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O MERCADO DE VENEZA SOB A ÓTICA DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

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O MERCADO DE VENEZA SOB A ÓTICA DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
MATO VERDE
2017
ANDREY FELIPE CALDEIRA DE OLIVEIRA
O MERCADO DE VENEZA SOB A ÓTICA DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
 
 
MATO VERDE
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................4
DA OBRA..................................................................................................4
DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO..............................................5
DA ANALISE REAL DA FUNÇÃO DO CONTRATO............................5
CONCLUSÃO............................................................................................6
 3.1- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:.......................................................6
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem o objetivo de fazer uma análise a cerca do pacto feito entre os personagens da obra de  william Shakespeare cujo o nome é o Mercador de Veneza, comparando a com o atual código civil brasileiro de 2002.
DA OBRA 
A obra “O Mercador de Veneza” se passa na cidade de Veneza, Itália. Esta história foi escrita pelo célebre dramaturgo inglês William Shakespeare entre os anos 1596 e 1598, narrando à história de Antônio, comerciante, que para ajudar seu amigo Bassânio  A se casar, VEIO A  realizar um empréstimo com SEU INIMIGO Shylock, agiota. No entanto, ao celebrar o contrato, ficou pactuado que Shylock reduziria os juros que ele era acostumado a cobrar e, portanto estabeleceu com Antônio que caso o mesmo não pagasse no dia combinado deveria ele então arrancar uma libra de carne do seu próprio corpo para quitar a divida, o que não o preocupava, todavia possuía bens para cumprir a obrigação.
Ao concluir o empréstimo Bassânio viaja para Belmonte para ir à busca do seu casamento com seu amigo Graciano. O interesse de Bassânio era em Pórcia, portanto para ter lá além do dinheiro necessário o mesmo deveria ainda passar em uma pequena prova criada pelo pai de Pórcia. Os pretendentes deveria escolher um baú entre as opções: um de ouro, um de prata e um de chumbo. O pretendente que escolher o baú certo poderá se casar com a jovem. Os primeiros escolhem, respectivamente, os baús de ouro e prata, e são rejeitados. Ao chegar a vez de Bassânio, o mesmo escolhe o baú de chumbo, sem se deixar enganar pela aparência, e recebe a mão de Pórcia em casamento.
Enquanto isso, em Veneza, Antônio descobre que seus navios se perderam em alto-mar. Agora, ele não tem mais dinheiro para pagar Shylock, que resolve exigir a sanção pactuada. No primeiro momento o juiz do caso foi a favor do credor, porém, Pórcia aparece disfarçada dizendo ser “doutor em direito” e com muito afinco aponta uma particularidade do contrato: Shylock pode retirar uma libra da carne de Antônio, mas não pode retirar o sangue. Sendo assim o Juiz favorece o devedor.
O filme trata de uma obrigação realizada por um sujeito ativo e passivo, cujo devedor não possuía mais bens para pagar o seu credor, logo foi exigido o cumprimento da sanção, a qual não foi realizada porque o credor não poderia tirar uma gota de sangue do seu Antonio. Assim, Shylock aceita sua derrota e volta atrás quanto ao recebimento do dinheiro oferecida por Antônio para quitar a divida, mas Pórcia ainda se passando por advogado argumenta que ele não poderia mais aceitar depois de ter recusado. Ela ainda usa uma manobra jurídica Shylock passar metade dos seus bens a Antônio.
2.1- DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO
Na obra, embora a brilhante defesa feita por Pórcia fugisse dos princípios do CC de 2002, porque o contrato em questão jamais poderia criar lei entre as partes. Porém, se por um lado existe o respeito pela autonomia privada, por outro lado, tal estabilidade não pode prevalecer até existir desequilíbrio entre os direitos e as obrigações das partes, exemplo é o aproveitamento da situação de necessidade ou de inexperiência da contraparte, ou do perigo de grave dano que esta corra, entre tantos outros. Na mesma linha de pensamento o CC/02 traz em seu artigo 421 que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato, desta forma considera ilícita ou juridicamente impossível, no cotexto do Direito Civil brasileiro, mas para o Direito da época, era possível levando em conta todos os costumes e tradições que o cercavam, pois, nem mesmo o tribunal questionou a validade da defesa.
Ainda analisando a obra com o atual CC, percebe-se que este contrato fere um direito indisponível, que é o direito da personalidade, conforme o art. 13 é defeso, Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Além de o código civil expressar claramente a respeito do direito da personalidade humana, a Constituição Federal traz em seu art. 1°, inc. III, sobre a dignidade da pessoa humana, com o preceito fundamental, cerne de todo o nosso ordenamento jurídico.
 DA ANALISE REAL DA FUNÇÃO DO CONTRATO 
Os princípios da época funcionam como verdadeiras supranormas, isto porque eles uma vez identificados, agem como regras hierarquicamente superior às próprias normas positivadas da época, tendo em vista os conjuntos das proposições escritas ou mesmo às normas costumeiras.
 Portanto, percebe-se que os princípios da obra juntamente com a norma jurídica e os costumes, fontes do Direito, não há possibilidade de torna-se legal diante da execução do contrato, caso firmado no Brasil, nos dias atuais, pois este não possui amparo na norma, tampouco nos princípios norteadores do direito.
CONCLUSÃO
Conclui-se, portanto, que tal contrato celebrado entre Shylock e Antonio é nulo de pleno direito, poderia até mesmo possuir validade àquela época, naquele lugar, porém, por não estar estruturado pela função social do contrato nem tampouco pela boa fé objetiva o mesmo em nosso ordenamento jurídico não seria permitido, não só por não estar estruturado na função do contrato, mas também por ferir um direito indisponível no código civil brasileiro de 2002, o direito a personalidade.
 3.1- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
GONÇALVES, Carlos Roberto, Direito Civil: Vol. 3 Dos Contratos. Ed., Saraiva, 2017.
O MERCADOR DE VENEZA. Michael Radford, baseado em peça teatral de William Shakespeare. Produção de Cary Brokaw, Michael Cowan, Barry Navidi e Jason Piette. Sony Pictures Classics / California Filmes, 2004 (EUA). 138min. Dubl. Port.
Bacharelando em Direito na FAVENORTE – Email: dreyfelip@gmail.com

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