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MICROBIOLOGIA DO PERIODONTO DOENÇAS PERIOODONTAIS – DP: são iniciadas por micro-organismos (mo) que habitam o biofilme. Sua severidade depende da população e da resposta imunológica do hospedeiro. Este termo é utilizado para diversos padrões clínicos. São complexas e distintas, causadas pela interação biofilme dentário-hospedeiro. Pode destruir osso alveolar e tecido conjuntivo. GRANDE VARIEDADE DE BACTÉRIAS PRESENTES NO PERIODONTO: Número limitado de espécies bacterianas são comprovadamente associadas com o periodonto saudável e com as infecções periodontais. PERIODONTITE: doença envolvida com biofilme que mais causa perda dentária. De etiologia multifatorial, sendo o sistema imunológico e a microbiota oral, os fatores mais estudados e relacionados. O biofilme e sua composição é um potencial desencadeador. MICROBIOLOGIA DA DOENÇA PERIODONTAL Elevado número de espécies e quantidade total de mo = potencial de destruição dos tecidos. Formação de bolsa periodontal: Ocorre exposição de superfícies com novas características para colonização pelas bactérias; Superfície radicular é recoberta por película orgânica composta de proteínas do líquido gengival, ao invés de proteínas salivares; A colonização nesta área não é dependente da capacidade de aderência das bactérias, como nas outras áreas da boca. Sulco gengival e bolsa periodontal possuem bactérias com mobilidade. Na bolsa, existe nutrientes até para as bactérias mais exigentes; Pesquisas e comprovações: Jordan e Keyes – 1964: hâmsters sem DP, em contato com Actinomyces viscosus, dieta cariogênica, há formação de biofilme dentário, formação de bolsa periodontal e perda óssea; Lindhe e Rylander – 1975: demonstraram a evolução de gengivite a periodontite, apresentando a perda óssea, em cães. Loe et al. - 1965: Experimento com estudantes – sem escovação. No primeiro dia (formação de biofilme dentário), no terceiro dia (predominância de cocos e bacilos Gram-negativos, com início de agregação de fusobactérias e bactérias filamentosas), de cinco a sete dias (implantação de espiralados), e dez dias (gengivite marginal); com retorno da higiene (após 21 dias) houve desaparecimento da sintomatologia inflamatória. Para considerar MO envolvido na DP: Maior número e mais frequente em doenças; Sua eliminação deve causar melhora da doença; Produção de anticorpo e resposta imune celular a ele; Os fatores de virulência dele devem ser encontrados; Patogenicidade deve ser reproduzida em modelos animais. FATOR MICROBIANO PRIMÁRIO - Constituição do biofilme Anaeróbias; Endógenas; Polimicrobianas; Fatores de virulência variados; Protocooperação e anfibiose: maior patogenicidade. Fatores de virulência: Propriedades únicas de cada organismo; Importante para colonização, proteção contra resposta do hospedeiro e para causar dano; A INFECÇÃO PERIODONTAL É RESULTADO DO DESEQUILÍBRIO ENTRE OS FATORES DE VIRULÊNCIA E OS MECANISMOS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO. Fatores que facilitam a colonização: ADESINAS: Estão na superfície dos mo, e também em fímbrias e proteínas associadas; Encontram receptores específicos nas células (céls.) do hospedeiro ou na superfície dentária; A ADESÃO ÁS SUP. SÓLIDAS É O PRIMEIRO PASSO PARA A FORMAÇÃO DO BIOFIME. COAGREGAÇÃO: Aderência entre bactérias em culturas mistas (biofime); Ligação de adesinas e receptores de outras bactérias; Altamente específica; Cada espécie e cepa possui grau de coagregação específico entre semelhantes e diferentes mo. MULTIPLICAÇÃO: APÓS COAGREGAÇÃO; Adaptação ao ambiente do sulco gengival (SG), que é nicho ideal para crescimento. RELAÇÃO ENTRE MO: Pode ser favorável - produção de fatores de crescimento e adesão; Pode ser desfavorável - produção de bacteriocinas, competição por nutrientes e aderência; ESCAPE DOS MECANISMOS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO: Cápsula - mascaram antígenos de superfície; Enzimas – atuam sobre IG's; Aggregatibacter actinomycetemcomitans – leucotoxinas = destroem leucócitos; Invasão celular – impede ação de anticorpos e mecanismos de defesa. Fatores de resultam em dano tecidual: INVASÃO TECIDUAL: Os mo invadem os tecidos periodontais; GUNA (Gengivite ulcerativa necrosante aguda), periodontite juvenil e periodontite crônica do adulto; Por meio de microscopia eletrônica de transmissão, os primeiros mo identificados em tecidos periodontais doentes foram fusobactérias e espiroquetas; Podem ter acesso pelo epitélio da bolsa ou outros epitélios gengivais; Através da penetração nas células ou por espaços intercelulares alargados; Essa invasão contribui para a destruição dos tecidos epitelial e conjuntivo e da crista óssea alveolar. PRODUÇÃO DE ENZIMAS BACTERIANAS HISTOLÍTICAS: Hialuronidase, colagenase, condroitin-sulfatase, sulfatase, hemolisinas, coagulase, preteases, DNAase, RNAase, neuraminidase são produzidas por bactérias do periodonto; Os mo do periodonto são capazes de destruir a matriz extracelular a partir de várias enzimas. CONSTITUINTES DA PAREDE CELULAR LIBERADOS PELA LISE BACTERIANA: GRAM-negativa: LPS; GRAM-positiva: peptideoglicano; Os lipopolissacarídeos de mo envolvidos na DP podem: Estimular a proliferação de linfócitos B e anticorpos; Ativar sist. Complemento; Ativar macrófagos; Estimular céls. Presentes no periodonto a produzir TNF, fator de crescimento, interleucinas, prostaglandinas e interferon; Inibir neutrófilos. PRODUÇÃO DE POLÍMEROS EXTRACELULARES: Polissacarídeos extracelulares – dextrano, polímeros de ácido hialurônico. PRODUTOS METABÓLICOS FINAIS DE MO DO PERIODONTO: Resultante de atividade fermentativa - ác orgânicos; Resultante de atividade proteolítica - amônia. FATOR IMUNOLÓGICO PRIMÁRIO: RESPOSTA INFLAMATÓRIA DESTRUTIVA DO HOSPEDEIRO Liberação de enzimas pelo hospedeiro Em resposta à agressão pelos mo; Enzimas lisossoômicas, colagenases, hialuronidases; Resposta inflamatória Em resposta aos mo e seus produtos; Alterações vasculares e celulares; Aumento de permeabilidade vascular – pela liberação de histamina, cininas, componentes do complemento, prostaglandinas, PAF (fator de ativação plaquetária), interferon-gama; Aumento do fluxo do fluido gengival – sinal clínico precoce de inflamação periodontal; Fluido gengival – favorece crescimento e acúmulo de bastonetes Gram-negativos e espiroquetas; Migração de células inflamatórias - resposta a estímulos bioquímicos; Células polimorfonucleadas: neutrófilos, macrófagos, linfócitos e mastócitos. Ativação do complemento Todos os componentes do complemento são encontrados nos tecidos periodontais; Pode ser ativado no sulco gengival pela via clássica e pela via alternativa; Fator ativador da via alternativa: LPS (penetra epitélio intacto do sulco gengival); Fatores de ativação do complemento: Lise bacteriana e celular; Liberação de fatores quimiotáticos para neutrófilos e macrófagos - C3a e C5a; Liberação de fatores inflamatórios - C3a e C5a; Opsonização. Produção de anticorpos IgG, IgA, IgM e IgE. Resposta imune celular Linfócitos T – citotoxicidade mediada por células - destruição de fibriblastos e produção de linfocinas. Reabsorção óssea alveolar Ativação de osteoclastos: Produção de fator de ativação de osteoclastos 1, TNF-alfa, fator de crescimento derivado de plaquetas, prostaglandina E2, interferon-alfa; Liberação de produto derivados do ác. Araquidônico - leucotrienos, prostaglandinas, tromboxanos, consequentemente, ativação de polimorfonucleares, mastócitos e macrófagos; Ativação do complemento - produção de metabólitos do ác araquidônico; Interação direta: endotoxinas e outros produtos bacterianos – céls do tecido ósseo. MICROBIOLOGIA DO SULCO GENGIVAL GENGIVA SADIA Cocos e bacilos sem mobilidade – 95 %; Anaeróbios - 15 a 20%; Facultativos – 85%; Actinomyces, Streptococos, Veillonella, Rothia. COMPLEXOS MICROBINOS DO BIOFILME SUBGENGIVAL Biofilme subgengival – ecossistema complexo, onde ocorre interação entre espécies, de sinergismo e antagonismo (competição por nutrientes e outros fatoresfisiológicos). SEIS COMPLEXOS DE CARACTERISTICAS DISTINTAS: Colonizadores iniciais: Complexo azul - Actinomyces; Complexo amarelo - gênero Streptococcus; Complexo verde - gênero Capnocitophaga, Actinobacillus actinomicetemcomitans A; Complexo violeta – Veillonella parvulla. Colonizadores posteriores: Complexo laranja – ocorre em sequência aos colonizadores iniciais, que criaram um ambiente propício a sua implantação; e por sua vez, este complexo produzirá condições ecológicas para instalação do complexo vermelho; Complexo vermelho – Porphyromonas gingivalis, Treponmea denticola, causadores da periodontite crônica. DOENÇAS GENGIVAIS Variedade etiológica; Características comuns a todas as doenças gengivais: Sinais clínicos de inflamação; Sinais e sintomas confinados a gengiva; Melhora da doença, quando retirados os fatores etiológicos; Biofilme dentário - iniciador ou exacerbador da doença. É resultante de alteração de microbiota Gram-positiva, que passa a apresentar Gram-negativas anaeróbias e formas espiraladas. Início: substituição de Streptococcus para predominância de Actinomyces; Com o tempo: aumento da diversidade de bactérias, predominando anaeróbios em mais de 50% de bactérias isoladas; Moore et al.: a gengivite é decorrente da colonização sequencial de diferentes espécies, muito mais que um simples aumento de biofilme. PERIODONTITES Perda de inserção conjuntiva; Reabsorção óssea; Formação de bolsa periodontal; Microbiota GRAM-negativa, anaeróbia e com mobilidade; É uma infecção oportunista; Proporção de mo anaeróbios e GRAM-negativos aumenta muito com o aumento da severidade. GENGIVITE ULCERATIVA NECROSANTE AGUDA Bactárias envolvidas: Fusobacterium, Treponema, Prevotella intermedia. ABCESSO PERIODONTAL Infecção purulenta; Progressão de periodontite moderada ou avançada; Bacilos GRAM-negativos anaeróbios; Em aerobiose, se encontra numeroros Streptococcus spp.; Microbiota semelhante a das bolsas periodontais profundas. CAROLINA PALMIT O PEREIRA
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