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Fisiologia das sinapses

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Fisiologia das sinapses 
Nathalia Fuga – Fisiologia I Página 1 
 
Fisiologia das sinapses 
a- proteínas 
1.1 – Movimento dos íons 
1.2 Bases iônicas do potencial de repouso 
a – potencial de equilíbrio 
b – permeabilidade iônica relativa ao potencial de repouso 
2 Propriedades do potencial de ação 
3 Condução do potencial de ação 
 
 
1 Introdução 
a- definição 
b- tipos de sinapses 
2 Neurotransmissores e receptores 
 2.1 – síntese e armazenamento de neurotransmissores 
 2.2 – liberação de neurotransmissores 
 2.3 – tipos de receptores 
 2.4 – reciclagem e degradação dos neurotransmissores 
3 Integração sináptica 
 3.1 – Somação 
 3.2 – Integração 
4 Plasticidade sináptica 
 
1 – Introdução 
 Agora que você já sabe como ocorre a formação de um impulso nervoso e como 
ele se propaga através do neurônio, vamos ver de que forma essa informação é passada 
de um ponto a outro do Sistema Nervoso, ou seja, de que maneira essa informação é 
transmitida entre os neurônios. 
 No final do século XIX reconheceu-se que o Sistema Nervoso é formado por 
células distintas e que essas células, ditas neurônios, estão conectadas de alguma forma 
para que as informações que cada uma delas gere ou receba possa ser transmitidas a 
outras células. 
a – Definição 
O termo sinapse é definido como unidade processadora de sinais do Sistema 
Nervoso, local de contato entre dois ou de um neurônio com outra célula. A passagem 
de informações através da sinapse é conhecida por transmissão sináptica. 
Ao serem transmitidas as mensagens podem ser modificadas no processo de 
passagem de uma célula para outra. A maioria das transmissões sinápticas consiste em 
uma dupla conversão de códigos. A informação produzida pelo neurônio é veiculada 
eletricamente, através de potenciais de ação até os terminais axônicos e lá é 
transformada e veiculada quimicamente para ao neurônio conectado. A seguir, nova 
informação, a informação química é percebida pelo segundo neurônio e volta a ser 
veiculada eletricamente, com a gênese e a condução de novos potenciais de ação. 
b – tipos de sinapses 
Há dois tipos de sinapses: as elétricas e as químicas. Nas sinapses elétricas a 
transferência de informações ocorre através da transferência de corrente iônica 
diretamente de uma célula para outra, através de sítios especializados chamados junções 
gap ou junções comunicantes. Nas junções comunicantes as membranas ficam muito 
próximas e possuem canais iônicos que permitem a passagem dos íons. Dessa forma, as 
células se acoplam quimicamente. Quando uma célula entra em atividade, ou seja, 
produz potenciais, a corrente iônica correspondente passa diretamente para a outra 
célula via junções comunicantes. O fluxo dessas sinapses é bidirecional e sua 
transmissão é muito mais rápida quando comparada com a sinapse química. A 
 Fisiologia das sinapses 
Nathalia Fuga – Fisiologia I Página 2 
 
importância da sinapse elétrica está em permitir a sincronização de numerosas 
populações celulares acopladas, devido à rapidez de sua transmissão. 
Nos vertebrados predominam as sinapses químicas, cuja capacidade de 
processamento de informações permitiu maior funcionalidade ao Sistema Nervoso. 
Durante o processo evolutivo, tornou-se vantajoso para o processamento de 
informações, o aparecimento entre dois neurônios, de uma região especializada de 
contato. O espaço entre as duas membranas nessa região é chamado de fenda sináptica e 
mede 20 a 40 nm, um espaço bastante maior do que vemos nas junções comunicantes. A 
transmissão sináptica que ocorre nas sinapses químicas é unidirecional, o que 
possibilitou a seguinte nomenclatura: 
A primeira célula, ou seja, a que antecede a fenda sináptica é chamada de 
neurônio pré-sináptico e a segunda célula é o elemento pós-sináptico. O elemento pré-
sináptico geralmente é composto por um axônio e o pós-sináptico por um dendrito. 
O terminal pré-sináptico destaca-se devido à presença de vesículas sinápticas, 
pequenas esferas encontradas em grande quantidade que se aglomeram próximo a face 
interna da membrana pré-sináptica. 
 
 
 
A informação que chega ao elemento pré-
sináptico vem na forma de potenciais de ação 
conduzidos através do axônio até os terminais. A 
seguir ocorre a conversão da informação elétrica em 
química. Os potenciais de ação causam a liberação, na 
fenda sináptica, de certa quantidade de substância 
química armazenada no interior das vesículas 
sinápticas. Essas substâncias recebem o nome de 
neurotransmissores. As moléculas de 
neurotransmissores uma vez na fenda sináptica, 
reconverte a informação química em informação 
elétrica, ou seja, o neurotransmissor resulta em um 
potencial pós-sináptico na membrana da segunda 
célula. Esse processo produzirá potenciais de ação que 
serão conduzidos pelo axônio correspondente até uma terceira célula, onde o processo 
se repetirá. 
 
Essa dupla conversão de informações, do modo químico para o elétrico e do 
elétrico para o químico novamente, permite que haja interferência na própria sinapse. A 
modulação na transmissão sináptica ocorre em quase todas as sinapses. Essa 
possibilidade adaptativa que resultou no aparecimento de sinapses químicas permite que 
ela tenha capacidade de modular as informações transmitidas pelas células nervosas. 
 
 
 Fisiologia das sinapses 
Nathalia Fuga – Fisiologia I Página 3 
 
 
As sinapses químicas podem ser classificadas quanto à função em: 
1 – excitatórias - o resultado da transmissão sináptica é um potencial pós-
sináptico despolarizante, ou seja, tende a se aproximar do limiar facilitando o potencial 
de ação do neurônio pós-sináptico. 
2 – inibitórias – o resultado da transmissão é um potencial pós-sináptico 
hiperpolarizante, que se afasta do limiar dificultando a geração do potencial de ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 - Neurotransmissores e receptores 
 Os neurotransmissores situam-se em três categorias principais: aminoácidos, 
aminas e peptídeos. 
 
a. AMINAS: INDOLAMINAS*- a serotonina, a histamina, e as CATECOLAMINAS* - dopamina e 
a norepinefrina. 
b. COLINAS (também é uma amina): Classe da qual a Acetilcolina é o neurotransmissor mais 
importante. 
c. PURINAS: Adenosina, ATP 
d. AMINOÁCIDOS: o glutamato e o aspartato são os transmissores excitatórios bem 
conhecidos, enquanto que o ácido gama-aminobutírico (GABA), a glicina e a taurina são 
neurotransmissores inibitórios. 
e. NEUROPEPTÍDEOS: esses são formados por cadeias mais longas de aminoácidos (como 
uma pequena molécula de proteína). Sabe-se que mais de 50 deles ocorrem no cérebro e 
muitos deles têm sido implicados na modulação 
ou na transmissão de informação neural. Ex.: opióides (encefalinas e endorfina), hormônios da 
neuro-hipófise (ocitocina e vasopressina) 
f. GASES: Óxido Nítrico (NO), Monóxido de Carbono (CO) 
 
Há alguns requisitos básicos para a transmissão sináptica química: 
1 – Deve haver um mecanismo para a síntese de neurotransmissores e seu 
armazenamento nas vesículas sinápticas. 
2 – Um mecanismo que cause a liberação de neurotransmissores das vesículas em 
resposta a um potencial de ação pré-sináptica. 
3 – Um mecanismo para produzir uma resposta elétrica ou química ao neurotransmissor 
no neurônio pós-sináptico. 
4 – Um mecanismo para remoção dos neurotransmissores na fenda sináptica. 
 Fisiologia das sinapses 
Nathalia Fuga – Fisiologia I Página 4 
 
Os aminoácidos e as aminas são pequenas moléculas orgânicas com pelo menos 
um átomo de nitrogênio e são armazenados nas vesículas sinápticas, já os peptídeos são 
moléculas grandes armazenadas em grânulos secretores. Vesículas e grânulos são 
frequentementeobservados nos mesmos terminais axônicos. 
Diferentes neurônios do Sistema Nervoso também liberam diferentes 
neurotransmissores. 
 
2.1 – síntese e armazenamento de neurotransmissores 
A transmissão sináptica requer que os neurotransmissores sejam sintetizados e 
estejam prontos para a liberação. Diferentes neurotransmissores são sintetizados de 
maneiras diferentes. Por exemplo, o glutamato e a glicina fazem parte do grupo de 20 
aminoácidos utilizados na síntese proteica, ou seja, estão em abundância em várias 
células. Já o GABA e as aminas são produzidas apenas pelos neurônios que os liberam. 
Esses neurônios possuem enzimas específicas que os sintetizam a partir de precursores 
metabólicos. 
 
2.2–liberação de neurotransmissores 
 A liberação de neurotransmissores é desencadeada pela chegada de um potencial 
de ação ao terminal axônico. Esses potenciais chegam na forma de ondas 
despolarizantes da membrana. A despolarização que ocorre durante os potenciais de 
ação provoca a abertura de canais e a passagem de íons Ca
2+ 
em grande quantidade para 
o interior do terminal. A elevação da 
concentração de cálcio é o sinal para a 
liberação de neurotransmissores das 
vesículas sinápticas. 
 As vesículas liberam seus 
conteúdos por exocitose. A membrana 
da vesícula funde-se com a membrana 
pré-sináptica nas zonas ativas 
permitindo que os conteúdos das 
vesículas sejam liberados na fenda 
sináptica. 
 Tanto maior será o número de vesículas e grânulos que sofrerão exocitose 
quanto mais prolongada for a despolarização provocada pelo potencial de ação, ou seja, 
quanto maior a frequência de potencias de ação que chegam ao terminal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conclui-se que a frequência de potenciais de ação determina a quantidade de moléculas de 
neurotransmissores liberada na fenda sináptica. 
 Fisiologia das sinapses 
Nathalia Fuga – Fisiologia I Página 5 
 
2.3 – receptores 
O resultado final da ação do neurotransmissor na fenda sináptica é o 
aparecimento de uma alteração no potencial da membrana pós-sináptica, chamado de 
potencial pós-sináptico. O que provoca essa alteração é a interação química entre o 
neurotransmissor e o seu receptor. O receptor é um complexo molecular de natureza 
proteica embutido na membrana pós-sinápticas e capaz de estabelecer uma ligação 
química específica com o neurotransmissor. 
Existem duas classes de receptores: 
1- ionotrópicos: formam canais iônicos diretamente 
2- metabotrópicos: cujos efeitos sobre o neurônio são produzidos de forma indireta. 
 
Quando o neurotransmissor atravessa a fenda sináptica e se liga ao receptor, sendo 
ele o próprio canal iônico, a mudança na forma do canal causará a sua abertura e 
consequente passagem de íons através da membrana. Se predomina o fluxo de sódio de 
fora para dentro da célula o receptor provoca uma despolarização da membrana, se 
aproximando do limiar para gerar potenciais de ação. Nesse caso chamamos esse 
potencial de potencial pós-sináptico excitatório (PEPS). Em contraste, se predominar a 
entrada de cloreto (Cl
-
) também de fora para dentro da célula o receptor estará 
provocando uma hiperpolarização do neurônio e nesse caso é chamado de potencial pós-
sináptico inibitório (PIPS), pois estará se afastando do limiar e portanto, do potencial de 
ação. 
 Os receptores metabotrópicoa realizam a transmissão da mensagem química 
indiretamente já que não são canais iônicos. Essa transmissão ocorre através de reações 
químicas intracelulares que podem ativar canais iônicos, ou promover outras alterações 
celulares. 
 
2.4 – reciclagem e degradação dos neurotransmissores 
 A interrupção da transmissão sináptica é importante para cessar as ações 
sinápticas e evitar a dessensibilização dos receptores. Há três mecanismos fundamentais 
para que isso ocorra: 
1- receptação dos neurotransmissores – a membrana dos terminais pré-sinápticos 
frequentemente possui proteínas transportadoras específicas para os 
neurotransmissores que produz. Também algumas células da glia (os astrócitos) 
possuem transportadores para neurotransmissores. Esse mecanismo de 
receptação constitui um importante mecanismo de defesa contra os efeitos 
tóxicos das aminas (neurotoxicidade). 
2- degradação enzimática do neurotransmissor – a presença de enzimas que 
degradam o neurotransmissor garante que o neurotransmissor será degradado 
após transmitir a informação. 
3- difusão – a difusão do neurotransmissor para fora da fenda sináptica possibilita o 
final da transmissão. 
 
 
 
 Fisiologia das sinapses 
Nathalia Fuga – Fisiologia I Página 6 
 
3 – Integração sináptica 
 
 Cada neurônio recebe sinapses de milhares de outros neurônios. Além disso, em 
cada sinapse muitas vezes atuam vários mecanismos de transmissão e modulação. O 
neurônio é capaz de reunir potenciais sinápticos de diferentes origens e tipos e associá-
los e só então elaborar resposta. Essa integração de múltiplos sinais sinápticos é 
chamada de integração sináptica. Em cada momento o neurônio deve “decidir” se 
dispara potencias de ação e com qual frequência, essa pode ser a diferença entre contrair 
ou não um músculo e com qual força. 
3.1 – somação temporal e somação espacial 
 Em geral um estímulo não é suficientemente forte para gerar um potencial de 
ação, vários potenciais se somam fazendo com que o potencial de membrana se 
aproxime do limiar: 
Somação de PEPS 
(a) um potencial de ação pré-sináptico desencadeia um pequeno PEPS no neurônio pós-sináptico. 
(b) Somação espacial de PEPSs: quando dois ou mais sinais de entrada pré-sinápticos são simultâneos, 
seus PEPSs individuais se somam. 
(c) Somação temporal de PEPSs: quando a mesma fibra pré-sináptica dispara potenciais de ação em 
uma rápida sucessão, seus PEPSs se somam. 
 
 
 
 
 
 
 Fisiologia das sinapses 
Nathalia Fuga – Fisiologia I Página 7 
 
4 – Plasticidade neural 
 A capacidade de adaptação do Sistema Nervoso, principalmente do neurônio, às 
mudanças nas condições do ambiente que ocorrem no dia-a-dia dos indivíduos chama-
se neuroplasticidade ou plasticidade neural, um conceito amplo que se estende desde a 
resposta a lesões traumáticas até alterações sutis resultantes dos processos de 
aprendizagem e memória. 
Quando um fator ambiental incide sobre o Sistema Nervoso de alguma forma, 
modifica-o. Visto que isso ocorre em todos os momentos da vida, a neuroplasticidade é 
uma característica marcante e constante da função neural. Em alguns casos é possível 
identificar mudanças morfológicas resultantes das alterações ambientais. Em outros a 
mudança ocorre somente na função, sem alterações morfológicas evidentes.

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