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Flávia Lages de Castro
3.4. Divisão do Direito Romano
Os romanos consideravam várias divisões de seu direito; para tanto baseavam-se na História, na origem da norma, na aplicação ou no sujeito a quem era destinada a norma. A principal diferença entre os Direitos (ius) era entre o Ius Cilvile e o Ius Gentium.
lus Civile: também conhecido como ius quiritium, é o direito próprio do cidadão romano e exclusivo deste.
4 lus Gentium: é o direito universal, aplicável a todos os homens livres, inclusive os estrangeiros. Para o Jurista Gaio e para UI-piano era um direito baseado na razão natural (naturalis ratío).127 Ius Gentium est, quo gentes humanae untuntur (Direito das gentes é o que a razão natural estabeleceu entre os homens).128
3.4.1. Divisão Baseada na Origem
Baseando-se na fonte do Direito, os romanos diferenciavam o Ius Cívíle, o Ius Honorarium e o lus Extraordinarium.
lus Civile: era o Direito tradicional que provinha do costume, das leis, dos plebiscitos e, na época imperial, dos senatus consultor e das Constituições Imperiais.
lus Honorarium: era o Direito elaborado e introduzido pelos pretores.
-V Ias Extraordinarium: era derivado da atividade jurisdicional do Imperador na época do Império. O Imperador e seus funcionários, tomando conhcimento das controvérsias (cognitío) de forma diferente da ordem natural dos juízos (extra ordinem), originaram todo um conjunto de normas.129
127 Era considerado como tendo sido constituído pelo lua Naturale (Direito Natural). Este seria natural e não uma criação arbitrária do homem. "Considera-se naturalis o que decorre das qualidades físicas dos homens ou das coisas, corno também o que corresponde a urna ordem normal de interesses humanos e, por isso mesmo, não exige justificações" (CORREIA, Alexandre; SCIACIA, Gaetano. Op. cit., p. 19).
128 Ulpiano, Digesto, 1,1,1,4.
129 CORREIA, Alexandre; SCIACIA, Gaetano. Op. cit., p. 18.
92 História do Direito Geral e Brasil
3.4.2. Divisão Baseada na Aplicabilidade
Esta distinção se faz baseada em de que forma as regras podem ou não ser aplicadas. Distingue-se, então, entre Ias Cogens e Ius Dispositivum.
4 Ius Cogens: é a regra absoluta. Sua aplicação não depende da vontade das partes interessadas. É o caso do Direito Público: "ius publicum privatorum pactis mutari non potest" (o direito público não pode ser alterado por acordo entre particulares).130
4 Ius Dispositivum: este Direito admitia a expressão da vontade dos particulares, as regras podiam ser modificadas ou postas de lado de acordo com o desejo das partes.
3.4.3. Divisão Baseada no Sujeito
Dependendo da regra, se esta era aplicável a todos ou somente a alguns, os romanos distiguiam o Ias Commune do Ius Singulare.
4 lus Commune: é o conjunto de regras que regem de modo geral
uma série de casos normais. É a regra que opõe-se a exceção.
4 lus Singulare: são as regras que valem somente para uma categoria de pessoas, grupos ou situações específicas. É importante salientar que o Ius Singulare não é uma determinação particular, válida somente a uma pessoa. Esta situação era chamada no Direito Romano de Privilegium e não tinha o peso do Ius Singulare.
3.5. Capacidade Jurídica de Gozo
Capacidade jurídica de gozo - chamada também de capacidade de direito - é a aptidão do indivíduo para ser sujeito de direitos e obrigações. Hoje em dia, na maioria dos países do mundo, todos têm capacidade de direito, mas em Roma não era da mesma forma.
Havia uma série de precondições para que o homem tivesse capacidade jurídica de gozo. Para ter completa capacidade de direito
130 Digesto 2.14.38.
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