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Direito Processual Penal III	
Aula 2
Ementa 
  Art. 394.  O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
 O comum é utilizado, como regra, para a maioria das infrações penais, subdividido, conforme o rito (mais ou menos célere), em ordinário, sumário e sumaríssimo. O especial é a exceção, encontrando-se previsto em leis especiais, mas também no Código de Processo Penal, em capítulos específicos. 
Direito Processual penal III
§ 1o  O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo
  I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;         
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;       
  III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. 
Direito Processual penal III
- ordinário: quando o crime tiver pena igual ou superior a quatro anos, salvo procedimento especial. Ex: roubo, artigo 157 CP. (crimes de maior potencial ofensivo)
- sumário: quando o crime tiver pena inferior a quatro anos, salvo procedimento especial. Ex: abandono de incapaz, artigo 133 CP. (crimes de médio potencial ofensivo)
 - sumaríssimo: (Art.77 a 83 da Lei 9.009/95.) aplicado para todas as contravenções penais e para os crimes que possuam pena igual ou inferior a dois anos, ainda que possuam procedimento especial. (crimes de menor potencial ofensivo) (Ver art. 61, Lei 9.099/95)
 - Art. 61.  Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Histórico: ver redação anterior do art. 2º, parágrafo único da lei 10.259/2001 c/c redação anterior do art.61 da lei 9.009/95)
Direito Processual penal III
Perceba que a pena de multa, nestas hipóteses, é indiferente para a aferição do tipo de procedimento, que é definido pela pena privativa de liberdade em abstrato. Havendo concurso de crimes, a tendência natural é que as penas sejam somadas como indicativo do procedimento a ser seguido. Devem também ser levadas em conta as qualificadoras e as causas de aumento, estas tomadas com a exasperação da fração máxima. 
agravantes e atenuantes: não interferem na definição do procedimento, pois não alteram os limites da sanção cominada, seja a mínima seja a máxima. 
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- qualificadoras: as qualificadoras são decisivas na definição do procedimento a ser seguido (ordinário, sumário ou sumaríssimo), pois alteram o próprio tipo penal e, como consequência, a quantidade de pena prevista para o mesmo. Ex: art. 163, caput, CP (pena – 1 a 6 meses): procedimento sumaríssimo; art. 163, parágrafo único, CP (pena – 6 meses a 3 anos): procedimento sumário.
causas de aumento e diminuição da pena: também interferem na determinação do procedimento legal, uma vez que vão alterar os limites mínimo e máximo da pena. Exemplo de causa de diminuição: tentativa (art. 14, parágrafo único, CP – redução de um a dois terços). no caso, por exemplo, de abandono de incapaz, na forma simples, o procedimento será sumário (art. 133, caput, CP). Se praticado em lugar ermo, a pena aumenta-se de um terço, motivo pelo qual o procedimento passa a ser o ordinário. (art. 133, §3°, CP).
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 § 2o  Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial.
Posição STJ - somente é aplicável aos procedimentos especiais subsidiariamente, nos termos do art.394,§ 5º do CPP
Não gera nulidade o fato de, no julgamento dos crimes previstos na Lei 11.343/2006, a oitiva do réu ocorrer antes da inquirição das testemunhas. Segundo regra contida no art. 394, § 2º, do CPP, o procedimento comum será aplicado no julgamento de todos os crimes, salvo disposições em contrário do próprio CPP ou de lei especial. Logo, se para o julgamento dos delitos disciplinados na Lei 11.343/2006 há rito próprio (art. 57, da Lei 11.343/2006), no qual o interrogatório inaugura a audiência de instrução e julgamento, é de se afastar o rito ordinário (art. 400 do CPP) nesses casos, em razão da especialidade. Precedentes citados: HC 218.200-PR, Sexta Turma, DJe 29/8/2012; HC 138.876-DF, Quinta Turma, DJe 19/10/2011. HC 275.070-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 18/2/2014.
Direito Processual penal III
Posição STF - tem entendido o STF pela aplicabilidade da ·sistemática introduzida pela reforma processual. deslocando-se o interrogatório para o último ato a ser realizado 
 PROCESSUAL PENAL. INTERROGATÓRIO NAS AÇÕES PENAIS ORIGINÁRIAS DO STF. ATO QUE DEVE PASSAR A SER REALIZADO AO FINAL DO PROCESSO. NOVA REDAÇÃO DO ART. 400 DO CPP. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – O art. 400 do Código de Processo Penal, com a redação dada pela Lei 11.719/2008, fixou o interrogatório do réu como ato derradeiro da instrução penal. II – Sendo tal prática benéfica à defesa, deve prevalecer nas ações penais originárias perante o Supremo Tribunal Federal, em detrimento do previsto no art. 7º da Lei 8.038/90 nesse aspecto. Exceção apenas quanto às ações nas quais o interrogatório já se ultimou. III – Interpretação sistemática e teleológica do direito. IV – Agravo regimental a que se nega provimento. (AP 528 AgR / DF - Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Revisor(a):  Min. CÁRMEN LÚCIA
Julgamento:  24/03/2011
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Conexão de crimes com ritos procedimentais diferentes:
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras:
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri; 
 Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. DIREITO PROCESSUAL PENAL. INOBSERVÂNCIA DO RITO DA LEI DE DROGAS. CRIMES CONEXOS COM RITOS DISTINTOS. PROCESSO COMUM ORDINÁRIO APLICADO. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. RECURSO DESPROVIDO. 1. Os autos versam sobre a ocorrência ou não de nulidade absoluta no processo criminal instaurado contra o recorrente ante a inobservância do rito processual estabelecido pela Lei 11.343/06. 2. O magistrado do feito adotou o rito comum ordinário em razão da imputação ao recorrente de crimes conexos - tráfico de drogas e posse de arma de fogo -, cada qual com rito processual distinto. 3. Tratando-se de apuração de crime conexo ao de tráfico de entorpecentes, não há nulidade na adoção do rito ordinário, que se mostra mais consentâneo ao exercício da ampla defesa. Precedentes. 4. A demonstração de prejuízo, nos termos do art. 563 do CPP, é essencial à alegação de nulidade, seja ela relativa ou absoluta. Precedentes. 5. Recurso desprovido. (RHC 105243)
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. A rejeição da denúncia desafia recurso em sentido estrito. Do seu recebimento, de regra. não cabe recurso. havendo, todavia, possibilidade de manejo do habeas corpus para o fim de trancar a ação penal em hipóteses como a de falta de justa causa para a demanda penal. 
É com base na admissibilidade do wrir que o STJ rejeita o que se convencionou chamar de "exceção de pré-cognição", instrumento de oposição ao recebimento da exordial acusatória (de modo semelhante ao que ocorre na lei de Drogas, por exemplo). Para este Tribunal Superior, com fundamento na ausência de previsão legal, inexiste violação à ampla defesa.
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. § 3o  Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código - Atualmente, torna-se claro ser ele um procedimento especial, previsto nos arts. 406 a 497 do CPP. 
§ 4o  As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de
primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. - este artigo determina a observância das hipóteses de rejeição da denúncia, resposta à acusação e absolvição sumária a todos os procedimentos de primeiro grau, ainda que não regulados no CPP. (Lei nº9.099/95 – Exceção : critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade
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§ 5o  Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário.
Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias.
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Art. 395.  A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta; 
 II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou  
  III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
Rejeição da denúncia ou queixa pelo juiz e recebimento pelo Tribunal - Observância do disposto atualmente na Súmula 709 do Supremo Tribunal Federal: “Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela”. 
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Inépcia da denúncia ou queixa: configura-se a inépcia da peça acusatória quando não se prestar aos fins aos quais se destina, vale dizer, não possuir a menor aptidão para concentrar, concatenadamente, em detalhes, o conteúdo da imputação, permitindo ao réu a exata compreensão da amplitude da acusação, garantindo-lhe, assim, a possibilidade de exercer o contraditório e a ampla defesa.
Exemplo: b) a inserção de coautores ou partícipes inexistentes na investigação policial; c) a narrativa tendente a firmar um determinado tipo penal, mas cuja conclusão aponta para outro (não se trata de mero erro de classificação); d) a menção a elemento subjetivo calcado em dolo, porém com descrição dos elementos componentes da culpa 
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Pressupostos Processuais – requisitos de validade da relação processual veiculada no processo;
Pressuposto de existência do processo, é tão somente o órgão investido de jurisdição.
Nesse sentido, isto é, sustentando que o vício de incompetência material (ou constitucional) é causa de nulidade absoluta, e não de inexistência do processo, é de se ver decisão do Pleno da Suprema Corte (HC nº 80.263-0/SP, Rei. Min. Ilmar Galvão, DJ 27.6.2003).
Os chamados pressupostos - que, na verdade, são requisitos - de validade do processo ou da relação processual dizem respeito ora ao juiz e às partes - e, por isso, são denominados subjetivos ora ao próprio objeto da ação penal (pretensão) - caso em que se fala em requisitos objetivos :
 Quanto ao juiz: a competência e a imparcialidade, ou seja, a ausência de hipóteses de suspeição, impedimento ou incompatibilidade;
Quanto às partes: a capacidade processual ou legitimatio ad processum, isto é, a capacidade de estar em juízo.
a capacidade postulatória, devendo a parte, se não for habilitada, ser representada por advogado regularmente habilitado 
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Quanto aos requisitos objetivos de validade, a doutrina costuma arrolar: 
citação válida, cujo vício poderá ser suprido pelo comparecimento espontâneo (art. 570, CPP). ordenamento processual cuida da matéria como hipótese de nulidade absoluta (art. 564, II,I e, CPPJ; 
b) observância das exigências legais atinentes aos requisitos da denúncia ou queixa (art. 41, CPP), no que se refere à idoneidade formal da peça de ingresso. 
Não falta também quem inclua entre os requisitos de validade a inexistência de coisa julgada e a ausência de litispendência. 
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Condições da Ação : são os requisitos exigidos pela lei para que o órgão acusatório, exercendo o direito de ação, consiga obter do Poder Judiciário uma análise quanto à existência da pretensão punitiva do Estado e a possibilidade de sua efetivação. 
 a) possibilidade jurídica do pedido, identificada, majoritariamente, pela doutrina como o fato imputado a alguém ser considerado crime (tipicidade, ilicitude e culpabilidade). 
 b) interesse de agir,, deve haver necessidade, adequação e utilidade para a ação penal. A necessidade do devido processo legal para haver condenação e submissão de alguém à sanção penal é condição inerente a toda ação penal. Ex: Extinção da punibilidade por qualquer causa, Prescrição , Prescrição Virtual (Súmula 438 do STJ: “É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal
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Legitimidade : À exceção do habeas corpus e da revi.são criminal, o processo penal brasileiro impõe, como regra, a exigência de que somente determinadas pessoas possam promover a ação penal. Impõe, pois, a exigência de legitimidade ativa para a promoção e o desenvolvimento de atividade persecutória. 
condições de procedibilidade, há várias previsões legais, dependendo do caso concreto. Algumas delas: existência de representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça; ingresso do estrangeiro no território nacional, no caso de extraterritorialidade condicionada; 
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Justa Causa - embora grande parte da doutrina venha confundindo a justa causa com o interesse de agir, parece-nos correta a lição de Maria Thereza Rocha de Assis Moura, sustentando que a justa causa, em verdade, espelha uma síntese das condições da ação. Inexistindo uma delas, não há justa causa para a ação penal (Justa causa para a ação penal – Doutrina e jurisprudência, p. 221). Portanto, sob tal prisma, o inciso II (faltar condição para o exercício da ação penal) já abrange o inciso III (faltar justa causa para o exercício da ação penal). (Nucci)
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Questão 69 – Prova XVI 
 Scott procurou um advogado, pois tinha a intenção de ingressar com queixa-crime contra dois vizinhos que vinham lhe injuriando constantemente. Narrados os fatos e conferida procuração com poderes especiais, o patrono da vítima ingressou com a ação penal no Juizado Especial Criminal, órgão efetivamente competente, contudo o magistrado rejeitou a queixa apresentada. Dessa decisão do magistrado caberá 
A) recurso em sentido estrito, no prazo de 05 dias. 
B) apelação, no prazo de 05 dias. 
recurso em sentido estrito, no prazo de 02 dias.
D) apelação, no prazo de 10 dias. 
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Questão 69 Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput concurso material. Quando da realização da audiência de instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse interrogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada p 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie seria a Lei nº 11.343/2006, a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser ouvido no início da instrução. Nesse caso, 
A) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, de acordo com o Código de Processo Penal, é o último ato a ser realizado. 
B) o juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas. 
o juiz não agiu corretamente, pois é cabível a inversão do interrogatório, devendo ser automaticamente reconhecida a nulidade em razão da adoção de procedimento incorreto.
D) o juiz agiu corretamente, já que, independentemente do procedimento adotado, não há uma ordem a ser seguida em relação ao momento da realização do interrogatório do acusado. 
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OAB – prova XV
A Receita Federal
identificou que Raquel possivelmente sonegou Imposto sobre a Renda, causando prejuízo ao erário no valor de R$27.000,00 (vinte e sete mil reais). Foi instaurado, então, procedimento administrativo, não havendo, até o presente momento, lançamento definitivo do crédito tributário. Ao mesmo tempo, a Receita Federal expediu ofício informando tais fatos ao Ministério Público Federal, que, considerando a autonomia das instâncias, ofereceu denúncia em face de Raquel pela prática do crime previsto no Art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90. Assustada com a ratificação do recebimento da denúncia após a apresentação de resposta à acusação pela Defensoria Pública, Raquel o procura para, na condição de advogado, tomar as medidas cabíveis. Diante disso, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a medida jurídica a ser adotada de imediato para impedir o prosseguimento da ação penal?

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