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DIREITO CIVIL IV (DIREITO DIREITO CIVIL IV (DIREITO DAS COISAS)DAS COISAS)DAS COISAS)DAS COISAS) Ana Carolina Barbosa Pereira Matos Propriedade Superficiária � Superfície (Art. 1.369 à 1.377, do CC): •Conceito: Direito real de construir e plantar em imóvel alheio, conferido pelo fundieiro (proprietário do solo) em benefício do superficiário (titular do direito), que passará a exercer a possesuperficiário (titular do direito), que passará a exercer a posse direta da coisa, dentro de prazo determinado. •É o direito real de ter coisa própria incorporada em terreno alheio (exceção à regra de que o proprietário do solo torna-se proprietário de tudo o que for nele construído/plantado – princípio de acessão). Propriedade Superficiária • Características: � Direito real sobre coisa alheia; � Finalidade: construir ou plantar (Art. 1.369, do CC). � Temporariedade (Art. 1.369, do CC).� Temporariedade (Art. 1.369, do CC). � Cânon superficiário (pagamento), na hipótese de concessão onerosa. � Necessidade de Escritura pública, registrada no Cartório de Registro de Imóveis, para a validade do direito de Superfície (Art. 1.369, do CC). Propriedade Superficiária � Impossibilidade de realização de obras no subsolo, a não ser que haja estipulação favorável expressa (Art. 1.369, p. ún., do CC). • Sujeitos: � Fundieiro: proprietário do solo. Faz jus, na hipótese de� Fundieiro: proprietário do solo. Faz jus, na hipótese de concessão onerosa, ao cânon superficiário, que é o pagamento pela utilização de sua propriedade. o Pelo art. 1.370, CC/2002, o pagamento pode ser efetuado de uma só vez, ou parceladamente, conforme convencionado pelas partes. Propriedade Superficiária � Superficiário: proprietário das construções e/ou plantações. • Possui o chamado direito de implante e tem a posse direta sobre o solo que exerce tal direito. Responde pelos encargos esobre o solo que exerce tal direito. Responde pelos encargos e tributos que incidirem sobre o imóvel (regra sujeita à autonomia privada) – Art. 1.371, do CC. • Pessoa jurídica de direito público pode constituir superfície, que será regida pelo Código Civil e lei especial – Art. 1.377, do CC. Propriedade Superficiária o A Constituição da Superfície é, em regra, consensual, assumindo caráter contratual, podendo ser onerosa ou gratuita. Por decorrer da vontade das partes, está sujeita à autonomia privada. • Transferência da Superfície• Transferência da Superfície o Ato inter vivos; o Atomortis causa. Admite-se a transmissão da superfície aos herdeiros do superficiário. Propriedade Superficiária o Ao fundieiro não assiste direito de remuneração sobre a transferência da superfície. o Há, porém, direito de preferência, tanto ao superficiário, quanto ao fundieiro, nos casos de alienação. • Extinção da Superfície o A superfície extingue-se pelo decurso do prazo estipulado no instrumento público que a constituiu. Com a extinção, o fundieiro consolida a propriedade, que passa a ser plena, não havendo necessidade, salvo estipulação contratual expressa, de indenizar o superficiário pelas acessões feitas ao solo. Propriedade Superficiária o Extinção antecipada: desvio de finalidade. o No caso de Desapropriação, a indenização deverá ser paga ao proprietário e ao superficiário. •Código Civil x Estatuto da Cidade: o O Estatuto da Cidade (Lei n° 10.257/2001), em seus artigos 21 a 23, também regula o direito real de superfície, de forma pouco diferenciada do tratamento conferido pelo Código Civil. Propriedade Superficiária o Enunciado n° 93, I Jornada de Direito Civil CJF: As normas previstas no Código Civil, regulando o direito de superfície, não revogam as normas relativas a direito de superfície constantes do Estatuto da Cidade, por ser instrumento de política deEstatuto da Cidade, por ser instrumento de política de desenvolvimento urbano. o Pablo Stolze: as normas do Estatuto da Cidade foram revogadas pelo novo Código Civil. Direito de Vizinhança � Conceito: • As normas atinentes ao direito de vizinhança refletem limitações ao direito de propriedade. Constituem verdadeiras obrigações propter rem, que nascem com a própria propriedade, classificando-se como deveres impostos aos vizinhos, de maneira recíproca.recíproca. • Sendo obrigações, podem consistir em um dar, fazer ou não fazer, havendo meios processuais adequados de tutela das crises jurídicas decorrentes da violação dos direitos de vizinhança. • É importante observar que o conceito de vizinhança não abrange somente as relações de contigüidade. Direito de Vizinhança �Natureza jurídica: a) teoria das servidões legais; b) obrigações propter rem (teoria que prevalece). � Princípios:� Princípios: a) função social da propriedade, como limite à autonomia privada dos proprietários; b) solidariedade, sobretudo nas situações de passagem forçada e nas servidões de cabos e tubulações; c) vedação do enriquecimento sem causa. Direito de Vizinhança � Espécies: a) restrição ao direito de propriedade quanto à intensidade de seu exercício – uso anormal da propriedade; b) limitações legais ao domínio similares às servidões – árvores limítrofes, passagem forçada, passagem de cabos e tubulações e águas.e águas. c) restrições oriundas das relações de contigüidade entre dois imóveis – direito de tapagem e direito de construir. • Uso anormal da propriedade (arts. 1.277 a 1.281, CC). • Utilização abusiva da propriedade que implica em abalo à saúde, sossego e/ou segurança da vizinhança. Direito de Vizinhança • A doutrina destaca que os critérios para determinar o uso anormal da propriedade são: o grau de tolerabilidade da perturbação; o localização do imóvel; o natureza da utilização ou da perturbação. • Meios de tutela: os artigos do código civil relativos à vedação• Meios de tutela: os artigos do código civil relativos à vedação do uso anormal da propriedade viabilizam a utilização de importantes instrumentos de tutela jurisdicional adequada, tais como a tutela inibitória, a tutela específica e a tutela de remoção do ilícito (Art. 1.279, do CC). •As normas contidas nos arts. 1.280 e 1.281, CC, possibilitam, ainda, o manejo das ações demolitória e de dano iminente. Direito de Vizinhança • Árvores limítrofes (arts. 1.282 a 1.284, CC) • Passagem forçada (art. 1.285, CC) • Passagem de cabos e tubulações (arts. 1.286 e 1.287, CC)• Passagem de cabos e tubulações (arts. 1.286 e 1.287, CC) • Águas (arts. 1.288 a 1.296, CC) • Limites entre prédios e direito de tapagem (arts. 1.297 e 1.298, CC) Direito de Vizinhança • Direitos de vizinhança ≠ servidões prediais • Os direitos de vizinhança não se confundem com as servidões prediais por vários motivos: a) os direitos de vizinhança têm como fonte imediata a lei, não podendo o proprietário do prédio serviente se opor à utilização pelo prédio dominante. Ao contrário, as servidõesutilização pelo prédio dominante. Ao contrário, as servidões prediais são constituídas através de acordo entre as partes, dependendo, por isso, de anuência expressa de ambos os proprietários dos prédios envolvidos; b) os direitos de vizinhança são obrigações propter rem decorrentes do direito de propriedade. As servidões prediais são direitos reais; Direito de Vizinhança c) os direitos de vizinhança são, em regra, insuscetíveis de usucapião. As servidões prediais, em determinadas hipóteses, estão sujeitas a usucapião; d) os direitos de vizinhança somente são extintos pela modificação objetiva da situação material que deu origem amodificação objetiva da situação material que deu origem a eles. As servidões prediais podem ser extintas por acordo de vontades; e) os direitos de vizinhança surgem da necessidade de assegurar o exercício útil e pacífico da propriedade por todos.As servidões prediais surgem pela comodidade e vontade dos proprietários.
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