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Profa Dra. Grasiela Piuvezam Profa. Dra Tatyana Souza Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências da Saúde Departamento de Saúde Coletiva Modelos Explicativos do PSD * PSD: orientada por Paradigma “São realizações científicas, universalmente reconhecidas, que durante certo tempo proporcionam modelos de problemas e soluções em uma comunidade científica” (Khun, 1979) Conceito Possibilita compreender a evolução do Processo Saúde-Doença e do Pensamento Epidemiológico Capitalismo (Século XIX) Louis Pasteur (1822-1895) - na França, inaugura a era bacteriológica com a descoberta dos micróbios (vírus e bactérias); Desenvolve-se a “teoria da unicausalidade”, do agente etiológico, ou seja, aquele que causa a doença; Paradigma Biologiscista PSD: Idade Contemporânea Capitalismo (Século XIX) Descobertas bacteriológicas - partículas externas que podem provocar doenças; Negação da explicação social do Processo Saúde-Doença - as concepções sociais dão lugar ao agente etiológico, que deverá ser identificado e combatido, por meio de agentes químicos; Abre-se um terreno fértil para o desenvolvimento industrial, com a produção de fármacos e imunizantes; As explicações multicausais não encontram eco e a determinação social é completamente descartada = Unicausalidade ou Monocausalidade. PSD: Idade Contemporânea Limitações dos modelos monocausais: Isolamento do fator causal de seu contexto; Homogeneização da população; Ausência de resistências à doença (biológico-individuais ou sociais). PSD: modelos multicausais Modelo de determinação social Modelo Ecológico Multicausal História Natural das Doenças (HND) História Natural das Doenças (HND) Criança com... HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA CONJUNTO DE PROCESSOS INTERATIVOS, COPREENDENDO AS “INTER-RELAÇÕES DO AGENTE, DO SUSCETÍVEL E DO MEIO AMBIENTE QUE AFETAM O PROCESSO GLOBAL E SEU DESENVOLVIMENTO, DESDE AS PRIMEIRAS FORÇAS QUE CRIAM O ESTÍMULO PATOLÓGICO NO MEIO AMBIENTE, OU EM QUALQUER OUTRO LUGAR, PASSANDO PELA RESPOSTA DO HOMEM AO ESTÍMULO ATÉ AS ALTERAÇÕES QUE LEVAM A UM DEFEITO, INVALIDEZ OU MORTE”. (Leavell & Clark, 1976) HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Modelo de representação da evolução temporal do processo saúde-doença; Reforça que a doença, quando se manifesta clinicamente, não deve ser tomada como um fato brusco nem isolado, mas como a exteriorização de um processo iniciado há algum tempo. FASES/PERÍODOS DA H.N.D. Suscetibilidade Pré-patologica ou Pré-patogênica Patológica Pré-Clinica Patológica ou Patogênica Clínica Residual * Leavell e Clark (1976) Vertente Epidemiológica: Não há doença propriamente dita (doença manifesta) e os sinais e sintomas não são detectados, mas já existem condições que favorecem o aparecimento da doença. FASE PRÉ-PATOGÊNICA Vertente Patológica PRÉ-CLÍNICA: A doença ainda está no estágio de ausência de sintomatologia, embora o organismo já apresente alterações patológicas. Esta fase vai desde o início do processo patológico até o aparecimento de sintomas ou sinais da doença. O seu curso pode ser subclínico e evoluir para a CURA ou progredir para a fase CLÍNICA. FASE PATOGÊNICA --------------- HORIZONTE CLÍNICO ----------- FASE CLÍNICA: Manifestação clínica da doença (leve, moderada, intensa) que poderá ter evolução aguda ou crônica. HORIZONTE CLÍNICO - A percepção do limiar clínico, nivel acima do qual a doença é exteriorizada, pode variar segundo: - a natureza da própria doença - as características do paciente - as condições de observação - a capacidade do observador - a tecnologia empregada OBS: Regra em geral, somente uma proporção dos afetados apresenta quadro clínico. Casos não discerníveis Casos discerníveis Horizonte clínico Horizonte Clínico Se a doença não evolui para a CURA TOTAL ou MORTE, esta evolui para a CRONICIDADE e/ou SEQUELAS e/ou INCAPACIDADES. FASE RESIDUAL CONCEITO DE PREVENÇÃO PREVENÇÃO é definida como “ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença” (Leavell & Clarck, 1976) PREVENÇÃO PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA CLASSIFICAÇÃO DAS MEDIDAS PREVENTIVAS (Leavell & Clark, 1976) PROMOÇÃO DA SAÚDE x PREVENÇÃO DE DOENÇAS Visão biologicista e Comportamentalista; Não considera a dimensão histórico-social do processo saúde-doença; Identifica riscos e atua sobre eles mas sem considerar a gênese desses riscos; Visão holística e Socioambiental; Incluem em suas formas de ações políticas públicas saudáveis e intersetoriais que dêem conta dos determinantes sociais, econômicos, políticos, educacionais, ambientais e culturais do processo saúde-doença; Envolvem e estimulam as coletividades nos processos de decisão = prática político emancipatória. PROMOÇÃO DA SAÚDE PREVENÇÃO DE DOENÇAS PROMOÇÃO DA SAÚDE PRINCÍPIOS: Concepção holística de saúde – voltada para a multicausalidade do processo saúde-doença; Equidade – criar oportunidades iguais para que todos tenham saúde; Intersetorialidade – articula diferentes saberes e experiências para alcançar efeito sinérgico em situações complexas visando ao desenvolvimento e à inclusão social; Participação Social – está diretamente relacionado ao fortalecimento da ação comunitária e ao consequente emponderamento coletivo; Sustentabilidade – criar iniciativas que estejam de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável e garantir um processo duradouro e forte. PROMOÇÃO DA SAÚDE Promover a vida, os direitos do cidadão é compartilhar possibilidades para que todos possam viver seus potenciais de forma plena, é perceber a interdependência entre os indivíduos, organizações e os grupos populacionais e os conflitos decorrentes desta interação, é reconhecer que a cooperação, solidariedade, transparência [...] entre os sujeitos [...] precisam ser resgatadas. Promover a saúde é uma imposição das circunstâncias atuais que apontam para a necessidade [...] de novos caminhos éticos para a sociedade [...]. Akerman, Bogus & Mendes (2004) Vacinação Exame Pré-Natal Quimioprofilaxia Fluoretação da água Eliminação de exposição a agentes carcinogênicos PROTEÇÃO ESPECÍFICA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO PRECOCE Rastreamento Exame Periódico de saúde Procura de casos entre contatos Intervenções médicas ou cirúrgicas precoces Auto-exame LIMITAÇÃO DO DANO Acesso facilitado a serviços de saúde Tratamento médico ou cirúrgico adequado Hospitalização em função das necessidades REABILITAÇÃO Terapia Ocupacional Treinamento do deficiente Melhores condições de trabalho para o deficiente Educação do público para aceitação do deficiente Próteses e órteses Ênfase em aspectos estritamente biológicos da doença sem aprofundar a análise das condições sociais e estruturais da sociedade, que determinam muitos dos riscos de adoecer e morrer = enfoque na PREVENÇÃO das doenças e não na PROMOÇÃO da saúde. A aplicação dos esquemas muitas vezes não é nítida a exemplo de distinção entre as fases de prevenção primária e secundária, semelhante à dificuldade de separar saúde e doença. Não leva em consideração os progressos da pesquisa epidemiológica em especial as relações entre fator de risco e agravos á saúde. CRÍTICAS À H.N.D. O importante é saber e reconhecer a abrangência e a complexidade causal: saúde e doença não são estados estanques, isolados, de causação aleatória – não se está com saúde ou doença por acaso. Há uma determinação permanente, um processo causal, que se identifica com o modo de organização da sociedade. Conclusões Referências Almeida Filho. Uma breve história da epidemiologia. In: Rouquayrol MZ; Almeida Filho N. Epidemiologia & Saúde. 6 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.Almeida Filho, N.; Rouquayrol, M.Z. Introdução à Epidemiologia Moderna. Rio de Janeiro, MEDSI, 2002. Laurell Ac, Noriega M. Processo de produção e saúde. trabalho e desgaste operário. São Paulo: Hucitec, 1989. Pereira MG. Epidemiologia teoria e prática. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. Professora Grasiela Piuvezam gpiuvezam@yahoo.com.br Telefones do DSC 3342-9750 ou 3342-9751
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