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Instituições Políticas Romanas

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Flávia Lages de Castro
	História do Direito Geral e Brasil
Eram eleitos de cinco em cinco anos, em número de dois, mas
cada um só permanecia no cargo por, no máximo, dezoito meses.
Os censores eram responsáveis pelo Censo (recenseamento) que
era realizado de cinco em cinco anos.
"Por turno de tribos, os cidadãos se apresenta-
vam, t;oni seus bens móveis diante da repartição
dos censores (villa publica), instalada no Campo de Marte, para fazerem a declaração (tossia) do estado civil, relações de serviço e riqueza, perante os censores, os notáveis das tribos e outras pessoas de confiança. As mulheres, os filhos e clientes eram representados pelo chefe da família. Comissários do censo eram enviados aos exércitos que se encontravam em campanha."105
Também e, principalmente, eles eram responsáveis pelo Regimen Morum, o policiamento dos costumes. Eles podiam devassar a vida de um indivíduo, e maus exemplos, luxos, filosofias não condizentes com o que era considerado romano, eram denunciados por eles nas Assembléias Públicas. Caso um acusado pelo censor tivesse sua culpa comprovada, poderia inclusive perder por algum tempo seus direitos políticos.
2.3. O Império e Suas Instituições Políticas
Durante o Império a figura principal do governo romano era, obviamente, o Imperador. Este nome Imperator significava que o princeps (primeiro homem de Roma) possuía o irnperium em todos os aspectos: o civil, o militar e o judiciário.
Neste período as magistraturas republicanas subsistem, mas não têm mais a força e importância anterior. O Consulado, por exemplo, continua existindo até Justiniano, entretanto é um cargo apenas honorífico.
O Senado continua existindo, entretanto com cada dia atribuições mais limitadas. Por outro lado, teve sua competência ampliada nos terrenos legislativo, eleitoral e judicial, já que podia, conforme a
105 BLOCH apud GIORDANI, Mario Curtis. História de Roma. Petrópolis: Vozes, 1968, p. 93. 82
vontade dos senadores, conhecer qualquer delito, principalmente atentado contra o Estado ou a pessoa do Imperador.
2.4. As Mudanças em Roma Após as Conquistas
Como visto, dividimos tradicionalmente a História Romana em três partes, todas elas políticas. Vale a pena destacar, principalmente para um entendimento panorâmico mais eficaz da História deste povo, que há também uma outra forma de dividirmos o caminho dos romanos.
É preciso apenas que pensemos que Roma começou como uma pequena cidade do Lácio e tornou-se a capital do Mundo Conhecido. Era uma cidade de agricultores que se tornaram os donos do mundo.
A conclusão é clara, os romanos, antes das grandes conquistas, eram muito mais tradicionais que os romanos de depois destas; estes eram mais cosmopolitas, mais voltados para o mundo e abertos a mudanças.
3. O Direito Romano
3.1. Definição e Características
• O Direito Romano é uma criação típica deste povo, o que eles criaram nos deu a possibilidade de hoje estarmos habitando países que se intitulam "Estados de Direito". Como um todo o Direito Romano é o conjunto de normas vigentes em Roma da Fundação (século VIII a.C.) até Justiniano no século VI d.C.
Para os romanos a definição de Direito passava por seus mandamentos, que são: "viver honestamente, não lesar ninguém e dar a cada um o que é seu" (iuris praecepta sunt haec: honete vivere, alterum non ladere, suum cuique tribuere).106
Este direito foi fruto de séculos de trabalho e bom senso, antes de tudo. O pragmatismo romano encontrou no Direito um centro inesgotável para desenvolver-se dentro dos parâmetros que eles mesmos consideravam como essenciais.
"Um simples olhar a um manual de Direito Roma-
no revela-nos seu espírito: proteção do indivíduo,
106 Digesto 1.1.10.
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