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CASAMENTO:
Casamento é a união plena pautada pela igualdade dos cônjuges.
CAPACIDADE NÚBIL:
A capacidade núbil (para casar) inicia-se, em regra, com 16 anos de idade.
Entretanto, para a hipótese do casamento de pessoas entre os 16 e os 18 anos, será necessária autorização dos pais/responsáveis, a qual: 
-havendo divergência entre os pais, será, a autorização, decidida pelo juiz, visando o princípio da proteção integral (visando o que for melhor para o menor); 
-havendo injusta negativa dos pais, será, a autorização, suprida pelo juiz (ação de suprimento judicial) 
Obs.: em qualquer hipótese em que houver o suprimento judicial, o casamento será obrigatoriamente sob o regime de separação obrigatória de bens!
Obs.: ainda que os pais/tutores tenham autorizado o casamento dos menores, poderão, até a data da celebração do casamento, revoga-la (autorização). Neste caso, o menor deverá procurar o suprimento judicial. Logo, o regime será o da separação obrigatória.
Excepcionalmente, poderá haver o casamento de pessoa menor de 16 anos, mediante autorização judicial e sob justa uma das seguintes justificativas:
- para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal (obs.: há divergência doutrinária) ou;
- em caso de gravidez
No que tange às pessoas com deficiência mental ou intelectual, a Lei 13.146/2015 dispõe que, desde que tenham idade núbil (pelo menos 16 anos), poderão se casar, expressando sua vontade diretamente ou por intermédio de seus responsável ou curador (!!!!).
IMPEDIMENTOS:
Além da capacidade núbil, os nubentes devem estar livres de impedimentos matrimoniais, que nada mais são que hipóteses proibitivas de casamento, como, por exemplo:
-ascendente e descendente (independentemente se for parentesco natural ou por adoção)
-os afins em linha reta (sogro/sogra)
Obs.: cônjuges não são parentes entre si. Entretanto, os cônjuges são parentes por afinidade uns dos outros. (minha sogra é minha parente por afinidade). 
Obs.: Este parentesco em linha reta (sogro/sogra) é indissolúvel, de modo que, ainda que haja uma dissolução do casamento, permanece o impedimento. Vale ressaltar que essa indissolubilidade não vale para os parentes colaterais por afinidade (cunhado/cunhada).
-os irmãos (unilaterais ou bilaterais)
-os colaterais, inclusive até 3º grau (tia e sobrinho)
Obs.: DL3200/41 (lei especial) diz que, havendo atestado médico constatando não haver riscos genéticos à prole, será possível o casamento de colaterais até 3º grau. A problemática que surge daí é que, o Código Civil (lei geral) dispõe o contrário, proibindo o casamento entre cônjuges até 3º grau inclusive. 
-as pessoas casadas (bigamia)
-o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio/tentativa contra seu consorte
Tais impedimentos dizem respeito a normas de ordem pública, de modo que poderá (faculdade) ser arguido por qualquer pessoa capaz, até o momento da celebração do casamento. De outro lado, o juiz ou oficial de registro que tiver conhecimento da existência de algum impedimento, estará obrigado a declará-lo.
Ademais, havendo casamento contraído por pessoa impedida, será, o casamento, ABSOLUTAMENTE NULO (única hipótese de nulidade absoluta do casamento).
CAUSAS SUSPENSIVAS DO CASAMENTO:
Diferentemente as causas impeditivas, as causas suspensivas se relacionam a um receio de uma confusão patrimonial. São aquelas circunstâncias que as pessoas não devem casar:
Não devem casar:
-o vivo/viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não findar o inventário.
-a viúva/mulher até 10 meses após ter se desfeito seu casamento por nulidade, anulabilidade ou divórcio
-o divorciado, enquanto não houver sido partilhados os bens do casal
-o tutor/curador (seus ascendentes, descendentes, irmãos, cunhados ou sobrinho) com a pessoa tutelada/curatelada, enquanto pendentes as contas
Como dito, a preocupação do legislador para as causas suspensivas é tão somente a questão de confusão patrimonial. Por isso, o casamento contraído sob a inobservância das causas suspensivas será válido, mas deverá, obrigatoriamente, observar o regime de separação obrigatória de bens. Todavia, se a parte fizer prova de que não haverá prejuízo na mudança do regime de comunhão de bens, poderão a requerer ao juiz. 
Diferentemente das causas de impedimento, as causas suspensivas não se tratam de matéria de ordem pública e, por isso, os legitimados a arguirem são somente os interessados, ou seja: os parentes (consanguíneos ou afins) em linha reta de um dos nubentes e pelos colaterais (consanguíneos ou afins) até segundo grau. 
ANULABILIDADES:
É anulável o casamento, mediante ação judicial ajuizada dentro do prazo decadencial especíifo para cada uma das seguintes hipóteses:
-contraído por quem não completou a idade mínima para casar; (*prazo para ajuizamento da ação, 180 dias a contar da data em que o menor completou 16 anos)
-contraído por menor sem idade núbil (menor de 16) sem representação 
Obs.: não se anulará, por motivo de idade, casamento de que resultou gravidez.
Obs.: A ação anulatória do casamento de menor de 16 pode ser ajuizada pelo próprio cônjuge menor, por seus representantes legais ou por seus ascendentes.
-por vícios de vontade (*prazo para ajuizamento da ação, 180 dias a contar da celebração)
Obs.: São vícios de vontade: 
-coação moral (atual ou iminente); (*prazo para ajuizamento da ação, 4 anos a contar da celebração)
-erro essencial quanto à pessoa, cuja descoberta do fato anterior somente se deu depois do casamento e que o tornou insuportável. (*prazo para ajuizamento da ação, 3 anos a contar da celebração)
Obs.: considera-se erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge: 
-o que diz respeito à sua identidade, honra e boa fama –ex: cirurgia de trasgenitalização altera o registro civil tanto no nome, quanto no gênero, sem que haja prenotação à pessoa com seu antigo nome e gênero;
-a ignorância de crime anterior ao casamento;
-a ignorância de defeito físico irremediável (que não caracterize deficiência) ou a ignorância de moléstia grave transmissível capaz de por em risco a saúde do outro cônjuge.
-do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o seu consentimento;
-realizado pelo mandatário (procurador) sem que ele soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges (não havendo convalidação);
Obs.: É possível que o ato da celebração do casamento seja feita por procurador, desde que a procuração seja feita por escritura pública, com poderes especiais e validade de 90 dias. 
-se a autoridade celebrante for incompetente (*prazo para ajuizamento da ação = 2 anos a contar da celebração)
Casamento em violação à Impedimento = nulidade absoluta
Casamento em violação à causa suspensiva = regime de separação obrigatória
Obs.: o código civil adota a teoria do casamento putativo (“imaginário”), a qual traduz a ideia de que, ainda que o casamento seja nulo ou anulável, se for contraído de boa fé por um ou ambos os cônjuges, ao(s) que estiver(em) de boa fé, o casamento produzirá todos os efeitos com relação aos filhos, até o dia da sentença anulatória.
Também adota, o Código Civil, a teoria da aparência, a qual traduz a ideia de que o casamento será válido, ainda que celebrado por pessoa incompetente que exerça publicamente as funções de juiz de casamento, desde que tenha registrado o ato no Registro Civil.
Regime de bens 
É o estatuto patrimonial do casamento, que dispõe sobre a eficácia patrimonial do casamento. 
O regime de bens é pautado por dois princípios, quais sejam: liberdade de escolha e mutabilidade.
No que tange à liberdade de escolha do, em regra, os nubentes são livres para a escolha do regime de bens. Contudo, excepcionalmente, não há liberdade de escolha do regime de bens, uma vez que a lei determina qual deverá ser adotado, como, por exemplo, a obrigatoriedade do regime de separação obrigatória para os maiores de 70 anos, os menores de 16 anos, os que se casam diante de causas suspensivas.
Quanto os nubentes tiverem a liberdade de escolha,será feita pelo chamado pacto antenupcial (pré-nupcial ou convenção dotal). 
O pacto antenupcial é um contrato celebrado antes do casamento, e tem por objetivo regular o regime de bens na constância do casamento. 
O pacto antenupcial tem validade quanto obedecida sua forma vinculada de escritura pública, sob pena de nulidade. Ademais, o pacto fica sob condição suspensiva, ou seja, só produzirá efeitos se o casamento vier a ser celebrado. 
Obs.: para que o caso de casamento de menor de idade (entre 16 e 18 anos), o pacto deverá ser aprovado pelo representante legal para produzir efeitos, salvo se o regime for de separação obrigatória. 
Obs.: se os nubentes não fizerem o pacto antenupcial (ou se fizeram, mas é nulo ou ineficaz), o regime será da comunhão parcial.
Ademais, os nubentes, durante a habilitação para o casamento, poderão escolher o regime de bens que melhor lhe aprouver, utilizando-se dos já previstos no Código Civil ou optando pela hibridez deles. Uma vez escolhido o regime, começará a vigorar a partir do casamento.
Já a mutabilidade (alterabilidade), permite que os cônjuges alterem o regime de bens durante o casamento, desde que o façam em conjunto (sem lide), com justa causa, sem prejuízo a terceiros. Para isso, o juízo competente é o juízo de família que somente decidirá depois de 30 dias de publicados editais e ser ouvido o Ministério Público. (Este procedimento de alteração do regime de bens está prevista no art. 734, CPC). Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação nos cartórios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, será expedido também ao Registro Público de Empresas mercantis e atividades afins. (obs.: essa necessidade de alteração e averbação em registro público de empresas decorre pela impossibilidade de cônjuges serem sócios empresariais na constância do regime de comunhão universal ou separação obrigatória (art. 977, CC). 
Pois bem, superados os princípios, passemos às espécies dos regimes de bens previstas no Código Civil. São elas:
DE COMUNHÃO 
Obs.: para ambos os regimes de comunhão (parcial e universal), as verbas trabalhistas se comunicam, de acordo com o STJ, desde que o período da relação de emprego seja concomitante ao período do casamento. Entretanto, não se comunicam as verbas personalíssimas, exemplo, as decorrentes de dano moral sofrido na relação de emprego. 
-Comunhão PARCIAL: é aquele regime supletivo, uma vez que aplica-se quando não houver pacto antenupcial. Em regra, somente comunicam-se os bens adquiridos onerosamente, na constância do casamento. Comunicam-se (entram na comunhão): os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, ainda que só em nome de um dos cônjuges; os bens adquiridos por fato eventual, independentemente de ajuda/trabalho/despesa do outro cônjuge (ex.: eu ganho na mega-sena. Ainda que minha cônjuge não tenha pagado o bilhete ou ajudado nos números, ela receberá metade); os bens adquiridos por doação, herança ou legado, desde que em favor de ambos os cônjuges; as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge e os frutos dos (bens comuns ou particulares) percebidos na constância do casamento ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão (ex.: X casado com Y. X tinha um imóvel antes do casamento, logo, não se comunica. Entretanto, os frutos que este imóvel gerar durante o casamento –aluguéis- e as benfeitorias realizadas durante o casamento, se comunicam). 
Obs.: em relação aos bens móveis, existe uma presunção relativa de que foram adquiridos na constância do casamento e, por isso, presumidamente se comunicam. Como a presunção é relativa, cabe prova em contrário. 
 Entretanto, existem bens que não se comunicam (bens incomunicáveis). São incomunicáveis: os bens adquiridos por cada cônjuge (antes ou durante o casamento) por doação, sucessão e os sub-rogados em seu lugar (no caso dos sub-rogados, dá-se o seguinte exemplo: recebi de doação X reais. Com este valor da doação, compro um imóvel. Este imóvel não se comunica!); os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares (ex: antes do casamento, eu tinha um imóvel, que vendi por X reais. Com o valor da venda, compro um novo imóvel, o qual não se comunica!); as obrigações anteriores ao casamento; as obrigações provenientes de ato ilícito, salvo se o ato se o ato beneficiou o casal; os bens de uso pessoal, os livros, instrumentos de profissão; os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; as pensões militas. 
Obs.: X, antes de casar-se, adquiriu um imóvel parcelado. Pagou 20 parcelas de mil reais antes de casar-se. Na constância do casamento, pagou 80 parcelas de mil reais, quitando o imóvel. Y, sua esposa, terá direito à 50% das parcelas pagas durante o casamento, ou seja, terá direito a 40 mil reais. (50% de 80 parcelas).
-Comunhão UNIVERSAL: é eleito por pacto antenupcial (os nubentes exercitam sua liberdade de escolha e elegem este regime). 
O regime de comunhão universal gera uma ampla comunicabilidade dos bens, comunicando tanto os bens pretéritos quanto os bens presentes à constância do casamento. Entretanto, também existem bens que não se comunicam. São incomunicáveis: os bens doados ou herdados (ou os sub-rogados em seu lugar) com cláusula de incomunicabilidade (obs.: se não tiver cláusula de incomunicabilidade, comunicará... diferentemente do regime de comunhão parcial!); os bens gravados de fideicomisso (instituto sucessório deixado por testamento em favor de prole eventual ou concepturo, válido por 2 anos) e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva (antes de efetivada a concepção da prole eventual); as dívidas anteriores ao casamento (salvo se provierem de despesas dos preparativos de casamento –aprestos- ou reverterem em proveito do casal, hipóteses em que se comunicarão as dívidas); as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade (ex.: aliança); os livros, instrumentos de profissão; os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; as pensões militas. 
DE SEPARAÇÃO
-Separação Convencional (total/absoluta/voluntária): é eleita por ato de vontade, ou seja, os nubentes elegem este regime de separação mediante pacto antenupcial. 
As partes que elegem o regime de separação convencional possuem, em regra, uma completa independência, podendo administrar seus bens livremente. Todavia, as despesas do lar serão arcadas na proporcionalidade dos rendimentos de cada cônjuge (salvo se estipulado em contrário no pacto antenupcial). 
Obs.: NÃO se aplica a súmula 377! 
-Separação obrigatória (necessária/cogente/legal): não é eleito por pacto antenupcial, mas é exigido por lei, em hipóteses previstas em lei. São elas: quando os cônjuges não observarem as causas suspensivas (art. 1523); quando houver maior de 70 anos; quando o cônjuge precisar de suprimento judicial (entre 16 e 18 anos. art. 1517). 
Em regra, por este regime, não se comunicam os bens. Entretanto, a súmula 377 do STF dispõe que se comunicam os bens adquiridos na constância do casamento
DE PARTICIPAÇÃO
-Participação final nos aquestos: Existem bens adquiridos antes do casamento e bens adquiridos na constância casamento. Em relação a estes, há bens que foram adquiridos de forma exclusiva e há bens que foram adquiridos pelo casal. Os aquestos são somente os bens adquiridos na constância do casamento, pelo casal. Ou seja, são incomunicáveis os bens adquiridos antes do casamento, bem como os bens adquiridos, na constância do casamento, por um só dos cônjuges. 
O aquesto, em regra, comunicará na proporção de 50% para cada cônjuge. Todavia, nada impede que nas aquisições existam imposições diversas. 
Ademais, aplica-se a mesma presunção (relativa) de que os bens móveis foram adquiridos na constância do casamento e, por isso, comunicam-se.
OUTORGA OU VÊNCIA CONJUGAL
São hipóteses nas quais, por conta do casamento, a prática de um ato da vida civil demandará a autorizaçãodo outro cônjuge. Há necessidade de autorização do cônjuge para: alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; pleitear como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; prestar fiança ou aval; fazer doação não remuneratória de bens comuns ou que possam integrar futura meação.
Todavia, a vênia (autorização) será dispensada se os cônjuges estiverem sob o regime da Separação absoluta (convencional) ou da Participação final nos aquestos (desde que previsto no pacto antenupcial a livre disposição dos bens imóveis particulares). Ademais, dispensa-se a autorização do outro cônjuge para comprar as coisas necessárias à economia doméstica e obter, por empréstimo, as quantias que a aquisição destas coisas possa exigir, hipóteses nas quais ambos os cônjuges responderão solidariamente. 
Em qualquer outra hipótese de regime de bens (c. parcial, c. universal, separação legal) será IMPRESCINDÍVEL a autorização do cônjuge. 
De outro lado, havendo negativa injustificada ou impossibilidade de concessão da autorização, o juiz poderá supri-la, mediante Ação de Suprimento Judicial. 
Obs.: se o ato for praticado sem a vênia (autorização), poderá ser anulado em até 2 anos depois de terminada a sociedade conjugal. (O prazo inicia-se desde o momento da prática do ato sem a devida autorização e vai até 2 anos após a dissolução da sociedade conjugal).
Obs.: no que tange à fiança, o STJ (súmula 332) entende que, se não houver a autorização, a garantia será totalmente ineficaz.
A outorga/vênia é gênero que possui duas espécies. -Uxória: (quando é dada pela esposa) ou -Marital: (quando é dada pelo marido)
DIVÓRCIO
O divórcio coloca fim ao vinculo matrimonial e pode ser feito por duas formas:
-Divorcio indireto (por conversão): as partes, primeiro, se separam e, posteriormente, convertem a separação ao divórcio, independentemente prazo. 
-Divórcio direto: independe de separação anterior e independe de lapso temporal contado da separação de fato. 
Não se discute mais a culpa no divórcio, entretanto, existem consequências/efeitos para aquele que for considerado o culpado pelo fim da sociedade conjugal. Ressalte-se que, será culpado pelo divórcio, o cônjuge que infringir gravemente um dos deveres do casamento, tornando impossível a vida em comum. 
As consequências (efeitos) causadas ao culpado pelo divórcio são:
- a perda do direito a alimentos (salvo se o cônjuge culpado não tiver parentes em condições de prestá-los, nem aptidão para o trabalho). 
- a imposição da retirada do sobrenome, se requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração não causar prejuízo para identificação, distinção entre o nome de família e o dos filhos havidos na união dissolvida e dano grave. 
Ademais, o divorcio pode ser extrajudicial, mediante escritura pública, desde que todos os envolvidos sejam maiores, capazes, estejam em consenso, sob o auxílio de um advogado, e que não haja nascituro. A escritura pública deverá constar expressamente sobre a meação dos bens (partilha), sobre a manutenção do sobrenome do cônjuge e também sobre o pagamento de pensão alimentícia. 
UNIÃO ESTÁVEL
A união estável é a entidade familiar configurada pela convivência pública (não necessariamente sob o mesmo teto), contínua e duradoura (independentemente de prazo mínimo) entre homem e mulher (tanto como entre pessoas do mesmo sexo), desimpedidos de se casar ou separados, com vontade/intenção atual de constituir família. 
Os companheiros deverão atentar-se aos deveres de lealdade, respeito e assistência, de guarda, sustento e educação dos filhos. 
Obs.: diferentemente dos deveres dos cônjuges no casamento, a união estável não exige coabitação entre os companheiros. Ademais, os companheiros têm dever de lealdade, diferentemente do dever de fidelidade recíproca constante do casamento. Entretanto, esta última é uma diferença meramente semântica. 
O regime de bens aplicável à união estável é, em regra, o da comunhão parcial. Excepcionalmente, os companheiros poderão eleger outro regime de bens, desde que o façam por meio de contrato escrito (contrato de convivência = análogo ao pacto antenupcial no casamento)
Obs.: união estável não se confunde com concubinato, já que, neste, os companheiros têm relação não habitual e estes estão sob causas de impedimento de casamento. Não é necessário, para a caracterização do concubinato, que os companheiros estejam sob o mesmo teto (Súmula 382, STF). Ademais, havendo concubinato, é cabível sua dissolução judicial, com partilha do patrimônio adquirido pelo esforço comum (Súmula 380, STF). Vale ressaltar que os tribunais superiores têm entendido que o concubinato não é caracterizado relação de família, logo, não transmite direitos de família e sucessões, como prestação de alimentos, meação de bens, sucessão, etc. 
ALIMENTOS
Alimento é tudo aquilo que é necessário para a manutenção da vida digna (alimento, vestuário, lazer...). Ademais, alimentos não decorrem somente das relações familiares, mas também decorrem de responsabilidade civil. 
No que tange aos alimentos decorrentes do direito de família, estes poderão ser:
-naturais: são aqueles que objetivam a manutenção de um padrão de vida. 
-necessários: objetivam a manutenção da vida (mínimo existencial).
Quanto à origem:
-reparatórios: são aqueles decorrentes de responsabilidade civil. 
-voluntários: decorrem de negócio jurídico (ex.: doação de cestas básicas).
-civis: são os que decorrem de relações familiares (casamento, parentesco...)
Quanto à finalidade:
-definitivos: são aqueles que decorrem de decisão transitada em julgado. Todavia, já que os alimentos são fixados sobre o binômio necessidade-possibilidade, é possível a revisão e até mesmo a exoneração da pensão alimentícia. 
-transitórios (temporários): é fruto de construção jurisprudencial. São aqueles fixados por um determinado lapso temporal. 
-gravídicos: são fixados por lei extravagante (lei 11804/2008) para auxiliar a mulher grávida com os custos adicionais decorrentes da gravidez. Cabe à mulher gestante pleiteá-lo em face do suposto pai, mediante indícios de paternidade. Ademais, o prazo para resposta é de 05 (cinco) dias e, havendo o nascimento com vida, os alimentos serão automaticamente convertidos em alimentos regulares. Obs.: o exame de DNA pode ser feito a partir do parto, por petição nos próprios autos ou em ação própria (negatória de paternidade e/ou investigação de paternidade). 
Características:
Os alimentos possuem caráter personalíssimo, uma vez que leva-se em consideração as características pessoais dos envolvidos, mediante o binômio capacidade-necessidade (ou possibilidade-necessidade). Todavia, em que pese serem personalíssimos, os alimentos se transmite aos herdeiros do devedor. Os alimentos são irrenunciáveis, ainda que não sejam exercidos. Ademais são impenhoráveis e insuscetíveis a cessão. São, ainda, irrepetíveis (não pode ser cobrado de volta o que já foi pago) e irretroativos (pede-se os alimentos a partir da citação). 
Obs.: A pretensão de alimentos é imprescritível, ou seja, a ausência do exercício não gera a perda do direito de pleiteá-los. Portanto, o pedido pode ser feito a qualquer tempo. Todavia, os alimentos devidos são, em regra, somente dos 2 anos anteriores ao pedido, pois há hipóteses em que a prescrição não corre, como, por exemplo, para menores. 
Os alimentos podem ser pleiteados entre cônjuges/companheiros ou entre parentes:
O dever de prestar alimentos entre cônjuges/companheiros cessa-se com o casamento, união estável ou concubinato do credor ou, ainda, se o credor proceder com indignidade contra o devedor. (ex.: X e Y eram casados e se divorciaram. X presta alimentos a Y. Posteriormente, Y casa-se com Z e, com isso, X não tem mais o dever de prestar alimentos).
No que tange o direito/dever de prestar alimentos entre parentes, há de se ressaltar que são recíprocos entre pais e filhos e extensivos (subsidiário) a todos os ascendentes. Na falta de ascendentes, caberá aos descendentes. Na falta de descendentes, caberá aos irmãos. Todos estespoderão ser chamados à lide para complementar o valor necessário a título de alimentos, se não houver possibilidade de pagamento por completo de um só. 
Obs.: em que pese o dever recíproco de alimentos entre pais e filhos, há de se atentar para a idade que o filho possui. Afinal, se o filho for menor de idade, o dever de alimentos decorre do Poder Familiar e, por isso, a necessidade é presumida. Todavia, se o filho for maior de idade, o dever de alimentos decorre do parentesco e, por isso, a necessidade deve ser provada. 
Obs.: a maioridade não extingue automaticamente a prestação já fixada. Ou seja, o cancelamento está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório (Súm 358, STJ), já que o STJ entende haver uma extensão da necessidade, se o filho, ainda que maior de idade, estiver cursando curso de graduação superior.
FILIAÇÃO
É uma relação de parentesco em linha reta, de primeiro grau, guiada pela igualdade/isonomia entre os filhos, independentemente de sua origem. 
Intimamente ligado ao estudo de filiação, está o estudo da paternidade.
A paternidade pode ser:
-Legal/jurídica: decorre de presunção relacionada ao casamento. Presumem-se concebidos na constância do casamento, os filhos nascidos: pelo menos 180 dias após estabelecida a convivência conjugal; nos 300 dias posteriores à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; por fecundação, fecundação ou inseminação artificial. Obs.: para que a presunção seja afastada, deverá, o pai, provar que à época da concepção era impotente. Ademais, nem mesmo o adultério confesso da mulher ilidirá tal presunção.
-Biológica/científica: decorre de uma análise biológica (exame de DNA). Cabe ressaltar que o suposto pai que se recusa a realizar o teste de DNA terá uma presunção relativa de paternidade, a teor da súmula 301 do STJ.
-Socioafetiva: Hoje o ordenamento jurídico abarca as situações de filhos criados por pai que não possuem vínculos sanguíneos, mas vínculos afetivos. Isso decorre da adoção da tese da multiparentalidade (mais de um pai/mãe em um mesmo registro).
O reconhecimento de filhos poderá se dar de maneira voluntária ou judicial.
O reconhecimento voluntário pode ser feito em conjunto ou isoladamente e deverá ser consentido pelo filho (caso o filho seja maior). Uma vez reconhecido, será irretratável. O reconhecimento voluntário será feito através de registro de nascimento; escritura pública ou particular com firma reconhecida; por testamento (obs.: ainda que o testamento seja revogado, o reconhecimento nele feito persistirá); por manifestação direta e expressa diante do juiz. 
Já o reconhecimento judicial será feito através de ação investigatória, a qual é imprescritível. O alegado filho (e seus filhos, se este morrer menor ou incapaz) ou o Ministério Público são partes legítimas a requerê-lo. Uma vez ajuizada a ação, os sucessores poderão continuar a demanda e qualquer pessoa poderá contestar a demanda. Em regra, o foro de ajuizamento é o do domicílio do réu, salvo se a ação for cumulada com a ação de alimentos (sumula 1, STJ).

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