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ECOLOGIA BUCAL

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ECOLOGIA BUCAL 
O ecossistema oral é considerado o mais complexo do 
corpo humano, por causa das estruturas que o compõem 
e suas complexidades. É formado por fatores abióticos 
(estruturas orais e as condições desse ambiente oral) e 
bióticos (microrganismos). 
FATORES ABIÓTICOS 
 A estrutura mais mineralizada do corpo humano 
– o dente; 
 Tecido mole – gengiva e mucosa; 
 A língua, que é extremamente complexa e que 
possibilita o acumulo de microrganismos. 
 Relação entre essas estruturas, como a relação 
entre os dentes que formam o espaço 
interdentário, ou o dente com a gengiva 
formando o sulco gengival. 
 Condições como temperatura, umidade Ph E Eh. 
Como tem diversas estruturas, temos condições 
diferentes dentro desse espaço e assim temos uma 
variedade de MO’s. 
FATORES BIÓTICOS 
Principalmente as bactérias, mas também temos os 
fungos. Esses fatores bióticos tendem a se acumular em 
forma de biofilme, que pode se acumular em superfícies 
lisas, principalmente na região cervical, fóssulas e 
fissuras, na língua – devido as papilas, esse acumulo é 
chamado de saburra, que causa a halitose. Alguns MO’s 
se acumulam na saliva, porém é um processo bem 
dinâmico, uma vez que temos um fluxo salivar constante 
atrelado ao processo de deglutição, ainda tem os MO’s 
aderidos à mucosa, como a jugal e alveolar. 
O tecido epitelial tem um processo de descamação, em 
mucosa não existe uma tendência de acumulo de 
microrganismos. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA MICROBIOTA 
Pode ser residente/indígena/normal, pois é a microbiota 
que sempre está presente na cavidade oral e em uma 
concentração maior que 1%. 
Temos uma diversidade de bactérias na cavidade oral, 
como Cocos gram positivos/ gram negativos; Bacilos 
gram positivos/gram negativos; bactérias fusiformes, 
pois temos diversos nichos diferentes. 
A quantidade de MO’s também é imensa, de 108/mL e 
1011/mL de biofilme. 
Ainda temos a microbiota SUPLEMENTAR, de acordo com 
alguns autores, esta microbiota é um subtipo da 
microbiota residente, pois ela também sempre está 
presente, porem numa proporção menor que 1%. 
Para a manutenção da saúde é importante que a 
microbiota suplementar se mantenha menor que 1%, 
como por exemplo a cândida albicans, para que se 
mantenha esse equilíbrio ela deve estar presente em 
menos de 1%, porém alguns eventos como uso de 
prótese mal adaptada ou mal higienizado, uso de 
medicamentos que interferem no fluxo salivar, sistema 
imunológico comprometido, podem possibilitar a 
proliferação desse fungo e assim dar início a um 
processo infeccioso, que no caso é a candidíase oral. 
Ainda temos a microbiota TRANSITÓRIA/ADVENTÍCIA, 
elas tem por característica não habitar a cavidade oral, 
apenas passam pela cavidade, através de alimentos, 
mãos, canetas, objetos que passam na boca e levam 
alguns MO’s para nossa cavidade oral. 
Esses MO’s, podem ser patogênicos ou não, esse 
processo de patogenicidade vai depender da integridade 
da microbiota residente, pois se a residente estiver em 
equilíbrio com a cavidade oral, essa microbiota transitória 
terá pouca importância, pois terá mecanismos de defesa. 
 
AQUISIÇÃO DA MICROBIOTA 
Em que momento da vida começamos a ter uma cavidade 
oral colonizada por microrganismos? 
O ambiente intrauterino, é asséptico, logo o feto não tem 
contaminação, a barreira placentária “impede” a 
passagem de MO para o feto, porem alguns conseguem 
passar essa barreira, infectando o bebe. 
Quando ocorre essas infecções ou doenças durante o 
período gestacional são chamadas de congênitas, porem 
relacionadas a cavidade oral, NÃO É DURANTE O PERIODO 
GESTACIONAL, que se tem infecções da cavidade oral. 
Durante o parto normal, em que o bebe atravessa o trato 
vaginal, na vagina da mulher tem Candida e Lactobacilos, 
os quais também são encontrados na cavidade oral, 
porém durante o parto esses MO’s se comportam como 
uma microbiota transitória, eles não colonizam a cavidade 
oral. 
Então, após o parto é que o bebe começa a entrar em 
contato com pessoas e com ambientes diferentes, e a 
SALIVA é que tem um papel trivial de passar os MO’s, 
então a saliva da mãe passa os MO’s, pela proximidade 
ao bebê. 
Após a primeira e progressivas alimentações, a boca 
começa a ser habitada por MO’s, assim que o bebê é 
alimentado, ele tem nutrientes e assim aumenta a 
variabilidade dos MO’s. 
Na cavidade oral do bebe ainda não se tem dentes, tem 
mucosa, mucosa alveolar, como esses tecidos descamam, 
eles não tem uma grande complexidade, as espécies 
predominantes são aeróbios e anaeróbios facultativos, os 
Streptococcus oralis, S. mitis e S. salivarius, estes não 
patogênicos, pois não estão diretamente relacionados ao 
desenvolvimento de doenças orais, eles compõem o 
biofilme, mas não tem uma relação direta com doenças 
da cavidade oral. Eles são os colonizadores iniciais da nossa 
cavidade oral. 
Com a irrupção dos dentes, vem uma estrutura solida que 
não descama, assim possibilita o aparecimento e 
colonização de outros MO’s, como os Streptococcus 
mutans e S. sobrinus, que estão relacionados com a cárie. 
Além disso, com o aparecimento dos dentes, agora temos 
o sulco gengival, que vai permitir a presença de MO’s 
anaeróbios estritos, os quais estão ligados a infecções 
orais. Assim aumenta a complexidade dos microrganismos 
que ocupam a cavidade oral. 
As doenças não são consideradas transmissíveis, os 
microrganismos são transmissíveis, mas a doença não, 
pois a doença só vai se estabelecer dependendo da 
condição da microbiota residente do hospedeiro. 
 
NÚMERO DE MICRORGANISMOS NA CAVIDADE ORAL 
 
COMPORTAMENTO DA MICROBIOTA NORAM EM 
SITUAÇÕES DE DESEQUILIBRIO 
A microbiota residente precisa estar em harmonia com 
o hospedeiro, do contrário esta vai iniciar processos 
infecciosos endógenos. 
Infecção endógena  é causa por um agente etiológico 
o qual pode estar presente no individuo sadio ou doente. 
 Cárie; 
 Doença periodontal; 
 Candidose; 
 Endocardite bacteriana subaguda. 
 
RELAÇÃO ENTRE A MICROBIOTA E O HOSPEDEIRO 
Comensalismo – pode colonizar a superfície do tecido 
sem lesá-lo, e o MO não é afetado por nenhuma resposta 
do tecido. 
Anfibiose – relação que pode ocorrer ora como simbiose, 
ora como antibiose. Ex: os MO’s que causam a carie e 
doença periodontal. (S. mutans) 
 
SUCESSÃO MICROBIANA 
Como temos um fluxo dinâmico na cavidade oral, nós 
temos um processo de mudança de microbiota. Onde há 
um processo dinâmico, uma sequência de trocas 
continuas e assim, se estabelece uma comunidade clímax. 
Aquela comunidade que está em equilíbrio com a cavidade 
daquele individuo especifico e ela pode induzir processos 
patológicos a depender de diversos fatores. 
 
SUCESSÃO ALOGÊNICA  Mudança de um tipo de MO’s 
para outro, devido a habitat alterado por fatores não 
microbianos. 
Como irrupção dos dentes, colocação de aparelhos 
ortodônticos, colocação de próteses, perda de dente, 
alterações sistêmicas – hormonais, medicamentosas, 
doenças crônicas degenerativas, doenças autoimunes. 
SUCESSÃO AUTOGÊNICA  mudança na microbiota 
devido ao habitat alterado por fatores microbianos. 
A medida que o biofilme vai se formando, vai se 
acumulando, se espessando e isso a concentração de 
oxigênio diminui, além disso as espécies de colonização 
pioneiras, de aeróbios e anaeróbios facultativos, 
começam a consumir esse oxigênio, diminuindo o oxigênio 
disponível e tornando aquele meio mais favorável a 
colonização de anaeróbios estritos. 
Os MO’s que causam caries, são acidogênicos, então uma 
pessoa com dieta rica em sacarose e facilidade de 
acumular biofilme, o MO vai consumir a sacarose, 
produzir acido, assim com o meio mais acidificado, os 
MO’s que não são acidófilos, acabam morrendo, assim há 
uma mudança da microbiota. 
FATORES FISIOLÓGICOS DOS MICRORGANISMOS 
1. NUTRIÇÃO – os MO’s ou se nutrem da dieta do 
hospedeiro – tipicamente os MO que causam 
caries, pois consomem a sacarose, proveniente 
da dietado hospedeiro. SACAROLITICOS 
Tecidos ou secreções do hospedeiro – na região 
do sulco gengival, se tem o fluido gengival, o qual 
é rico em proteínas, logo os MO que colonizam 
essa região dependem dessas proteínas como 
fonte de nutrição. PROTEOLITICOS 
Microrganismos que se nutrem de outros MO 
daquele local. 
Os sacaroliticos são geralmente cariogênicos e os 
proteolíticos são periodonto patogênicos. 
2. Presença de oxigênio Eh – potencial de óxido-
redução 
Quando se tem um resultado positivo desse Eh, 
é porque aquele ambiente tem oxigênio, então ali 
tem MO aeróbio e anaeróbio facultativo, nesse 
grupo estão a saliva e o início do biofilme. 
Já no biofilme de 7 dias, já acumulado, tem um 
Eh negativo, logo é colonizado por MO anaeróbios 
estritos, assim como o sulco gengival e a bolsa 
periodontal. 
3. Temperatura – que varia de 25º a 40ºC 
4. pH – que varia de 5.0 a 7.8 
 
REGULAÇÃO E CONTROLE DA MICROBIOTA 
A manutenção do equilíbrio está relacionada a alguns 
fatores do hospedeiro como fatores endógenos e 
fatores exógenos. 
FATORES ENDÓGENOS: 
DEFESA INATA 
a) Da saliva: 
O fluxo salivar tende a diluir e remover os MO’s 
e em um momento deglutir. Pessoas que tem 
alteração do fluxo salivar, tendem a ter uma 
maior propensão para o desenvolvimento de 
doenças orais. 
A saliva tem um sistema tampão. 
Glicoproteinas como a mucina e fibronectinas, 
que se aglutinam nos MO’s e assim impedem que 
os mesmos se adiram nas estruturas orais. 
Enzimas salivares, como a lisozima, a lactoferrina 
e a lactoperoxidase, com ações antimicrobianas 
importantíssimas. 
DEFESA ADQUIRIDA 
 - IgAs: anticorpo de mucosa 
 - IgG: também encontrado na cavidade oral, ele advém 
principalmente do fluido gengival. Com um processo 
infeccioso há um aumento do fluido gengival e assim, um 
aumento de igG’s. 
PRESENÇA OU NÃO DE DENTES 
O dente permite um acumulo maior de MO’s pela 
aderência em sua superfície, além da existência do sulco 
gengival. Com a perda do dente, os MO’s presentes na 
cavidade serão apenas os de mucosa. 
DESCAMAÇÃO DE MUCOSA 
Possibilita a remoção de MO’s que se aderem a mucosa 
jugal, a mucosa alveolar. 
FLUIDO GENGIVAL 
Sai do espaço de sulco gengival, que tendem a 
permanecer nesse espaço, uma inflamação desse tecido 
ocasiona uma maior secreção desse fluido para que 
consiga uma remoção dos MO’s de uma forma mais fácil. 
 
FATORES EXÓGENOS: 
Dieta  frequência de ingestão de alimentos, tipo e 
consistência de alimentos. 
Fatores mecânicos  higiene oral 
Fatores químicos  uso de antissépticos orais – não 
deve se utilizar diariamente para não induzir um 
desequilíbrio oral-, antibióticos, fluoretos...

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