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Aula 03 Material Complementar Constitucional OAB

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OS DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS 
 
Em contraposição aos direitos políticos positivos, os direitos políticos negativos configuram situações em que o 
indivíduo não poderá participar da vida politica ativa ou passiva do país e dividem-se em dois principais núcleos: 
as inelegibilidades (art. 14 da CRFB/88) e a perda e suspensão de direitos políticos, que serão a seguir analisa-
dos. 
 
A) AS INELEGIBILIDADES 
As inelegibilidades afetam a capacidade eleitoral passiva do indivíduo, ora completamente (absolutas), ou ainda 
parcialmente (relativas) 
 
 As Inelegibilidades absolutas: na forma do art. 14, § 4o, da CRFB/88, não podem concorrer a nenhum pleito 
eleitoral no país: os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os analfabetos (que possuem alistabilidade, mas não 
alistabilidade). Essas situações são taxativas, ou seja, não pode a legislação infraconstitucional ampliar as hipóte-
ses de inelegibilidades absolutas. 
 
 Inelegibilidades relativas: são restrições existentes para certos pleitos eleitorais e determinados mandatos, cujo 
núcleo principal esta presente no art. 14, § 5o (reeleição), § 6º, (desincompatibilização) e § 7o (inelegibilidade 
reflexa) da CRFB/88. Na forma do art. 14, § 9o, da CRFB/88, lei complementar poderá ampliar esse tipo de inele-
gibilidade (LC 64/90). 
 
A Reeleição 
 
Art. 14, § 5o. O Presidente da Republica, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e 
quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único 
período subsequente. 
 
De acordo com a regra constitucional, somente são permitidos dois mandatos consecutivos e, desde que respei-
tada essa disposição, não há número máximo de mandatos. Importante destacar que não há número máximo de 
reeleições para os membros do Legislativo. 
Para o STF (AC 2821), o Prefeito reeleito não pode ser candidatar ao terceiro mandato como Prefeito por nenhum 
outro Município próximo. A Corte proibiu a figura do “Prefeito Itinerante” ou “Prefeito Profissional”. 
 
A Desincompatibilização 
 
Art. 14, § 6o. Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e 
do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos ate seis meses antes do plei-
to. 
 
O dispositivo grifado traz a hipótese de desincompatibilização, que significa a necessidade de renuncia (o desfa-
zimento do vinculo) do cargo do Executivo para quem pretende se candidatar a outro cargo eletivo, pelo menos 6 
(seis) meses antes do pleito eleitoral. Importante destacar que não há desincompatibilização para a reeleição. 
 
A Inelegibilidade reflexa 
 
Art. 14, § 7º. São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos 
ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou 
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anterio-
res ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
 
Para evitar o continuísmo familiar no poder, prática infelizmente muito comum no Brasil, a Constituição estabele-
ceu a inelegibilidade chamada de reflexa porque seus efeitos não atingem o titular do cargo do executivo, mas os 
seus familiares. Vale destacar que o comando constitucional torna inelegível a “família” do titular (como exemplo: 
cônjuge, companheiro, pai/mãe, avô/avó, filhos, netos, irmãos, sogros, genros, noras, cunhados) para quaisquer 
cargos eletivos no território da circunscrição sob seu comando, salvo se o familiar já é titular de cargo eletivo e 
candidato à reeleição. 
 
Feitas essas considerações, é possível destacar que: 
 
► A “família” do Prefeito não pode se candidatar aos cargos de: Vereador, Prefeito e 
 
 
 
 
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Vice-Prefeito pelo mesmo Município; 
 
► A “família” do Governador de Estado não pode se candidatar aos cargos de: Vereador, Prefeito e Vice-Prefeito 
pelos municípios localizados no mesmo Estado e também aos cargos de: Deputado Estadual, Deputado Federal, 
Senador, Governador e Vice-Governador do mesmo Estado; 
 
►A “família” do Presidente da República não poderá se candidatar a nenhum cargo 
eletivo no país. 
 
A renúncia é um mecanismo utilizado para afastar a inelegibilidade reflexa, para a qual deve ser obedecida a se-
guinte regra: 
 
►►Se o titular do Poder Executivo estiver no primeiro mandato e renunciar até seis 
meses antes do pleito eleitoral, ficará afastada a inelegibilidade reflexa e seus familiares podem concorrer a qual-
quer pleito eleitoral, inclusive ao cargo antes ocupado pelo renunciante. Neste último caso, entretanto, o familiar 
eventualmente eleito não poderá pleitear a reeleição, pois isso caracterizaria um terceiro mandato na mesma fa-
mília, o que caracterizaria um esvaziamento do comando constitucional; 
 
►►Se o titular do Poder Executivo estiver no segundo mandato e renunciar até seis 
meses antes do pleito eleitoral, ficará afastada a inelegibilidade reflexa para os demais 
cargos, entretanto seus familiares não podem concorrer ao cargo antes por ele ocupado, pois também acarretaria 
três mandatos consecutivos na mesma família. 
 
PERDA E SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS 
 
A perda ou suspensão dos direitos políticos constituem exceção à plenitude dos direitos de votar e ser votado. A 
perda é a privação definitiva dos direitos políticos positivos e a suspensão é a privação temporária dos respectivos 
direitos. Ressalte‑se que a cassação – ato arbitrário de retirada de direitos políticos – é vedada pela Constituição. 
São privações dos direitos políticos, conforme o art. 15, da CRFB/88: 
 
►►cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado – hipótese de 
perda;. 
 
►►incapacidade civil absoluta – hipótese de suspensão dos direitos políticos; 
 
►►condenação criminal transitada em julgado – a suspensão dos direitos políticos persistirá enquanto durarem 
as sanções impostas ao condenado; 
 
►►recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII, CRFB/88 – 
para a doutrina majoritária, seguindo a tradição das Constituições pretéritas. Esta seria mais uma hipótese de 
perda de direitos políticos, entretanto, o assunto não é pacífico, em parte, face ao disposto no art. 4, § 2º, da Lei 
8.239/91, que cuida do serviço alternativo ao serviço militar, que assim afirma: “(…) o certificado só será emitido 
após a decretação, pela autoridade competente, da suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá, 
a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento das obrigações devidas”.(grifamos). 
Esta hipótese de restrição de direitos políticos não tem sido cobrada na prova da OAB, tendo em vista a contro-
vérsia apresentada. 
 
►►improbidade administrativa – os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, na forma do art. 37, § 4º, CRFB/88. 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Os remédios constitucionais são garantias fundamentais que visam defender os inúmeros direitos previstos no 
ordenamento jurídico. Dividem-se em: Remédios constitucionais administrativos e judiciais. 
 
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ADMINISTRATIVOS (art. 5°, XXXIV): O Direito de petição e o Direito de obten-
ção de certidões são garantias constitucionais para o acesso à informação e também são considerados pela dou-
trina como remédios constitucionais de natureza administrativa. 
 
 
 
 
 
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REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS JUDICIAIS: São instrumentos judiciais de defesa dos direitos fundamentais. 
São remédios constitucionais judiciais o habeas corpus, habeas data, mandado de injunção, mandado de segu-
rança e ação popular. Importante destacar que em sede de remédios constitucionais não se aplicao princípio da 
fungibilidade, ou seja, não se pode utilizar um remédio no lugar do outro. 
 
 
HABEAS DATA 
 
Apesar de constar da Constituição de Portugal de 1976 e da Constituição da Espanha de 1978, no Brasil, o habe-
as data só foi consagrado constitucionalmente em 1988. 
 
a)Base legal: Art. 5º, LXXII; Lei n° 9.507/97. 
 
b)Conceito: Remédio constitucional sobre procedimento especial, dirigido ao conhecimento ou retificação, como 
também, anotação, dados ou, assentamentos de entidades governamentais ou de caráter público. 
 
c) Distinção entre o art. 5º, LXXII e o art. 5º XXXIII: o direito à informação, previsto no inciso XXXIII é mais am-
plo do que o direito tutelado no inciso LXXII. No HD, a informação requerida tem natureza pessoal, ou seja, é 
sempre referente à pessoa do Impetrante. 
 
d) Gratuidade: A ação de HD é gratuita, de acordo com o art. 5º, LXXVII. No entanto, como qualquer outra ação 
judicial, é necessário indicar valor da causa na petição inicial. A petição inicial deve ser subscrita por advogado. 
 
Hipóteses de cabimento: 
A CRFB/88 prevê duas situações em que será possível a utilização do HD – conhecer dados pessoais e retificar 
dados pessoais equivocados, constantes de bancos de dados públicos. A lei 9507/97 (art. 7°, III) prevê mais uma 
hipótese de cabimento, qual seja, de complementar informações constantes de tais bancos de dados. 
 
Dados pessoais são aqueles relacionados ao nome, saúde, escolaridade, trabalho, estado civil, etc. Não confundir 
dados pessoais com dados públicos de interesse particular. Ex.: informação acerca de data de término da obra na 
rua da residência do sujeito. Dados públicos que não sejam de natureza pessoal devem ser objeto de mandado de 
segurança, se for o caso. 
 
Banco de dados - as informações perseguidas pelo Impetrante podem estar contidas em banco de dados público, 
ou seja, o banco de dados administrado pela própria administração pública, direta ou indireta, ou em banco de 
dados privado, de caráter público, que são os bancos de dados administrados por pessoas jurídicas de direito 
privado, contendo informações para socializar com terceiros. O conceito de banco de dados público está previsto 
no art. 1º §1º da lei 9507/97. 
 
O STJ entende que não é possível cumular os pedidos de conhecimento e retificação de dados em um só habeas 
data. Sustenta o Tribunal que só tem direito de retificar os dados o sujeito que aponta a incorreção nos dados, o 
que pressupõe o conhecimento prévio de tais dados. No entanto, essa posição é criticada pela doutrina, por conta 
do princípio da economia processual. 
 
 Polo ativo: Como é uma ação personalíssima, apenas o titular do dado (legitimação ordinária), pessoa natural 
ou jurídica pode impetrar a ação. O STF admite, no entanto, que no caso de sucessão causa mortis, os herdeiros 
legítimos e necessários do falecido possam requerer informações pessoais do de cujus. 
 
 Polo passivo: Entidade governamental ou de caráter público (pessoa jurídica de direito privado que forneça 
dados a terceiros com caráter oneroso ou não). Ex.: SPC e SERASA. 
 
 Competência: Para a fixação da competência para julgamento do HD é necessário perquirir quem é a pessoa 
responsável pela exibição das informações. 
 
 Necessidade de comprovar a recusa da informação: 
Súmula nº 2 STJ – Não cabe o habeas data (CRFB/88, art. 5º, LXXII, “a”) se não houve recusa de informações 
por parte da autoridade administrativa. 
 
 
 
 
 
 
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A Lei 9507/97 trata da fase administrativa e também da fase judicial do habeas data. Os artigos 2º ao 4º devem 
ser analisados sobre o prisma da necessidade do remédio constitucional. Somente será necessária a impetração 
do HD quando o titular dos dados não puder obter os dados sem a intervenção do Poder Judiciário. Assim, deve 
ser demonstrado que foi requerida a exibição dos dados pessoais e que tal pretensão foi resistida em âmbito ad-
ministrativo. Basta a recusa administrativa para configurar a necessidade do HD, não sendo necessário esgotar a 
via administrativa. 
 
A Lei 9507/97 também estabelece que o silêncio da autoridade também faz prova da recusa do dado, senão ve-
jamos: 
 
Art. 8, Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou 
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem 
decisão. 
 
 Intervenção do Ministério Público: Obrigatória, nos termos do art. 12 da Lei 9.507/97. 
 Tutela de Urgência: Não há previsão expressa na lei. A doutrina, no entanto, admite a concessão de tutela 
antecipada com fundamento no art. 300 do CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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