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Direito Civil (Direitos Reais) - Monitoria

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DIREITOS PATRIMONIAIS DE NATUREZA REAL (Arts. 1.196 a 1.510 C.C.)
“Coisa” é o gênero do qual “bem” é espécie
“Coisas” = tudo aquilo que não é humano
“Bem” = por ser útil e raro, é suscetível de apropriação e contêm valor econômico
“Domínio” = vínculo jurídico
“Propriedade” = matriz dos direitos reais
Definição de “direito das coisas”, segundo Clóvis Beviláqua: “É o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem. Tais coisas são, ordinariamente, do mundo físico, porque sobre elas é que é possível exercer o poder de domínio.” 
Direito das coisas: relações jurídicas estabelecidas entre pessoas e coisas determinadas ou determináveis. Há uma relação de domínio exercida pela pessoa (suj. ativo) sobre a coisa. Não há sujeito passivo.
Direitos reais: conjunto de categorias jurídicas relacionadas à propriedade (Art. 1.225 C.C.). Consiste no poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos (de acordo com a doutrina de Lafayette – Carlos Roberto Gonçalves Vol. 5 –, neste caso, inclui-se no polo passivo os membros da coletividade, pois todos devem abster-se de qualquer atitude que possa turbar o direito do titular. No instante em que alguém violar esse dever, o suj. passivo, que era indeterminado, torna-se determinado). Tem como elementos o suj. ativo (pessoa), a coisa e a relação ou poder sobre a coisa (domínio)
Direito pessoal: relação jurídica pela qual o suj. ativo pode exigir do suj. passivo determinada prestação. Tem como elementos o suj. ativo (pessoa), suj. passivo (pessoa) e a prestação.
Inicialmente, a concepção da propriedade foi marcada pelo aspecto nitidamente individualista.
As normas que regulam os direitos reais são de (i) natureza cogente; (ii) ordem pública; (iii) dispositivas ou facultativas; (iv) modo de seu exercício: efetivação direta, sem a intervenção de quem quer que seja.
Características dos direitos reais (Maria Helena Diniz):
- Oponibilidade erga omnes;
- Existência de um direito de sequela, que segue a coisa;
- Previsão de um direito de preferência a favor do titular de um direito real;
- Possibilidade de abandono dos direitos reais, de renúncia a tais direitos;
- Viabilidade de incorporação da coisa por meio da posse;
- Previsão da usucapião como um dos meios de sua aquisição;
- Suposta obediência a um rol taxativo (numerus clausus) de institutos, previstos em lei, o que consagra o princípio da tipicidade dos direitos reais;
- Regência pelo princípio da publicidade dos atos, o que se dá pela entrega da coisa ou tradição (no caso de bens móveis) e pelo registro (no caso de bens imóveis).
Ação real típica (ação reivindicatória): o autor requer que se reconheça seu direito real (pretensão de declaração) justamente com a entrega da coisa indevidamente em poder de terceiro.
Efeito declarativo: presente na sentença. Se julgada procedente, é o reconhecimento do direito real. 
*Toda ação, seja ela condenatória, seja constitutiva, tem sempre efeito declaratório fundamental.
Art. 1.228 C.C.
Direitos reais sobre coisa própria: propriedade, condomínio, propriedade horizontal
Direitos sobre coisa alheia: usufruto, uso, habitação, enfiteuse, servidões, hipoteca, penhor, anticrese
a) Direitos de gozo ou fruição: conferem ao titular faculdades de uso, atividade e participação sobre a coisa (uso, usufruto, habitação e servidões positivas).
b) Direitos de garantia: o titular extrai a modalidade de segurança para o cumprimento de obrigação. A garantia está relacionada com uma obrigação, que fica colocada como direito principal.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS DIREITOS REAIS
a) Princípio da aderência, especialização ou inerência (Art. 1.228 C.C.): estabelece um vínculo entre o sujeito e a coisa, não depende da colaboração de nenhum sujeito para existir;
b) Princípio do absolutismo: oponibilidade erga omnes;
c) Princípio da publicidade ou visibilidade: os direitos reais sobre imóveis só se adquirem com o registro, no Cartório de Registro de Imóveis, do respectivo título (Art. 1.227 C.C.); sobre móveis, só depois da tradição (Arts. 1.226 e 1.267 C.C.). Sendo oponíveis erga omnes, faz-se necessário que todos possam conhecer os seus titulares, para não molestá-los. O registro e a tradição atuam como meios de publicidade da titularidade dos direitos reais;
d) Princípio da taxatividade ou numerus clausus (Art. 1.225 C.C.): a lei enumera os direitos reais de forma taxativa, sendo assim, não enseja aplicação analógica da lei. Contudo, isso não significa que serão considerados direitos reais somente os elencados na lei, mas, também, outros disciplinados de modo esparso no mesmo diploma e os instituídos em diversas leis especiais (ex.: Direito de retenção Art. 1.219 C.C., pacto de retrovenda – doutrinário – Arts. 505 a 508). Dividido em blocos (direito de propriedade; direitos reais sobre coisa alheia; direito de fruição; direito reais de garantia; direito de uso);
e) Princípio da tipicidade: os direitos reais existem de acordo com os tipos legais, são definidos e enumerados determinados tipos pela norma;
f) Princípio da perpetuidade: a propriedade é um direito perpétuo, pois não se perde pelo não uso, mas somente pelos meios e formas legais (desapropriação, usucapião, renúncia, abandono etc.);
g) Princípio da exclusividade: não pode haver dois direitos reais, de igual conteúdo, sobre a mesma coisa. Ou seja, não é possível instalar-se direito real onde outro já exista. 
“É certo que, nos direitos reais sobre coisas alheias, há dois sujeitos: o dono e o titular do direito real. Mas, em razão do desmembramento da propriedade, cada um deles exerce, direta e imediatamente, sobre a coisa, direitos distintos, vale dizer sem a intermediação do outro. No caso do usufruto, por exemplo, o usufrutuário tem direito aos frutos, enquanto o nu-proprietário conserva o direito a substância da coisa. Os direitos pessoais, todavia, admitem amplamente a unidade ou a pluralidade de seus sujeitos, tanto ativos como passivos.”
h) Princípio do desmembramento: os direitos reais são transitórios, desmembram-se do direito-matriz, que é a propriedade. 
Figuras híbridas ou intermédias, que se situam entre o direito pessoal e o direito real constituem um misto de obrigação e direito real (obligationes ob rem ou propter rem). 
Obrigações propter rem: é a que recai sobre uma pessoa por força de determinado direito real (Ex.: obrigação importa ao condômino de concorrer para as despesas de conservação da coisa comum Art. 1.315 C.C.; condômino não alterar a fachada do prédio Art. 1.334, inciso III, C.C.; obrigação que tem o dono da coisa perdida de recompensar e indenizar o descobridor Art. 1.297, parágrafo 1º, C.C.; demarcação entre os prédios Art. 1.297 C.C.; obrigação de dar caução pelo dano iminente quando o prédio vizinho estiver ameaçado de ruína Art. 1.280 C.C.; obrigação de indenizar benfeitorias Art. 1.219 C.C.)
Ônus reais: são obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade, constituindo gravames ou direito oponíveis erga omnes (Ex.: renda constituída sobre imóvel). Para que haja, efetivamente, um ônus real e não um simples direito real de garantia (como a hipoteca ou privilégio creditório especial), é essencial que o titular da coisa seja realmente devedor, sujeito passivo de uma obrigação, e não apenas proprietário ou possuidor de determinado bem cujo valor assegura o cumprimento de dívida alheia.
Outras diferenças entre ônus reais e obrigações propter rem:
- Responsabilidade pelo ônus real é limitada ao bem onerado, não respondendo o proprietário além dos limites do respectivo valor, pois é a coisa que se encontra gravada; na obrigação propter rem responde o devedor com todos os seus bens, ilimitadamente, pois é este que se encontra vinculado;
- Os primeiros desaparecem, perecendo o objeto, enquanro os efeitos da obrigação propter rem podem permanecer, mesmo havendo perecimento da coisa;
- Os ônus reais implicam sempre uma prestação positiva, enquanto a obrigação propter rem pode surgir com uma prestação negativa;- Nos ônus reais, a ção cabível é de natureza real (in rem scriptae), nas obrigações propter rem, é de índole pessoal.
Obrigações com eficácia real: são as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado bem (Arts. 576, 1.417 e 1.418 C.C.)
NOÇÕES GERAIS SOBRE A POSSE
O nosso direito protege a posse correspondente ao direito de propriedade e a outros direitos reais, e, também, a posse como figura autônoma e independente da existência de um título. Por exemplo, por mais que um proprietário violentamente desapossado de um imóvel possa valer-se da ação reivindicatória para reavê-lo, é preferível a ação possessória, pois a principal vantagem é possibilitar a reintegração do autor na posse do bem logo no início da lide. Além disso, a posse, como situação de fato, não é difícil de ser provada.
“Mais adiante na sua vida, para proteger sua propriedade, o Bardo recorreu ao Estado a fim de evitar que suas terras em Startford fossem “cercadas”, ou seja, invadias por terceiros. Naquela época era alto o risco de esbulho. Os invasores tratavam de cercar os imóveis e a parte prejudicada tinha que recorrer ao Estado para reaver a posse livre de seus bens. O veredito desse caso, embora favorável, só chegou dois anos depois da morte do dramaturgo, revelando que a lentidão do Judiciário é problema antigo e universal.” (Medida por Medida)
Jus possessionis ou posse formal (derivado de uma posse autônoma e independente de qualquer título): caso alguém se instale em um imóvel e nele mantém-se, mansa e pacificamente, por mais de ano e dia, cria-se uma situação possessória, que lhe proporciona direito a proteção. É tão somente o direito fundado no fato da posse (possideo quod possideo) que é protegido contra terceiros, até mesmo o proprietário.
Jus possidendi ou posse casual: direito a posse conferido ao portador de título devidamente transcrito, bem como ao titular de outros direitos reais.
Em ambos os casos (jus possidendi ou jus possessionis) é assegurado o direito à proteção dessa situação contra atos de violência, para garantia da paz social.
Nem sempre a posse está atrelada a propriedade
Posso tem a posse, mas não o domínio (escritura)
Proteção possessória
Teoria subjetiva de Savigny
Teoria objetiva de Ihering
O título prova a boa-fé
*Usucapião conjugal (Art.1.240-A, incluído pela Lei 12.424/11 Minha Casa Minha Vida)
EFEITOS DA POSSE
1.223 C.C. – PERDA DA POSSE
a) Derrelicção – abandono voluntário “animus” (manifesta a vontade de não ser mais dono, ausência de vontade)
b) Tradição (bem móvel, passei para outra pessoa) – transmissão (bem imóvel)
c) Esbulho – subtração – ocupação (contra a vontade do possuidor)
d) Destruição (ausência da coisa)
DIREITOS REAIS (Art. 1.225 C.C.)
Princípio da taxatividade
Espécies de direitos reais:
- Direito de propriedade
- Direitos reais sobre coisa alheia
- Direito de fruição
- Direitos reais de garantia
- Direito de uso
DIREITO DE PROPRIEDADE (Art. 1.225, I, C.C.)
Conceito: é o direito que a pessoa, natural ou jurídica, possui, dentro dos limites legais de usar, fruir e dispor do bem, garantindo-lhe o direito de reivindicá-lo das mãos de qualquer um que ilegalmente o detenha.
Os direitos do proprietário estão enumerados no Art. 1.228 C.C. (Teoria Ihering)
Relativização do caráter absoluto = função social (Maria Antonieta)
A propriedade é o mais sólido e o mais importante de todos os direitos subjetivos. A propriedade é o direito que vincula um sujeito (proprietário) em relação a toda a coletividade, sobre um bem. A propriedade atribui ao seu titular quatro elementos de grande valor:
a) usar (ius utendi). Ex.: rodízio de carro – o uso foi limitado por um interesse maior em prol da coletividade (função social)
b) fruir - gozar (ius fruendi)
c) reivindicar (ius persequenti)
d) dispor (ius abutendi)
poder de possuir (incluído no usar, fruir, reivindicar e dispor)
FUNDAMENTOS DA PROPRIEDADE
a) teoria da ocupação – era proprietário quem ocupasse a coisa 
b) teoria do trabalho – proprietário é aquele que utiliza e trabalha a coisa
c) teoria da lei 
d) teoria da conservação (prevalece. Vai de encontro com a teoria de Ihering) – fundamento da propriedade é analisado soba ótica daquele que se diz dono
CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DE PROPRIEDADE
a) direito absoluto – não se relativiza a propriedade
b) direito exclusivo – a coisa pertence apenas ao seu dono
c) direito perpétuo – o prazo da propriedade é a existência da pessoa natural
d) direito elástico – a propriedade se expande e se contrai de acordo com o momento
e) direito complexo – existem situações em que o direito individual será ameaçado e/ou o direito coletivo (cada situação é uma situação, o direito individual tem que respeitar o direito coletivo)
f) direito fundamental – ex. rodízio de carro, não impede o direito de ir e vir por outros meios
FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
Visa a manutenção do bem-estar social, circulação de riqueza, emprego e renda.
CLASSIFICAÇÃO DA PROPRIEDADE
a) plena/elodial – quando todos os poderes e elementos da propriedade estão em suas mãos
b) limitada – a propriedade é minha, mas eu tenho uma limitação (ex. hipoteca)
FORMAS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL (prova 7º até aqui)
a) registro do título translativo (Art. 1.245 C.C.)
b) a usucapião (Art. 1.238 C.C.)
c) a cessão (Art. 1.248 C.C.)
d) formação de ilhas (Art. 1.249 C.C.)
e) aluvião (Art. 1.250 C.C.)
f) avulsão (Art. 1.251 C.C.)
g) abandono do álveo (Art. 1.252 C.C.)
h) construções e plantações (Art. 1.253 C.C.)
CORREÇÃO DA PROVA 
1) C
2) B
3) A
4) A
5) C
6) D
Forma de aquisição por descoberta: exceção (Art. 1.233 C.C.). Quem encontra não se torna dono.
ACESSÃO – significa adição (Art. 1.249 e ss C.C.)
- Ilhas 
- Aluvião (sorrateiramente)
- Avulsão (súbito)
- Álveo abandonado
- Construções e plantações
USUCAPIÃO (Art. 1.238 C.C.)
- Modo de aquisição originária, não há vínculo com proprietário anterior
É modo de adquirir o domínio do bem pelo decurso de prazo. 
Quem concede a propriedade é o decurso de prazo. Ação declaratória. 
“Prescrição da propriedade pelo abandono”
Forma de regularizar a propriedade com justo título.
Sujeito + coisa em poder + tempo + outros requisitos = a usucapião
ELEMENTOS DA USUCAPIÃO
a. Posse usucapionen: por lapso temporal; posse por um decurso de prazo que vai resultar na usucapião 
b. Sentença declaratória ou procedimento extrajudicial
c. A coisa deve ser passível de usucapião (excluí bens públicos)
d. Mansa e pacífica: incontestada
e. Ininterrupta pelo lapso temporal que a lei determina
MODALIDADES DE USUCAPIÃO (Art. 1.238 e ss C.C.)
a. Usucapião extraordinária (1.238)
b. Usucapião ordinária 
c. Usucapião especial urbana/conjugal (1.240 C.C. e 183 CF)
d. Usucapião conjugal (1.240-A)
Aula 28/04/2022
Art. 1.238 C.C.
Usucapião extraordinária (ausência total de documentos) “excepcional”: 
15 anos
Dispensa justo título.
Prescrição da propriedade/aquisitiva
Usucapião = prazo, quanto maior o prazo, menor a documentação
A propriedade já está garantida com decurso de tempo
- Ação declaratória
Art. 1.242 C.C.
Usucapião ordinária:
10 anos
Justo título: documento hábil a registro (escritura)
Boa-fé
*Enunciado 86: não precisa mais da escritura pública registrada
Súmula 239 STJ: adjudicação compulsória
Boa-fé - documento
Aula 05/05/2022
Usucapião especial urbana
Lei 10.257/2011 (Estatuto da cidade)
Art. 9º 
Art. 10 Usucapião coletivo 
Lei 13.465/2017
AQUISIÇÃO DE PROPRIEDADE MÓVEL (Art. 1.260 e ss C.C.)
- Tradição
Tradição real: é a entrega efetiva da coisa
Tradição simbólica: entrega simbólica 
Cláusula contratual:
- “traditio brevi manu”: eu era comodatária/locatária e adquiri o bem
- Constituto possessório (tradição ficta): era dono da coisa e passou a titularidade do outro, mas eu ainda mantenho a posse da coisa
- Ocupação: é o assenhoramento da coisa
- Achado do tesouro (Art. 1.264 a 1.266 C.C.): 
1. Se não houve má-fé daquele que encontrou, se o terreno é dele, pertence a ele. 
2. Se o local encontradoé de terceiro, mas com autorização do proprietário, é meio a meio (50% para cada um). 
3. Se a coisa foi encontrada de forma clandestina (se houve má-fé), pertence ao proprietário do terreno. 
4. Se for encontrado por acaso, em tereno alheio, pertence a ambos.
- Especificação (Art. 1.269 a Art. 1.271 C.C.): é a criação a partir da matéria-prima 
Art. 1.272 e ss C.C.
- Confusão: mistura de substâncias que formam um líquido homogêneo 
- Comistão: mistura de substâncias que formam um sólido homogêneo 
- Adjunção: é a justaposição de uma substância a outra
- Usucapião
Espécies:
- Usucapião ordinária (prazo 3 anos)
Pressupõe justo título
- Usucapião extraordinária (prazo 5 anos)
Não precisa de justo título
PERDA DA PROPRIEDADE (MÓVEL E IMÓVEL)
Tratando-se de perda de propriedade o disposto no Art. 1.275 C.C. aplica-se aos bens móveis e imóveis.
São formas de perda de propriedade:
a. alienação: quando transmite/doa/vende
b. renúncia: “abrir mão” da coisa (ex. herança)
c. abandono: coisas “desprezadas” 
d. perecimento: perda da propriedade pelo perecimento (ex. computador caiu no chão)
e. desapropriação: sempre que no interesse coletivo for necessário aquele bem, será desapropriado e passado para o Estado
Aula 12/05/2022 (restante da matéria está no celular)
DIREITO DE VIZINHANÇA (Art. 1.277 e ss. C.C.)
*Ações de procedimento especial (maioria). Não cabe no JEC.
*Demandam perícia 
- A propriedade é absoluta
- Direito de vizinhança: autoriza o uso da propriedade (função social)
*Uso nocivo da propriedade
Trata-se dos direitos do proprietário em exercer sob a sua propriedade as prerrogativas garantidas pela lei de forma completa e saudável, todavia, deverá permitir que os vizinhos exerçam iguais direitos. Desta forma, o Código Civil disciplina estes direitos de forma que todos possam fazer uso da propriedade sem invadir o direito do outro.
O Código Civil disciplina as seguintes situações:
a. uso anormal da propriedade
b. árvores limítrofes 
c. passagem forçada
d. passagem de cabos e tubulações
e. águas 
f. limites entre os prédios
g. construção
Aula 19/05/2022
Art. 1.299 C.C. – Direito de construção
Conceito de construção no Direito Romano: “do céu ao inferno”
*Lei de zoneamento
 
Do ponto de vista do direito de vizinhança as construções podem sofrer limitações: plano diretor, lei de zoneamento e, eventualmente, regulamento condomínio. O Código Civil aborda as limitações gerais de acordo com Art. 1.299:
a. proibição de despejar águas no terreno do vizinho;
b. janelas, varandas e terraço: um metro e meio do vizinho;
Prazo p/ reclamação: ano e dia após a conclusão da obra (Art. 1.302 C.C.)
c. abertura para iluminação e passagem de ar: até 10cm de largura e 20cm de comprimento, instalada a menos de 2m do piso;
d. tijolo de vidro;
e. zona rural: distância de 3m;
f. fornos (industrial), chaminés, fogão de grande porte, lareiras: é proibido em parede divisória;
g. proibição de construção que possa contaminar águas e nascentes.
CONDOMÍNIO GERAL (Art. 1.314 e ss. C.C.)
*Coproprietário 
*Condômino: domínio conjunto. Mais de uma pessoa é titular daquele domínio.
a. Condomínio voluntário: pode ser instituído por contrato (convencional) ou unilateral (imposto ex. cláusula testamentária ou doação) 
- contrato (bilateral)
- unilateral
- herança
Cabe cláusula testamentária: a pessoa institui o condomínio
- doação 
b. Condomínio necessário (Art. 1.327 a 1.330 C.C.): disciplinado pelo direito de vizinhança
c. Condomínio edilício: condomínio de terrenos (seja horizontal ou vertical)
É a copropriedade de unidades autônomas onde cada condômino é titular de uma fração que compõe a unidade autônoma propriamente dita e parte das áreas comuns.
Poda haver condomínio tanto em unidades de um edifício (residencial ou comercial) como também em loteamentos fechados.
- Instituição do condomínio edilício
Pode ocorrer por ato intervivos ou por testamento (pouco comum) e para fins do Art. 1.332 C.C. deve ser registrado no Registro de Imóveis e deve conter: 
a. discriminação e individualização das unidades autônomas
b. identificação da fração ideal de cada uma das partes 
c. finalidade das unidades 
Aula 26/05/2022
Após a instituição do condomínio deve ser elaborada a Convenção, subscrita por 2/3 das unidades.
Regimento interno: é o terceiro documento que regulamenta a convivência entre os condôminos.
Em resumo, são os documentos:
1º. Instituição
2º. Convenção
3º. Regimento interno
DIREITOS E DEVERES DOS CONDÔMINOS
a. exercer livremente a propriedade 
b. usar as partes comuns (sem que isso impeça a utilização pelos demais)
c. participar das assembleias e votar nas deliberações, desde que esteja em dia com as suas obrigações condominiais
d. contribuir para as despesas (ordinárias do condomínio, extraordinárias aprovadas em votação. Obrigação propter rem = em função da coisa)
*Ao adquirir um imóvel: buscar certidões da coisa e da pessoa
e. proibição de realizar obras que comprometam a segurança, bem como, alteração de fachada
f. obedecer a destinação do condomínio, nem comprometer o sossego, a segurança e os bons costumes, sob pena de multa que pode chegar de 5 a 10 vezes o valor do condomínio
REALIZAÇÃO DE OBRAS DO CONDOMÍNIO (Art. 1.341 C.C.)
A realização de obras dependerá de deliberação dos condôminos, em regra.
a. obras voluptuárias 2/3 das unidades (maioria absoluta)
b. úteis 50%+1 das unidades (maioria absoluta)
c. necessárias (urgentes, não dá para depender de deliberação): são realizadas pelo síndico
d. construção de novo pavimento (unanimidade)
ADMINISTRAÇÃO (Art. 1.347 C.C.)
A administração do condomínio é feita pelo síndico eleito em assembleia com mandato de 2 anos, podendo ser renovado.
DIREITOS E DEVERES DO SÍNDICO (Art. 1.348 C.C.)
EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO 
Há três hipóteses de extinção do condomínio:
a. confusão (aquisição de todas as unidades por uma pessoa só)
b. desapropriação 
c. destruição
PROPRIEDADE RESOLÚVEL (Art. 1.359 C.C.)
*Alienação fiduciária de veículos: Decreto 911/69
Formas de propriedade resolúvel:
a. a que se subordina a condição ou termo
1 – alienação fiduciária
2 – retrovenda (condição): admite que o vendedor no prazo máximo de 3 anos possa recomprar a coisa vendida
3 – propriedade fiduciária: é aquela em que o credor fiduciante conserva a posse indireta do bem. Uma vez quitada a obrigação pelo devedor fiduciário, resolve-se a propriedade em mãos deste. Caso contrário o possuidor indireto será o proprietário da coisa que deverá levá-la a venda, aplicando os valores no pagamento do seu crédito, devolvendo saldo, se houver, ao devedor fiduciário.
4 – alienação fiduciária de bens imóveis (Lei 9.514/97): 
b. revogação de doação (Art. 555 C.C.)
Nos casos previstos no Art. 555 C.C., pelo disposto no Art. 1.360 C.C. resolve-se a propriedade. Se o donatário não possui mais o bem, caberá ao doador reivindicar do donatário o valor correspondente.

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