Buscar

DC Contratos Aulas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Dir Civil – Contratos 				 Prof. Danilo Porfírio 
_________________________________________________________________________________________
1.	Apresentação
2.	Conteúdo programático: 
1º bi: Teoria Geral dos Contratos (conceito, natureza, efeitos, princípios, formação, classificação: contratos aleatórios, estipulação em favor de terceiros, promessa por fato de 3º, resolução de contratos, vícios redibitórios, evicção); 
2º bi: Contratos típicos (compra e venda, troca ou permuta, contrato estimatório- venda consignada, doação, locação, prestação de serviços, empreitada, empréstimo, depósito e mandato).
2.	Bibliografia: 1. Carlos R. Gonçalves, 2. Venosa, 3. Maria Diniz
3.	Avaliação: 4 questões subjetivas (2 operativas e 2 interpretativas)
TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
1.	Conceito: instrumento expresso ou tácito oriundo da convergência livre e espontânea das vontades de 2 ou mais partes (CONSENSO), na busca da satisfação de interesses recíprocos, com repercussão patrimonial. 
Bens patrimoniais: passível de valoração. Bens extra-patrimoniais: transcendem a valoração.
	Contractus: atos contrários (contra actus), opostos, logo não importa se o número de pessoas exceda a 2, pois sempre estarão organizados em dois pólos, ou seja, a proposta e a aceitação.
	Origem: romanos ( contratos públicos, solenes (atender aos deuses); evolução ( secularização.
2.	Natureza jurídica: 
Negócio Jurídico: de natureza PESSOAL ( seus efeitos efeitos e se restringem à vontade das partes ( efeito ut singole - interpartes (# negócio jurídico real ( efeito erga omnes)
Obrigação: o contrato é fonte mediata de obrigações. Devemos lembrar que, em regra, o contrato é fonte de devido, ou seja, modalidade espontânea de obrigações (o dever nasce de atos de liberalidade). Logo, concluímos, que a finalidade está no cumprimento espontâneo da prestação (pagamento). 
Caso o contrato seja descumprido, ele será fonte de responsabilidade, mas na condição de norma particular.
Debitum: Schuld (espontânea – criada pelo ato de vontade livre das partes)
Obligatio: Haftung (coercitiva – responsabilidade civil, caso o contrato não seja cumprido)
Norma: Kelsen afirma que o contrato é uma norma particular, estando na base da pirâmide normativa. O contrato, por ser uma fonte de deveres, e obedecendo os pressupostos de validade assume todas as características de um imperativo de conduta jurídica. Logo, seu descumprimento (culpa in contrahendo) é uma afronta ao ordenamento jurídico, uma ilicitude, que gerará responsabilização.
Lex Contractus
Pirâmide Normativa de Kelsen ( indo para o topo: tornam-se mais públicas, abrangentes e genéricas; descendo para a base: tornam-se mais particulares, singulares e restritas.
In damnae (indenização) – origem da responsabilidade civil ( delito penal e civil passam a ser vistos de forma diferente.
3.	PRINCÍPIOS DO DIREITO CONTRATUAL
Autonomia da vontade: trata-se do princípio maior do direito contratual, ou seja, é a liberdade negocial, a capacidade plena de transformar um desejo em um dever. Apresenta três esferas:
Livre-arbítrio: livre escolha dos agentes, da prestação, da forma e das condições do contrato;
Auto determinação: as escolhas estão destinadas a se transformar em projetos de vida pessoais (a conjunção dos negócios jurídicos ao destino das pessoas envolvidas); você é o senhor do seu destino patrimonial
Auto realização: tem como fim uma satisfatividade patrimonial pessoal (gozo). Natureza satisfativa.
	A autonomia da vontade contratualmente se manifesta por dois sub-princípios:
Liberdade de contratar: natureza objetiva ( escolha da parte contratante, do objeto, do local, do tempo ( referências ontológicas, fenomenológicas;
Liberdade contratual: natureza subjetiva ( capacidade de estabelecer as condições negociais, as regras, as cláusulas, a substância contratual - conteúdo obrigacional do contrato.
No Contrato por Adesão, onde as cláusulas serão pré-estabelecidas, a liberdade contratual fica prejudicada (ausência de puntuação – fase preliminar: de negociação, tratattive, pourpalers).
Consensualismo: só há contrato e produção de efeitos a partir do pacto, da convergência definitiva das livres vontades, em função de um interesse comum.
Força Vinculante: o contrato, quando firmado, submete a vontade das partes aos seus efeitos obrigacionais. O contrato, portanto, é uma norma particular que determina o seu implemento (pacta sunt servanda).
Relatividade das Convenções: se refere aos efeitos do contrato e a quem repercute, ou seja, os efeitos contratuais recairão apenas às partes envolvidas (efeito ut singoli).
Sociabilidade – Função Social (ordem jurídico-social ou da ordem pública ou da ordem normativa): limita a autonomia da vontade. O contrato não pode violar direitos difusos ou coletivos. As ações contratuais não podem atentar contra o bem público, o bem-estar coletivo, a estabilidade. O contrato não é apenas instrumento de prosperidade pessoal, mas tem função social.
Boa-fé: relação de lealdade
Subjetiva: consiste na fidelidade entre as partes, na ação clara, honesta e reta dos agentes no exercício negocial; fundada no animus de cada um: os propósitos são claros, são honestos ( conteúdo ético;
Objetiva: é a lealdade das partes ao ordenamento jurídico que dá suporte ao contrato, ou seja, se eu cumpro o contrato nos limites da lei presumidamente ajo de boa-fé.
4.	CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Quantos aos EFEITOS: 
BILATERAL: ambas as partes se obrigam mutuamente na relação negocial a fazer ou dar determinado bem (ex: compra e venda, locação, transporte). A bilateralidade, portanto, não se refere à formação do contrato, pois todo negócio jurídico é bilateral (proposta e aceitação), mas sim aos seus efeitos.
UNILATERAL: só uma das partes se obriga a fazer ou dar alguma coisa (depósito gratuito, doação pura e simples);
Quantos à DISPOSIÇÃO DE BENS: 
GRATUITO: apenas uma das partes terá gozo patrimonial sem dispor de bens seus (ex: doação, mandato, depósito gratuito);
ONEROSO: as partes se oneram reciprocamente para atingir suas finalidades negociais ( ambas as partes dispõem de bens (ex: compra e venda, locação, transporte, prestação de serviço);
Quantos à CERTEZA DA PRESTAÇÃO: 
COMUTATIVO: o objeto de prestação é certo, determinado, não cabendo variação; ambas as partes sabem ou tem a certeza do cumprimento do contrato;
ALEATÓRIO: o objeto da prestação é incerto, indeterminado (apenas determinável), variam conforme a circunstância, porém as partes assumem o risco (ex: contratos de risco, seguro de carro, 
Quantos ao FATO GERADOR: 
CAUSAL: os direitos e deveres expressos só serão reconhecidos quando conhecidas as causas motivadoras da relação (boa-fé, licitude, motivo na elaboração do negócio); sua legitimidade está nas causas que geraram. Para reconhecimento do direito é necessário processo de CONHECIMENTO;
ABSTRATO: é o contrato que possui todas as características de um título executivo extrajudicial, conforme CPC art. 585 – inciso II;
Quanto ao OBJETO: 
PRELIMINAR: tem como objeto a promessa de realização de um contrato futuro em tempo certo de natureza satisfativa (ex: promessa de compra e venda). Não cumprido o contrato preliminar: ação de espera infrutífera (requerendo indenização) ou ação com obrigação de fazer;
DEFINITIVO: é o contrato de natureza satisfativa, ou seja, tem como objeto e finalidade a realização das partes (ex: compra e venda);
PRINCIPAL: tem como objeto a prestação em si, auto-suficiente, não precisa interagir com outras relações negócios para produzir efeitos (ex: compra e venda, seguro);
ACESSÓRIO: só produzirá efeitos em função da realização ou não de uma outra relação negocial, que é o contrato principal (ex: fiança na locação: a fiança só tem sentido dentro de um outro contrato principal, procuração na compra e venda: o mandato só é eficaz se houver a compra e venda);
Quanto ao APERFEIÇOAMENTO: 
CONSENSUAL: já produzirá efeitos mediante a mera constituiçãodo contrato - convergência de vontade (ex: mandato, locação);
REAL: só se aperfeiçoa por meio da tradição. Só produzirá seus efeitos com a tradição da coisa (ex: compra e venda, doação).
5.	FORMAÇÃO DOS CONTRATOS
Elementos: o contrato, como um negócio jurídico, necessita de dois pólos de vontade para o seu devido aperfeiçoamento ((bipolaridade dos contratos). Estas vontades são:
Proposta (oferta): convite que alguém faz para o exercício de uma determinada atividade negocial. Ela deve ser expressa pelo proponente ou policitante). Aqui está claro o princípio da autonomia da vontade;
Aceitação (anuência): concordância da outra parte sobre a oferta e condições do negócio. É resultante do CONSENSO das partes, constituindo assim o vínculo obrigacional inter-partes. Poderá ser anuído expressamente ou tacitamente pelo aceitante ou oblato). Aceitação tácita (silêncio não constitui aceitação tácita, mas inércia ( aceitação exige manifestação da vontade, mas não precisa ser expressa – ex: cartão de crédito enviado para casa sem haver pedido: se não usar, existe inércia; mas se começar a usar implica em aceitação tácita). Em Direito Civil quem cala NÃO CONSENTE, exceto quando previsto em lei (ex: doação pura).
Fase preliminar – CC 427-431 (puntuação, tratativas): trata-se do momento de negociação entre as partes, para a constituição do contrato. A proposta, porém, possui força vinculante perante o proponente, ou seja, qualquer desistência injustificada acarretará em efeitos reparatórios.
Proposta:
Oferta pública (propaganda, oferta comercial) ( diz-se da oferta massificada (divulgação comercial, publicidade), deve se submeter aos pressupostos de validade (a aceitação, no entanto, é singularizada) - CC 429.
Aceitação escrita (situações em que a negociação se dá à distância):
Teoria Cognição (França, Espanha, Suíça – corrente minoritária): o contrato só produzirá efeitos no momento em que o proponente tiver conhecimento do conteúdo da aceitação (não basta ele receber a carta, exige que tome conhecimento);
Teoria Agnição (Brasil, Alemanha, Itália – corrente dominante): estabelece critérios objetivos alheios ao conhecimento do proponente para que o contrato produza efeitos. Divide-se nas seguintes subteorias:
Declaração: produz efeitos a partir da anuência escrita do aceitante (em desuso);
Expedição (utilizada no Brasil): produz efeitos quando o aceitante assina e posta a resposta ao proponente (vale a partir da postagem da carta);
Recepção (Alemanha): começa a produzir efeitos no momento em que o proponente receber a carta do aceitante.
6.	EXTINÇÃO DOS CONTRATOS:
	No sentido lato, extingue-se o contrato quando é extinta a obrigação, deixando de ter eficácia. No sentido stricto sensu de não cumprimento, os contratos podem ser extintos das formas a seguir:
Resolução: é toda expressão extintiva do contrato, em especial aqueles que não foram cumpridos.
Resilição: é o ato de vontade legítimo (previsto em lei ou em contrato) de extinção do contrato. 
A resilição pode ser unilateral ou bilateral. Especificamente a resolução unilateral partirá de um dos agentes e suas conseqüências não serão indenizatórias (ex: previsão de arrependimento) – art. 473.
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.
Distrato: consiste na resilição bilateral, ou seja, as partes livremente na vigência do contrato consentem extinguí-lo (não precisa necessariamente estar previsto, mas ambos devem concordar) – art. 472
Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Resolução por Onerosidade Excessiva (novidade do CC-2002) – CC-art. 478-480: trata-se de medida interventiva do poder jurisdicional na resolução de um contrato, em função do desequilíbrio alcançado motivado por evento imprevisível aos olhos do homem comum.
Rebus sic stantibus (das coisas em seu momento): antes da década de 50 o poder jurisdicional não reconhecia os efeitos lesivos oriundos de eventos extraordinários, só podendo intervir se o negócio jurídico possuísse a cláusula rebus sic stantibus (ato de liberalidade entre as partes);
Teoria da Imprevisão: a partir da 2ª. metade do séc. XX, o contrato deixa de ser tratado como um mero instrumento de riqueza individual, possuindo função social; logo, qualquer alteração imprevisível atentaria contra a ordem pública. Cabe, portanto, ao Judiciário agir na manutenção da harmonia.
Efeitos: 
Reformulação da cláusula prejudicada (resolução parcial);
Extinção do contrato em sua totalidade e a recondução das partes ao status quo ante.
		
		PETIÇÃO INTERESSANTE SOBRE ESSE TEMA – contratos em dólar – Plano Real
		http://www.oabsp.org.br/comissoes2010/direito-relacoes-consumo/leasing/leasing-acao-civil-publica/peticao-inicial
7.	ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO
Conceito: contrato onde as partes estabelecem relação negocial que será destinada a terceira pessoa fora da relação (Ex: seguro de vida; locação em favor de terceiro – para um filho; contratar entrega de cesta de café da manhã, flores, etc;)
Partes:
Estipulante: o que propõe o negócio em benefício de terceiro (credor);
Promitente: o que se compromete a cumprir uma obrigação em favor de terceiro (devedor);
Beneficiário: o que gozará do benefício (terceiro). Está diretamente ligado ao estipulante: a satisfação do beneficiário é a realização do estipulante.
Efeitos:
O Estipulante, como credor do contrato, tem o direito incontestável de cobrança caso haja inadimplemento do promitente. Da mesma forma, poderá a qualquer momento resolver a relação ou inová-la, trocando o beneficiário, sem que haja necessidade de anuência do promitente (deve apenas notificá-lo);
Outorga de execução: para facilitar a cobrança, o estipulante poderá transferir essa atribuição ao beneficiário e, durante a vigência do negócio, este poder não poderá ser revogado. Somente com a inovação ou resolução do benefício é que o poder de execução será extinto (o acesssório segue o principal).
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.
ALGO MAIS
Excludentes de ilicitude – art. 186-188
Não cumprimento dos contratos – art. 389-393( casos que descaracterizam a inadimplência: caso fortuito (endógeno), força maior (exógeno), excludente por força da vítima, excludente por força de terceiro.
QUESTÃO DE POSSE: Caseiro, não é posse, mas somente detenção (guardião).
8.	PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO
Conceito: contrato em que uma das partes se compromete à outra realizar uma determinada relação negocial, que será exercida por uma terceira pessoa. Trata-se de fonte de obrigação de fazer e a aceitação do terceiro é condição sine quo non (ex: aquisição da Budweiser pela AmBev: a AmBev contratou uma corretora para convencer a Budweiser a realizar a venda)
Partes: 
Beneficário (credor): é o credor da relação, que ao final constituirá negócio jurídico (Ambev);
Promitente: é a parte que se prontificará no convencimento, na intermediação com o terceiro negociante (obrigação de fazer)– A CORRETORA;
Terceiro: é o objeto do compromisso (Budweiser).
Responsabilidade do proponente – CC 439-440:
Será responsável por perdas e danos em favor do beneficiário se não conseguir cumprir a promessa;
Caso o terceiro seja convencido e se comprometa fazer o negócio, o promitente estará excluído da responsabilidade, mesmo se o terceiro desista ou inadimpla a obrigação. 
Seção IV- Da Promessa de Fato de Terceiro
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
POSICIONAMENTO DIVERGENTE - Sílvio Rodrigues: não concordava com o art. 440, entendendo que se o terceiro faltar à prestação, o promitente também seria responsável, ou seja, haveria solidariedade entre eles. Para ele a promessa não visava apenas a constituição do negócio jurídico, mas sua efetiva realização. 
9.	VÍCIO REDIBITÓRIO
Conceito: (redibir = retratar): trata-se do vício oculto aos olhos do homem comum, passível de retratação total ou parcial (origem: Grécia Antiga – Aristóteles: proteção na compra de escravos).
Vício e defeito: 
vício é o problema, mácula, em um bem que, ao se manifestar, limita ou inabilita o seu uso, mas não interfere em outros bens – efeitos lesivos restritos (ex: problema no liquidificador); 
defeito, não só inabilita o uso do bem como atinge outros bens ou pessoas – exteriorização dos efeitos lesivos (ex: problema no liquidificador que causa curto-circuito e estraga outros aparelhos; defeito do Fox: tampa do porta-mala que cortava o dedo).
Requisitos: 
Oculto aos olhos do homem comum;
Subsistente, inerente à coisa (já existia antes da compra);
Manifesta-se em função do uso ordinário.
Modalidades de ações:
Actio Redhibitoria – CC 441: é a retratação total ( a pessoa devolve a coisa e pede seu dinheiro de volta;
Actio Quanti Minoris (ação de menor valor) – CC 442: é a retratação parcial ( a pessoa fica com o bem, mas pede o abatimento pela depreciação do valor.
Má-fé – CC 443: quando o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa e mesmo assim transfere o bem ( responderá pela redibição integral + perdas e danos.
Doação pura – CC 441 § único: não se reivindica vício redibitória em doação pura.
Seção V - Dos Vícios Redibitórios
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
10.	EVICÇÃO (não é uma medida contratual, mas sim processual)
Conceito: medida processual que visa proteger o adquirente de boa fé (evicto) contra a ação maliciosa do alienante, que se apresentou falsamente como legítimo titular do bem (móvel ou imóvel). Evicção é a perda ou desapossamento total ou parcial da coisa por força de sentença judicial, que atribui a outrem direito anterior ao contrato aquisitivo, por intermédio de prova lícita.
Agentes:
Evicto: adquirente de boa fé 
Evictor: real titular da coisa (que tem o direito reconhecido por decisão judicial)
Alienante: o que vendeu a coisa que não lhe pertencia por meio de contrato oneroso
Requisitos:
Relação onerosa – CC-art. 447: necessidade de caracterização de prejuízo (NÃO cabe em relações gratuitas – ex: doação pura);
Decisão judicial em favor do Evictor: o evictor deve ter seu direito, precária ou definitivamente, reconhecido judicialmente; 
Denunciação à lide: os efeitos da evicção somente se processarão após o chamamento do alienante e de sua manifestação.
Evicção parcial – CC-art. 455: consiste em uma faculdade dada ao evicto quando o bem alienado em parte pertencia ao alienante (quinhão/quota). Neste caso, o evicto pode rescindir totalmente a relação ou optar pela permanência sobre a quota legítima, pedindo ressarcimento sobre a parte ilegítima. Via de regra a evicção é total, mas pode ocorrer parcial (ex: antes da partilha, um dos beneficiários vende toda a propriedade; os outros beneficiários-evictores entram com ação reivindicatória de suas partes. O adquirente (evicto) tem duas possibilidades: rescisão do contrato total (evicção total) ou restituição do preço correspondente ao desfalque (evicção parcial).
Responsabilidade do alienante – CC-art.450-454 - será responsável pela:
Restituição integral dos valores pagos pelo evicto;
reparação dos frutos percebidos;
benfeitorias úteis e necessárias;
Outros prejuízos de natureza contratual ou processual.
Da Evicção
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta narestituição devida.
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
EVICÇÃO - DENUNCIAÇÃO DA LIDE - VEÍCULO FURTADO - APREENSÃO POR AUTORIDADE POLICIAL - DIREITO DO ADQUIRENTE À INDENIZAÇÃO - RESPONSABILIDADE SUCESSIVA DA CADEIA DE ALIENANTES PELA EVICÇÃO - INDENIZAÇÃO DEVIDA PELOS LITISDENUNCIADOS - ARTIGOS 1107 A 1109 DO CÓDIGO CIVIL E 70, I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - NEGADO PROVIMENTO.
1. A evicção é uma forma de garantia, um elemento natural dos contratos onerosos, que se apresenta onde haja uma obrigação de transferir o domínio de uma determinada coisa.
2. A doutrina e a jurisprudência moderna têm admitido a evicção, em casos excepcionais, independentemente de sentença judicial, quando houver apreensão judicial da coisa, em razão do furto ou roubo ocorrido anteriormente a sua aquisição.
3. Ocorrida a evicção, será o alienante obrigado a repor o preço ou a quantia pactuada. Assim, o fato de o alienante ignorar os vícios de origem ou de não ter agido culposamente não o exime de garantir a evicção.
11.	CONTRATOS ALEATÓRIOS –CC-458-461 (álea=sorte)-oposto aos contratos comutativos ( certeza da prestação
Conceito: trata-se do contrato que carece de certeza e determinação da prestação, ou seja, o objeto é passível de incerteza existencial ou variação quantitativa, porém o credor assumirá os riscos
Exemplos: 
Contratar um pescador para pegar determinado peixe
Compra antecipada de uma safra de produto
Contrato de serviços advocatícios
Modalidades: 
Emptio spei – CC-art. 458: alienação esperada – é o contrato aleatório sobre coisas futuras, cujo objeto poderá ou não existir ( seguro de dano, contrato de pesca 
Emptio rei speratae – CC-art.459: alienação de coisas esperadas – é o contrato aleatório sobre prestação futura cujos riscos não recairão sobre a existência, mas quantidade (que pode ser variação de preço também). Caso nada seja percebido, não poderemos falar sobre riscos assumidos, ou seja, o contrato será resolvido e as partes reconduzidas ao status quo ante ao negócio ( ex: contrato de compra antecipada de safra de 10 mil sacas de soja (se colher apenas 1 saca, considera-se quantidade insignificante e o contrato resolve-se); contrato de compra antecipada, mediante adiantamento de uma parte, e pagamento do restante quando da entrega, pelo preço de mercado da época da entrega.
Coisa certa passível de variação – CC-art. 460-461: neste caso a prestação é pré-existente, mas poderá variar até a data do cumprimento.
Dos Contratos Aleatórios
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. 
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
12.	CONTRATO DE COMPRA E VENDA - CC-481-504
Conceito – Art. 481: é o contrato de transferência onerosa de bem patrimonial, em função de contraprestação em dinheiro (moeda corrente). Transferência de domínio de um bem. Só se aperfeiçoa com a efetiva tradição da coisa. 
Elementos – art. 482:
CONSENSUS: convergência de vontade fundada na autonomia das partes;
RES (a coisa) – art. 483: é o objeto de natureza patrimonial a ser alienado, vendido. Em regra é certo e determinado, porém é possível que o bem esteja sujeito à álea (objeto futuro e determinável);
PRETIUM (preço, valor) – art. 485-487: é o valor, em moeda corrente, a ser dado como contraprestação. Em regra deve estar pré-estabelecido no instrumento, porém há a possibilidade de utilização de índices de mercado e outros parâmetros valorativos (bolsas, índices de juros, câmbio, etc.) que deverão estar previstos no contrato. Há também a possibilidade de outorga a terceiro na avaliação do preço, que será determinado até a data da tradição.
Limitações – art. 496-497:
Entre ascendente e descendentes – art. 496 (defesa dos interesses de sucessores e cônjuge): é possível a venda nessas condições desde que haja consentimento expresso dos outros descendentes e do cônjuge (neste último caso se for bem comum). Caso contrário o negócio é ANULÁVEL (prazo para reclamar – CC-art. 179 – prazo de 2 anos contado da data do contrato; se o prejudicado for menor, o prazo conta a partir do atingimento da maioridade).
Entre representante e representado – art. 497 (tutor, curador, administrador de massa falida, depositário, testamenteiro, juízes e serventuários, servidores públicos, leiloeiros): gestores ou depositários de bens ou direitos alheios não poderá adquiri-los por estarem em situação privilegiada, podendo violar os direitos daqueles que deveriam ser protegidos. Presume-se, portanto, de forma absoluta, que o agente em questão agiu de má-fé, sendo o ato de compra NULO DE DIREITO. Trata-se de presunção iuris et iuris, uma das exceções de presunção de má-fé no Direito Civil.
Tradição: a compra e venda somente se aperfeiçoa com a tradição da coisa transacionada.
Simultânea relação – art. 491: em vendas à vista a relação de compra e venda é simultânea, ou seja, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa sem o recebimento do valor. Mesmo em vendas parceladas a entrega do bem está condicionada ao recebimento de uma entrada ou do pagamento da 1ª parcela (regras pertinentes a OBRIGAÇÃO DE DAR.
Suspensão – art. 495: em contrato com termo suspensivo, em que a tradição ainda não aconteceu, caso o comprador caia em insolvência ou na ameaça justificada desta, o vendedor poderá suspender a relação obrigacional, exigindo garantias para o pagamento. Não havendo a garantia o negócio será resolvido.
Despesas – art. 490: no silêncio das partes:
por conta do comprador: as despesas oriundas do contrato (de natureza formal);
por conta do vendedor: despesas da tradição (entrega da coisa).
Danos – art. 492: com base na teoria da tradição, o vendedor assumirá os riscos pela conservação e integridade da coisa até a devida transferência dominial.
Peculiaridades:
Venda por amostragem – art. 484: consiste na venda motivada por consulta a instrumentos demonstrativos (foto, revista, reprodução, protótipo); vende-se por referências e especificações. O instrumento demonstrativo deve primar pela veracidade e semelhança ao produto desejado. Caso isso não seja respeitado, o comprador recusará o recebimento, exigindo o objeto escolhido com mora ou resolvendo o negócio,exigindo perdas e danos;
Venda ad corpus (do corpo)/ad mensuram (da medida) – art. 500: em geral, a negociação de bens imóveis primam pela venda ad mensuram (pela medida):
AD CORPUS: venda do imóvel com valor estabelecido em função das características, das especificidades do objeto. Neste caso, as medidas serão meramente enunciativas.
AD MENSURAM: é a venda do imóvel tendo como referência de valor a metragem, as medidas;
Venda de quota indivisível condominial (res comune)– art. 504 (exemplo de quota indivisível condominial: vaga de garagem pertencente ao condomínio como um todo): em caso de venda de quota indivisível, o condômino deverá priorizar os outros consortes (direito de preferência condominial); havendo vários condôminos interessados, os critérios de escolha serão, na ordem: a) quantidade de benfeitorias; b) número de quotas condominiais. Se todos estiverem na mesma condição, o que depositar o valor primeiro.
http://jus.uol.com.br/revista/texto/8372/caracteristicas-atuais-do-contrato-de-compra-e-venda
Da Compra e Venda - Disposições Gerais
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
§ 1o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.
§ 2o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
Art. 493. A tradição da coisa vendida, na falta de estipulação expressa, dar-se-á no lugar onde ela se encontrava, ao tempo da venda.
Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor.
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o comprador cair em insolvência, poderá o vendedor sobrestar na entrega da coisa, até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
Art. 498. A proibição contida no inciso III do artigo antecedente, não compreende os casos de compra e venda ou cessão entre co-herdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a pessoas designadas no referido inciso.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.
Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.	 AD MENSURUM
§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.
§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.
§ 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus. AD CORPUS
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência.
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.
�
2ª. PARTE
13.	CLÁUSULAS ESPECIAIS DE COMPRA E VENDA - CC-505-532
	Cláusulasesporádicas que são inseridas em função das características específicas do contrato. Exigem que estejam expressas (escritas), não podendo ser presumidas ou simplesmente combinadas verbalmente.
RETROVENDA – Art. 505-508: 
Conceito – art. 505: cláusula especial em favor do vendedor que transfere bem imóvel ao comprador com a condição de readquiri-lo pelo mesmo valor da venda (com correção) 
Natureza jurídica: cláusula condicional de natureza RESOLUTIVA. Essa cláusula é averbada junto ao registro do imóvel.
Resolução: o exercício da retrovenda não constitui negócio novo, mas resolução do negócio original.
Titularidade: o comprador tem titularidade precária dentro do prazo decadencial estipulado na retrovenda. Pode vender o imóvel, ficando o novo comprador também compromissado com a cláusula enquanto não ocorrer a decadência (art. 507 in fine). 
Requisitos:
Bem imóvel
Termo decadencial: não poderá exceder a 3 anos a contar da tradição, porém nada obsta que o prazo seja inferior por força da convenção das partes;
Preço: não será pautado no preço de mercado, mas sim no preço da operação original.
Descumprimento – art. 506: se o comprador se recusar a receber o valor e restituir a coisa ( vendedor pode depositar em juízo o valor integral corrigido (ação cautelar de pagamento em consignação), exigindo, posteriormente, a restituição da coisa (ação de cobrança de restituir a coisa).
Cessão – art. 507: o direito de retrato (retrovenda) pode ser objeto de cessão de direito (inter vivos) ou transmissível a herdeiros e legatários (causa mortis). Também pode ser exercido contra novos adquirentes durante a vigência da cláusula.
Da Retrovenda
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente.
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador.
Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente.
Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral.
PREFERÊNCIA (Preempção ou prelação) – Art. 513-520: 
Conceito – art. 513: cláusula especial que determina que o comprador de um determinado bem móvel ou imóvel, em caso de revenda, priorizará o vendedor na oferta em igualdade de condições.
ATENÇÃO: esse direito não se confunde com o direito do locatário, nem com o do condomínio (art. 504) 
Natureza jurídica: cláusula de natureza SUSPENSIVA. O prazo decadencial é de 180 dias se bem móvel e de 2 anos se imóvel.
Características: 
Recai sobre bens móveis e imóveis em função do exercício de um novo negócio jurídico; uma nova compra e venda. Conseqüentemente o preferido adquirirá o bem com novo preço (de mercado).
Descumprimento – art. 514/518: 
Se o preferente não cientificar a oferta prioritária ao preferido, este poderá notificar o revendedor, exigindo o cumprimento do direito de prelação.
Se terceiro comprar a coisa em detrimento da preferência, o negócio será mantido, cabendo ao preferido ajuizamento de ação indenizatória. 
Se o terceiro agiu de má-fé será responsável solidário.
Cessão – art. 520: por se tratar de direito pessoal, a preferência não é passível de transferência inter vivos ou causa mortis.
Retrocessão – art. 519: exemplo de direito de preferência em direito público (desapropriação).
Da Preempção ou Preferência
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando o comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa.
Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder, obrigado a pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.
Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a quem ele toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita.
Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
	DIFERENÇAS
	RETROVENDA
	PREFERÊNCIA (PREEMPÇÃO)
	Resolutiva
	Supensiva
	Bens imóveis
	Bens móveis e imóveis
	Decadência: 3 anos
	Decadência: 180 dias para móveis e 2 anos para imóveis 
	O exercício não gera novo negócio
	O exercício gera novo negócio jurídico
	Mesmo preço de venda (com correção)
	Preço de mercado
	Cessível e transmissível a herdeiros e legatários – art. 507
	Não cabe cessão, nem passa a herdeiro. RELAÇÃO PESSOAL-art. 520
	Exige registro em cartório e que conste de escritura pública
	Não exige registro em cartório, nem que conste de escritura pública
VENDA A CONTENTO – Art. 509-512
Conceito – art. 509-510: cláusula especial que estabelece que a compra e venda só se aperfeiçoará por meio de experimentação prévia e consecutiva aprovação do adquirente.
Natureza jurídica – Art. 511: cláusula condicional de natureza SUSPENSIVA.
Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.
RESERVA DE DOMÍNIO – Art. 521-528 (para coisa MÓVEL; para imóvel ( hipoteca)
Conceito – art. 521-522: medida acessória à compra e venda que estabelece que o vendedor, mesmo transferindo o bem móvel ao comprador, possuirá a titularidade sobre a coisa, até que o pagamento seja exercido integralmente. Proteção para o vendedor.
Condição – art. 525: somente será exigida com a inadimplência do comprador (descumprimento do contrato). Com a mora ou inadimplemento absoluto,o vendedor poderá postular:
Ação de cobrança de obrigação de pagar mais perdas ou danos (indenizatória) – art. 526;
Ação de cobrança de obrigação de restituir a coisa (também é possível ação de busca e apreensão de natureza satisfativa)
Reserva de domínio com financiamento de instituição financeira – art. 528: 
Devolução dos valores pagos – art. 527: no caso de restituição da coisa, o vendedor perceberá a depreciação, abatendo os prejuízos (depreciação, despesas feitas e perdas e danos) com os valores pagos pelo comprador, devolvendo ao comprador o restante. 
Da Venda com Reserva de Domínio
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível de caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a favor do terceiro adquirente de boa-fé.
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.
Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial.
Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida.
Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual.
Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteriormente, mediante financiamento de instituição do mercado de capitais, a esta caberá exercer os direitos e ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer outro. A operação financeira e a respectiva ciência do comprador constarão do registro do contrato.
	DIFERENÇAS
	RESERVA DE DOMÍNIO
	ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
	LEASING (arrendamento mercantil)
	CC 521-528
	Dec. Lei 911/69, e Lei 10.931/04,
	Lei 6099/74
	Cláusula especial suspensiva
	Garantia contratual resolutiva
	Contrato de arrendamento mercantil
	Objeto do contrato é a aquisição do bem. 
	objeto do contrato é a aquisição do bem 
	Aluguel com opção de aquisição ao final
contrato misto (financiamento, locação e promessa de compra e venda).
	2 sujeitos e 1 relação jurídica: Vendedor e Comprador
	3 sujeitos e 2 relações jurídicas distintas: Vendedor, Comprador e Financiador (credor)
	2 sujeitos e 1 relação jurídica: Arrendador e Arrendatário
	vendedor reserva para si a propriedade do bem vendido até o momento do pagamento integral do preço.
	Devedor, ao tomar o crédito, transfere a propriedade do bem ao credor. 
Posse direta: devedor
Propriedade e posse indireta: credor
	Posse direta: arrendatário
Propriedade e posse indireta: arrendador
	o comprador somente adquirirá o domínio após integralizar o preço.
	A propriedade se resolve automaticamente com o pagamento das prestações
	A transferência de propriedade somente de dá se, ao final, se o arrendatário optar pela aquisição
	Qualquer Pessoa
	instituições financeira e assemelhadas
	a arrendante deve ser instituição financeira com fim próprio
	ação de reintegração de posse, com a apreensão e depósito da coisa vendida
	ação do credor para reaver o bem é a de busca e apreensão
	a ação é a de reintegração de posse
	
	O arrendatário é considerado depositário do bem (STJ)
	Não há figura do depositário do bem
	Permite quitação antecipada
	Permite quitação antecipada
	A quitação antecipada descaracteriza o leasing para compra e venda
	Não permite em moeda estrangeira
	Não permite em moeda estrangeira
	Permite concessão em moeda estrangeira (Lei 8.880/94, art. 6o.);
	Bens móveis
	Móveis e imóveis
	móveis
VENDA POR DOCUMENTO – Art. 529-532 
Conceito – art. 529: aquela venda que será efetivada, aperfeiçoada, em função da entrega de um documento demonstrativo do produto ou executivo. O bem em si só estará nas mãos do titular tempos depois.
Tradição – art. 525: a tradição, no caso, é simbólica.
Caso prático: comércio internacional: importador negocia com exportador e formaliza um contrato de exportação. O exportador, ao embarcar o produto, emite o documento Bill Of Loading-BL e remete ao importador. O pagamento é feito à vista do BL. 
Da Venda Sobre Documentos
Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.
Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado.
Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos.
Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apólice de seguro que cubra os riscos do transporte, correm estes à conta do comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa.
Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento bancário, caberá a este efetuá-lo contra a entrega dos documentos, sem obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual não responde.
Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do estabelecimento bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, diretamente do comprador.
14.	TROCA - CC-533
Conceito: contrato oneroso bilateral e, em regra, comutativo, onde uma das partes entrega um bem patrimonial móvel ou imóvel, fungível ou infungível, mediante a contraprestação em outro bem que não seja dinheiro. 
Basicamente as regras da troca são as mesmas da compra e venda, havendo a diferenciação entre os institutos pela ausência do PREÇO (dinheiro).
Peculiaridades – art. 533: 
Despesas (art. 533-I): não havendo disposição em contrário, as despesas contratuais serão partilhadas equitativamente entre os agentes;
Anuência dos outros ascendentes/cônjuge (art. 533-II): quando a troca for equivalente, paritária, a relação será válida mesmo não havendo anuência dos outros descendentes ou cônjuge; porém, se a permuta for desigual necessita de anuência, sob pena de anulação (percentual considerado razoável ( diferença de até 10%; acima disso pode dar margem a anulação).
Da Troca ou Permuta
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.
15.	CONTRATO ESTIMATÓRIO - CC-534-537 (venda em consignação)
Conceito (art. 534; 536) – contrato de venda consignada: é a atividade negocial em que o titular entrega um determinado bem móvel a outrem, que se responsabiliza em vendê-la por um determinado preço, dentro de um período específico.
Abrangência: somente para bens móveis. O equivalente para bens imóveis é o de CORRETAGEM. 
Deveres do consignatário – art. 535: (mero guardião, se não houver disposição em contrário; não tem titularidade, não tem posse, mera detenção)
Guarda e zelar pela coisa até o período da venda;
Vender a coisa dentro do preço e prazo ajustados;
Caso não haja venda, restituir a coisa nasmesmas condições recebidas.
Deveres do consignante – art. 537: 
Respeitar os prazos e condições contratuais; caso contrário, responderá por perdas e danos em favor do consignatário. 
não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída.
Do Contrato Estimatório
Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.
Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável.
Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou seqüestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.
Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição.
16.	DOAÇÃO – CC 538-564 
Conceito (art. 538-539-541-541): negócio jurídico em que o doador transfere bens e direitos ao donatário sem que haja contraprestação em benefício do titular. As doações gratuitas são unilaterais, ou seja, somente o doador se obriga a dar algo, cabendo ao donatário gozar. Isso não significa que o donatário tenha que aceitar (a doação é um negócio jurídico: bilateralidade das partes, manifestação de vontade, etc.). A aceitação poderá ser escrita, oral, tácita (donatário faz uso da coisa) ou presumida (silêncio do donatário em caso de doação pura)
Modalidade:
Doação pura – art. 544: de natureza gratuita (não há ônus por parte do beneficiário na aquisição); normalmente o doador assume os custos da transmissão e a partir daí os custos são do donatário. A doação não poderá exceder a 50% do patrimônio a não ser que a doação seja feita a descendente (antecipação do quinhão da herança); 
Doação remuneratória – art. 540: visa premiar, gratificar ações do donatário que não necessitava de pagamento;
Doação com encargo – doação onerosa: consiste em limitação do uso do bem doado em benefício indireto do doador ou de terceiros; neste caso, gera ônus para o donatário; só se aperfeiçoará em função do exercício por parte do donatário de determinados critérios de uso da coisa por parte do doador (limitação da autonomia da vontade);
Doação condicional – art. 546: especificamente destinada a concretização de casamento; só será perfeita com o devido exercício do matrimônio.
Limitação:
Totalidade – art. 548: a doação de totalidade dos bens é NULA de direito (efeito ex-tunc), a não ser que o doador estabeleça garantias reais que perpetuem seu sustento. O intuito é evitar a miséria. Ex: reserva de parte, previsão de usufruto (usar, gozar e explorar), anticrese (ex: doação a fazenda e 30% da safra se destina ao doador)
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
Parte inoficiosa – art. 549: só poderá doador 50% de seus bens (parte oficiosa). A doação do excedente (parte inoficiosa) é nula de direito (efeito ex-tunc);
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Doação à cúmplice de adultério: 
na vigência do casamento, qualquer doação a adúltero é NULA de direito (INVÁLIDA): cabe ação declaratória de nulidade (efeito ex-tunc). 
a partir do divórcio, os interessados poderão pleitear a anulação em até 2 anos a contar da data da dissolução conjugal: cabe ação anulatória (ou pauliana) ( efeito ex-nunc, podendo exigir perdas e danos. 
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Doação a descendentes ou outro cônjuge – art. 544: importa em adiantamento da herança.
Da Doação - Disposições Gerais
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do que lhes cabe por herança.
Art. 545. A doação em forma de subvenção periódica ao beneficiado extingue-se morrendo o doador, salvo se este outra coisa dispuser, mas não poderá ultrapassar a vida do donatário.
Art. 546. A doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se o casamento não se realizar.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao donatário.
Parágrafo único. Não prevalece cláusula de reversão em favor de terceiro.
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se distribuída entre elas por igual.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a doação para o cônjuge sobrevivo.
Art. 552. O doador não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito às conseqüências da evicção ou do vício redibitório. Nas doações para casamento com certa e determinada pessoa, o doador ficará sujeito à evicção, salvo convenção em contrário.
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
Revogação: em sentido lato, por ato de vontade (resilição unilateral ou bilateral) ou resolução por onerosidade. 
Disposição de vontade – art. 547: as partes poderão estabelecer cláusula contratual que prevê a possibilidade de restituição do bem ao doador caso o donatário venha a falecer. Efeito de natureza intuito persona (personalíssimo): a cláusula só produz efeito se o donatário falecer antes do doador (retornando o bem ao doador); falecendo o doador antes a cláusula perde o efeito.
Ocorrendo a morte simultânea do doador e donatário, quando aplicada a comoriência do art. 8º do CC;2002, não prevalece de retorno, pois não houve a sobrevivência do doador ao donatário, transferindo-se os bens doados aos herdeiros deste. Gonçalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro.
Descumprimento de encargo – art. 555-562: nas doações onerosas o encargo cumprido aperfeiçoaa doação. Do contrário haverá revogação. O mesmo acontece com o casamento como condição da doação.
Ingratidão – art. 555-557-558-564: Consiste em ato atentatório contra a vida, a integridade física, hora e reputação do doador ou de seus parentes em linha reta (ascendentes ou descendentes), irmão e companheiro. Somente é cabível em doação pura (não cabe nas doações remuneratórias, com encargo cumprido, em cumprimento de obrigação natural ou condição de casamento cumprido).
Da Revogação da Doação
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo.
Art. 556. Não se pode renunciar antecipadamente o direito de revogar a liberalidade por ingratidão do donatário.
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu autor.
Art. 560. O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador, nem prejudica os do donatário. Mas aqueles podem prosseguir na ação iniciada pelo doador, continuando-a contra os herdeiros do donatário, se este falecer depois de ajuizada a lide.
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele houver perdoado.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário, assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.
Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores, e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu valor.
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
Obrigação natural: aquelas não reconhecidas pelo direito, que não podem ser postuladas em juízo (as prescritas, as morais e as derivadas de objetos ou atos ilícitos – ex: dívidas de jogo)
17.	LOCAÇÃO – CC 565-578
Locatio rei – locação de coisas
Locatio conductio rerum operarum faciendum: locação na condução de ... – prestação de serviço
Locatio conductio rei operis faciendi: locação na condução de obra feita - empreitada
Conceito de locação: a título oneroso, adquire por tempo precário (determinado ou indeterminado), a posse de determinado bem ou serviços a título remuneratório.
Conceito de locação de coisas: trata-se da cessão onerosa, por tempo precário, de bem móvel ou imóvel do titular (locador) ao beneficiário (locatário).
Partes:
Locador ou senhorio
Locatário ou inquilino
Deveres do Locador – CC 566-578 e Lei 8.245-1991 – art. 22/35-36 (lei do inquilinato)
Zelar pelo recato e pelo uso destinado (cabe ao locador tomar as providências para que sejam mantidas as condições de recato e destinação do imóvel: caso comunicado formalmente pelo locatário e não resolvido este poderá pedir a rescisão contratual por justa causa);
Entregar o bem em boas condições de uso
Pagar benfeitorias necessárias e, quando autorizadas, as úteis (benfeitorias voluptuórias não são ressarcidas) - art. 578 – o locatória goza do direito de retenção (continuar no imóvel após encerrado o prazo do contrato) caso não ressarcido pelas benfeitorias necessárias e as úteis autorizadas.
Deveres do Locatário – CC 569 e Lei 8.245-1991 – art. 23 (lei do inquilinato)
Pagar o aluguel (antes tinha prazo de 3 meses de não pagos para pedir despejo; a última reforma da lei do inquilinato não existe mais isso: atrasado um pagamento já pode pedir despejo – prazo de tolerância de 6 dias)
Usar a coisa conforme convencionado
Devolver a coisa nas mesmas condições recebidas (qualquer
Comunicar o locador sobre turbações (ilicitudes, esbulhos)
Ação de imissão de posse: quando o locador não pode agir (ex: está viajando), o locatário pode adotar medidas cautelares como a ação de imissão de posse.
Termo – CC 573-574 - resolutivo, prazo de extinção, vigência
Certo – tempo determinado: é medida contratual que apresenta um termo resolutivo pré-estabelecido pelas partes. No caso em questão não há necessidade de notificação entre as partes: o locatário tem que restituir no final do prazo; no silêncio das partes continuar a locação presume-se a renovação por tempo indeterminado (art. 574); 
Incerto – indeterminado: poderá ser estabelecido de forma expressa ou tacitamente (no silêncio das partes de um locação pré-existente, mesmo que por prazo determinado, presume-se a renovação por prazo indeterminado – art. 574).
No caso em questão, por não existir prazo de resolução haverá necessidade de notificação se uma das partes desejar a extinção do negócio (rescisão do contrato), podendo ocorrer a qualquer tempo. No caso de locação RESIDENCIAL se a medida partir:
do locatário, este deve comunicar ao locador com 30 dias de antecedência;
do locador, este deve comunicar ao locatário com 90 dias de antecedência
NÃO RESTITUIÇÃO DA COISA – CC 575: caso o locatário não restitua a coisa, pagará aluguel estabelecido unilateralmente pelo locador e pelo perecimento da coisa, mesmo oriundo de caso fortuito ou força maior (cabe ação de despejo ou de manutenção de posse)
Preferência – Lei 8.245 – art. 27-29: o locatário tem direito de preferência se, na vigência na locação, o locador pretender vender o imóvel, em igualdade de condições com terceiros. Disposição legal que outorga ao locatário a primazia de oferta na aquisição do bem locado. Os efeitos são praticamente os mesmos da preempção.
 Lei 8.245
Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com terceiros, devendo o locador dar-lhe conhecimento do negócio mediante notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca.
        Parágrafo único. A comunicação deverá conter todas as condições do negócio e, em especial, o preço, a forma de pagamento, a existência de ônus reais, bem como o local e horário em que pode ser examinada a documentação pertinente.
        Art. 28. O direito de preferência do locatário caducará se não manifestada, de maneira inequívoca, sua aceitação integral à proposta, no prazo de trinta dias.
        Art. 29. Ocorrendo aceitação da proposta, pelo locatário, a posterior desistência do negócio pelo locador acarreta, a este, responsabilidade pelos prejuízos ocasionados, inclusive lucros cessantes
Sublocação – Lei 8.245 – art. 14-16 (sublocatio): é uma relação jurídica acessória que só terá existência jurídica com o reconhecimento do locador. Trata-se, portanto, de uma relação onerosa entre o locatário (sublocador) e terceiro (sublocatário). Mesmo havendo reconhecimento, o locador não tem qualquer vínculo com o sublocatário (o sublocatário não se torna parte na relação locatícia). O sublocatário responde subsidiariamente.
Precisa da ciência do locador. Não havendo, ela não existe juridicamente para ele (o sublocatário pode ser visto como invasor).
Havendo reconhecimento, o sublocatário não se torna parte, existindo apenas reconhecimento do locador deuma responsabilidade acessória (subsidiariedade tanto no caso de inadimplência como na deterioração da coisa). Situação: no caso de sublocação em que o sublocatário fica inadimplente ... denunciação da lide.
LEI 8.245
 Art. 14. Aplicam - se às sublocações, no que couber, as disposições relativas às locações.
Art. 15. Rescindida ou finda a locação, qualquer que seja sua causa, resolvem - se as sublocações, assegurado o direito de indenização do sublocatário contra o sublocador.
Art. 16. O sublocatário responde subsidiariamente ao locador pela importância que dever ao sublocador, quando este for demandado e, ainda, pelos aluguéis que se vencerem durante a lide.
		
Da Locação de Coisas
Art. 565. Na locação de coisas, uma das partes se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição.
Art. 566. O locador é obrigado:
I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em estado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo do contrato, salvo cláusula expressa em contrário;
II - a garantir-lhe, durante o tempo do contrato, o uso pacífico da coisa.
Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava.
Art. 568. O locador resguardará o locatário dos embaraços e turbações de terceiros, que tenham ou pretendam ter direitos sobre a coisa alugada, e responderá pelos seus vícios, ou defeitos, anteriores à locação.
Art. 569. O locatário é obrigado:
I - a servir-se da coisa alugada para os usos convencionados ou presumidos, conforme a natureza dela e as circunstâncias, bem como tratá-la com o mesmo cuidado como se sua fosse;
II - a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar;
III - a levar ao conhecimento do locador as turbações de terceiros, que se pretendam fundadas em direito;
IV - a restituir a coisa, finda a locação, no estado em que a recebeu, salvas as deteriorações naturais ao uso regular.
Art. 570. Se o locatário empregar a coisa em uso diverso do ajustado, ou do a que se destina, ou se ela se danificar por abuso do locatário, poderá o locador, além de rescindir o contrato, exigir perdas e danos.
Art. 571. Havendo prazo estipulado à duração do contrato, antes do vencimento não poderá o locador reaver a coisa alugada, senão ressarcindo ao locatário as perdas e danos resultantes, nem o locatário devolvê-la ao locador, senão pagando, proporcionalmente, a multa prevista no contrato.
Parágrafo único. O locatário gozará do direito de retenção, enquanto não for ressarcido.
Art. 572. Se a obrigação de pagar o aluguel pelo tempo que faltar constituir indenização excessiva, será facultado ao juiz fixá-la em bases razoáveis.
Art. 573. A locação por tempo determinado cessa de pleno direito findo o prazo estipulado, independentemente de notificação ou aviso.
Art. 574. Se, findo o prazo, o locatário continuar na posse da coisa alugada, sem oposição do locador, presumir-se-á prorrogada a locação pelo mesmo aluguel, mas sem prazo determinado.
Art. 575. Se, notificado o locatário, não restituir a coisa, pagará, enquanto a tiver em seu poder, o aluguel que o locador arbitrar, e responderá pelo dano que ela venha a sofrer, embora proveniente de caso fortuito.
Parágrafo único. Se o aluguel arbitrado for manifestamente excessivo, poderá o juiz reduzi-lo, mas tendo sempre em conta o seu caráter de penalidade.
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro.
§ 1o O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de Imóveis da respectiva circunscrição, quando imóvel.
§ 2o Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não esteja obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário, senão observado o prazo de noventa dias após a notificação.
Art. 577. Morrendo o locador ou o locatário, transfere-se aos seus herdeiros a locação por tempo determinado.
Art. 578. Salvo disposição em contrário, o locatário goza do direito de retenção, no caso de benfeitorias necessárias, ou no de benfeitorias úteis, se estas houverem sido feitas com expresso consentimento do locador.
18.	PRESTAÇÃO DE SERVIÇO (art. 593-609) E EMPREITADA (art. 610-626)
Conceitos:
Prestação de Serviço: fonte de obrigação de fazer; não está preocupado com os resultados finais, não tem finalidade patrimonial específica, quer a aptidão, o labor (ex: assessoria jurídica). 
Contrato em que uma das partes oferece à outra, a título oneroso, o exercício de suas aptidões, do seu trabalho, atendendo aos interesses do beneficiário.
Empreitada: fonte de obrigação de fazer + dar (para Caio Mario é obrigação sui generis: é obrigação de produzir). É a utilização de uma aptidão própria para a constituição de um bem patrimonial específico (ex: construção de uma casa, confecção de uma jóia, parecer jurídico sobre um tema específico, cirurgia plástica para afilamento do nariz, confecção de um vestido específico, alfaiate). Origem: Lei Ródia.
Contrato em que uma das partes se compromete a prestar determinada atividade laborativa, a título oneroso, com resultados patrimoniais específicos e pré-estabelecidos.
Natureza Jurídica: 
Prestação de Serviço: fonte de obrigação de FAZER (obrigação de meio).
Empreitada: fonte híbrida de obrigações, envolvendo o dever de FAZER e DAR (obrigação de resultado).
Prestação de Serviço: refere-se à relação entre iguais, autônomas, isonômicas; não existe relação de subordinação ( se existir reporta-se ao Direito Trabalho; não envolve administração pública ( se envolver reporta-se ao Direito Administrativo – art. 593
Do termo: pode ser por tempo certo ou incerto, não podendo exceder a 4 anos (para evitar simulação, reivindicação de direitos, estabilidade, etc.). Estipulando-se prazo superior, o excedente a 4 anos é considerado não escrito (ou seja, vale somente o prazo de 4 anos).
Da rescisão: 
Certo - Determinado: quando sem justa causa, acarretará nos seguintes efeitos:
Partindo do contratante (empregador): este responderá pelo pagamento dos valores vencidos e a metade dos valores vincendos;
Partindo do contratado (empregado): este receberá o que lhe é devido, mas responderá por perdas e danos. 
Incerto - Indeterminado: (art. 599) resolve-se a qualquer tempo, sem justa causa, mediante aviso com antecedência de:
Oito dias, se salário fixado por mês ou mais
Quatro dias, se salário semanal ou quinzenal
Véspera, se pagamento com periodicidade menor que 7 dias.
Empreitada: tem duas espécies com responsabilizações diferentes:
lavor: de trabalho; o empreiteiro responde apenas pela execução da obra; a responsabilidade pelos materiais utilizados e seu fornecimento é do dono da obra; o empreiteiro é responsável pela guarda e conservação dos materiais a ele fornecidos; 
materiais (de materiais e execução) – art. 618: pacote fechado; o empreiteiro tem responsabilidade integral pela segurança, solidez e perfeição da obra
IMPORTANTE: tratando-se de produção em massa, não se aplica o CC mas sim o CDC-art. 12 (ex: empreendimentos imobiliários: Paulo Octávio, Líder, Lopes Royal, etc.). O CDC é mais benéfico para o consumidor, inclusive com inversão do ônus da prova. 
CDC - LEI Nº 8.078, DE 11.09.90 - Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos,

Continue navegando