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Parasitologia Giardia lamblia

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Medicina – 3º Período – Arielle Moraes
Parasitologia Básica – Giardia lamblia - Giardíase
Protozoologia
MP: Giardia lamblia
 G. intestinalis
 G. duodenalis
Epidemiologia
▪ Cosmopolita: clima tropical e neotropical
▪ Amplamente divergido e encontrado em vários lugares
▪ Educação higiênico-sanitária e Saneamento básico
▪ Portadores assintomáticos: maioria dos casos
▪ Cistos-infectantes
▪ ‘Parasita ideal’: sem alteração no hospedeiro
▪ Zoonose: podem ser transmitidos entre animais e humanos (hospedeiro definitivo: parasita desenvolve todo seu ciclo biológico [sexuado]) 
A alta prevalência observada em crianças pode ser devida à falta de hábitos higiênicos nessa idade; quanto ao adulto, parece que uma infecção com esse parasito pode conferir certo grau de resistência às infecções subsequentes. Altas prevalências são encontradas em regiões tropicais e subtropicais e entre pessoas de baixo nível econômico. Esta infecção é frequentemente adquirida pela ingestão de cisto na água proveniente de rede pública, com defeitos no sistema de tratamento ou águas superficiais de minas, riachos ou reservatórios de água não-tratada ou insuficientemente tratada (só cloração). A disseminação da parasitose pode chegar a níveis epidêmicos, como tem sido relatado nos Estados Unidos. Giardia tem sido reconhecido como um dos agentes etiológicos da "diarreia dos viajantes" que viajam para zonas endêmicas. Um dos meios de transmissão recentemente descritos é a atividade sexual entre homossexuais, e que provavelmente resulta da transmissão fecal-oral. O encontro, em animais, de espécies de Giardia semelhantes à G. lamblia e a possibilidade de algumas dessas espécies infectarem experimentalmente o homem e o cão sugerem a possibilidade da existência de reservatórios de Giardia para o homem, embora o papel desses animais na manutenção da endemia humana ou em casos de epidemias precise ser esclarecido. O cisto resiste até dois meses no meio exterior, em boas condições de umidade e temperatura. É resistente ao processo de cloração da água e sobrevive durante muito tempo embaixo das unhas. As crianças defecando no chão (dentro e fora das habitações), aí brincando e levando a mão a boca se infectam com facilidade. A giardíase é uma infecção frequentemente encontrada em ambientes coletivos: enfermarias, creches, internatos etc., onde o contato direto de pessoa a pessoa é frequente e medidas de higiene difíceis de serem implementados. As creches são ambientes que apresentam certas condições que favorecem a transmissão de Giardia. Nesses locais, a prevalência da infecção entre crianças com 1-4 anos de idade pode ser de 20% a 60%. Mesmo que muitas dessas crianças sejam assintomáticas, elas são importantes como fontes de infecção para outras crianças e funcionários da creche, bem como para os seus familiares. Babás e manipuladores de alimentos crus (saladas, maioneses etc.) podem ser fonte de infecção. 
Mecanismo de Infecção
▪ Ingestão de cistos maduros por via fecal-oral
▪ Animais domésticos
A via normal de infecção do homem é a ingestão de cistos maduros, que podem ser transmitidos por ingestão de águas superficiais sem tratamento ou deficientemente tratadas, alimentos contaminados (verduras cruas e frutas mal lavadas), através de contatos homossexuais e por contato com animais domésticos infectados. Este último mecanismo ainda é discutível, apesar de a OMS considerar a giardíase uma zoonose. 
Morfologia
▪ Trofozoíta
 - Simetria bilateral
 - Piriforme
 - Dois núcleos com cromossomo central
 - Discos suctoriais: servem de fixadores (ventosas) 
 - Axóstilos: barras de sustentação dos flagelos
 - Quatro pares de flagelos originados de blefaroplastos ou corpos basais
▪ Cisto
 - Ovóide
 - 10-12 um
 - Membrana cística
 - Flagelos intracitoplasmáticos
 - Quando maturo possui 4 núcleos – imaturo possui 2 núcleos 
Ciclo Biológico
1) O cisto é ingerido por via fecal-oral, de diversas maneiras
2) O cisto maduro no intestino origina dois trofozoítas, devido ao pH local que se torna mais básico
3) Trofozoíta se fixa na parede intestinal pelos discos sectoriais
4) Se nutre dos nutrientes locais e atinge maturidade biológica
5) Após nutrido se solta e vira cisto novamente (encistamento)
6) Em contato com o ambiente, o núcleo sofre divisão binária originando um cisto maduro
G. lamblia é um parasito monoxeno de ciclo biológico dueto. A via normal de infecção do homem é a ingestão de cistos. Embora tenha sido demonstrado, experimentalmente, que infecções em animais se iniciem com trofozoítas, não há evidências de que este seja um importante modo de transmissão para o homem. Em voluntários humanos, verificou- se que um pequeno número de cistos (de 10 a 100) é suficiente para produzir infecção. Após a ingestão do cisto, o desencistamento é iniciado no meio ácido do estômago e completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do intestino delgado pelos trofozoítas. Os trofozoítas se multiplicam por divisão binária longitudinal: após a nucleotomia (divisão nuclear) e duplicação das organelas, ocorre a plasmotomia (divisão do citoplasma), resultando assim dois trofozoítas binucleados. O ciclo se completa pelo encistamento do parasito e sua eliminação para o meio exterior. Tal processo pode se iniciar no baixo íleo, mas o ceco é considerado o principal sítio de encistamento. Não se sabe se os estímulos que conduzem ao encistamento ocorrem dentro ou fora do parasito. Entre as hipóteses sugeridas, tem-se a influência do pH intestinal, o estimulo de sais biliares e o destacamento do trofozoíta da mucosa. Este último parece ser o gatilho que provocaria tal mudança e tem sido sugerido que a resposta imune local seja responsável pelo destacamento do trofozoíta e seu consequente encistamento. Ao redor do trofomíto é secretada pelo parasito uma membrana cística resistente, que tem quitina na sua composição. Dentro do cisto ocorre nucleotomia, podendo ele apresentar-se então com quatro núcleos. Atualmente, os processos de desencistamento e encistamento podem ser induzidos in vitro, permitindo a obtenção do ciclo completo do parasito em laboratório. Não se têm informações se todos os cistos são infectantes e se há necessidade de algum tempo no meio exterior para se tornarem infectantes. Os cistos são resistentes e, em condições favoráveis de temperatura e umidade, podem sobreviver, pelo menos, dois meses no meio ambiente. Quando o trânsito intestinal está acelerado, é possível encontrar trofozoítas nas fezes.
A microscopia eletrônica trouxe novas informações sobre as estruturas e a possível função das várias organelas do trofozoíta e do cisto. O disco ventral é uma estrutura complexa formada de microtúbulos e microfilamentos, e tem sido considerado uma importante estrutura para a adesão do parasito à mucosa, por meio da combinação de forças mecânicas e hidrodinâmicas. O corpo mediano contêm microtúbulos e proteínas contráteis, e sua função não está bem estabelecida. Abaixo da membrana citoplasmática do trofozoíta existem numerosos vacúolos que, acredita-se, tenham papel na pinocitose de partículas alimentares. No citoplasma do trofozoíta observamos, ainda, a presença de retículo endoplasmático, ribossomos, aparelho de Golgi e vacúolos de glicogênio. Não se observa, entretanto, mitocôndria. No cisto, todas as estruturas descritas são vistas, embora de forma desorganizada. As estruturas em forma de meia-lua e escuras, observadas em microscopia óptica e confundidas com o corpo mediano, provavelmente, são primórdios do disco suctorial.

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