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Introdução Contratos Contratos tem a ver com a troca patrimonial, em que deve haver algo viável para a realização da troca. Contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, regidas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva, autodisciplina os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo autonomia das suas próprias vontades. → Parte declarante têm que ser maiores e capazes. ➔ Se realizados por absolutamente incapaz é nulo em pleno direito. ❖ Incapacidade absoluta e negócios jurídicos complexos: teoria da representação, em que o negócio de pequeno valor que não necessita de complexidade na tomada de decisão. (Negócios jurídicos complexos, existe, é válido e eficaz). ❖ Ato jurídico pouco complexo não exige capacidade desenvolvida (absolutamente incapaz pode realizar o ato desde que não haja impacto no patrimonial). O contrato eletrônico tem como exemplo, os contratos que “assinamos” com iFood, Instagram, Tinder... Ao aceitarmos os termos, estamos aceitando o contrato, sendo aplicada a lei pertencente a do devido país da empresa (nestes casos estado-unidense). → Nos EUA tem a possibilidade de cessão perpétua de direitos de imagem. → O direito legitima certos comportamentos, como exemplo, a violação contratual do iFood por cancelamento de entrega. O contrato regula a relação privada, mas precisa prever coisas imprevisíveis, e o qual não for previsto, o judiciário irá intervir. Coração Valente (lei prima noctre): não havia direitos individuais Direito natural X direito positivo Direito natural: não tenho padronização, cada caso é um caso. Direito positivo: se a lei diz algo, aquilo descrito deve ser obedecido (previsibilidade e segurança jurídica). Corrente voluntarista: “o negócio jurídico é a mencionada declaração de vontade dirigida à provocação de determinados efeitos jurídicos, ou, na definição do Código da Saxônia, a ação da vontade, que se dirige, de acordo com a lei, a constituir, modificar ou extinguir uma relação jurídica”. ORLANDO GOMES Corrente objetivista: o negócio jurídico, expressão máxima da autonomia da vontade, teria conteúdo normativo, consistindo em “um poder privado de autocriar um ordenamento jurídico próprio”. Critério estrutural: “todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia, impostos pela norma jurídica que sobre ele incide”. (JUNQUEIRA DE AZEVEDO) Forma e prova do contrato Com base na autonomia da vontade, com as compreensíveis e justificáveis restrições impostas pelas normas cogentes e de ordem pública, a forma do contrato é, essencialmente, livre. Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei a exigir expressamente. Quando assinamos um contrato ( Ex: concordamos com os temos) do Facebook, estamos cedendo o nosso direito de imagem perpétuo a eles, pois a legislação americana permite esse tipo de contrato e ao assinarmos, estamos nos submetendo a legislação americana. Princípio da autonomia da vontade ou do consensualismo “a autonomia da vontade se apresenta sob duas formas distintas: a liberdade de contratar (faculdade de realizar ou não determinado contrato) e a liberdade contratual (possibilidade de estabelecer o conteúdo do contrato)”. (ARNOLDO WALD) ➔ Não se pode falar em contrato sem autonomia da vontade. ➔ A autonomia privada deve sofrer os seguintes condicionamentos: a) Lei – é uma forma de regular as relações entre indivíduos e garantir o bem-estar geral da sociedade. Ela equilibra os interesses individuais e coletivos e não tem a intenção de aniquilar completamente a autonomia privada. b) Moral – é um conjunto de valores e princípios que orientam o comportamento humano em sociedade e busca estabelecer um senso de certo e errado. c) Ordem Pública – está relacionada com a estabilidade e segurança jurídica da sociedade e busca garantir a paz social, a proteção dos direitos fundamentais e a preservação das instituições democráticas, atuando na ausência de normas imperativas impondo a observância de princípios superiores. Três espécies de Liberdade: 1. a própria liberdade de contratar. 2. a liberdade de com quem contratar. 3. a liberdade de estabelecimento do conteúdo do contrato, ou seja, a liberdade para escolher o que se vai contratar. Princípio da força obrigatória do contrato ➔ Se o contrato permitir adaptação ele continua válido. Caso não permita ou será refeito ou deverá acabar. ➔ Estabelece que os contratos devem ser cumpridos pelas partes envolvidas, desde que tenham sido celebrados de forma válida e não violem a lei ou a ordem pública. ➔ Uma vez firmado o contrato, as partes estão obrigadas a cumpri-lo, salvo em casos específicos previstos em lei, como a possibilidade de revisão em caso de excessiva onerosidade. ➔ Pacta sunt servanda ➔ De nada valeria o negócio, se o acordo firmado entre os contraentes não tivesse força obrigatória. Seria mero protocolo de intenções, sem validade jurídica. teoria da onerosidade excessiva: evita o empobrecimento injustificado da parte contratante. Princípio da relatividade subjetiva dos efeitos do contrato ➔ O contrato só vincula os contratantes, sendo assim não gera efeito em terceiros que não possuem essa responsabilidade. → Exemplo de exceção: sublocatário teria o vínculo no contrato de locação pois o contrato dela é apenso ao do locatário. ➔ É fundamental para a segurança jurídica e a previsibilidade das relações contratuais, uma vez que as partes podem confiar na validade e na obrigatoriedade do contrato celebrado, sem interferência de terceiros. Boa-fé objetiva: exige que todas as partes de uma relação jurídica ajam com honestidade, lealdade e considerem as expectativas razoáveis das outras partes envolvidas. Ex: duas empresas celebram um contrato de fornecimento de produtos, e uma delas, sabendo que não poderá cumprir com as entregas programadas, não informa à outra empresa. → A parte que não cumpriu com suas obrigações contratuais poderá ser considerada em violação à boa-fé objetiva. Boa-fé subjetiva: se refere à crença honesta e sincera que uma das partes tem em relação à validade e eficácia do contrato celebrado. Ex: quando uma pessoa celebra um contrato de compra e venda de um imóvel com outra pessoa, acreditando que a outra pessoa é a proprietária legítima do imóvel. Nesse caso, se posteriormente for descoberto que a outra pessoa não é a proprietária legítima do imóvel, a parte que celebrou o contrato com base em sua crença honesta pode ser considerada em boa-fé subjetiva, pois não sabia ou não tinha como saber da má-fé da outra parte na celebração do contrato. “Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração”. “Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, exceder manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. “Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”. Natureza jurídica do contrato Corrente voluntarista: entende que o negócio jurídico é uma declaração de vontade que tem como objetivo provocar efeitos jurídicos específicos. De acordo com essa corrente, o negócio jurídico é uma ação da vontade que se direciona, de acordo com a lei, a criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica. → Não é viável. Correnteobjetivista: entende que o negócio jurídico é a expressão máxima da autonomia da vontade e possui um conteúdo normativo que confere às partes um poder privado de criar seu próprio ordenamento jurídico. Critério estrutural: define que um fato jurídico consiste em uma declaração de vontade que busca gerar os efeitos desejados, respeitando os requisitos de existência, validade e eficácia estabelecidos pela norma jurídica aplicável. Essa abordagem sugere que, dentro das limitações impostas pela norma, as partes devem ajustar o negócio jurídico de forma a atender suas necessidades e interesses. → Utilizado hoje, os outros dois são históricos. Forma e prova do contrato ➔ Todo contrato pode ser verbal ou em forma escrita. ➔ Fruto da autonomia da vontade, com as compreensíveis e justificáveis restrições impostas pelas normas cogentes e de ordem pública, a forma do contrato é, essencialmente, livre. Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. Função social do contrato Função social = parâmetro de regulação para a relação privada entre pessoas a) Intrínseca: O contrato é uma relação jurídica entre as partes envolvidas, que devem agir com lealdade e boa-fé objetiva, visando alcançar uma equidade entre elas. b) Extrínseca: O contrato é visto não apenas como uma relação jurídica entre as partes, mas também como uma obrigação de cumprir com a função social do contrato, respeitando a lealdade negocial e a boa-fé objetiva. Além disso, deve considerar seu impacto na sociedade. “Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. Características dos contratos ➔ Preenche uma lacuna legislativa na relação privada entre pessoas → Ex: contrato de namoro que é aceito na sociedade ➔ Regula como as pessoas interagem ➔ É uma troca patrimonial Princípio da equivalência material ➔ Busca garantir a justiça e a igualdade nas relações contratuais, estabelecendo que os contratantes devem ser tratados de forma equitativa, evitando-se desequilíbrios econômicos ou jurídicos entre as partes. ➔ Mesmo que o contrato não tenha sido realizado de forma exata em relação aos seus termos, ele deve atingir sua finalidade e manter uma proporção justa entre as partes contratantes. (matem a essência do contrato).
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