃO NA PAREDE BACTERIANA BETA-LACTÂMICOS São classificados pela semelhança estrutural e adição de radicais que fornecem estabilidade. Principais representantes: Penicilinas Cefalosporinas Carbapenêmicos Monobactâmicos Mecanismo de ação: Caracterizados pela presença de anel beta-lactâmico. Inibem a síntese da parede bacteriana de germes gram-positivos e gram-negativos. Se ligam a um grupo de proteínas de membrana, proteínas ligadoras de penicilina (PBP), que funcionam como enzimas necessárias à síntese das peptideoglicanasda parede bacteriana. A ligação do antibiótico à PBP inibe a enzima e bloqueia síntese de parede bacteriana, levando a morte. Obs: Diferenças na parede bacteriana: Gram-positivas: formada pro apenas uma camada de peptidoglicadas, com espessura entre 20-80 micrômetros. Streptococcus sp. Staphylococcus sp. Enterococcus sp. Peptostreptococcus sp. Clostridium sp. Gram-negativas: constituída de dupla camada, uma mais interna de peptidoglicanas, com espessura de apenas 1 nanômetro, e uma membrana externa, contendo lipopolissacarídeo (LPS). Entre a membrana externa e a camada de peptidoglicanas, está o espaço periplasmático. Obs: Os beta-lactâmicos alcançam facilmente a PBP dos gram-positivos, mas precisam atravessar as porinas na membrana externa dos gram-negativos para atingir o espaço periplasmático, onde se ligam à PBP, o que limita um pouco o espectro de ação dos beta-lactâmicos com relação as gram-negativas. Mecanismos de resistência Podem ser intrínsecos ou adquiridos. Produção de beta-lactamases: enzimas capazes de inativar determinado antibiótico beta-lactâmico, por hidrolisar o seu anel principal. Podem clivar penicilinas e cefalosporinas. Ex. Penicilinase especifca produzida pela maioria das cepas do Staphylococcus aureus responsável pela resistência a todas penicilinas, exceto grupo da oxacilina. Sensível a cefalosporinas, principalmente de primeira geração. Principal mecanismo das gram-negativas. Cepas de Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, E. coli, Proteus mirabilis, Salmonella sp. Shigella sp. Produzem beta-lactamases plasmídio-codificadas, que os torna resistentes às penicilinas e cafalosporinas de 1 geração, mas não de 2, 3 e 4 geração e aos carbapenêmicos. A associação entre beta-lactâmicos com inibidores de beta-lactamases (clavulanato, sulbactam, tazobactam) amplia o espectro de ação dessdes antibióticos, tanto gram-positivos como o S. aureus como negativos como H. influenzae, enterrobacteriaceae e bacteoidesfragilis. PBP com baixa afinidade pelo antibiótico: mecanismo de resistência do S. aureus MRSA do „pneumocco‟ resistente à penicilina e cefalosporina e do Enterococcus fecalis aos beta-lactâmicos, especialmente às cefalosporinas ao aztreonam. O antibiótico não consegue inibir a PBP simplesmente por se ligar fracamente a proteína. Porinas que dificultam ou impedem a passagem do antibiótico: presença de porinas que impedem que o antibiótico atinja seu sítio de ação PBP faz com que a Penicilina G e a Oxacilina seja ineficazes contra a maioria dos gram-negativos, o que não acontece com as aminopenicilinas (ampicilina e amoxicilina) e outras penicilinas de nova geração, razão pelo qual são de espectro ampliado para gram-negativos. PENICILINAS Penicilina G (benzil-penicilina): mais eficaz contra cocos gram-positivos (S. pyogenes, S. agalactiae, S. do grupo viridans e pneumococo), bacilos gram-positivos (Lisyeria monocytogenes), cocos gram-negativos (Nisseria meningitidis), anaeróbios da boca e orofaringe, mas não o Bacteroidesfragilis e espiroquetas como o Treponema pallidum e lesptospirans interrogans. Efeito apenas bacteriostático contra Enterococcus fecalis. De forma geral os gram-negativos com exceção do Nisseria e alguns anaeróbios de boca e orofaringe possuem resistência natural à penicilina G, pois ela não atravessa as porinas. A maioria dos S. aureus e estafilococos coagulase-negativos adquirem resistência pela produção de uma penicilinase plasmidio-codificada. A penicilina G é mal absorvida pelo TGI e deve ser adm por via parenteral. Penicilina G cristalina: via venosa, infecções mais graves que indicam internação (neurosífilis). Penicilina G procaína: via IM, infecções de gravidade intermediária (erisipela). Penicilina G benzatina (Benzetacil): preparação de liberação lenta, adm por via IM, cujo efeito perdura por cerca de 10 dias. Uso reservado para: faringoamigdalite estreptocócica (e profilaxia de febre reumática), piodemites estreptocócicas e sífilis sem acometimento do SNC. Penicilina V: excelente abs por VO. Tto ou profilaxia de infecções por bactérias sensíveis a penicilina G. Penicilinas penicilases-resistentes: semissintéticas com capacidade de resistir à ação da penicilase produzida pelo Staphylococcus aureus. (Oxacilina, meticilina e nafcilina). Única utilizada é a oxacilina, meticilina apenas para antibiograma. Oxacilina é a droga mais eficaz contra S. aureus exceto cepas MRSA – S. aureus resistentes a meticilina, MRSA são sensíveis apenas a glicopeptídeos (Vancomicina, teicoplanina). Oxacilina mal abs no TGI, adm IV. Aminopenicilinas: Ampicilina e amoxicilina. Conseguem atravessar as porinas das gram-negativas, relativa eficácia por várias cepas do H. influenzae, M. catarrhalis, E. coli, P. mirabilis, Salmonella sp. e Shigella sp. (sensível apenas a ampicilina). Mantém também eficácia contra gram-positivos, porem não superior a penicilina G. Enterococcus fecalis tem certo grau de sensibilidade. Pseudomonas aeruginosa, resistente a aminopenicilinas pela ação de suas beta-lactamases e presença de porinas de muito baixa sensibilidade. Ampicilina tem abs pelo TGI imprevisível Amoxicilina tem biodisponibilidade de quase 100%, por isso grande eficácia por VO. Carboxipenicilinas: Carbenicilina e Ticarcilina, menos eficazes contra gram-positivos mas espectro ampliado para gram-negativos produtores de beta-lactamase, como Enterobacter sp. Proteus indol-positivo e pseudomonas aeruginosa. Ureidopenicilinas: Mezlocilina e piperacilina. Mais eficazes contra carboxipenicilinas contra Enterobacteriaceae e P. aeruginosa. Obs: Penicilinas + inibidores de beta-lactamase (Clavulanato, Sulbactam ou Tazobactam): amplia o espectro. Amoxicilina + clavulanato e ampicilina + sulbactam: eficácia garantida contra gram-positivos (incluindo S. aureus oxacilina-sensível), gram-negativos e anaeróbios (incluindo bacteroides fragilis), excelentes drogas para o tratamento de infecções comunitárias polimicrobianas do tipo pneumonia aspirativa, pé diabético infectado, sinusite bacteriana. Ineficazes contra P. aeruginosa e algumas cepas de Enterobacteriaceae que produzem beta-lactamases resistentes. Ticarcilina + clavulanato e Piperacilina-Tazobactam tem espectro ampliado para P. aeruginosa sendo excelente droga para tratamento de infecções adquiridas em ambiente hospitalar como a pneumonia nosocomial. BETA-LACTÂMICOS PENICILINAS Penicilina G Penicilina V Penicilina penicilase- resistente Aminopenicilinas Carboxipenicilinas Ureidopenicilinas Cocos gram+ e – anaeróbios boca e orofaringe T. pallidum L. interrogans Bactérias seníveis a penicilina G Staphylococcus aureus Gram-negativas H. influenzae M. catarrhalis, E. coli, P. mirabilis, Salmonella sp. Shigella sp. e gram+ mas não superior a PG Menos eficazes contra gram+ mas espectro ampliado para gram- produtores de beta- lactamase Enterobacter sp. Proteus indol- positivo Pseudomonas aeruginosa. Enterobacteriaceae e P. aeruginosa. Má abs TGI Adm via parenteral Abs VO Má abs TGI Cristalina IV Infecções mais graves (neurosífilis) Oxacilina IV Exceto MRSA Ampicilina (único para Shigella sp.) Abs pelo TGI imprevisível Carbenicilina Mezlocilina Procaína IM Infecções intermediárias (erisipela) Meticilina (apenas antibiograma) Amoxicilina VO Biodisponibilidade de 100% Ticarcilina Piperacilina Benzatina IM Faringoamigdalite estreptocócica, piodermites e sífilis sem a acometimento do SNC Nafcilina Obs: MRSA sensível apenas a glicopeptídeos – Vancomicina, teicoplamina CEFALOSPORINAS: 1º Geração: Cefalotina e Cefazolina (adm parenteral), profilaxia antibiótica intra-operatória e tto de infecções de pele e tecido subcutâneo, ainda menos eficazes que penicilinas e Cefalexina e Cefadroxil(VO): gram-positivos incluindo S. aureus oxacilina-sensível, mas efetivos apenas contra poucos gram-negativos, algumas cepas de E. coli, Proteus mirabilis e Klebsiela pneumoniae. Obs: Ineficaz contra MRSA, S. pneumoniae resistente a penicilina, N. meningitidis, N. gonorrhoeae, H. influenzae, M. catarrhalis, Enterobacter sp., Serratia sp. Proteus indol-positivo, Pseudomonas aeruginosa e Bacteroides fragilis. 2º Geração: comparado as de 1º geração, espectro mais ampliado para gram-negativos. Subgrupo com atividade anti-Haemophilus influenzae – Cefuroxime. Extrema eficácia tbm contra M. catarrhalis e N. gonorrhoeae. Em relação a 1º geração é mais efetiva contra Streptococcus pneumoniae e Streptococcus pyogenes e menos efetiva a S.aureus oxacilina-sensível. Eficaz contra N. meningitidis. Subgrupo com atividade anti-Bacteroides fragilis – Cefoxitina. É também mais efetiva que do que o cefuroxime contra enterobactérias, menos efetiva contra H. influenzae, M catarrhalis e cocos gram-positivos. Antibiótico profilático para cirurgias abdominais e pélvicas e opção para tto de infecções por anaeróbios e gram-negativos (flora mista). Adm oral: Cefuroxime axetil, cefaclor e cefprozil – espectro semelhate ao do cefuroxime. 3 º Geração: estabilidade às beta-lactamases produzidas pelos gram-negativos entéricos. Subgrupo sem atividade anti-Pseudomonas: Ceftriaxone, Cefotaxim e Cefodizima. Excelente cobertura contra S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis e Enterobacteriaceae (E. Coli, Klebsiela pneumoniae, Proteus sp., Enterobacter sp., Serratia sp. e Citrobacter sp.). Tto de pneumonia comunitária, meningite bacteriana e infecções nosocomiais não causadas por P. aeruginosa, Acinetobacter sp. ou S. aeurus. Subgrupo com atividade anti-Pseudomonas: Ceftazidime e Cefoperazona. Cefoperazona tem perdido sua estabilidade, em desuso. Cefazidime, tem cobertura para Enterobacteriacea, H. influenzae e M. catharralis comparável ao Ceftriaxone, porem ineficaz contra a maioria dos germes gram-positivos, principalmente S. aureus. Adm oral: Cefixime e Cefpodoxime. Completar tttos iniciados no hospital para infecções nosocomiais por Enterobacteriaceae. 4º Geração: Cefepime e Cefpiroma. Em sua estrutura química possuem amônio quaternário de carga positiva, ligado ao anel cefalosporínico. Propiedades: passam com facilidade pela porinas de P. aeruginosa e tem maior afinidade as beta-lactamases cromossomo-codificadas induzíveis produzidas por algumas cepas multi-resistentes de gram-negativos entéricos. Algumas cepas de P. aeruginosa são resistentes ao Ceftazidime, mas não às cefalosporinas de 4º geração. Obs: Nenhuma cefalosporina é eficaz contra o Enterococcus fecalis. BETA-LACTÂMICOS CEFALOSPORINAS 1º Geração 2º Geração 3º Geração 4º Geração Cefalotina e Cefazolina Parenteral Subgrupo com atividade anti-Haemophilus influenzae Cefuroxime Subgrupo sem atividade anti-Pseudomonas Ceftriaxone, Cefotaxim e Cefodizima Cefepime e Cefpiroma Profilaxia antibiótica intra-operatória e tto de infecções de pele e tecido subcutâneo Grande eficácia contra M. catarrhalis, N. gonorrhoeae, S. pneumoniae, S. pyogenes, N. meningitidis S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis e Enterobacteriaceae Tto de pneumonia comunitária, meningite bacteriana e infecções nosocomiais não causadas por P. aeruginosa, Acinetobacter sp. ou S. aeurus Passam com facilidade pela porinas de P. aeruginosa e tem maior afinidade as beta- lactamases cromossomo- codificadas induzíveis produzidas por algumas cepas multi-resistentes de gram- entéricos. Cefalexina e Cefadroxil VO Subgrupo com atividade anti-Bacteroides fragilis - Cefoxitina Subgrupo com atividade anti-Pseudomonas Ceftazidime e Cefoperazona (desuso) Gram+ incluindo S. aureus oxacilina-sensível e poucos gram-, algumas cepas de E. coli, Proteus Enterobactérias Profilático para cirurgias abdominais e pélvicas e tto de infecções por Enterobacteriacea, H. influenzae M. catharralis Ineficaz contra S. aureus mirabilis e Klebsiela pneumoniae anaeróbios e gram- (flora mista). VO: Cefuroxime axetil, cefaclor e cefprozil CARBAPANÊMICOS Imipenem e Meropenem. Extremamente resistentes à clivagem pelas beta-lactamases das gram-positivas e negativas incluindo os anaeróbios. Eficazes contra Pseudomonas aeruginosa. Espectro: Gram-positivos, incluindo S. aureus oxacilina-sensível e várias cepas de Enterococcus fecalis. Gram-negativos, incluindo todos os produtores de beta-lactamase, P. aeruginosa e Acinetobacter sp. Anaeróbios, incluindo Bacteroides fragilis. Bactérias resistentes: S. pneumoniae com resistência alta à penicilina, S. aureus MRSA, Enterococcus faecium, Stenotrophomonas maltophilia, Burkholderia cepacia. Obs: Para evitar resistência induzida, sempre que prescrito um carbapanêmico deve-se associar outro antibiótico com ex: Amicacina ou Levofloxacina, visando destruir todas as cepas da bactéria de forma efetiva. MONOBACTÂMICOS Aztreonam. Antibiótico beta-lactâmico monocíclico com atividade apenas contra gram-negativos aeróbicos, espectro semelhante aos aminoglicosídeos. Não é eficaz contra nenhum gram-positivo ou anaeróbio. BETA LACTÂMICOS CARBAPANÊMICOS MONOBACTÂMICOS Imipenem e Meropenem Aztreonam Gram-positivos, incluindo S. aureus oxacilina-sensível e várias cepas de Enterococcus fecalis Gram-negativos, incluindo todos os produtores de beta- lactamase, P. aeruginosa e Acinetobacter sp. Anaeróbios, incluindo Bacteroides fragilis Gram-negativos aeróbicos GLICOPEPTÌDEOS Estrutura química complexa comum. Mecanismo de ação: inibição da síntese da parede celular num sítio diferentes do B-lactâmicos. Atividade contra gram-positivas. Agem se ligando a pontos específicos da cadeia de peptideoglicanas, bloqueando a síntese dessa macromolécula (impede a adição de novas subunidades ao polímero). Sem necessitar de PBP, esses antibióticos são capazes de inibir a síntese da parede bacteriana, levando a morte do microorganismo. Não tem nenhum efeito nos gram-negativos. Mecanismo de resistência: troca de um AA da subunidade peptideoglicana que passa a não mais reconhecer o glicopeptídeo. Parece não ser o mecanismo dos estafilococos. Os primeiros a mostrarem esse problema foram os coagulase-nwgativos (S. epidermidis). Vancomicina, tto de pcts resistentes aos B-lactâmicos (S. aureus MRSA) e Teicoplanina Espectro antimicrobiano: São os mais confiáveis para o tto de infecções por S. aureus MRSA e por S. aureus VIRSA. Obs: Para evitar resistência o uso é indicado para casos selecionados. Obs: Nova classe de antibióticos, Oxazolidinonas (Linezolida) pode combater o S. aureus VIRSA. Obs: Vancomicina é a 2º escolha no tto da diarreia por Clostricium difficile, 1º escolha é o metronidazol. POLIMIXINA B Derivada da bactéria do solo Bacillus polymyxa, é antibiótico bactericida que atua como detergente da membrana plasmática, atuando exclusivamente em gram-negativos. Tto tópico de lesões cutâneas, oftalmológicas, otite externa. Uso parenteral limitado pela toxicidade (irritabilidade, sonolência, ataxia, parestesias, nefrotoxicidade, rubor fácil, distúrbios eletrolíticos, parada respiratória). GLICOPEPTÍDEOS POLIMIXINA B Gram-negativos aeróbicos S. aureus MRSA S. aureus VIRSA Gram-negativos Tto tópico de lesões cutâneas, oftalmológicas, otite externa Uso parenteral limitado pela toxicidade ANTIBIÓTICOS COM AÇÃO NO CITOPLASMA BACTERIANO MACROLÍDEOS E LINCOSAMIDAS Inibem a síntese proteica em nível ribossômico. São estreitamente inter-relacionadas e apenas a Eritromicina necessita de teste de sensibilidade microbiana. Mecanismo de ação: bacteriostáticos que agem inibindo a síntese de proteínas por se ligar a subunidade 50S do ribossoma bacteriano. Eritromicina, primeiroagente macrolídeo é produzida pela bactéria Streptomyces erytherus, a Lincomicina, primeira lincosamida, é produzida pela Streptomyces lincolnesis. A clindamicina é derivado semissintético da lincomicina. Macrolídeos 1º geração: Eritromicina: ativa contra a maioria dos gram-positivos (S. pyogenes, estreptococos do grupo viridians, pneumophila, S. pneumoniae, S. aureus, L. monocytogenes, C. diptheriae, C. perfringens), germes atípicos (L. pneumophila, M. pneumoniae, C. pneumoniae, C. trachomatis), cocos gram-negativos (N. gonorrhoeae e N. miningitidis), agente da coqueluche (B. pertussis) e da sífilis (Treponema pallidum). Usada para tratar infecções estreptocócicas, gonocócicas e treponêmicas em pcts alérgicos à penicilina. Droga de escolha para tto de infecções por Mycoplasma pneumoniae (50x mais potente que as tetraciclinas), da coqueluche e da angiomatose bacilar. Ativa contra S. aureus oxacilina-sensível mas induz rápida resistência. Nova geração: Azitromicina e Claritromicina: mesmo espectro da eritromicina, mas eficácia maior contra germes gram-positivos, como H. influezae, M. catarrhalis e L. pneumophila. No entanto, a azitromicina é menos eficaz contra gram-positivos (S. pyogenes, S. pneumoniae e S. aureus) do que a claritromicina e eritromicina. São usadas em associação com o Etambutol para tto de infecção pelo complexo Mycobacterium avium (MAC) em pcts com AIDS. Claritromicina + Amoxicilina + Inibidor da bomba de prótons = Resultados na erradicação do Helicobacter pylori na doença ulcerosa péptica. Obs: Eritromcina e azitromicina podem ser usados na gestação, com preferencia para a eritromicina nas formas ligadas ao estearato (Sífilis – estearato de eritromicina). Obs: Efeito adverso da eritromicina é a intolerância gastrointestinal, náuseas, diarreias, vômitos e dor abdominal, principalmente em crianças e adolescentes. Obs: Ertromicina venosa pode prolongar o intervalo QT do ECG e desencadear arritmia ventricular potencialmente maligna – torsades de pointes. Obs: Clindamicina é o antibiótico mais associado à diarreia. Pode preciptar a colite pseudomembranosa causada pela toxina do Clostridium difficile. Lincosamidas Clindamicina: atividade contra cocos gram-positivos, incluindo S. pyogenes, estreptococos do grupo viridians, S. pneumoniae e S. aureus. Algumas cepas de S. aureus resustentes a eritromicina podem ser sensíveis a clindamicina. Importancia: ativa contra a maioria dos anaeróbios (uma opção ao metronidazol). Ao inibir intensamente a produção de exotoxinas pelo S. pyogenes, possui vantagem sob a penicilina G no combate as cepas inciminadas na miosite e fasciite necrosante. Atividade contra Toxoplasma gondii e pneumocystis carinii. Alternativa a pcts alérgicos as sulfas. Lincomicina (obsoleta) MACROLÍDEOS LINCOSAMIDAS 1 º Geração Nova Geração Clindamicina Eritromicina Azitromicina e Claritromicina Gram-positivos (S. pyogenes, estreptococos do grupo viridians, pneumophila, S. pneumoniae, S. aureus, L. monocytogenes, C. diptheriae, C. perfringens) Germes atípicos (L. pneumophila, M. pneumoniae, C. pneumoniae, C. trachomatis) Cocos gram-negativos (N. gonorrhoeae e N. miningitidis) Agente da coqueluche (B. pertussis) e da sífilis (Treponema pallidum) Usada para tratar infecções estreptocócicas, gonocócicas e treponêmicas em pcts alérgicos à penicilina. Droga de escolha para tto de infecções por Mycoplasma pneumoniae Mesmo espectro da eritromicina Eficácia maior contra germes gram-positivos, como H. influezae, M. catarrhalis e L. pneumophila Eficácia menor contra gram- positivos (S. pyogenes, S. pneumoniae e S. aureus Associados ao Etambutol para tto de infecção pelo complexo Mycobacterium avium (MAC) em pcts com AIDS Cocos gram-positivos, incluindo S. pyogenes, estreptococos do grupo viridians, S. pneumoniae e S. aureus Algumas cepas de S. aureus resistentes a eritromicina podem ser sensíveis a clindamicina Ativa contra a maioria dos anaeróbios (opção ao metronidazol) Possui vantagem sob a penicilina G no combate as cepas inciminadas na miosite e fasciite necrosante CLORANFENICOL Produzido a partir da Streptomyces venezuelae, é de amplo espectro, sendo eficaz contra gram-negativas, positivas e riquétsias. Indicado para infecções por H. influezae resistente, meningite, se penicilina ineficaz ou não pode ser adm por susceptibilidade alérgica, conjuntivite bacteriana, febre tifoide, se ciprofloxacina ou amoxicilina ineficazes ou não puderem ser adm e rickettsiose. Mecanismo de ação: bacteriostático, age inibindo a síntese de proteínas por se ligar a subunidade 50S do ribossoma bacteriano. Amplo espectro para alguns gram-positivos (S. pyogenes e S. pneumoniae mas não S. areus), alguns gram- negativos (H. influenzae, N. meningitidis, N. gonorrhoeae, Salmonela sp. Shigella sp. mas não Enterobacteriaceae e P. aeruginosa) e anaeróbios incluindo Bacteroidesfragilis. Bactericida para os principais agentes causadores de meningite bacteriana (S. pneumoniae, H. influenzae, N. meningitidis), porem suplantado pela ceftriaxone devido sua toxicidade. Eficaz contra Salmonela tiphi (agente da febre tifóide), Rickettsia rickettsi (febre maculosa) e Bacteroidesfragilis. Tto da meningite bacteriana em alérgicos a penicilina, terapia de febre tifoide em populações de baixa renda e na dúvida diagnóstica entre meningococcemia e febre maculosa. Obs: É contraindicado na gestação e lactação (síndrome do bebe cinzento – distensão abdominal, flacidez, cianose, colapso respiratório e morte). Obs: Toxicidade mais temida é a aplasia de medula Obs: Como qualquer outro medicamento deve-se evitar o uso associado a fenobarbital (diminui a concentração plasmática do antibiótico), antibióticos (penicilina e aminoglicosídeos – efeito antagônico) e outras drogas como clorpramida, varfarina e fenitoína (interferem na biotransformação). CLORANFENICOL Gram-positivos (S. pyogenes e S. pneumoniae mas não S. areus) Alguns gram-negativos (H. influenzae, N. meningitidis, N. gonorrhoeae, Salmonela sp. Shigella sp. mas não Enterobacteriaceae e P. aeruginosa) Anaeróbios incluindo Bacteroidesfragilis Eficaz contra Salmonela tiphi (agente da febre tifóide), Rickettsia rickettsi (febre maculosa) e Bacteroidesfragilis. Tto da meningite bacteriana em alérgicos a penicilina Terapia de febre tifoide em populações de baixa renda Dúvida diagnóstica entre meningococcemia e febre maculosa TETRACICLINAS Usados no tratamento das infecções por Rickettsias, Mycoplasmas e Chlamydias, brucelose, cólera, peste negra (causada por Yersinia pestis), Doença de Lyme, infecções respiratória e Acne. Mecanismo de ação: bacteriostáticos, que agem inibindo a síntese proteica por se ligar a subunidade 30S bloqueando a ligação do aminoacil-RNA transportador no complexo ribossoma-RNA mensageiro. Tetraciclina e oxitetraciclina (derivados hidrofílicos) e doxiciclina e minociclina (lipofílicos). Ativas contra S. pneumoniae e H. influenzae podendo ser utilizadas como alternativas (doxiciclina) no tto de sinusite e exacerbações de broquite crônica ou bronquiectasias. Diversas cepas do S. pneumoniae são resistentes às tetraciclinas. Eficazes contra N. meningitidis, N. gonorrhoeae e Bacteroidesfragilis (ação anaeróbica), porem são consideradas drogas de segunda linha nessas infecções. Doxiciclina é o antibiótico de escolha no tto das rickettsioses, infecções por clamídia trachomatis (Uretrite ou cervicite inespecíficas e o tracoma), excelente alternativa para os macrolídeos para infecções por mycoplasma pneumoniae e chlamydia pneumoniae (germes da pneumonia atípica). Obs: Contraindicadas na gestação. Obs: A abs GI de tetraciclina e oxitetraciclina é reduzida em 50% na presença de alimento e pode causar náuseas, vômitos e diarreia. Obs: Pode ocorrer infecções noTGI devido aniquilação da flora normal e deficiência de B12. Obs: Contraindicada nas crianças até 8 anos, pois pode causa descoloração marrom-amarelada nos dentes, com hipoplasia do esmalte irreversível. TETRACICLINAS Tetraciclina e oxitetraciclina (hidrofílicos) Doxiciclina e Minociclina (lipofílicos) Infecções por Rickettsias, Mycoplasmas e Chlamydias. Brucelose, cólera, Peste Negra (Yersinia pestis), Doença de Lyme, Infecções Respiratória e Acne Ativas contra S. pneumoniae e H. influenzae podendo ser utilizadas como alternativas (doxiciclina) no tto de sinusite e exacerbações de broquite crônica ou bronquiectasias. Eficazes contra N. meningitidis, N. gonorrhoeae e Bacteroidesfragilis (ação anaeróbica), porem são consideradas drogas de segunda linha nessas infecções. Doxiciclina: é o antibiótico de escolha no tto das rickettsioses, infecções por clamídia trachomatis (Uretrite ou cervicite inespecíficas e o tracoma), excelente alternativa para os macrolídeos para infecções por mycoplasma pneumoniae e chlamydia pneumoniae (germes da pneumonia atípica). AMINOGLICOSÍDEOS Gentamicina, Tobramicina, Amicacina, Estreptumicina, Neomicina, Canamicina, Espectinomicina e Paramomicina. Bactericidas, inibidores da síntese proteica das bactérias sensíveis e indicados para septicemia com gram-negativos, infecções com gram-negativas aeróbias como Pseudomonas, Acinetobacter e Enterobacter. Usadas secundariamente em infecções por Mycobacterium (TB). Pouco eficazes e raramente utilizadas para gram-positivas. Mecanismo de ação: bactericidas que agem inibindo a síntese de proteínas, por se ligar irreversivelmente a subunidade 30S do ribossoma, impedindo a inicialização da síntese peptídica. Para atingir seu sitio de ação passa pela membrana plasmática através de um processo dependente de energia e oxigênio, inibido pela presença de cátion divalentes, anaerobiose e ph baixo. Perdem suas atividades nas secreções pulmonares e coleções purulentas, ambientes de ph acido e carentes de oxigênio. A necessidade de oxigênio para sua atividade explica total ineficácia contra bactérias anaeróbias. Bastante eficazes contra aeróbios gram-negativos: Enterobacteriaceae, Pseudomonas aeruginosa H. influenza. Ineficazes contra anaeróbios e gram-positivos (exceto S. aureus oxacilina sensível, sendo moderadamente sensível). Tratamento empírico de infecções graves, como sepse, intra-abdominais e algumas do trato respiratório e urinário complicadas. São também utilizados visando sinergismo com os beta-lactâmicos contra E. fecalis (endocardite bacteriana subagusa, sepse biliar) e gram-negativos entéricos (pneumonia nosocomial). Obs: Contraindicados na gestação. Obs: Maior potencial tóxico. Nefrotóxicos (necrose tubular aguda não oligúrica) e ototóxicos. Obs: Efeito toxico dose e tempo-dependente. Maior chance em idosos, diabéticos, hipovolêmicos, desidratados e nefropatas. Obs: Toxicidade diminuída se adm em única dose diária. AMINOGLICOSÍDEOS Gentamicina, Tobramicina, Amicacina, Estreptumicina, Neomicina, Canamicina, Espectinomicina e Paramomicina Gram-negativos: Enterobacteriaceae, Pseudomonas aeruginosa H. influenza. Ineficazes contra anaeróbios e gram-positivos (exceto S. aureus oxacilina sensível, sendo moderadamente sensível). Tratamento empírico de infecções graves, como sepse, intra-abdominais e algumas do trato respiratório e urinário complicadas. SULFONAMIDAS + TRIMETROPIM Derivadas da sulfanilamida, uma molécula muito parecida com o PABA (acido para-amino benzoico), um substrato utilizado pelas bactérias na síntese do acido diidrofólico pela enzima diidropteroato-sintetase. Ocupa o lugar do PABA no sítio enzimático, promovendo inibição competitiva da enzima. Sem acido diidrofólico a bactéria não se prolifera, já que este serve de co-fator essencial na síntese de DNA. Trimetropim: inibição de uma enzima do metabolismo do ácido fólico, a tetrahidrofolato-redutase, esta droga tem efeito de potencializar a sulfa. Assim, isoladas possuem efeito bacteriostático, mas associadas, efeito bactericida. A maioria de gram-positivos e negativos. Indicações: Cistite bacteriana Gastroenterite Infecções respiratórias altas Exacerbações de DPOC e bronquiectasias Resistentes a beta-lactâmicos, mas não a sulfonamidas + trimetropim = Stenotrophomonas maltophila, agente da pneumonia nosocomial e Burkholderia cepacia, infecção respiratória de pct com fibrose cística. Resistentes: Pseudomonas aeruginosa, bacteroidesfragilis, S. pneumoniae resistente a penicilina, Campylobacter sp. S. aureus MRSA tem sensibilidade variável. Obs: A associação é contraindicada no utlimo trimestre de gestação e lactação devido ao risco de Kernicterus. Obs: Provocam reações de hipersensibilidade, rash eritemato-papular, prurido, síndrome de Stevens-Johnson e intolerância gastrointestinal (náuseas e vômitos). Em HIV+, necrólise epidérmica tóxica e dermatite esfoliativa difusa. Obs: Em pcts com deficiência de G6PD, pode precipitar anemia hemolítica aguda. Obs: Trimetropim em altas doses pode causar hipercalemia. SULFONAMIDAS + TRIMETROPIM A maioria de gram-positivos e negativos Cistite bacteriana Gastroenterite Infecções respiratórias altas Exacerbações de DPOC e bronquiectasias FLUORQUINOLONAS Mecanismo de ação: bactericidas, derivados semi-sinteticos fluorados do ácido nalidíxico que inibem diretamente a síntese do DNA. Inibem duas enzimas fundamentais para a replicação, DNA girasse topoisomerase IV. Antigas: Norfloxacina, ofloxacina, pefloxacina e ciprofloxacina. Drogas de escolhas para tto de ITU, incluindo pielonefrite. Outra indicação é gastroenterite, ciprofloxacina eficaz contra Pseudomonas aeruginosa. Ciprofloxacina, bacilos gram-negativos e cocos gram-positivos, mas nenhuma atividade contra Streptococcus spp. Enterococus spp. E anaeróbios. Novas: Levofloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina e trovafloxacina. Aumento de glicemia em idosos e diabéticos, principalmente com uso de gatifloxacina. Eficazes contra gram-negativos, H. influenzae, M. catarrhalis, Neisseria sp. Enterobacteriaceae, Shigella sp. Salmonella sp e Pseudomonas. Moderada eficácia contra gram-positivos como S. aureus oxacilina sensível. Somente as novas fluoroquinolonas são ativas contra o restante dos cocos gram-positivos. Obs: Devido excelente cobertura anti-pneumocócia, anti-hemófilo, anti-moraxela e anti-germes atípicos, as novas fluorquinolonas são chamadas de quinolonas respiratórias, sendo altamente eficazes contra a pneumonia comunitária grave. Obs: Não é comprovada eficácia e segurança na gestação. Obs: Efeitos adversos, gastrointestinais, como náuseas, vômitos e anorexia, neurológicos, cefaleia tontura e insônia, e cutâneos. Obs: Prolongamento do intervalo QT, levando a arritmia ventricular polimórfica, torsades des pointes. Obs: Deve ser evitada em crianças devido o prejuízo na maturação da cartilagem articular. FLUORQUINOLONAS Antigas Novas Norfloxacina, ofloxacina, pefloxacina e ciprofloxacina Levofloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina e trovafloxacina. Eficazes contra gram-negativos, H. influenzae, M. catarrhalis, Neisseria sp. Enterobacteriaceae, Shigella sp. Salmonella sp e Pseudomonas. Moderada eficácia contra gram-positivos como S. aureus oxacilina sensível. Drogas de escolhas para tto de ITU, incluindo pielonefrite. Outra indicação é gastroenterite, ciprofloxacina eficaz contra Pseudomonas aeruginosa. Ativas contra o restante dos cocos gram-positivos METRONIDAZOL Apenas bactérias anaeróbias estritas são sensíveis, Bacteroides fragilis, Clostridium perfringens, Clostridium difficile, Peptostreptococcus, Peptococcus, Prevotella, Porphyromonas, Fusobacterium nucleatum. Droga de escolha para tratar colite pseudomembranosa pro C. difficile. Eficaz contra protozoários como Giardia intertinalis,Entamoeba hystolitica e Trichomonas vaginalis. Mecanismo de ação: Ao penetrar no citoplasma bacteriano, encontra um sistema enzimático de oxi-redução, presente na mitocôndria apenas das bactérias anaeróbias estritas. A molécula do metronidazol passa para seu estado reduzido, permitindo a entrada de mais moléculas. Funciona então como um receptor de elétrons, formando radicais libres altamente tóxicos ao DNA. Obs: Pode ser utilizado em gestantes quando extremamente necessário. Obs: Efeitos adversos gastrointestinais e gosto metálico na boca. Neuropatia periférica. Obs: Se associado ao álcool, efeito dissulfiram-simile, ressaca mais intensa que o normal. METRONIDAZOL Bactérias anaeróbias estritas Bacteroides fragilis, Clostridium perfringens, Clostridium difficile, Peptostreptococcus, Peptococcus, Prevotella, Porphyromonas, Fusobacterium nucleatum. Droga de escolha para tratar colite pseudomembranosa pro C. difficile. Eficaz contra protozoários como Giardia intertinalis, Entamoeba hystolitica e Trichomonas vaginalis. Principais infecções bacterianas Pneumonia bacteriana adquirida na comunidade Streptococcus pneumoniae \ Pneumococo (típico) Mycoplasma pneumoniae \ Micoplasma (atípico) Chlamydophila pneumoniae \ Clamófila (atípico) Moraxella catarrhalis Endocardite infecciosa S. aureus Gram-positivos da orofaringe (Streptococcus viridans) ou enterococos Meningite Diplococos gram-negativos: Meningococo (N. meningitidis) Doplococos gram-positivos: Pneumococo Bacilos gram-negativos: Haemophilus Bacilos gram-positivos: Listeria Infecção do trato urinário E. Coli Piodermites Staphylococcus aureus Streptococcus pyogenes. Infecções hospitalares Klebsiela pneumoniae Staphylococcus aureus Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus epidermidis.
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