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ANTONIO CARLOS FERREIRA TCC FINAL2017

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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
 FERREIRA, Antonio Carlos. RU: 11125[2: Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso, o8-2017² Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER]
 SCHIER, Dirlei Afonso²
 
RESUMO
Este trabalho foi feito por meio de uma revisão bibliográfica e tem como objetivo principal contribuir com o processo ensino aprendizagem, demonstrando a importância que tem a disciplina Educação Patrimonial no que se refere à elaboração e no desenvolvimento da idéia e no sentimento de pertencimento, buscou-se nesse trabalho quebrar o paradigma de que é difícil a elaboração de projetos para a valorização e conservação do patrimônio arquitetônico e artístico. Buscou-se determinar de que a sociedade é o reflexo da educação dessa mesma sociedade, ou seja, de que tudo começa e termina na educação e que o melhor momento de unificação da memória coletiva é nas séries inicias, ou seja, no ensino fundamental e que existem inúmeros projetos e ferramentas pedagógicas é so buscar. 
PALAVRAS CHAVES: Educação Patrimonial; Valorização, Memória; Pertencimento
1. INTRODUÇÃO
 Esse trabalho de pesquisa bibliográfica buscou mostrar a importância da educação patrimonial na escola e na sociedade e como ela pode ser utilizada no desenvolvimento de consciência histórica e na idéia de pertencimento.
Há muito que se percebe o descaso com o patrimônio cultural nacional em todos os seus aspectos, sejam elas de ordem material ou imaterial.
Nota-se em quase todas as cidades históricas brasileiras um profundo abandono do patrimônio cultural... O estado em que se encontram o patrimônio histórico na cidade de Paranaguá é só um exemplo entre os muitos encontrados no Brasil.
A escolha do tema Educação Patrimonial decorre do fato de que Paranaguá é uma cidade profundamente histórica e encontra-se com o seu patrimônio histórico em completo abandono.
A cidade de Paranaguá por ser a cidade mais antiga do Estado do Paraná sendo datada de 29 de julho de 1648, possui em seu centro histórico vários locais e prédios históricos, dentre eles pode-se destacar o museu de etnologia e arqueologia, o mercado municipal, a igreja de São Benedito, a igreja de Nossa Senhora do Rosário, a antiga fonte de abastecimento de água de Paranaguá, igreja do Rocio e a estação de trem.
Nas ruas do centro histórico de Paranaguá ainda existem vários casarões do período colonial que estão relacionados aos bens materiais.
A origem de Paranaguá se da por volta de 1550 a 1560 com a chegada dos primeiros colonizadores vindo da cidade de Cananéia - São Paulo e liderados por Domingos Peneda, chegando a baia de Paranaguá perceberam que os Carijós habitavam o local e resolveram ficar numa ilha próxima, a ilha da Cootinga que em língua indígena significa morada de branco e nessa ilha ficaram por quase vinte anos
A origem de Paranaguá é incerta, sob o ângulo histórico. É atribuída às Bandeiras que, em 1560, partindo de Cananéia, uma das mais antigas povoações do litoral brasileiro, se dirigiram ao sul, em canoas e pirogas. Aportaram na ilha da Cootinga, onde criaram uma povoação, como mostram os pilares e alicerces ainda ali existentes, atestando a origem de Paranaguá, termo indígena que significa enseada do mar, baía, [...] (TRAMUJAS, 1996, p.17)
Paranaguá em 29 de julho de 1648 é elevada a categoria de Vila de Nossa Senhora do Rosário e em 5 de fevereiro de 1842, pela lei número 5, Paranaguá se transformou em cidade
O primeiro capitão mor de Paranaguá foi um Bandeirante nascido em São Paulo, filho do espanhol Diogo Ordoñez de Lara e de Antônia de Oliveira, exerceu um importante papel no processo de desenvolvimento de Paranaguá.
Foi Gabriel de Lara quem, em novembro de 1646, manifestou antes a câmara Municipal de São Paulo, a descoberta de minas de ouro, nas encosta de Serra Negra [...]. Em maio de 1647 Gabriel de Lara requereu do Rei a criação da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, o que foi deferido por Carta Régia de 29 de julho de 1648. Meses depois, em 26 de novembro, procedeu, como Capitão-povoador, a eleição das justiças, dando-lhes posse em 7 de janeiro de 1649, quando se instala a câmara municipal da nova vila[...] ( TRAMUJAS1996,p.20)
Em 1682, por meio de uma petição a câmara Municipal de Paranaguá, solicitam ao Superior Geral da Companhia de Jesus a vinda de padres jesuítas.
Somente no final do século XVII, quando a Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá já despontava como importante pólo litorâneo, a questão religiosa ganhou relevo entre seus moradores. Em 1682, conforme petição da Câmara Municipal da Vila de Paranaguá,solicitaram seus habitantes ao superior Geral da Companhia de Jesus a vinda dos padres jesuítas, aptos à educação dos filhos e à realização das chamadas Missões Anuais [...] (TRAMUJAS,1996,p.24)
MEMÓRIA QUE SE PERDEU...
Paranaguá tem em sua história muitos personagens que se perderam da memória individual e coletiva, como por exemplo...
Em que casa ou rua nasceu o poeta Fernando Amaro? E a Julia da Costa? Onde morou o Ildefonso Pereira Correia (Barão do Serro Azul)? Esse último o Barão do Serro Azul foi morto no quilômetro 65 da estrada de ferro que liga Paranaguá a Curitiba.
Se à ferrovia cabem palavras que expressam a saga de pioneiros, o trecho Curitiba-Paranaguá tem, além das estatísticas de madeira, erva-mate, café e grãos transportados durante décadas, a triste lembrança da tragédia que vitimou o parnanguara Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, e companheiros, todos friamente fuzilados durante a Revolução Federalista de 1893 na altura do quilômetro 65 [...] TRAMUJAS, 1996, p.1005)
Percebe-se que várias gerações passaram pela cidade de Paranaguá, viveram em constante contato com a história, mas não assimilaram a sua importância e isso comprova de que o tema Educação Patrimonial não foi trabalhado na educação forma e informal, ou seja, não houve ferramentas de ensino e consequentemente não houve aprendizagem (mudança de comportamento).
É nesse contexto que surgiu o tema do trabalho de revisão bibliográfica intitulado de Educação Patrimonial cuja delimitação é Educação Patrimonial como ferramenta de preservação do Patrimônio Arqueológico Artístico e Cultural nas escolas. A pesquisa busca por resposta que venham responder as seguintes indagações: qual é a importância da educação patrimonial nas escolas e como ela pode ser utilizada como ferramenta pedagógica no desenvolvimento de consciência histórica e na ideia de pertencimento. 
A justificativa da pesquisa ocorreu pelo de que a cidade de Paranaguá mesmo sendo a cidade mais antiga do Estado do Paraná, sendo datada de 29 de julho de 1648 está com a maior parte do seu patrimônio arquitetônico em estado lastimável, ou seja, sem um projeto permanente de preservação e conservação
2 DESENVOLVIMENTO
 Chama-se de Educação Patrimonial o processo permanente e sistemático de trabalho educativo, que tem como ponto de partida e centro o Patrimônio Cultural com todas as suas manifestações. Mas o que é Patrimônio Cultural? São todas as manifestações e expressões que a sociedade e os homens criam e que, ao longo dos anos, vão se acumulando com as das gerações anteriores. Cada geração as recebe, usufrui delas e as modifica de acordo com sua própria história e necessidades. Cada geração dá a sua contribuição, preservando ou esquecendo essa herança (GRUNBERG 2007, p. 5)
O vocábulo Patrimônio refere-se, originalmente, à herança paterna, ou seja, aos bens materiais transmitidos de pai para filho. Daí o termo, ainda hoje, referir-se à herança familiar. A extensão do uso do termo como herança social aparece na França pós- Revolucionária, quando o Estado decide tutelar e proteger as antiguidades nacionais às quais eram atribuídos significados para a história da nação.O conjunto de bens entendidos como heranças do povo de uma nação foram então designados como Patrimônio Histórico. Importante observar que em sua acepção original, incluía não apenas os bens imóveis, mas também os bens móveis, tais como acervos de museus e documentos textuais (TEIXEIRA ET all, 2004, p. 02 apud MORAES, 2016, p. 
Já é de longa data o abandono material e intelectual dos bens históricos da cidade de Paranaguá... Tudo ocorre pelo discurso de modernização e revitalização... Até a metade dos anos de 1970 a praça central de Paranaguá-Fernando Amaro, em homenagem ao primeiro poeta do Estado do Paraná mantinha as suas características originais, mas a pretexto de modernização e a exemplo de Brasília de que o belo e moderno é feito de concreto, a praça Fernando Amaro foi transformada numa “bela” praça de concreto. Em frente à estação ferroviária tem-se a praça Almirante Tamandaré, nessa praça tinha uma fonte luminosa que foi substituída por outra fonte moderna de concreto, assim foi em todas as outras praças de Paranaguá...Lendo e relendo várias fontes percebe-se que isso não é uma exclusividade de Paranaguá, isso ocorre em grande parte do Brasil...
Mas de que forma a Educação Patrimonial pode ser uma ferramenta de ensino, como a Educação Patrimonial pode viabilizar a formação de indivíduos com a ideia de pertencimento, capazes de compreender que o Patrimônio Histórico é um elo importante na formação identitária de um povo?
Segundo MARCHETE (2016, p.89) Educação patrimonial é um processo de aprendizagem que se realiza mediante a utilização dos bens culturais, de natureza material e imaterial. Tal processo permite aproximar a sociedade do patrimônio cultural [...].
MARCHETE (2016, p.90 apud IPHAN, 2013, p.5) lista um conjunto de relações que descrevem o que seria de fato o Patrimônio Cultural
O patrimônio cultural é um conjunto de bens culturais que estão muito presentes na história do grupo, que foram transmitidos entre várias gerações. Ou seja, são os bens culturais que ligam as pessoas aos seus pais, aos seu avós e àqueles que viveram muito tempo antes delas. São os bens que se quer transmitir às próximas gerações.
O patrimônio cultural tem importância para muita gente, não só para um indivíduo ou família. Dessa maneira, o patrimônio cultural liga as pessoas. É sempre algo coletivo: uma história compartilhada, um edifício ou lugar que todos acham importante, uma festa [de] que todos participam, ou qualquer outra coisa em torno da qual muitas pessoas de um mesmo grupo se identificam. 
O patrimônio cultural faz parte da vida das pessoas de uma maneira tão profunda, que algumas vezes elas não conseguem nem mesmo dizer o quanto ele é importante e por quê. Mas, caso elas o perdessem, sentiriam sua falta. Como por exemplo, a paisagem do lugar da infância; o jeito de preparar uma comida; uma dança; uma música, uma brincadeira.
 Para MARCHETTE (2016,p.91) essa definição abrangente de patrimônio demonstra que as vidas de todos os cidadãos, em âmbito pessoal e comunitário, público e privado, são inseparáveis da cultura e dos seus significados simbólicos. Viver é fazer cultura; fazer cultura é atuar politicamente [...]
A educação patrimonial há algum tempo vem sendo ferramenta utilizada por diversas instituições ligadas ao ensino e/ ou voltadas para ações culturais na construção da identidade e da cidadania. O conceito de patrimônio cultural, em sua materialidade e imaterialidade, vem sendo construído desde o início do século XX, com o estabelecimento de políticas públicas voltadas para a identificação e o reconhecimento desses bens. Até meados do século passado, somente era preservado o patrimônio em sua concepção física. Era a ação de se manter edifício e monumentos, marcos do passado que fizeram parte da história nacional (MARCHETTE, 2016, p7)
3 TEMPO E MEMÓRIA
Delimitando o campo de ação, tomemos a cidade de Paranaguá como exemplo, de 1648 até os dias atuais, não houve uma preocupação em se manter a identidade histórica num sentido coletivo e assim o tempo passou e a memória se perdeu, pois sem preservação não existe a possibilidade da criação da memória coletiva... Mas afinal o que é memória?
Segundo Cammarata, Bevilaqua e Izquierdo (2008, P. 242), o termo memória se refere ao processo mediante o qual se adquiri, se forma, se conserva e se evoca informação. A fase de aquisição é coloquialmente chamada “aprendizagem”, enquanto a evocação recebe também as denominações expressão, recuperação e lembrança. Resulta óbvio que so é lembrado àquilo que, de alguma maneira, se grava, aquilo que se aprende. De fato, e sem medo de exagerar, pode-se afirmar que se é literalmente aquilo que se recorda. Não é possível fazer o que não se sabe nem comunicar algo que não se conhece. O acervo de nossas memórias faz com que cada um de nós seja o que é um indivíduo um ser para o qual não existe outro idêntico. 
Filho (2008, p. 39) define a memória como o processo cognitivo que permite integrar, reter, e recuperar informação e recordar o que aprendemos.
Outras definições usuais são: a memória é a função mental que permite reter informações, isto é, aprender, é o sistema de armazenamento que permite manter informações; é a capacidade de evocar, de recordar as informações retidas.
A memória é inerente a todos os seres vivos e fundamental para sua sobrevivência. Está inserida no dia a dia humano, presente em todos os processos mentais, desde o sensoperceptivo (no reconhecimento das informações advindas de nossos órgãos sensoriais, por exemplo) até no mais sofisticado dos pensamentos dedutivos e lógicos. Intermedia nossas ações tantos reativas a estímulos externos como interno (FILHO, 2008, p.39)
3.1 MEMÓRIA E MEMÓRIAS
Falar de memória ou de memórias não é uma tarefa tão simples como o senso comum imagina, pois existem vários conceitos de memória e dentre elas, a memória individual e a memória coletiva
Tratar de memória remete-nos a diversos conceitos que abrangem os mais variados enfoques científicos e/ou experimentais. Em sua origem etimológica do latim a palavra significa a faculdade de reter e/ou readquirir ideias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos, anteriormente, reportando-se às lembranças e reminiscências. Filósofos, psicólogos, sociólogos e antropólogos tendem a dedicar seus estudos à memória declarativa, enquanto os neurobiólogos tendem a se ocupar nas pesquisas da memória procedimental. Vale ressaltar que quando a memória passou a ser pensada e estudada no século XX, a linha antropológica francesa retirou da perspectiva do individual. Ela é uma criação do indivíduo, mas partindo do ponto de vista que o indivíduo é uma criação da sociedade, inserido em um contexto (DIMENSTEIN,2017,p. 10)
Uns dos grandes dilemas do ser humano é busca pela sua individualidade, principalmente no mundo globalizado, onde tudo se integra e se mistura...
Hoje a grande questão não é quem eu sou, mas quem eu não sou até tentando ser original acabamos sem querer plagiando, nunca no tempo se obteve tantas informações como nos dias atuais, informações boas e más, verdadeiras e falsas.
Segundo BORGES, 2011, P.3 A identidade de uma pessoa é construída ao longo de sua vivência, estando relacionada a questões culturais, hábitos, etc. 
A identidade de uma pessoa é construída ao longo de sua vivência, estando relacionada a questões culturais, hábitos, etc. Quando nos questionamos a respeito do que somos ou do que fazemos, buscamos relembrar fatos que tenham ocorrido em nossa história e que tenham deixado marcas tão fortes que possam servir de referencial para o que hoje somos, é aí que questionamos a nossa identidade. A professora Vera Maria Antonieta Tordino Brandão2 (1996) afirma que saber quem somos faz de nós indivíduos singulares reafirmando e marcando nosso território, por isto estes questionamentos são tão importantes, para que possamos nos reavaliar a cada passo dado, para que possamos nos reconhecer através de nossas atitudes. Por que realizamos algumas ações que podem causar estranhezaa quem não nos conhece? Por sermos indivíduos diferentes, o primeiro contato é sempre de experimentação, ou melhor, de observação (BORGES2011, P.3)
3.2 MEMÓRIA INDIVIDUAL
Memória individual é aquela adquirida por meio da experiência de vida, nesta linha de pensamento Vasconcelos (2012, p.29), diz que é por meio da memória individual que uma pessoa se lembra do primeiro dia de aula, do nascimento do filho [...]. 
Ao se contemplar um espaço de relevância histórico, esse espaço evoca lembranças de um passado que, mesmo remoto é capaz de produzir sentimentos e sensações que parecem fazer reviver momentos e fatos ali vividos que fundamentam e explicam a realidade presente. Essa memória pode ser despertada através de lugares e edificações, e de monumentos que, em sua materialidade são capazes de fazer rememorar a forma de vida daqueles que no passado deles se utilizaram. Cada edificação, portanto carrega em si não apenas o material de que é composto, mas toda uma gama de significados e vivências ali experimentados (TOMAS,2010,p.2) 
Costuma-se dizer que existem mil e uma lembranças a ser recordadas, mas será? Será que não existe um filtro, uma estratégia que o cérebro só retenha o que realmente tenha significado?
Ao que foi mencionado poder-se-ia acrescentar que “... também somos o que resolvemos esquecer...” . Disso não existe dúvidas, mas não há como negar que esse esquecimento “voluntário” constitui um processo ativo em si mesmo que envolve uma prática de memória: nosso cérebro é capaz de “lembrar” quais são as memórias que não queremos evocar e realiza um esforço muitas vezes inconsciente para fazê-lo. Seleciona cuidadosamente as “más lembranças” e evita evocá-la (CAMARATA, BEVILAQUA e IZQUIERDO, 2008, P.242).
A primeira e a principal questão a ser respondida é: como o cérebro aprende? No pequeno livro, pequeno no formato, mas não no conteúdo, intitulado A Arte e Didática, sob a coordenação de Celso Antunes (2010), encontram-se no capítulo 2 o seguinte texto:
Amanhece. Sentado à beira da cama, parece que o silêncio nos envolve. Não existem ruídos, não se ouve conversas. Porém, esse silêncio é apenas aparente. Se fixarmos a atenção, chegam-nos ruídos diferentes, de diferentes lugares. É o tique-taque do velho relógio em outro pavimento, é o galo que acorda o sol, são grilos em sua estranha sinfonia e o tímido barulho de galhos que farfalham tocados pela brisa. Todos esses ruídos que nos chegam são “informações” que, enviadas por nossos sentidos, são processadas pelo cérebro. Informações com essa e como inúmeras outras chegam a cada segundo e, se o cérebro as encaminhasse todas para a memória, seria loucura, seria impossível viver. Por esse motivo, a infinidade de informações que a cada instante nos assola são como que “censuradas” por alguns “filtros”, e apenas algumas ficam retidas na memória. É a mágica da sobrevivência é a estratégia da aprendizagem (ANTUNES, 2010, p.14)
 
 
3.3 MEMÓRIA COLETIVA
 Segundo (KESSEL 2017, P.3) a memória coletiva tem assim uma importante função de contribuir para o sentimento de pertinência a um grupo de passado comum, que compartilha memórias. Ela garante o sentimento de identidade do indivíduo calcado numa memória compartilhada não só no campo histórico, do real, mas, sobretudo no campo simbólico.
Esta memória coletiva tem assim uma importante função de contribuir para o sentimento de pertinência a um grupo de passado comum, que compartilha memórias. Ela garante o sentimento de identidade do indivíduo calcado numa memória compartilhada não só no campo histórico, do real, mas, sobretudo no campo simbólico. A memória se modifica e se rearticula conforme posição que ocupo e as relações que estabeleço nos diferentes grupos de que participo. Também está submetida a questões inconscientes, como o afeto, a censura, entre outros. As memórias individuais alimentam-se da memória coletiva e histórica e incluem elementos mais amplos do que a memória construída pelo indivíduo e seu (KESSEL, 2017, P. 3)
4. DESENVOLVENDO EDUCAÇÃO HISTÓRICA
O problema que iniciou esse trabalho foi à busca de respostas do por que a cidade de Paranaguá que em 2017 completará 369 anos e cuja história educacional se faz presente há mais de 100 anos, não tem o seu patrimônio cultural preservado? A resposta é obvio, falhou a educação e o capitalismo predatório prevaleceu, mas o capitalismo predatório só se faz vencedor onde a educação não cumpriu o seu papel de conscientização ou mesmo de humanização...
Mas existem possibilidades ou ferramentas de conscientização histórica?
É lógico que existe! Muitas cidades brasileiras têm excelentes projetos de educação patrimonial e esses projetos envolvem todos os setores da sociedade, um desses projetos é o da cidade de Ibirité (MG), 
A escolha do projeto de Educação Patrimonial e devidamente citado no trabalho serve de exemplo de comprometimento político e social que as cidades históricas brasileiras devem ter perante o seu patrimônio histórico, o projeto elaborado e executado pela cidade de Ibirité (MG) serve de exemplo e até mesmo de modelo para tantas outras cidades brasileiras, exemplo de que é possível o engajamento e a educação da atual geração para que no futuro a memória histórica seja algo de concreto e de fato na vida da sociedade brasileira. 
A justificativa do projeto de educação patrimonial foi...
A cidade de Ibirité, ao logo de sua existência acumula Bens e Acervos Culturais inestimáveis para a afirmação da identidade do povo Ibiriteense como tal. O Departamento de Patrimônio Histórico Cultural e Paisagístico de Ibirité – DPHCP – composto por uma equipe especializada vem desenvolvendo, trabalhos que visam à recuperação e a revitalização dos Bens Tombados, além de reconstruir e preservar a memória histórico – cultural do Município em sua base, através da Educação Patrimonial realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e com as Escolas Municipais, Estaduais e Particulares que inclusive já buscam resgatar esta memória. Desde o ano de 2003, o Projeto de Educação Patrimonial “Conhecendo Minha Cidade” foi destinado a alunos do Ciclo I e II do Ensino Fundamental. Estudar a Cidade é abordagem especifica dos ciclos iniciais, onde os professores e Alunos sentem-se contemplados com a transversalidade.
O público alvo foi...
Alunos do Ciclo I e II do Ensino Fundamental do Município de Ibirité, englobando as Escolas Municipais, Estaduais e Particulares. 5 O Projeto se destina a este público por ser um Tema Transversal ao conteúdo Programático. Os livros adotados por estes ciclos fazem referência à cidade. Por isso o público alvo definido ficou sendo os ciclos I e II do Ensino fundamental.
OBJETIVO GERAL
 O trabalho de Educação Patrimonial tem como objetivo levar os alunos do ciclo I e II a um processo ativo de reconhecimento crítico, apropriação consciente valorização de sua herança cultural. Este processo se dará através do reconhecimento dos Bens Tombados do município e da sensibilização para a importância da preservação desse Patrimônio, uma vez que toda a cidade tem suas particularidades históricas que são fundamentais para a construção da identidade de seu povo. 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Contribuir para a formação continuada de professores – introduzir conceitos, perspectivas, dialogar com experiências prévias dos professores, apresentando os bens tombados para que sejam inseridas na relação escolas/ bens tombados de forma reflexiva e interativa; • Despertar nas crianças professores e especialistas um novo olhar sobre a paisagem urbana para que conheçam um pouco da história e do cotidiano da sua cidade; • Valorizar a memória histórica do Município; • Desenvolver conhecimentos, compromisso de respeito com as diferenças relacionadas com a cultura, raça, tradições, religiões; enfim as várias etnias; 					 Ampliar o conceito de responsabilidade social inserindo a comunidade escolarno processo de construção e execução da preservação dos bens tombados; • Valorizar a cultura através da concepção de preservação dos Bens Materiais e Imateriais; • Instigar o conhecimento que é fundamental para instaurar o diálogo entre as várias gerações; • Promover circuitos educativos e culturais para troca de experiências e estimular a formação de novos agentes; • Incentivar a participação voluntária da comunidade. 
METODOLOGIA
1ª ETAPA 
 Reunião com a Secretaria Municipal de Educação de Ibirité e a equipe do Departamento de Patrimônio Histórico, Cultural e Paisagístico de Ibirité para a avaliação do Projeto Educação Patrimonial “Conhecendo a Minha Cidade’, ocorrido nos anos de 2003 á 2010, e a necessidade de sua permanência, levando a uma difusão para conscientização e ampliação do conceito de responsabilidade social”.
2ª ETAPA
 	 A Secretaria Municipal de Educação de Ibirité entrará em contato as Escolas Municipais e com os representantes dos ciclos I e II, combinando a data a ser realizada a capacitação dos Professores e Especialistas, com a apresentação do Projeto Educação Patrimonial ‘Conhecendo Minha Cidade”, respeitando o calendário escolar de cada escola e o tempo necessário para que o corpo 7 docente possa fazer a abordagem do projeto com suas turmas. Na capacitação com os Professores e Especialistas a Equipe de Patrimônio apresentará aos participantes um embasamento teórico em que abordarão de forma simples os conceitos de bens culturais, materiais ou imateriais, móveis ou imóveis, assim como os princípios que fundamentam a metodologia da Educação Patrimonial e o histórico de cada um dos bens tombados. Cada escola receberá um CD produzido pela equipe de patrimônio, contendo”: • Histórico do Município; • Histórico de cada um dos Bens Tombados; • Fotos dos Bens Tombados; • Projeto de Educação Patrimonial ‘Conhecendo a Minha Cidade’. • Sugestão de atividades enviadas pelo IEPHA; Após a capacitação dos Professores e Especialistas, ocorrerá um trabalho de campo com visita aos Bens Tombados para que os vivenciem, conheçam e reconheçam cada um dos bens tombados. Será dado um prazo para que os professores reproduzam para os alunos o que aprenderam com a capacitação e vivenciam com a visita aos Bens Tombados e utilizem o material produzido pela equipe DPHCP. As escolas irão receber um cronograma com os dias e horários marcados que acontecerão as visitas aos Bens Tombados com os alunos, sendo eles: 6.1. Breve Histórico dos Bens Tombados • Fundação Helena Antipoff: reconhecida como um marco importante para a cidade de Ibirité, com reconhecimento inclusive internacional, pelo trabalho pioneiro realizado pela Sociedade Pestalozzi em atendimento a crianças com necessidades especiais, expandindo depois para a Escola Rural; • A Estação Ferroviária: renovada em sua beleza pela restauração realizada em meados de 2004, é um local de visitação por constituir se na primeira obra que deu importância e ligou essa região ao Sul de Minas e São Paulo. Esta construção deu início a história de desenvolvimento econômico e ocupação urbanística dessa localidade, que ainda pertencia a outro município, por volta de 1929. 8 A Estação Ferroviária desperta a imaginação e identificação dos visitantes que se apropriam do seu simbolismo - "ligando-os a outros cidadãos" de outros cantos desse Brasil - que vêem "a sua locomotiva" que não se encontra na estação. • Altar de Nossa Senhora das Dores: local que identifica e caracteriza a população de Ibirité em sua fé. Tombado em 2004, hoje instalado na Capela Nossa Senhora das Graças, no Centro de Ibirité, é admirado e venerado pela sua origem e "andanças" desde a década de 30, cuja história vem sendo contada de geração para geração. • Gruta Nossa Senhora Aparecida: abriga a imagem que foi benta e entronizada pelo Cardeal D. Carlos Camelo Mota, em 1970. Esta gruta localizada na pracinha no cruzamento das ruas Alcina Campos Taitson e Afonso de Mattos é um local de contemplação e fé que une o povo ibiriteense; • Capela Nossa Senhora do Rosário: teve sua construção iniciada em 1942 pela educadora Helena Antipoff, na Fazenda do Rosário, no bairro do Rosário. Além de constituir-se um espaço de manifestações religiosas da comunidade local, integra as obras da educadora na região. • ADAV: esta associação denominada Associação Milton Campos de Assistência e Desenvolvimentos às vocações dos Bens Dotados, foi criada em 1972, idéia esta da educadora Helena Antipoff, preocupada com as necessidades de introduzi – lá para o amparo a jovens talentosos, principalmente do meio rural e das classes menos favorecidas, permitindo – lhes desenvolver aptidões inatas e que encontrem suas naturais vocações. 9 • Fazenda Mato Grosso: Bem Cultural situado nas proximidades dos Bairros Novo Horizonte, Recanto Verde e Recanto das Árvores. A Fazenda constitui importante exemplar da arquitetura rural, referente simbólico para toda a comunidade, identidade e memória coletiva de Minas Gerais. 6.2. Etapas do Projeto 3ª Etapa Trabalho de campo com visita orientada juntamente com a Equipe departamento de Patrimônio Histórico, Cultural e Paisagístico de Ibirité – DPHCP e todos os alunos que irão participar do Projeto Educação Patrimonial Conhecendo Minha Cidade. Será entregue para cada um dos alunos, professores e especialistas um certificados de participação do projeto de educação patrimonial com as fotos de todos os bens tombados. 4ª “Etapa Os alunos irão confeccionar atividades relacionadas com o Projeto Educação Patrimonial ‘Conhecendo Minha Cidade”. Também os professores e os alunos irão preencher uma ficha de avaliação sobre o projeto. 5 ª Etapa Entrega dos certificados dos Professores Especialistas e alunos que participaram do Projeto de Educação Patrimonial ‘Conhecendo Minha Cidade’. e recolhimento de atividades a serem realizadas pelos alunos durante o Projeto. Recolhimento das fichas de avaliação sobre o projeto. (Prefeitura Municipal de Ibirité Departamento de Patrimônio Histórico Cultural e Paisagístico de Ibirité).
Esse projeto da cidade de Ibirité (MG) foi citado para servir de exemplo de que existem ótimos projetos de recuperação e de conservação do patrimônio cultural e que esses projetos so conseguem se perpetuar por meio da educação
As investigações em educação histórica têm mostrado diversas maneiras e possibilidades de desenvolver a consciência histórica dos alunos em sala de aula. Através disso, professores e pesquisadores têm desenvolvido didáticas e metodologias diversificadas em suas pesquisas sobre educação e em suas aulas de história; entre elas, o uso da música, da história em quadrinhos, do cinema, das imagens, entre outras. Considerando que, nos últimos anos o interesse pela valorização e preservação do patrimônio cultural tem granjeado popularização entre os historiadores, o patrimônio cultural e histórico pode ser um recurso didático importante para o desenvolvimento da consciência histórica dos alunos, formação de cidadãos livres, autônomos e sabedores de seus direitos e deveres (NASCIMENTO 2012, p2)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que ficou constatado que a educação patrimonial é uma ferramenta de suma importância ao processo de ensino aprendizagem no que se refere à elaboração de consciência histórica e da idéia de pertencimento tanto no aspecto individual como no coletivo
Também não poderia ficar de fora as questões que envolvem a aprendizagem, processo esse que ocorre no cérebro. O cérebro como o lugar da transformação do indivíduo, ou seja, da mudança de comportamento.
Ao se destacar a cidade de Paranaguá não é meramente uma crítica de cunho negativo, mas sim para ressaltar a necessidade da elaboração e a execução de projetos de educação patrimonial.
Se a sociedade não se comove com o abandono do patrimônio herdado que pelo menos a escola desenvolva no seu currículo a educação patrimonial, acredita-se que seja a educação patrimonial seja a melhor ferramenta de construção da memória histórica
Ficou evidente que a má preservação do patrimôniocultural de muitas cidades históricas brasileira ocorreu por falhas na educação e que essas falhas só podem ser resolvidas por meio da educação ou mesmo da reeducação
Ficou ainda mais claro de que hoje pela facilidade do acesso as informações não pode mais haver desculpas de que não sabemos como “fazer”, pois existem dezenas de bons projetos atendendo os mais variados propósitos...
Ficou constatado de que é possível resgatar por meio da educação a alta estima, a identidade e a memória histórica de um povo.
 REFERÊNCIAS
IBIRITÉ, Prefeitura Municipal de Ibirité. Conhecendo a minha cidade. Departamento de Patrimônio Histórico e paisagístico de Ibirité, MG, 2011 1 2014
BORGES, Cibele Dias. Seminário Internacional em Memória e Patrimônio com o Tema: Memória e Esquecimento, Pelotas, 2011
CAMMAROTA, Martín.; BEVILAQUA, Lia R.M. IZQUIERDO Ivan, Aprendizado e Memória. Neurociência da Mente e do Comportamento. Rio de Janeiro: Gem, 2008
FILHO, Naim Akel. Fundamentos Neuropsicológicos da Aprendizagem. Curitiba:2006
GRUNBERG, E. Manual de Atividades Práticas de Educação Patrimonial. Instituto Histórico e Artístico Nacional- Iphan 2007
MORAIS, P.M. Educação Patrimonial nas Escolas: Aprendendo a Resgatar o Patrimônio Cultural, 2016.
NASCIMENTO, E.C. Educação Histórica E Patrimônio: Experiência de Educação Patrimonial na Ilha do Mel. Paranaguá, 2012
KESSEL, Zilda.Memória e Memória Coletiva. Web, 2017

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