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ESTREPTOCOCCIAS INFECÇÕES LOCALIZADAS: FARINGOAMIDALITE Quadro Clínico: Reação inflamatória do tecido linfoide; Hipertermia; Hipertrofia e hiperemia das amídalas, faringe; Dor local; Pontos ou placas purulentas isoladas ou confluentes; Linfonodos cervicais – aumento e dor; Mal-estar, anorexia, astenia, mialgias, naúseas, vômitos, disfagia, dor abdominal; Infecções inaparentes ou oligossintomáticas. Complicações: Glomerulonefrite Difusa Aguda – 1 a 5 semanas após (média 10 dias); Febre Reumática – média de 19 dias; Linfadenite cervical com supuração; Sinusite aguda; Otite média aguda; Abscesso retrofaringeano; Meningite; Abscesso cerebral; Septicemia, entre outros. Diagnóstico: Cultura da orofaringe; Leucograma (leucocitose, neutrofilia e desvio ä esquerda) e aumento da VHS; Pacientes que não receberam ATB específico, anticorpos tipo-específicos são frequentemente detectados no soro entre 4 e 8 semanas após a infecção. Cuidados: Crianças devem ser afastadas da escola ou creche e não manter contato íntimo com outras crianças até 24 horas após iniciado ATB. ERISIPELA Quadro Clínico: Comum nos MMII; Solução de continuidade (escoriações, ferimentos, picadas de insetos, etc); Febre, calafrios, cefaléia, mal-estar, astenia, anorexia, edema; Placa edemaciada e eritematosa, quente, dolorosa, BRILHANTE, bordas elevadas, DESTACA-SE da pele circunvizinha; Linfangite (faixas avermelhadas ao longo do trajeto de vasos linfáticos) e linfadenopatia. Susceptível em pacientes: Estase Venosa (ectasias varicosas, edema etc.); Isquemia de MMII, particularmente nos diabéticos; Obstrução linfática (pacientes safenectomizadas e mastectomizadas); Micose interdigital; Erisipela Recorrente era causa comum de Elefantíase. Cuidados: Repouso no leito (intermitente); Precaução de Contato: uso de luvas ao manipular lesões exsudativas; Lavagem das mãos rigorosamente; Manter membro elevado; Adm ATB; Obs e anotar: perfusão, pulso, temperatura, edema, dor, calor, rubor do membro; Banho com KMNO4 se prescrito; Curativo enfaixado S/N; Tratar sintomas; Evoluir prognóstico. CELULITE Sinais Clínicos: Solução de continuidade (ferimento, ulceração ou dermatose, queimaduras) Lesão LISA E OPACA, SEM DEMARCAÇÃO de limites nítidos; Sinais inflamatórios (hipertermia, calafrios, mal-estar-geral, dor, eritema, calor e edema na área acometida); Adenite satélite, linfangite. Susceptíveis: Pessoas com déficit da circulação linfática (mastectomizadas, safenectomizadas ou submetidas a exérese de varizes dos MMII); Usuários de Drogas Injetáveis; Celulite Localizada = cirurgias de tórax, do abdômen e do quadril, no pós-operatório imediato; lipoaspiração, instalação de piercing; Celulite da face e periorbitária em Crianças Menores de 5 anos = habitualmente causada por Haemophilus influenzae tipo b. Cuidados: Repouso no leito (intermitente); Manter membro elevado; Adm ATB; Celulite Recorrentes, com linfedema, indica-se o uso profilático de penicilina G benzatina, por via IM, ininterruptamente, de 3 em 3 ou de 4 em 4 semanas; Obs e anotar: perfusão, pulso, temperatura, edema, dor, calor, rubor do membro; Banho com KMNO4 se prescrito; Curativo enfaixado S/N; Tratar sintomas; Evoluir prognóstico. INFECÇÕES SISTEMICAS: Meningites Septicemias Pneumonia TOXIGÊNCICAS: ESCARLATINA Faringoamidalite + exantema (24 a 48 horas após) Quando Clínico: Capilarite generalizada: ação da toxina pirogênica (A,B,C); Exantema, geralmente no segundo dia de doença (lixa) – desaparece entre o sexto e o nono dia da doença; Sinal de Filatov: palidez peri-oral e ausência de hiperemia na palma das mãos e na planta dos pés; Sinal de Pastia – exantema mais acentuado em dobras cutâneas (articulações); Sinal de Rumpel-Leede – petéquias antebraço (deixar manguito de esfigno no braço, mantendo pressão entre a máxima e a mínima durante 5 min. Leva ao aparecimento de numerosas petéquias na face anterior do antebraço); Língua de framboesa: hipertrofia das papilas linguais sobre fundo eritematoso. Convalescença: (por volta do sétimo dia de tratamento). Inicia-se: descamação -> escamas -> lamelar ``dedo de luva``. Formas Clínicas: Leves: exantema maculopapular, frequentemente não generalizado; Hipertóxicas e Sépticas: choque, CID, insuficiência cardíaca, renal e respiratória, icterícia. Cuidados: Isolamento Aéreo por gotículas + Contato por 24 horas, a partir do início do ATB. Lavagem das mãos. Dieta líquida, evitar alimentos ácidos. Preparar ASA, adm antes das refeições. Tratar sintomas. Pele: obs evolução do exantema, banho com sabonete neutro (glicerinado); hidratação, orientar a não retirar a descamação. Unhas curtas, orientar não coçar. Adm ATB Síndrome do choque tóxico COMPLICAÇÕES NÃO SUPURATIVAS: FEBRE REUMÁTICA Única doença reumática que tem agente etiológico definido. Processo inflamatório, não supurativo do tecido conjuntivo; 1 a 5 semanas após Infecção de VAS; Idade – 3 – 14 anos; Populações militares e escolares; Causa Mais frequente de doença cardíaca adquirida nos países do 3º Mundo. Natureza auto-imune – induzida por antígenos estreptocócicos -> Proteína M, pode produzir anticorpos, que agem contra seus próprios anticorpos, piorando o Processo Inflamatório. Acometendo: Coração, articulações, SNC, pele, SC. Manifestações: Cardite; Poliartrite; Coréia de Sydenham (movimentos involuntários, desordenados e rápido de tronco e membros associados a fraqueza a labilidade emocional); Eritema marginado (erupção rósea, acobreada, com centro mais claro, de bordas nítidas e elevadas. Locais: tronco, partes proximais dos membros, induzido com o calor); Nódulos subcutâneos (indolores, reg.: cotovelos, joelhos e pulsos, occiptal); Poliartrite (60 A 70%): inflamação articular, grandes articulações, migratória, assimétrica, transitória, não provoca deformidade permanente. Diagnóstico: Pesquisa direta do agente (em secreções e líquidos orgânicos); Cultura (sangue, líquor, urina, tecidos); Detecção de antígenos e anticorpos (ASLO, anti-DNAse B, anti-hialuronidase); ECG; ECO; Raio X; USG; TC; RNM. Tratamento: Erradicar o foco estreptocócico; Redução do processo inflamatório; Controle da falência cardíaca; Penincilina. Profilaxia: Primária: Erradicação precoce de infecções estreptocóccias das VAS; ADM Penicilina Benzatina IM dose única ou Penicilina V oral por 10 dias ou eritromicina oral por 10 dias ou azitromicina oral por 5 dias. Secundária: Adm continuada de Penicilina ou Sulfadiazina para hipersensibilidades, prevenindo Febre Reumática; Quando não há acometimento cardíaco a profilaxia deve ser mantida até os pacientes completarem 18 anos ou até 5 anos após o último surto; Quando há cardite no surto agudo, mas sem sequelas tardias, suspende-se aos 25 anos ou 10 anos após o último surto; Quando desnvolve-se cardite reumática crônica, manter profilaxia a vida toda, ou no mínimo até a quarta década; Recidiva após retirada da profilaxia: reintroduzir por mais 5 anos. Assistência de Enfermagem: Isolamento; Alimentação e Hidratação; Ambiente; Observação; Higiene, repouso e conforto; Sinais vitais e mensuração; Eliminações; Medicação; Técnicas e exames especiais; Orientações; Sócio-psico-espiritual. GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA (GNDA) Processo inflamatório não-supurativo em todos os glomérulos de ambos os rins. Durante a digestão da bactéria alguns antígenos são liberados na corrente sanguínea: Infecção Primária: antígenos que permanecem na circulação - ativa o sistema complemento antígeno anticorpo -> fica depositado nos glomerulos -> aumenta Processo Inflamatório -> LOGO, se trata com corticóide e não com ATB, pois é preciso tratar o processo Inflamatório, ou seja, profilaxia ao ser administrado ATB -> prevenção de uma reinfecção. Decorrente de: Faringite no inverno; Piodermites no verão (ocorre de 1 a 3 semanas após estas infecções estreptocóccicas) Período de Latência: Para Infecções de Vias Aéreas: 10 dias; ParaInfecções Cutâneas: 21 dias. Tratamento: Dieta hipossódica; Diuréticos; Raramente anti-hipertensivos e diálise; Penicilina ou Eritromicina para erradicar cepas de estreptococos nefritogênicos, mas não indicados na profilaxia de recidivas.
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