Prévia do material em texto
1 CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1CAPÍTULO 1 PROMOÇÃO DA SAÚDEPROMOÇÃO DA SAÚDEPROMOÇÃO DA SAÚDEPROMOÇÃO DA SAÚDE 1. CONCEITUANDO PROMOÇÃO DA SAUDE www.saude.gov.br 1.1 Carta de Bogotá sobre Promoção da Saúde Declaração da Conferência Internacional de Promoção da Saúde 9 a 12 de novembro de 1992 A Conferência Internacional de Promoção da Saúde foi realizada sob o patrocínio do Ministério de Saúde da Colômbia e a Organização Pan-americana de Saúde (OPS), em Santafé de Bogotá, de 9 a 12 de novembro de 1992... Em suma, 550 representantes de 21 países (Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela) se reuniram para definir o significado da promoção da saúde na América Latina e debater princípios, estratégias e compromissos relacionados com o sucesso da saúde da população da Região. As conclusões da Conferência respondem os problemas específicos das nações latino-americanas, e incorporam significativamente resultados de reuniões internacionais anteriores e experiências na promoção da saúde de outras nações do mundo. A seguir a declaração elaborada e adotada pela Conferência. Promoção da saúde na América Latina A promoção da saúde na América Latina busca a criação de condições que garantam o bem-estar geral como propósito fundamental do desenvolvimento, assumindo a relação mutua entre saúde e desenvolvimento. A Região, desgarrada pela iniquidade que se agrava pela prolongada crise econômica e pelos programas de políticas de ajuste macroeconômico, enfrenta a deterioração das condições de vida da maioria da população, junto com um aumento de riscos para a saúde e uma redução de recursos para enfrentá-los. Por conseguinte, o desafio da promoção da saúde na América Latina consiste em transformar essas relações, conciliando os interesses econômicos e os propósitos sociais de bem-estar para todos, assim como trabalhar pela solidariedade e equidade social, condições indispensáveis para a saúde e o desenvolvimento. Setores importantes da população não conseguiram satisfazer as necessidades básicas para garantir condições dignas de vida. Estas complexas e agoniantes desigualdades tanto de tipo econômico, ambiental, social, político e cultural, como relativas à cobertura, acesso e qualidade nos serviços de saúde, tendem a acentuar-se em razão da redução histórica do gasto social e das políticas de ajuste. Portanto, é difícil enfrentar e resolver estes problemas com perspectivas a alcançar a saúde para todos. A situação de iniquidade da saúde nos países da América Latina reitera a necessidade de se optar por novas alternativas na ação da saúde pública, orientadas a combater o sofrimento causado pelas enfermidades do atraso e pobreza, ao que se sobrepõe o causado pelas enfermidades da urbanização e industrialização. A Região 2 apresenta uma situação epidemiológica, caracterizada pela persistência ou ressurgimento de endemias como a malária, cólera, tuberculose e desnutrição; pelo aumento de problemas como o câncer e doenças cardiovasculares e pelo surgimento de novas enfermidades como a Aids ou as resultantes da deterioração ambiental. Dentro deste panorama, a promoção da saúde destaca a importância da participação ativa das pessoas nas mudanças das condições sanitárias e na maneira de viver, condizentes com a criação de uma cultura de saúde. Dessa forma, a entrega de informação e a promoção do conhecimento constituem valiosos instrumentos para a participação e as mudanças dos estilos de vida nas comunidades. Também na ordem política existem barreiras que limitam o exercício da democracia e a participação da cidadania na tomada de decisões. Nestas circunstâncias, a violência - em todas as suas formas - contribui muito na deterioração dos serviços, é causa de numerosos problemas psicossociais e constitui o fundamento onde se inscrevem numerosos problemas da saúde pública. O que se espera da equidade consiste em eliminar diferenças desnecessárias, evitáveis e injustas que restringem as oportunidades para alcançar o direito ao bem- estar. Cada sociedade define seu bem-estar como uma opção particular de viver com dignidade. O papel que corresponde à promoção da saúde para alcançar este propósito consiste não só em identificar os fatores que favorecem a iniquidade e propor ações que diminuam seus efeitos, mas também em atuar além, como um agente de mudança que induza transformações radicais nas atitudes e condutas da população e seus dirigentes, origem destas calamidades. O desenvolvimento integral e recíproco dos seres humanos e sociedades é a essência da estratégia de promoção da saúde no continente. Em conseqüência, esta assume as tradições culturais e os processos sociais que forjaram nossas nacionalidades possibilitando, além de tudo, enfrentar criativa e solidariamente a adversidade, os obstáculos estruturais e as crises recorrentes. Reconhecer, recuperar, estimular e difundir estas experiências é indispensável para a transformação de nossas sociedades e o impulso à cultura e saúde. Estratégias No âmbito internacional, o movimento de promoção da saúde gerou propostas teóricas e práticas, dentre as quais se destaca o planejamento da Carta de Ottawa, pela sua claridade em definir os elementos constitutivos da promoção da saúde e os mecanismos para colocá-la em prática. A incorporação destas propostas se torna indispensável para a estratégia de promoção da saúde na América Latina. Impulsionar a cultura da saúde modificando valores, crenças, atitudes e relações que permitam chegar tanto à produção quanto ao usufruto de bens e oportunidades para facilitar opções saudáveis. Com eles será possível a criação de ambientes sadios e o prolongamento de uma vida plena, com o máximo desenvolvimento das capacidades pessoais e sociais. Transformar o setor saúde colocando em relevo a estratégia de promoção da saúde, o que significa garantir o acesso universal aos serviços de atenção, modificar os fatores condicionantes que produzem morbimortalidade e levar a processos que conduzam nossos povos a criar ideais de saúde, mediante a completa tomada de 3 consciência da importância da saúde e a determinação de realizar ações transcendentais de impacto neste campo. Convocar, animar e mobilizar um grande compromisso social para assumir a vontade política de fazer da saúde uma prioridade. Este é um processo que tende a modificar as relações sociais de modo que sejam inaceitáveis a marginalidade, a iniquidade, a degradação ambiental e o mal estar que estas produzem. Compromissos O direito e o respeito à vida e à paz são os valores éticos fundamentais da cultura e da saúde. Torna-se indispensável que a promoção da saúde na América Latina assuma estes valores, cultive-os e pratique-os habitualmente. Impulsionar o conceito de saúde condicionada por fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, de conduta e biológicos, e a promoção da saúde como estratégia para modificar estes fatores condicionantes. Convocar as forças sociais para aplicar a estratégia de promoção da saúde, colocando os propósitos sociais à frente dos interesses econômicos, a fim de criar e manter ambientes familiares, físicos, naturais, de trabalho, sociais, econômicos e políticos que tenham a intenção de promover a vida, não degradá-la. Incentivar políticas públicas que garantam a equidade e favoreçam a criação de ambientes e opções saudáveis. Afinar mecanismos de concentração e negociação entre os setores sociais e institucionais para levar a cabo atividades de promoção da saúde, visando avançar até alcançar o bem estar, propiciando a transferência de recursos de investimentosocial às organizações da sociedade civil. Consolidar uma ação que se comprometa a reduzir gastos improdutivos, tais como os pressupostos militares, desvio de fundos públicos gerando ganâncias privadas, profusão de burocracias excessivamente centralizadas e outras fontes de ineficiência e desperdício. Fortalecer a capacidade da população nas tomadas de decisões que afetem sua vida e para optar por estilos de vida saudáveis. Eliminar os efeitos diferenciais da iniquidade sobre a mulher. A participação da mulher, genitora de vida e bem estar, constitui um elo indispensável na promoção da saúde na América Latina. Estimular o diálogo entre diferentes culturas, de modo que o processo de desenvolvimento da saúde se incorpore ao conjunto do patrimônio cultural da Região. Fortalecer a capacidade convocatória do setor de saúde para mobilizar recursos para a produção social da saúde, estabelecendo responsabilidades de ação nos diferentes setores sociais e seus efeitos sobre a saúde. Fonte: Ministério da Saúde. Data da Publicação: 06/02/2002 4 1.2. Carta de Ottawa http://portalteses.cict.fiocruz.br Ao longo dos anos 70 e 80, as evidências da associação entre condições de vida, prosperidade e bom nível educacional se acumularam (Mendes, 1996 e Terris, 1992). Dessa forma foram criadas as condições para a organização da I Conferência Internacional em Promoção de Saúde, em 1996, em Ottawa no Canadá, patrocinada pela OMS, Ministério da Saúde e Bem Estar do Canadá e Associação Canadense de Saúde Pública. A Carta de Ottawa para a Promoção da Saúde, um marco fundamental na história da Saúde Pública, reconheceu como "pré requisitos fundamentais para a saúde: a paz, a educação, a habitação, o poder aquisitivo, um ecossistema estável, e conservação dos recursos naturais e a equidade" (WHO, 1986). A promoção da saúde foi conceituada como "o processo de capacitação na comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo". Segundo Buss et al. (1998: 11), a Carta de Ottawa "assume que a equidade em saúde é um dos focos da promoção da saúde, cujas ações objetivam reduzir as diferenças no estado de saúde da população, e no acesso a recursos diversos para uma vida mais saudável". Para Carvalho (1996: 117), o conceito de promoção da saúde passa a ser a espinha dorsal da nova saúde pública e é definido pela primeira vez em termos de políticas e estratégias, representando "um avanço em relação à retórica genérica da Conferência de Alma-Ata (1977), que estabelecera a consigna ‘saúde para todos até o ano 2000’, através da expansão da atenção primária". Para Ferraz (1994: 11), a Carta de Ottawa "significou a ampliação da concepção de promoção da saúde, incorporando a importância e o impacto das dimensões sócio- econômicas, políticas e culturais sobre as condições de saúde. Houve um reconhecimento de que a promoção de saúde não concerne exclusivamente ao setor saúde, mas ao contrário, ela se constitui numa atividade essencialmente intersetorial ". As estratégias de ação propostas pela Carta foram: 1) estabelecimento de políticas públicas saudáveis; 2) criação de ambientes favoráveis à saúde; 3) reforço da ação comunitária; 4) desenvolvimento de habilidades pessoais; 5) reorientação dos serviços de saúde (WHO, 1986). A Carta de Ottawa tem sido o principal marco de referência da promoção da saúde em todo o mundo, como comprovam documentos oriundos das diversas conferências internacionais sobre o tema que se seguiram (Adelaide – 1988; Sundsvall – 1991; e Jakarta - 1997), e de conferências regionais, como a de Santafé de Bogotá, em 1992 (Buss et al., 1998; Ministério da Saúde, 1995). Em Adelaide, o tema central foram as políticas públicas saudáveis; em Sundsvall, a ênfase foi dada à criação de ambientes favoráveis à saúde, com nítida influência de temas ligados à saúde ambiental e às questões ecológicas, muito em voga naquele momento. Em Jakarta, são destacados o reforço da ação comunitária e o surgimento de novos atores e novos determinantes da 5 saúde, como os fatores transnacionais (globalização da economia e suas conseqüências, papel dos meios de comunicação e outros). Entre as conclusões desta última conferência, destacam-se a percepção de que os métodos de promoção da saúde baseados na combinação das cinco estratégias preconizadas pela Carta de Ottawa são mais eficazes que aqueles centrados em um só campo; e a de que diversos cenários – cidades, comunidades locais escolas, locais de trabalho – oferecem oportunidades para a execução de estratégias integrais. (Buss et al., 1998). 6 CAPÍTULO 2CAPÍTULO 2CAPÍTULO 2CAPÍTULO 2 SITUAÇÃO DASITUAÇÃO DASITUAÇÃO DASITUAÇÃO DA SAÚDE NO BRASILSAÚDE NO BRASILSAÚDE NO BRASILSAÚDE NO BRASIL 1. SAÚDE BRASIL 2004 – UMA ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/capitulo3_sb.pdf 1.1 Introdução A análise da evolução da mortalidade permite acompanhar as mudanças no perfil epidemiológico de uma população por meio dos aspectos da sua estrutura, dos níveis e da sua tendência. A mortalidade no Brasil apresentou nas últimas décadas mudanças importantes, tanto no perfil etário quanto na distribuição dos grupos de causas. Em 1980, a principal causa de morte era a decorrente de doenças do aparelho circulatório, o que permaneceu em 2000. Dentre os dez principais grupos de causas, foram observadas algumas mudanças significativas no ranking entre 1980 e 2000. Uma dessas alterações é o aumento do peso da participação das neoplasias. Em 1980, essa causa correspondia ao 5o lugar, passando ao 3o em 2000. Outra mudança importante foi o aumento das mortes por doenças do aparelho respiratório e a redução das infecciosas e parasitárias (Quadro 3.1). A mortalidade geral no Brasil apresentou uma redução de 11,1% entre 1980 e 2001, passando de 6,3 para 5,6 por mil habitantes no período, evidenciando uma redução, mas com diferenças importantes entre as regiões que serão descritas ao longo do texto. Quadro 3.1 – Ranking das principais causas de morte, Brasil. 1980 e 2000 RAN KING 1980 RAN KING 2000 1 VII. Doenças do aparelho circulatório 2 XVI. Sintomas, sinais e afecções mal definidas 3 XVII. Causas externas 4 I. Doenças infecciosas e parasitárias 5 II. Neoplasmas 6 VIII. Doenças do aparelho respiratório 7 XV. Algumas afecções origin. no período perinatal 8 III. Glând. endócr., nutriç., metab. e transt. imunit. 9 IX. Doenças do aparelho digestivo 10 VI. Sistema nervoso e órgãos dos sentidos 1 I X. Doenças do aparelho circulatório 2 XVIII. Sint., sinais e achad. anorm. Ex. clin. e laborat.(mal definidas) 3 II. Neoplasias (tumores) 4 XX. Causas externas de morbidade e mortalidade 5 X. Doenças do aparelho respiratório 6 I V. Doenças endócrinas, nutricion. e metabolic. 7 I. Algumas doenças infecciosas e parasit. 8 XI. Doenças do aparelho digestivo 9 XVI. Algumas afec. originadas no período perinatal 10 XIV. Doenças do aparelho geniturinário 1.2. AS PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NO BRASIL Evolução da mortalidade proporcional Dentre os grandes grupos de causas, os que se destacaram nos anos 1980 permaneceram ao longo dos últimos vinte anos. As doenças do aparelho circulatório 7 foram a maior causa de mortalidade proporcional tanto na década de 1980 quanto na década de 1990. As causas relacionadas com os sintomas, os sinais e as afecções mal definidas foram a segunda causa mais freqüente, seguidas das neoplasias, das causas externas e das doenças do aparelho respiratório, respectivamente terceira, quarta e quinta causas de mortalidade proporcional, excluídasas outras causas de morte tomadas em seu conjunto. A doença do aparelho circulatório mostrou uma tendência de estabilização da proporção de óbitos; os sintomas, os sinais e as afecções mal definidas mostraram uma tendência de queda; as neoplasias e as doenças do aparelho respiratório mostraram uma tendência de aumento na mortalidade proporcional. As doenças infecciosas e parasitárias mostraram uma importante redução no período (35%), passando de 69.553 a 44.987 óbitos em 2001 (Figura 3.3). Nas regiões Norte e Nordeste, a representatividade foi menor. Por outro lado, as causas mal definidas destacaram-se nessas regiões, que em 1980 representaram 75% e em 2000 50% desse grupo de causas. Esses dados apontam que, apesar de o grupo de causas mal definidas ser significativo, vem ocorrendo redução ao longo do período, o que indica uma melhoria na qualidade das informações. Em 2001, as doenças do aparelho circulatório representaram 27% dos óbitos no Brasil, com a região Norte apresentando a menor participação, com 18%, enquanto a região Sul ficou com 32% (Tabela 3.3). Com relação às causas mal definidas, com 15% do total, as regiões Norte e Nordeste obtiveram participações maiores. Na região Norte, destacaram-se os Estados do Acre e do Pará, com mais de 25% das causas mal definidas. Na região Nordeste, apenas os Estados do Ceará e de Pernambuco ficaram abaixo dos 25%, tendo a Paraíba contribuído com cerca de 45% das causas mal definidas na região. Destaca-se aqui a evidente redução dos óbitos mal definidos no período, que ainda continuam elevados, evidenciando a necessidade de melhorias na qualidade da informação em todas as regiões. Em 1980, as causas externas estavam em 3º lugar, ficando em 4º no ano 2001. É interessante observar que, apesar de a região Sudeste representar mais da metade dos óbitos por esse tipo de causa, quando são analisados os dados em relação ao total de 8 óbitos a região Centro-Oeste aparece em 1o lugar, com 17%, enquanto o Sudeste fica com 13%. Dentre os estados, chamam a atenção Rondônia e Roraima no Norte e Mato Grosso no Centro-Oeste, cuja representatividade ficou acima de 20% dentre o total de óbitos em cada região. As doenças infecciosas e parasitárias apresentaram expressiva redução (cerca de 46%) no período, sempre com maior concentração nos menores de 1 ano de idade. Quanto às doenças do aparelho respiratório, observou-se um aumento no período, passando a ser a 4a causa de óbito no país. Destaca-se aqui o aumento progressivo em praticamente todas as regiões. Na região Sul, além do aumento, percebeu-se um comportamento um pouco diferenciado, pela sazonalidade apresentada. Isso se deve provavelmente às mudanças climáticas que aconteceram em anos específicos. Evolução do risco de morte Entre 1980 e 2001, mudanças significativas foram observadas quanto à distribuição da mortalidade nos grupos de idade. Nesse período, houve redução de 65% dos óbitos entre os menores de 10 anos e aumento de 87% nos acima de 60 anos. Esses percentuais são resultado tanto da mudança no padrão demográfico quanto na mortalidade. No grupo de causas mal definidas, foram observadas taxas de mortalidade mais elevadas nas idades acima dos 60 anos de idade no período 1980-2001. A região Nordeste apresentou maiores taxas em todos os grupos de idade, apesar da evidente redução ao longo do período. Um fato a ser destacado é o aumento nas taxas nessas idades na região Norte, se nivelando às do Nordeste em 1995. Em 2000 houve redução em todas as regiões. Por outro lado, entre os menores de 5 anos, as taxas apresentaram uma redução significativa, chegando em 2000, com valores inferiores a 63 por 100 mil crianças (Figuras 3.4 e 3.5). 9 A clara redução das taxas de mortalidade por causas mal definidas em 2000 aponta uma melhora na qualidade do sistema de informação, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, conforme apresentado na Tabela 3.3. As doenças infecciosas, que estavam em 3º lugar entre as principais causas de morte até 1995, passaram à 7ª posição. Houve um declínio considerável entre 1980 e 2000, principalmente entre as crianças com menos de 5 anos de idade. Em 1980, a taxa de mortalidade nessa faixa de idade era de 282,6 por 100 mil, passando para pouco mais de 41 em 2000, tendo a região Norte, até 1990, apresentado as taxas mais elevadas. A partir de 1995, a região Sudeste teve taxas superiores. Entre as pessoas com mais de 60 anos de idade, observou-se uma estabilização no país, mas na região Centro-Oeste as taxas de mortalidade para este grupo etário foram bem superiores às apresentadas pelas outras regiões (Tabela 3.4). Esses resultados levaram ao detalhamento deste capítulo. Após averiguação, destacaram-se quatro causas dentro da CID-10 Cap. 1 com participação em torno de 80% em todos os anos analisados. Foram elas: infecções intestinais mal definidas, tuberculose pulmonar, septicemia e doença de Chagas (Tabela 3.5). Este quadro retrata diferentes momentos na evolução epidemiológica do país. As infecções intestinais mostram a evolução no acesso aos serviços dada sua redução significativa no tempo. A doença de Chagas, causa relevante principalmente na região Centro-Oeste, também remete ao passado, pois os óbitos por essa causa são conseqüentes de um padrão de mortalidade ainda existente, cuja tendência é desaparecer. Por outro lado, há o aumento das septicemias, que remetem à atenção para o futuro, uma vez que são causas decorrentes de problemas no atendimento hospitalar e alertam para a necessidade de prevenção. A tuberculose tem olhos para o passado e para o futuro. Em dado momento pode ser analisada como causa que acometeu a população jovem em um determinado período por falta de prevenção e que pode ser reduzida mediante intervenções médico-sanitárias. 10 As causas externas têm um peso significativo dentre os óbitos no Brasil. Em 1980, representavam cerca de 9% do total de óbitos, passando a 13% em 2000. O homens foram as principais vítimas, mas um contingente cada vez maior de mulheres também aumentou no período. Entre os anos 1980 e 2000, o volume de óbitos masculinos aumentou 78%, e o feminino, 32%. Considerando os homicídios, os suicídios e os acidentes de trânsito, os dados são preocupantes, pois revelam um incremento considerável de óbitos, mesmo se tendo o cuidado de observar a precariedade dos dados em 1980. Para melhor exemplificar esses fatos, considerou-se a capital de São Paulo, pela boa qualidade das informações já nos anos 1980. Os homicídios representavam, dentre essas três causas, 37% dos óbitos, passando a 83% em 2000. Comportamento semelhante verificou-se no país como um todo. Os diferenciais por sexo acentuam-se quando são analisados os óbitos por causas externas por faixas de idade. O limite máximo encontrado para as taxas por idade para as mulheres é inferior ao limite mínimo para os homens nas mesmas idades (Figuras 3.6 e 3.7). 11 Outro fato que chamou a atenção foi o aumento dos óbitos masculinos com idade entre 15 e 29 anos e um declínio entre 30 e 39 anos. A redução deu-se em quase todas as regiões, exceto no Nordeste e no Centro-Oeste (Figuras 3.8 e 3.9). Entre as mulheres, a redução foi semelhante nas faixas de idade consideradas entre 1980 e 2000 em quase todas as regiões, exceto no Norte e no Nordeste entre 20 e 29 anos, cujo aumento foi de 9% e 5%, respectivamente. Os acidentes de trânsito evoluíram com padrões semelhantes entre as regiões para homens e mulheres, mas com níveis muito superiores parao sexo masculino, com as regiões Centro-Oeste e Sul do país apresentando uma média de 50 óbitos por 100 mil homens a partir de meados dos anos 1980. Entre as mulheres, apesar da taxa bem inferior, as regiões Sul e Centro- Oeste destacaram-se, mesmo com a redução verificada no período Mesmo tendo cautela nas análises em razão da qualidade das informações nos anos 1980, são preocupantes os resultados encontrados para os homicídios, que apontaram o dobro de óbitos entre jovens do sexo masculino com 15 a 39 anos no período 1980 e 2000 (Figura 3.12). No caso das mulheres, também aumentaram. A taxa específica foi de 3,8% por 100 mil em 1980, passando a 6,7% em 2000. Chamou a atenção o aumento entre as meninas com 15 a 19 anos. As doenças do aparelho respiratório, circulatório e as neoplasias apresentaram taxas mais elevadas entre a população de 60 anos e mais, como era de se esperar. As neoplasias e os óbitos por doenças do aparelho respiratório aumentaram, enquanto os decorrentes do aparelho circulatório reduziram entre 1980 e 2000. As doenças do aparelho circulatório vêm declinando ao longo do período, com exceção do Nordeste, que apresentou taxas inferiores às demais regiões em todos os anos. Sul e Sudeste tiveram taxas superiores à do Brasil em todo o período, mesmo com a redução mencionada 12 Os óbitos por doenças respiratórias foram mais concentrados nas regiões Sul e Sudeste, com proporções também maiores que a média nacional. Os dados apontaram maior ocorrência entre a população mais idosa, principalmente entre os indivíduos com mais de 80 anos. Até 1990, todas as regiões tiveram aumento nas taxas de mortalidade entre as pessoas com 60 anos e mais. A partir deste ano, o comportamento das taxas foi diferenciado. Por um lado, verificou-se estabilização no Sudeste, aumento continuado no Centro-Oeste e aumento mais acentuado nas demais regiões. Entre os menores de 5 anos, o comportamento apresentado é de redução acentuada em todas as regiões, chegando em 2000 a taxas muito próximas. No Brasil, a mortalidade era de 161 óbitos por 100 mil crianças com menos de 5 anos em 1980, ficando em 41,5 em 2000. Há redução significativa em todas as regiões, sendo mais acentuada no Sudeste (83%) Dentre as causas definidas, nos anos 1980 as neoplasias foram responsáveis por 10% dos óbitos no país. Em 2000, sua participação passou a 15%, passando à 3ª causa de mortalidade. A população com mais de 60 anos apresentou taxas mais elevadas. Em 1980, para 100 mil pessoas dessa faixa de idade, 456 morreram em decorrência das neoplasias. Em 2000, foram 522. As taxas de mortalidade dos idosos com mais de 80 anos foram as mais altas em todas as regiões, principalmente no Sul e no Sudeste. Os homens tiveram maior participação no volume dos óbitos em quase todas as faixas de idade, exceto entre 30 e 49 anos, em que as mulheres apresentaram maior número de óbitos em todos os anos analisados (Figura 3.18). Neste grupo etário feminino (30 a 49 anos), as principais causas foram as neoplasias de mama e do colo do útero. Em 2000, dos 7.551 óbitos femininos desse grupo de causas, cerca de 30% corresponderam às neoplasias da mama e 18,2% às do colo do útero . Conclusões O Brasil experimentou nas duas últimas décadas uma mudança, para melhor, no nível de saúde medido pela mortalidade proporcional, que mostrou uma queda na proporção em menores de 1 ano e aumento da proporção de óbitos na faixa de idade de 50 anos e mais. Esse fato reflete, provavelmente, o aumento da longevidade da 13 população e a redução proporcional da mortalidade nas faixas etárias menores de 20 anos. A redução da mortalidade deu-se de forma diferenciada entre as regiões, apontando momentos distintos na evolução epidemiológica do país: • Enquanto nas regiões Norte e Nordeste os óbitos por doenças infecciosas, perinatais e mal definidas tiveram uma representatividade maior, • nas regiões Sul e Sudeste são as mortes decorrentes de doenças do aparelho circulatório, respiratório e neoplasias que apresentaram maior proporção. • A região Centro-Oeste ficou em uma situação intermediária. Por um lado, tem altas proporções de óbitos por doenças infecciosas, como a doença de Chagas, por outro há uma proporção também considerável de mortes por causas cardiovasculares. Os dados sobre causas externas merecem destaque por descrever uma situação de risco elevado da população jovem, especialmente a masculina, destacando-se os homicídios. A redução das causas mal definidas retrata a melhoria nos sistemas de captação da informação em todo o país, mas regiões como Norte e Nordeste ainda precisam de atenção nesse quesito. Por fim, outro importante fato descrito é a elevada taxa de óbitos de mulheres decorrentes de neoplasias de mama, principalmente entre 30 e 49 anos. Todos esses resultados apontam um grande avanço e remetem à necessidade de políticas na área de saúde voltadas para a melhoria do atendimento hospitalar e para grupos de idade específicos, como os idosos. 14 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 2 ----bbbb A situação da saúde em mato grossoA situação da saúde em mato grossoA situação da saúde em mato grossoA situação da saúde em mato grosso http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/MT/MT_ Mato_Grosso_GeralUF.xls 15 Unidade da Federação: Mato Grosso - MT Unidade da Federação: Mato Grosso - MT Proporção de Moradores por Tipo de Abastecimento de Água Abastecimento Água 1991 2000 Rede geral 57,5 63,6 Poço ou nascente (na propriedade) 37,9 33,5 Outra forma 4,5 2,9 Fonte: IBGE/Censos Demográficos Proporção de Moradores por tipo de Instalação Sanitária Instalação Sanitária 1991 2000 Rede geral de esgoto ou pluvial 5,2 15,4 Fossa séptica 19,1 13,9 Fossa rudimendar 55,7 60,0 Vala 2,3 1,2 Rio, lago ou mar - 0,4 Outro escoadouro 0,5 0,7 Não sabe o tipo de escoadouro 0,3 - Não tem instalação sanitária 16,9 8,4 Fonte: IBGE/Censos Demográficos Proporção de Moradores por Tipo de Destino de Lixo Coleta de lixo 1991 2000 Coletado 48,5 71,5 Queimado (na propriedade) 31,0 20,9 Enterrado (na propriedade) 2,2 2,5 Jogado 15,3 4,3 Outro destino 3,0 0,8 Fonte: IBGE/Censos Demográficos 16 Unidade da Federação: Mato Grosso - MT Número e Proporção de Unidades por Tipo de Unidade Número e Proporção de Unidades por Jul/2003 Tipo de Prestador Tipo de Unidade Unidades % Jul/2003 Posto de Saúde 384 28,6 Tipo de Prestador Unidades % Centro de Saúde 202 15,0 Público Federal 39 2,9 Policlínica 16 1,2 Público Estadual 22 1,6 Ambulatório de Unidade Hospitalar Geral 60 4,5 Público Municipal 1.216 90,5 Ambulatório de Unidade Hospitalar Especializada 7 0,5 Privado com fins lucrativos 35 2,6 Unidade Mista 9 0,7 Privado optante pelo SIMPLES 20 1,5 Pronto Socorro Geral 6 0,4 Privado sem fins lucrativos - - Pronto Socorro Especializado - - Filantrópico com CNAS válido 12 0,9 Consultório 16 1,2 Sindicatos - - Unidade Móvel Fluvial/Marítima - - Universitários Públicos - - Clínica Especializada26 1,9 Universitários Privados - - Centro/Núcleo de Atenção Psicossocial 11 0,8 Não Identificados - - Centro/Núcleo de Reabilitação 60 4,5 Total 1.344 100,0 Outros Serviços Auxiliares de Diagnose e Terapia 99 7,4 Fonte: SIA/SUS Unid. Móvel Terrestre p/Atend. Médico/Odontológico 25 1,9 Unid.Móvel Terr.Prog.Enfrent.às Emergênc.e Traumas 3 0,2 Consultórios Médicos e Equipos Odontológicos Farmácia para Dispensação de Medicamentos 1 0,1 Jul/2003 Unidade de Saúde da Família 348 25,9 Instalação Número Nº por Centro Alta Complexidade em Oncologia III - - 10.000 hab Centro Alta Complexidade em Oncologia II 5 0,4 Cons. Médicos em unidades 1.765 6,7 Unidades de Vigilância Sanitária 49 3,6 Equipos Odontológicos 689 2,6 Unidades não Especificadas 17 1,3 Fonte: SIA/SUS Outros códigos - - Total 1.344 100,0 Fonte: SIA/SUS 17 Unidade da Federação: Mato Grosso Unidade da Federação: Mato Grosso Unidade da Federação: Mato Grosso Unidade da Federação: Mato Grosso ---- MTMTMTMT Número de Hospitais e Leitos por Natureza do Prestador segundo Especialidade Jul/2003 Natureza Hospitais Leitos Total Cirúrgic os Obstétric . Clín. Médic Crôn/ FPT Psiquiatr . Tisiolo gia Pediatria Reabili tação Hosp/ dia Leitos UTI Públicos 49 1.678 422 244 524 15 59 13 367 - 34 28 32 - Federal - - - - - - - - - - - - - - Estadual 5 388 172 20 57 2 53 3 77 - 4 6 3 - Municipal 44 1.290 250 224 467 13 6 10 290 - 30 22 29 Privados 101 4.620 905 915 1.587 42 531 9 631 - - 110 67 - Contratados 82 3.218 619 669 1.112 28 453 5 332 - - 41 54 - Filantrópicos 19 1.402 286 246 475 14 78 4 299 - - 69 13 - Sindicato - - - - - - - - - - - - - Universitários 1 108 30 24 27 4 - 4 19 - - 10 1 - Ensino - - - - - - - - - - - - - - Pesquisa 1 108 30 24 27 4 - 4 19 - - 10 1 - Privados - - - - - - - - - - - - - Total 151 6.406 1.357 1.183 2.138 61 590 26 1.017 - 34 148 Leitos por 1.000 habitantes: (Jul/2003 2,4 Fonte: SIH/SUS 18 Unidade da Federação: Mato Grosso - MT Número de Internações, Valor Total, Valor Médio, Média de Permanência, Número de Óbitos e Taxa de Mortalidade por Especialidade (por local de internação) 2004 Especialidade Número de Internações % Valor Total R$ % Valor Médio R$ Média de Permanência (dias) Número de Óbitos Mortalidade Hospitalar (%) Clínica cirúrgica 41.688 21,3 29.417.356,99 32,5 705,66 4,0 591 1,4 Obstetrícia 40.888 20,9 13.983.532,76 15,5 342,00 2,0 6 0,0 Clínica médica 77.282 39,5 28.907.047,32 32,0 374,05 4,2 3.269 4,2 Cuidados prolongados (Crônicos) 25 0,0 43.949,59 0,0 1.757,98 23,0 7 28,0 Psiquiatria 2.171 1,1 2.659.362,92 2,9 1.224,95 35,7 7 0,3 Tisiologia 155 0,1 80.720,78 0,1 520,78 8,0 3 1,9 Pediatria 32.745 16,7 14.862.518,40 16,4 453,89 4,4 532 1,6 Reabilitação - - - - - - - - Psiquiatria - hospital dia 659 0,3 426.501,24 0,5 647,19 26,8 - - Total 195.613 100,0 90.380.990,00 100,0 462,04 4,1 4.415 2,3 Fonte: SIH/SUS 19 Unidade da Federação: Mato Grosso – MT Distribuição Percentual das Internações por Grupo de Causas e Faixa Etária - CID10 (por local de residência) 2004 Capítulo CID Menor 1 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 49 50 a 64 65 e mais 60 e mais Total I. Algumas doenças infecciosas e parasitárias 13,5 21,9 18,9 13,8 5,3 6,6 7,1 7,1 7,1 9,0 II. Neoplasias (tumores) 0,5 2,3 3,4 4,5 1,8 4,7 6,8 4,9 5,5 4,2 III. Doenças sangue órgãos hemat e transt imunitár 0,3 0,4 0,8 0,9 0,4 0,5 0,6 0,8 0,8 0,5 IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 1,8 2,0 1,6 1,2 0,3 1,5 4,3 4,5 4,6 2,0 V. Transtornos mentais e comportamentais 0,0 0,0 0,0 0,1 0,6 2,7 1,1 0,2 0,3 1,5 VI. Doenças do sistema nervoso 1,2 0,8 1,0 1,6 0,5 1,1 1,2 1,1 1,1 1,0 VII. Doenças do olho e anexos 0,2 0,3 0,7 0,7 0,2 0,5 0,5 0,4 0,5 0,4 VIII.Doenças do ouvido e da apófise mastóide 0,1 0,2 0,4 0,6 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,1 IX. Doenças do aparelho circulatório 0,2 0,3 0,7 1,7 0,9 6,7 24,8 30,6 29,5 9,1 X. Doenças do aparelho respiratório 47,9 47,8 33,5 22,3 7,5 10,2 21,9 27,8 26,9 19,7 XI. Doenças do aparelho digestivo 7,9 9,4 10,0 9,5 4,5 10,0 12,7 7,8 8,6 9,4 XII. Doenças da pele e do tecido subcutâneo 0,3 0,7 1,3 1,3 0,7 1,1 1,3 1,3 1,2 1,0 XIII.Doenças sist osteomuscular e tec conjuntivo 0,1 0,7 2,4 3,3 1,2 2,6 2,7 2,0 2,0 2,1 XIV. Doenças do aparelho geniturinário 1,0 2,5 6,5 8,6 6,2 10,3 7,1 5,2 5,6 7,6 XV. Gravidez parto e puerpério 0,0 - 0,0 10,3 62,1 30,3 0,1 0,1 0,1 20,9 XVI. Algumas afec originadas no período perinatal 20,7 4,3 1,8 1,3 0,1 0,0 0,0 - 0,0 1,8 XVII.Malf cong deformid e anomalias cromossômicas 1,9 1,6 2,1 2,0 0,4 0,4 0,9 0,3 0,4 0,7 XVIII.Sint sinais e achad anorm ex clín e laborat 0,5 0,5 0,5 1,0 0,4 1,0 1,3 1,3 1,3 0,9 XIX. Lesões enven e alg out conseq causas externas 0,8 3,0 12,9 14,2 6,0 8,2 4,7 3,8 3,7 6,7 XX. Causas externas de morbidade e mortalidade - 0,0 - - 0,0 0,0 - - - 0,0 XXI. Contatos com serviços de saúde 1,2 1,4 1,6 1,0 0,5 1,5 0,9 0,8 0,9 1,2 CID 10ª Revisão não disponível ou não preenchido - - - - - - - - - - Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 20 Unidade da Federação: Mato Grosso - MT Informações sobre Nascimentos Condições 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Número de nascidos vivos 35.736 48.581 50.052 50.335 49.042 48.933 49.478 47.575 47.564 % com prematuridade 4,5 4,0 3,3 3,6 4,1 3,5 5,8 5,3 5,2 % de partos cesáreos 55,9 56,6 54,3 53,7 49,7 46,3 44,9 45,3 45,5 % de mães de 10-19 anos 28,1 29,6 30,0 30,3 30,9 30,2 29,7 29,7 28,0 % de mães de 10-14 anos 1,1 1,3 1,4 1,4 1,4 1,3 1,4 1,4 1,3 % com baixo peso ao nascer - geral 7,0 6,4 6,5 6,2 6,5 6,3 6,4 6,3 6,4 - partos cesáreos 5,7 5,4 5,4 5,1 5,3 5,3 5,3 5,8 6,0 - partos vaginais 8,6 7,8 7,8 7,4 7,7 7,2 7,3 6,7 6,7 Fonte: SINASC Evolução das Condições de Nascimento 0 10 20 30 40 50 60 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Ano % % com prematuridade % de partos cesáreos% baixo peso - geral % de mães de 10-19 anos % de mães de 10-14 anos 21 CAPÍTULO 3CAPÍTULO 3CAPÍTULO 3CAPÍTULO 3 SAUDE DA CRIANÇASAUDE DA CRIANÇASAUDE DA CRIANÇASAUDE DA CRIANÇA 1.1. SITUAÇÃO DA INFÂNCIA BRASILEIRA http://integracao.fgvsp.br/BancoPesquisa/pesquisas_n48_2006.htm O UNICEF - Fundo das Nações Unidas para Infância lançou no último mês os relatórios “Situação Mundial da Infância” e “Situação da Infância Brasileira 2006”. O foco do relatório Situação da Infância Brasileira são os primeiros seis anos de vida da criança. Já Situação Mundial da Infância 2006 tem como tema os meninos e meninas invisíveis e excluídos, aqueles que não foram beneficiados pelos avanços mundiais obtidos nas últimas décadas. O documento traz um ranking de 152 países baseado na taxa de mortalidade na infância. Segundo o relatório, o Brasil fez importantes avanços nos cuidados com crianças de até 6 anos de idade, tendo o Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI) subido de 0,61 para 0,67 entre 1999 e 2004. O IDI é composto pelo indicador de escolaridade dos pais, do acesso das mães ao pré-natal, das taxas de imunização e de acesso à pré- escola para crianças de 4 a 6 anos. O Índice é voltado para o desenvolvimento nos primeiros seis anos de vida da criança. O Brasil tem hoje 23 milhões de crianças com até 6 anos de idade. Como signatário da Declaração do Milênio e do documento “Um mundo para as crianças”, o Brasil se comprometeu a melhorar significativamente seus indicadores em relação à infância. Embora a situação tenha avançado na maioria das áreas, os números ainda são preocupantes. Durante o lançamento em Brasília, a representante do Fundo no Brasil, Marie-Pierre Poirier, destacou a importância das políticas públicas atingirem regiões e grupos específicos que ainda apresentam altos índices de vulnerabilidade social. “Só será possível melhorar a situação da infância chegando às crianças que são invisíveis, esquecidas e excluídas”, disse. O relatório destaca, também, que trabalhar para que a situação da infância brasileira seja prioridade deve ser tarefa de toda a sociedade. Cabe ao poder público, nos três níveis de administração, parte importante da resposta. No entanto, não se deve esperar que o governo isoladamente forneça todas as soluções. O efetivo enfrentamento das dificuldades só ocorrerá quando os principais atores sociais atingirem um grau de conscientização que incentive uma ação coordenada e plural. Os relatórios estão disponíveis no site www.unicef.org.br. 22 Alguns números • A taxa de mortalidade infantil é um dos indicadores que, ao ser considerado de maneira histórica, mostra os importantes avanços ocorridos. Usadas como indicadores básicos de desenvolvimento humano, a taxa de mortalidade infantil, número de crianças que morrem antes de completar 1 ano de vida para cada mil nascidos vivos, e a taxa de mortalidade de menores de 5 anos, também chamada de taxa de mortalidade na infância, revelam muito sobre as condições de vida e a assistência de saúde em um país. Em 1980, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 82,8 por mil. Em 2004, ano da estimativa mais recente, chegou a 26,6. No período de 1994 a 2004, houve uma queda de 32,6%, chegando a 26,6 por mil nascidos vivos. No entanto, uma comparação feita pelo UNICEF em 2005 revelou que o Brasil tem a terceira maior taxa da América do Sul, atrás da Bolívia e da Guiana. Em termos geográficos, a Região Nordeste é a mais vulnerável do Brasil quanto à mortalidade infantil. Sua taxa equivale a mais que o dobro das taxas verificadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. As taxas de mortalidade infantil diferem também dentro de uma mesma região, de acordo com o grupo social. Em nível nacional, a taxa relativa aos 20% mais pobres era mais que o dobro da taxa dos 20% mais ricos em 2000. A raça é outro fator determinante. Entre os filhos de mulheres brancas, em 2000, a taxa de mortalidade infantil era 39,7% menor que entre os filhos de mulheres negras e 75,6% menor que entre filhos de mulheres índias • Em toda a década de 1990, os acidentes e a violência, classificados internacionalmente como causas externas, destacaram-se como a principal causa de óbitos de crianças de até 9 anos de idade. De 1996 a 2003, eles foram responsáveis por 21,11% das mortes de meninos e meninas de 1 a 6 anos, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. • A desnutrição infantil é um problema de dimensões alarmantes em boa parte do mundo. Associada à pobreza e à desigualdade, é um expressivo fator de mortalidade de crianças nos países em desenvolvimento, apesar dos esforços realizados nas últimas décadas para reduzir esse índice. A proporção de crianças com baixo peso para a idade, principal indicador utilizado no Brasil, era de 18,4% em 1974, caiu para 7% em 1989 e chegou a 5,7% em 1996. Esta última porcentagem é muito menor que a média estimada pela OMS para a Ásia (32,8%) e a África (27,9%) na mesma época, e também 23 menor que a média da América Latina (8,3%), porém é maior que os índices apresentados pelos países desenvolvidos, que são próximos de 1%. Um estudo mais recente, realizado pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), demonstra que a desnutrição infantil se mantém em queda no País nos primeiros anos desta década. O estudo utilizou dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab), desenvolvido pela área de informática do Ministério da Saúde. As informações referem-se à população atendida pelo Programa Agentes Comunitários de Saúde (Pacs) e pelo Programa Saúde da Família (PSF). Dentro desse universo, que corresponde a cerca de 40% da população brasileira, foram consideradas as crianças menores de 2 anos, que representam o grupo mais vulnerável à desnutrição. Entre 1999 e 2004, a porcentagem de crianças com baixo peso para a idade caiu de 10,1% para 3,6%, no primeiro ano de vida, e de 19,8% para 7,7%, no segundo ano. A diminuição do número de casos de desnutrição infantil não significa que o problema esteja sob controle no país. Um dos pontos que merecem atenção é a forma como os casos de desnutrição infantil estão distribuídos pelo país. Em 1996, segundo a Pesquisa Nacional sobre Demografia e Saúde (PNDS), o problema era mais sério no Nordeste e no Norte do Brasil. Na região do Semi-Árido, que abrange municípios de todos os Estados do Nordeste, além do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, a proporção de crianças menores de 2 anos desnutridas é quase quatro vezes maior que nos Estados do Sul. Há diferenças também conforme o local de moradia das famílias. Na PNDS, a porcentagem de crianças com baixo peso para a idade nas áreas rurais (9,2%) era o dobro da relativa às áreas urbanas (4,6%) • Há uma década, creches e pré-escolas, então vinculadas à assistência social, foram oficialmente reconhecidas como um direito da criança: passaram a fazer parte da educação básica. Conforme a Síntese de Indicadores Sociais 2004 do IBGE, referente ao ano de 2003, apenas 11,7% das crianças de até 3 anos freqüentavam creches. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) relativos a 2004, e levando-se em conta a população segundo o Censo 2000, 55,1% das crianças de 4 a 6 anos estavam na pré- escola. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, dos 20% mais pobres do país apenas 28,9% de meninos e meninas de até 6 anos freqüentam estabelecimentos de ensino. Já no grupo dos 20% mais ricos, mais da metade das crianças dessa faixa etária está na escola. Quando se avalia a etnia, a mais prejudicada é a indígena. De acordo com os dados do censo, 3,9%das crianças indígenas na faixa etária de até 3 anos estão na escola. As crianças de origem asiática são as mais atendidas (15,2% do total de meninos e meninas dessa etnia). As discrepâncias entre as taxas de atendimento a brancos (10,3%), negros (9,5%) e pardos (8,3%) são menos significativas. 24 Enquanto nas áreas urbanas 40% das crianças de até 6 anos freqüentam estabelecimentos de ensino, nas áreas rurais esse percentual é reduzido para 27%. Dados preliminares da Sinopse Estatística da Educação Básica 2004 mostram que o número de creches nas zonas rurais é insuficiente. Há 4.165 estabelecimentos, distribuídos em 5.560 municípios. As crianças com deficiência também estão em desvantagem. A lei garante que meninos e meninas com deficiência podem freqüentar a educação infantil regular. Do total de 109.596 em creches e pré-escolas em 2004, 78,2% vão para escolas especiais. • A proporção de crianças sem registro de nascimento no Brasil é um problema que vem ganhando visibilidade desde a década de 1990, em debates e campanhas nacionais de conscientização. O grande número de crianças não registradas é um empecilho para conhecer a situação real da infância no país e criar ações e programas voltados para essa parcela da população. A falta do registro civil agrava ainda questões como o tráfico de crianças e o trabalho infantil, pois sem comprovação legal da existência de cada criança é mais difícil enfrentar esses problemas. Segundo estimativas do IBGE, com base em dados apurados até 2003, a cada ano quase 750 mil crianças brasileiras, mais de um quinto do total de recém- nascidos, completam o primeiro ano de vida sem ter sido registradas e sem ter um documento no qual conste seu nome e o nome de seus pais. De 1993 a 2003, conforme estimativas do IBGE, o sub-registro se manteve entre 20% e 30% no Brasil. Fonte: Relatório “Situação da Infância Brasileira 2006” e ANDI 1.2. PLANO DE AÇÃO DO GOVERNO RELATIVO A CRIANÇA ADOLESCENTE Presidente Amigo da Criança e do Adolescente - Plano de Ação –2004-2007 (transcritos partes dele). Apresentação ... O Plano ora apresentado observa, ainda, os acordos internacionais relativos à criança e ao adolescente ratificados pelo Brasil na Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança de 1989 e, particularmente, na Seção Especial pela Criança realizada pela ONU em 2002, que estabeleceu no documento “Um Mundo para as Crianças” os seguintes compromissos: 1. Promovendo Vidas Saudáveis; 2. Provendo Educação de Qualidade; 3. Proteção contra Abuso, Proteção e Violência, e 4. Combatendo HIV/AIDS.... 25 I - Introdução A Constituição Brasileira introduz uma nova dimensão às políticas públicas da infância e da adolescência ao declarar “prioridade absoluta” à promoção da proteção integral da criança e do adolescente, por parte do Estado, da família e da sociedade. Esta inovação tem provocado, desde então, transformações legais e institucionais, regulamentadas em diversas legislações, sendo a principal o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei Federal 8069 de 13 de julho de 1990). O ECA orienta-se pela doutrina da proteção integral às crianças e adolescentes contida na “Doutrina das Nações Unidas para a proteção dos direitos da infância”, a qual reflete, basicamente, quatro instrumentos: (I) a Convenção Nacional das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança; (II) as Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça dos Menores (Regras de Beijing); (III) as Diretrizes das Nações Unidas para a Prevenção da Delinqüência Juvenil; e (IV) as Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos Jovens Privados de Liberdade. No Estatuto também foram incluídos dispositivos decorrentes da Convenção nº 138 da Organização Internacional do Trabalho, de 1973, sobre a Idade Mínima de Admissão ao Trabalho, fixada em 16 anos, e da Convenção de Haia sobre a Proteção das Crianças em Matéria de Adoção Internacional, ratificadas pelo Brasil em 1999. O ECA garante à criança e ao adolescente todos os direitos constantes na Convenção sobre os Direitos da Criança e destaca o princípio democrático da participação e do controle da sociedade civil na formulação e na execução das ações públicas de promoção e de defesa de direitos. O Estatuto propõe-se a instituir um novo modelo de políticas públicas voltadas para a garantia dos direitos da infância e da adolescência, baseado em ações intersetoriais orientadas por alguns princípios fundamentais, como: (I) o direito à vida e à saúde; (II) o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade; (III) o direito à convivência familiar e comunitária; (IV) o direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer; e (V) o direito à profissionalização e à proteção ao trabalho. O cumprimento da legislação, que é considerada avançada por se constituir a única no contexto latino-americano adequada aos princípios da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito da Criança, ainda é um desafio no Brasil, principalmente quando se consideram as características históricas que marcaram as ações de atenção à criança e ao adolescente no país, cuja prática enfatizava os aspectos caritativos e repressivos em detrimento da garantia de direitos básicos de cidadania para grande parte da população infanto-juvenil. As crianças e adolescentes brasileiros são ainda considerados a parcela mais vulnerável da população. Muitas delas se defrontam com problemas decorrentes da pobreza e dificuldades de acesso a serviços públicos de qualidade nas áreas de educação, saúde, esporte, lazer e profissionalização. Como agravante, a garantia de uma vida saudável é prejudicada pela baixa cobertura dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, sendo as estimativas de que 19,1%, aproximadamente, das famílias brasileiras não são atendidas por rede geral de água e 36% não têm acesso a serviços de esgotamento sanitário. 26 Alguns indicadores sociais expressam as conseqüências desse quadro de precariedade: • os elevados índices de mortalidade materna nas capitais, em torno de 74,5 por 100 mil nascidos vivos; • as expressivas desigualdades regionais no que diz respeito à mortalidade infantil, sobressaindo-se a região Nordeste, com uma taxa igual a 44,2 óbitos por mil nascidos vivos, e a região Sul, com 19,7 por mil; • a insegurança alimentar, que assola 23 milhões de brasileiros (14% da população); • a baixa qualidade do ensino, que leva a que 59% das crianças ainda sejam analfabetas após terem cursado pelo menos 4 anos de estudo; e • toda a sorte de maus tratos, abusos e violências, como a exploração sexual, o desaparecimento e o abandono, que fazem parte do cotidiano de grande parte das crianças e adolescentes brasileiros. ...Foi com esse intuito que o Governo destacou entre os desafios prioritários do Plano Plurianual 2004- 2007 – PPA 2004-2007 – o de “reduzir a vulnerabilidade das crianças e de adolescentes em relação a todas as formas de violência, aprimorando os mecanismos de efetivação de seus direitos”. 1.3. ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ECONOMICAMENTE ATIVOS MINISTÉRIO DA SAÚDE http://dtr2001.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Diretriz_ultima_versao_170505.pdf Figuras: http://images.google.com.br ...Introdução A gravidade e a complexidade da realidade das crianças e adolescentes em situação de trabalho no Brasil vem mobilizando diversos setores e instituições governamentais e não- governamentais, na luta pela defesa dos direitos deste grupo populacional. Neste sentido, muitos foram os avanços no combate ao problema nos últimos anos, dentre esses podemos citar: o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Trabalhador Adolescente, a implantaçãopelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome do programa de transferência de renda intitulado PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, e a elaboração de um plano nacional para a erradicação do trabalho infantil pela CONAETI (Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Infantil), coordenada pelo Ministério do Trabalho. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8069/90) promoveu mudanças de conteúdo, método e gestão no panorama legal que trata dos direitos da criança e do adolescente, incluindo a questão do trabalho. Adotou a doutrina de proteção integral, segundo a qual, se dá o reconhecimento desses como sujeitos de direitos. Tem por base a descentralização político-administrativa e a participação de organizações da sociedade civil na formulação e co-gestão de políticas e propostas para atender a crianças e adolescentes. Cria os conselhos de direitos municipais, estaduais e nacional, e conselhos tutelares. Assim, o combate ao trabalho infantil 27 tornou-se uma questão de garantia de direitos e de responsabilidade de toda a sociedade. No que tange a área da saúde, o Ministério da Saúde através da Área Técnica de Saúde do Trabalhador (COSAT), elaborou e vem implantando uma Política Nacional de Saúde para a Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção do Trabalhador Adolescente. Como desdobramento desta Política podemos destacar a elegibilidade de crianças e adolescentes acidentadas no trabalho, como evento passível de notificação compulsória, segundo a Portaria GM 777 do Ministério da Saúde, de 28 de abril de 2004. Tal Política entende que o SUS tem papel de extrema relevância na atenção integral a saúde das crianças e adolescentes trabalhadores, identificando-os, promovendo ações de educação sobre saúde e segurança no trabalho, avaliando a associação entre o trabalho e os problemas de saúde apresentados, realizando ações de vigilância em saúde e atuando de forma articulada com outros setores governamentais e da sociedade na prevenção do trabalho infantil, bem como, na erradicação do trabalho infantil perigoso conforme a legislação. Além disso, por estar amplamente distribuído em todo o país e atender um grande número de indivíduos abaixo dos 18 anos, o SUS é um sistema público de grande capilaridade com potencial para disseminar de forma eficiente esta Política. O trabalho infanto-juvenil está presente em vários países do mundo, apresentando configurações peculiares nos países de economia periférica. Segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar) existem no Brasil cinco milhões e meio de crianças e adolescentes economicamente ativos entre 5 e 17 anos de idade (IBGE, 2001). A legislação nacional em vigor permite, em circunstâncias especiais, o trabalho para maiores de 14 anos na condição de aprendizes e para maiores de 16 anos na condição de trabalhadores, protegidos e com os direitos trabalhistas e previdenciários assegurados. Entretanto, há no país cerca de 2 milhões de crianças entre 5 e 13 anos em situação de trabalho. Dados oficiais indicam também que, cerca de 1 milhão e meio de adolescentes com idades entre 14 e 15 anos e, 2 milhões com 16 a 17 anos têm trabalho remunerado (IBGE, 2003). Baseando-se em estimativas internacionais poder-se-ia inferir que, pelo menos metade dos adolescentes trabalhadores desenvolvem atividades definidas como perigosas No Brasil, entre as crianças economicamente ativas, 65,1% são homens, 33,5% trabalham 40 horas ou mais por semana, 48,6% não têm remuneração, mais da metade utiliza produtos químicos, máquinas, ferramentas ou instrumentos no trabalho e 80% combinam o trabalho com a freqüência à escola. A maior parte trabalha em atividade agrícola (43,4%), mas quando se considera as faixas etárias mais jovens estas cifras chegam a alcançar 75,9% no grupo de 5 a 9 anos, e 56% no grupo de 10 a 14 anos Sabe-se também que, mais de 80% dos trabalhadores economicamente ativos estão inseridos no setor informal da economia, e que os serviços domésticos são provavelmente uma das atividades produtivas urbanas, que mais emprega as meninas. Embora apresentando números expressivos, pondera-se que os dados oficiais, referentes ao trabalho de crianças e de adolescentes em nossa sociedade ainda são parciais, dificultando o conhecimento de suas realidades de vida e trabalho. Para justificar tal afirmativa, destaca-se: o fato de muitas ocupações exercidas por estes grupos populacionais não serem consideradas como “trabalho”, embora tenham abrangência das atividades realizadas por adultos (o trabalho doméstico é um bom exemplo desta afirmativa) são denominadas como “ajuda” e, portanto, não entram nas estatísticas; além disto, as proibições legais e também o caráter intermitente destas atividades de trabalho, são fatores que dificultam a realização de pesquisas nesta área. 28 Convém ainda ressaltar, as peculiaridades existentes entre as várias regiões do país, entre as zonas rurais e urbanas, entre as diferenças de gênero, etnia e classes sociais quando se discute o trabalho infanto-juvenil, exigindo assim um estudo minucioso sobre o tema. Pondera-se também que, o setor informal da economia, onde há uma parcela não desprezível de trabalho infanto-juvenil, ainda permanece desconhecido pelos pesquisadores, pelas novas configurações que assume, no capitalismo contemporâneo. Outra questão que merece atenção refere-se à complexidade dos fatores, que contribuem para a inserção precoce no mercado de trabalho. Pode-se atribuí-la a duas ordens de fatores: a pobreza que obriga as famílias a adotarem formas de comportamento que incluem a oferta de mão-de-obra dos filhos menores de idade e, em especial o desemprego dos pais (Santana & Araújo, 2004) e; a estrutura do mercado de trabalho, que oferece espaços apropriados à incorporação deste contingente específico de mão-de-obra. Estes fatores são atrelados ao sistema geral de valores dominante na sociedade, e a regulamentação e controle por parte do Estado e da sociedade civil. Pondera-se ainda que, junto com a pobreza, existem aspectos de ordem cultural e ideológica levando ao ingresso precoce no trabalho. Um destes é referente à crença de que o trabalho constitua elemento disciplinador e preventivo da marginalidade, quando se trata daqueles inseridos nas camadas populares. Além disso, não podemos secundarizar o orgulho dos pais, em algumas situações, em transmitirem aos seus, o próprio ofício. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, as crianças e adolescentes trabalhadores fazem parte do grupo de "crianças em circunstâncias especialmente difíceis" (Salazar, 1993). Elas possuem certas qualidades e habilidades que o mundo do trabalho precisa ou busca, como a rapidez e a agilidade, e o destemor frente ao perigo. Ao mesmo tempo estão em desvantagem nas relações de trabalho, sujeitas a inadequadas condições de trabalho e a regras disciplinares próprias deste sistema que podem afetar sua saúde (Ventura et al, 1989). O trabalho diminui o tempo disponível da criança para seu lazer, vida em família, educação, e de estabelecer relações de convivência com seus pares e outras pessoas da comunidade em geral. Além disso, experimentam um papel conflitante na família, no local de trabalho, e na comunidade, pois como trabalhadores, adolescentes e crianças são levados a agir como adultos, porém não podem escapar do fato de que são sujeitos em desenvolvimento. Estes fatores são uma fonte de desgaste e podem afetar o desenvolvimento emocional, cognitivo e físico (Asmus et al, 1996; Meire, 2000). Inscrevendo-se predominantemente na socialização daqueles inseridos em famílias pauperizadas, o trabalho de crianças e adolescentes acaba por lhes impor um custo social elevado, implicando freqüentemente na renúncia a um grau de escolarizaçãomaior, capaz de lhes garantir as condições necessárias para o desenvolvimento de suas potencialidades, e/ou numa sobrecarga de tarefas na conciliação entre trabalho e escola (Teixeira et al 2004; ischer et al, 2003; Oliveira et al, 1999). De acordo com Santana et al. (2005), a proporção de abandono escolar foi quase três vezes maior entre as crianças e adolescentes que trabalhavam quando comparados aos que não trabalhavam, e maior a freqüência de problemas no desempenho escolar entre os do sexo masculino, e de saúde entre as mulheres. Crianças e adolescentes vivem um processo dinâmico e complexo de diferenciação e maturação. Precisam de tempo, espaço e condições favoráveis para realizar sua transição, nas várias etapas, em direção à vida adulta. A exaustão corporal provocada por uma carga de trabalho além do “suportável” pelo organismo do indivíduo - fadiga ocupacional, muscular, visual - associada a um aporte nutricional 29 insuficiente, parecem ser os fatores precipitantes para o desenvolvimento das patologias (Asmus,2001). O rápido crescimento durante a adolescência impõe necessidades nutricionais muito grandes, especialmente durante um e meio a dois anos, quando o ritmo de crescimento chega ao máximo. Neste período as necessidades nutricionais podem chegar ao dobro do necessário durante o resto da adolescência (OPAS, 1995). Junto a isso, os acidentes e doenças relacionadas ao trabalho refletem as condições precárias em que este vem sendo exercido, independente da faixa etária do trabalhador. No Brasil, de acordo com os dados oficiais disponíveis, em 1997, foram registrados 4.314 benefícios, concedidos em decorrência de acidentes de trabalho para menores de 18 anos de idade. A gravidade dessa questão se evidencia frente ao achado de 218 óbitos por acidente de trabalho nessa faixa de idade, embora este número deva estar consideravelmente sub-registrado, na medida em que, nesta faixa etária, a maioria dos trabalhadores não tem registro profissional. Resultados de estudos de base comunitária mostram que a incidência de acidentes de trabalho entre jovens de 10 a 20 anos varia entre 13% para atividades na agricultura (Fehlberg et al., 2001) e entre 3,2% a 6,1% em áreas urbanas, reduzindo-se com o aumento da idade (Ribeiro & Barata, 1998; Santana et al, 2003). Esta diretriz se insere no conjunto de iniciativas, preconizadas pelo Ministério da Saúde, com o intuito de formar e dar suporte técnico ao Sistema Único de Saúde – SUS, para que este, com base em suas prerrogativas, se insira ativamente nas ações de prevenção e erradicação do trabalho infantil e proteção do trabalhador adolescente em todo o Brasil. Etapa I - Identificação de situação de trabalho Toda criança ou adolescente que procure um Serviço de Saúde deve ter sua situação de trabalho mapeada/identificada: Etapa II – Avaliação e diagnóstico. Todas as crianças e adolescentes trabalhadores ou com história pregressa de trabalho, independente da situação de trabalho (legal ou ilegal). Etapa III - Encaminhamentos Para todas as crianças e adolescentes em situação de trabalho: Recomendações 1. Identifique a situação de trabalho e escolar de todas as crianças e adolescentes que comparecerem ao serviço de saúde. 2. Utilize o conceito amplo de trabalho que inclua atividades informais, os trabalhos domiciliares, familiares, atividades consideradas “ajuda”, não-remunerado ou com benefícios secundários, como casa e comida. 3. Use as definições presentes na legislação brasileira para determinar a ilegalidade do trabalho com especial atenção a condição de aprendiz. 4. Consulte a lista do Ministério do Trabalho e Emprego sobre Trabalho Infantil Perigoso (TIP) na determinação da ilegalidade do trabalho na adolescência. 5. Investigue a história ocupacional pregressa, visando o estabelecimento da possibilidade de nexo ocupacional, com atividades desenvolvidas previamente. 6. Considere a exposição ocupacional a diversos tipos de estressores no trabalho que possam prejudicar a saúde dos adolescentes. Ex. agentes físicos (ruído, desconforto térmico-frio ou calor, umidade do ar, má ventilação, má iluminação, pisos escorregadios e ou irregulares, etc), biológicos (bactérias, vírus, protozoários, fungos, helmintos, animais peçonhentos), químicos (agrotóxicos, fertilizantes, poeiras, solventes e outros hidrocarbonetos aromáticos, tintas, etc), fisiológicos (sobrecargas 30 física e mental). Leve também em consideração a organização do trabalho (tais como: a duração da jornada, os modos de trabalharritmos de trabalho, a duração e freqüência das pausas inter e intra-jornadas, as más posturas corporais durante o trabalho, a repetitividade das tarefas, etc). 7. Registre os riscos de acidentes do trabalho decorrentes das formas de transporte aos locais de trabalho e retorno à residência, das más condições dos ambientes de trabalho, tanto as citadas no item anterior, e outras tais como: o manuseio de ferramentas e ou equipamentos perigosos, o trabalho em locais insalubres, os múltiplos riscos inerentes às tarefas e à má organização do trabalho, à inadequação das exigências no trabalho com a idade e desenvolvimento do adolescente. 8. Considere os fatores psicossociais no trabalho também como fatores de risco à saúde do adolescente. Segundo a Organização Internacional do Trabalho e a Organização Mundial da Saúde (1984) referem-se estes às interações entre: o ambiente de trabalho, o conteúdo do trabalho, as condições organizacionais, as relações no trabalho (com a chefia, colegas, tipo de contrato, tipo de remuneração, o assédio moral e sexual), as necessidades dos adolescentes particularmente no que diz respeito às suas tradições, à cultura, as repercussões do trabalho na convivência familiar, na freqüência e desempenho escolar, no acesso a atividades extra- curriculares, nas possibilidades de lazer e de convivência do adolescente com seus pares. 9. Promova ações para afastar imediatamente do trabalho crianças e adolescentes inseridos em formas inquestionavelmente piores de trabalho infantil. São elas: exploração sexual comercial, trabalho escravo, trabalho em atividades ilícitas, com especial atenção no tráfico de drogas, e trabalhos em circunstâncias suscetíveis de prejudicar a saúde, a segurança e a moral. 10. Lembre que, segundo a Portaria 777, acidentes de trabalho com crianças e adolescentes devem ser obrigatoriamente notificadas no SINAN, sob o código do CID 10a Y96 (Circunstâncias relativas às condições de trabalho). 11. As atividades de educação em saúde e segurança no trabalho são imprescindíveis em todos os níveis de atenção do SUS, mesmo quando crianças e adolescentes não estiverem inclusos no mercado de trabalho. 12. Busque a articulação com escolas, empresas, programas de transferência de renda, programas de capacitação e treinamento para o trabalho, centrais de atendimento aos trabalhadores, órgãos responsáveis pela defesa dos direitos das crianças e adolescentes, setores de inspeção do trabalho e redes sociais de apoio. 13. Empresas que empregam adolescentes devem ser objeto de sistemática vigilância nos ambientes e condições de trabalho. 14. Todo adolescente aprendiz assim como aqueles vinculados a programas educativos de preparação para inserção no mercado de trabalho precisam receber orientação em saúde e segurança no trabalho 15. Adolescentes em conflito com a lei, cumprindo medidas sócio-educativas de prestação de serviços à comunidade, não devem estar em situação de trabalho. No entanto, estas atividades necessitam de avaliação, para que não configurem exposição a riscos à saúde. 16. As abordagens coletivas (famílias, comunidades etc) de erradicação do trabalho infantil se apresentam como mais efetivas do que as abordagens individuais. 17. O investimento na formação de recursoshumanos da área de saúde é imprescindível para a implantação desta diretriz. 31 18. Deve-se conhecer o perfil das atividades produtivas locais, de modo a permitir um adequado planejamento das ações a serem implementadas. 19. Faz-se necessário construir indicadores de avaliação, que permitam o monitoramento do impacto das ações na transformação do modelo de atenção vigente. 20. Por se tratar de crianças e adolescentes, há que se cuidar especialmente dos aspectos éticos profissionais, como a questão do sigilo e confidencialidade das informações prestadas pela clientela, e a obrigatoriedade da notificação aos responsáveis, ou no caso da ausência destes, ao Conselho Tutelar. Modelos de Fichas (a serem incluídas no prontuário do paciente) Diretriz para Atenção Integral à Saúde de Crianças e Adolescentes Economicamente Ativos Perguntas Filtro para serem incluídas na Ficha do Acolhimento: Você tem ou tinha algum trabalho com salário? (0) não (1) sim Você faz ou fazia algum trabalho/ajuda sem receber dinheiro, para pais, parentes ou patrão? (0) não (1) sim Instrução: Caso o paciente responda sim a pelo menos uma das perguntas anteriores preencha a Ficha de Anamnese Ocupacional FICHA DE ANAMNESE OCUPACIONAL (As frases e perguntas em itálico são orientações ou perguntas para o profissional de saúde) Nome: ____________________________________________________________ Endereço: __________________________________________________________ Telefones: _________________________________________________________ Sexo: Conforme cadastro do paciente Etnia: Conforme cadastro do paciente Escolaridade: Conforme cadastro do paciente Nível econômico: Conforme cadastro do paciente Idade: (1) menos de 14 anos ver conduta (2) 14 a 15 anos (3) maior de 16 anos Se o trabalhador tem de 14 a 15 anos: Você está trabalhando como aprendiz? (0) não ver conduta (1) sim Para todos os trabalhadores que estão trabalhando atualmente Que tipo de trabalho você faz? (descrever as tarefas ou atividades)____________ __________________________________________________________________ Em que empresa, firma ou local você trabalha?____________________________ Quanto você ganhou no último mês? R$ __ __ __ __ __,__ __ Ramo Produtivo: (1) agricultura (2) comércio (3) trabalho doméstico (4) outro setor de serviço (5) indústria (6) construção (7) trabalho avulso (flanelinha, guardador de carro, etc) A ocupação ou tarefa é considerada Trabalho Infantil Perigoso? (0) não (1) sim ver conduta Avaliação das exposições no trabalho No seu trabalho você é: (1) empregado (2) autônomo (conta própria)/ biscateiro 32 (3) patrão (4) outro________________________________________________ Se empregado, você tem contrato ou carteira assinada? (0) não (1) sim Quantas horas você costuma trabalhar por semana? __ __ horas Você trabalha entre as 22 e 06 horas? (0) não (1)sim A temperatura em seu local de trabalho costuma ser: (1) boa (2) quente (3) muito quente (4) fria (5) muito fria O seu local de trabalho costuma ser abafado, pouco ventilado? (0) não (1)sim No seu trabalho costuma ter mudanças bruscas de temperatura? (0) não (1)sim Você tem que trabalhar a céu aberto, na rua? (0) não (1) sim No seu trabalho você tem contato com: Poeira ou pós (0) não (1) sim Fumaça ou gases (0) não (1) sim Vapor d’água ou umidade (0) não (1) sim Óleos, graxas, lubrificantes (0) não (1) sim Solventes, tiner, tinta (0) não (1) sim Colas (0) não (1) sim Desinfetantes, cloro e derivados, soda (0) não (1) sim Pesticidas, agrotóxicos (0) não (1) sim Asbesto, amianto ou sílica (0) não (1) sim (9) não sei Isocianatos (0) não (1) sim (9) não sei Benzeno, tolueno, xileno, estireno (0) não (1) sim (9) não sei Mercúrio (0) não (1) sim (9) não sei Compostos orgânicos (0) não (1) sim (9) não sei Outras substâncias químicas (0) não (1) sim, Quais?__________________________ Substâncias cancerígenas (0) não (1) sim (9) não sei, Quais?______________________________________________________________ Sangue ou outros líquidos do corpo (0) não (1) sim Lixo (0) não (1) sim Animais peçonhentos (0) não (1) sim Você tem que trabalhar: Em baixo da terra (0) não (1) sim Em baixo da água (0) não (1) sim Em locais fechados e estreitos (confinados) (0) não (1) sim Em altura, sem proteção (0) não (1)sim Com máquinas ou ferramentas que podem causar cortes, ferimentos, queimaduras (0) não (1)sim Com substâncias em altas temperaturas (0) não (1)sim Com que freqüência você trabalha em pé? (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente (4) nunca Com que freqüência você trabalha sentado? (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente(4) nunca Com que freqüência você trabalha agachado, ajoelhado ou com o corpo torcido (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente (4) nunca Com que freqüência você tem que fazer suas tarefas de trabalho com muita rapidez? (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente (4) nunca Com que freqüência você tem que fazer muita força? (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente (4) nunca No seu trabalho você tem que repetir muitas vezes as mesmas tarefas? (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente (4) nunca 33 Você tem tempo suficiente para cumprir todas as tarefas de seu trabalho? (1)sempre (2) às vezes (3)raramente (4) nunca Você tem possibilidade de aprender coisas novas em seu trabalho? (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente (4) nunca Seu trabalho exige muita habilidade ou conhecimento especializados? (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente (4) nunca Seu trabalho exige que você tome iniciativas? (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente (4) nunca Você pode escolher como fazer o seu trabalho? (1)freqüentemente (2) às vezes (3)raramente (4) nunca Em seu trabalho existe um ambiente calmo e agradável? (0) não (1) sim Em seu trabalho você se relaciona bem com seus chefes? (0) não (1) sim No seu trabalho você tem que utilizar equipamentos de proteção individual como botas,luvas, máscara, capacete, protetor auditivo ou outros? (0) não (1) sim, este trabalho possivelmente é inadequado para menores de 18 anos O seu trabalho tem algum outro risco de acidente ou doença além dos já mencionados? (0) não (1) sim, quais? (1) ________________________________________________ De acordo com os riscos identificados promover ações de educação em saúde e segurança no trabalho Você está estudando? (0) não (1) sim, em que turno? (1) manhã (2) tarde (3) noite O trabalho atrapalha seus estudos? (0) não (1) sim O trabalho ajuda seus estudos? (0) não (1) sim Você tem tempo para se divertir? (0) não (1) sim O que você faz no seu tempo livre? a) pratica esportes (0) não (1) sim b) vê televisão, vídeo, DVD (0) não (1) sim c) vai a bailes (0) não (1) sim d) namora (0) não (1) sim e) participa de atividades religiosas (0) não (1) sim f) vai assistir jogo de futebol ou outros esportes (0) não (1) sim g) joga no computador, videogame (0) não (1) sim h) outras atividades__________________________________________________ Por que você trabalha? Precisa ajudar a família (0) não (1) sim Quer ser independente (0) não (1) sim Deixou de estudar (0) não (1) sim Outro motivo _______________________________________________________ Alguém na casa onde você mora está desempregado? (0) não (1) sim, Quem? pai (2) mãe (3) irmão(ã) (4) companheira(o) (5)outro Alguém na casa onde você mora está doente? (0) não (1) sim, Quem? pai (2) mãe (3) irmão(ã) (4) outro Seus pais são separados? (0) não (1) sim Nos dias de trabalho quantas horas costumas dormir? __ __ horas Você já trabalhou antes? Ramo Empresa Tarefa Riscos Você já se machucou, cortou, quebrou, queimou ou levou choque no trabalho? 34 (0) não (1) sim, quantas vezes? __ __ vezes Você já sentiu dor nas costas