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Faculdade Anhanguera de Osasco
Direito Civil IX Professor Clift
	Resumo
Este boletim informativo é tem como objetivo contribuir para melhor entendimento acerca do Casamento e da União Estável, analisando como estes são interpretados nos dias atuais, mostrando as possíveis igualdades e diferenças entre os institutos. Apesar de possuírem em sua essência o mesmo objetivo, a constituição de uma família, estes são analisados e tratados pela sociedade atual com algumas diferenciações.
visa contribuir com o melhor esclarecimento sobre os temas: União Estável e Casamento, visando maior conhecimento sobre estes institutos. Busca analisar com clareza sobre um e outro, mostrando que obtiveram várias mudanças na sociedade contemporânea. Ambos têm o mesmo objetivo, o desenvolvimento familiar, porém são tratados de formas distintas em nossa sociedade e pelo Código Civil. busca analisar as características comuns e diferenças existentes entre os institutos do Casamento e da União Estável, a partir do desenvolvimento do fenômeno social e dos atuais entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, em particular aqueles trazidos pelo Supremo Tribunal Federal. De modo geral, procura apresentar as distinções retratadas a partir da origem, características e fundamentos das figuras jurídicas debatidas, destacando-se as evoluções trazidas pela Constituição da República de 1988 e pelo Código Civil de 2002. São abordadas as peculiaridades, formalidades essenciais de consolidação, a proteção dedicada a ambos, bem como modos de dissolução e reconhecimento desses institutos, além das inovações ampliativas ao conceito de família e da própria União Homoafetiva. 
A pesquisa foi baseado em históricas e teóricas realizadas em livros de doutrina, leis, artigos, artigos monográficos e outros meios de pesquisa, para obtenção de conceitos relevantes ao tema e sustentação dos argumentos empregados na caracterização do casamento, da União Estável e suas diferenças. 
O Brasil teve o seu conceito de família influenciado pelo período Greco- romano onde a família era liderada pelo pai (pater famílias). Este liderava a família como lhe conviesse. Tendo poder absoluto sobre a família, o pater famílias vivia com sua esposa, filhos homens, noras, netos e filhas solteiras, pois estas depois de casadas passavam a viver com a família de seu marido.
com a Revolução sexual dos anos 60 e a luta de mulheres pela igualdade social, que tiveram vários direitos adquiridos, contribuíram para que a ideia de que o homem liderasse a família mudasse, uma vez que a mulher, procurando cada vez mais seu “espaço” na sociedade, almejou independência e propôs regras no que tange à família, sendo que nos casos em que não desse certo, viveria sozinha ou com seus filhos, tendo sua independência financeira não dependendo de ninguém para ter sua própria vida. Com essa igualdade o homem não é mais reconhecido como o soberano da família, mas, sim, um companheiro que exerce conjuntamente com a mulher os direitos e deveres Por muito tempo a formação da família ficou restrita ao casamento, à família nuclear, na qual existem a figura do pai, da mãe e dos filhos. A sociedade vivia o estilo da família patriarcal, que dava direito e poderes ao pai, chefe da família, de controlar todos os passos da esposa e dos filhos, tendo o poder sobre a vida e a morte de cada um dos membros sob seu domínio.
		Objetivo
		
	
	
O artigo 233, do Código Civil de 1916 assim dispôs: “O marido é o chefe da sociedade conjugal, função que exerce com a colaboração da mulher, no interesse comum do casal e dos filhos” (BRASIL, 1916).
No artigo 226, §5º, a Constituição Brasileira de 1988 estabelece que “Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher” (BRASIL, 2010).
Para Paulo Lôbo, além de focar na questão do art. 226 da Constituição ser ou não numerus clausos, é necessário verificar se a Carta Magna permite análise de valor entre as entidades familiares trazidas . Não é novidade o crescente número de novas formas de entidades familiares, além das elencadas no rol da Constituição Federal.
 
em questão o artigo trata simplesmente da constituição a partir do casamento, união estável e os núcleos familiares monoparentais, onde existem somente mãe ou pai e filhos.
No decorrer do tempo e com a revolução industrial e consequente urbanização a população rural diminuiu ao passo que as cidades foram crescendo, deixando de lado a ideia da imensa prole rural que auxiliava na produção do campo. Ocorreu também a emancipação feminina, outro fator motivador da diminuição da quantidade de filhos, pois a mulher busca, antes de tudo, sucesso profissional adiando os planos maternos.
A família se modifica ao decorrer dos anos, não deixando de existir cada vez mais diferente do que era antes, mas seguindo com seu objetivo principal: o desenvolvimento humano.
Direitos e deveres.FAMÍLIA ATRAVÉS DA UNIÃO ESTÁVEL E DO CASAMENTO
Casamento nos dias atuais
O casamento realizado atualmente, o chamado casamento civil, é visto como a aprovação do Estado. De acordo com o Código Civil de 2002 em seu artigo 1.511 “O casamento estabelece a comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges” (BRASIL, 2010). Podemos notar que o casamento não é mais visto como antes, onde o homem liderava o casamento, mas, sim, em igualdade entre o homem e a mulher.
Essa igualdade entre o homem e a mulher significa que ambos terão responsabilidades sem distinção entre eles, e que, em conjunto, deverão tomar decisões que julgarem ser melhor para a vida em comum tendo paridade de De acordo com Maria Helena Diniz (2010) o casamento “(...) é a união de um homem e uma mulher, reconhecida pelo Direito e investida de certas condições jurídicas”. Essas condições jurídicas são aquelas impostas pelo Código Civil de 2002, onde a lei expõe diversas exigências para que se constitua o casamento.
A autora ainda explica em seu livro Código Civil Anotado, que o princípio da comunhão indivisa valoriza a moral da união criando a comunhão entre os cônjuges que pretendem passar a vida juntos com alegrias e tristezas que podem vim a existir (DINIZ, 2010). Regulamentado a partir do artigo 1.511 do Código Civil, o casamento impõe direitos e deveres que ambos os cônjuges deverão exercer ao longo da união, tendo como finalidade principal consistir uma comunhão plena de vida.
O que é casamento civil
O casamento civil é um contrato firmado entre duas pessoas com o objetivo de constituir uma família. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
PRIMEIRO passo: A HABILITAÇÃO DE casamento
O primeiro passo é o pedido de habilitação do casamento. Os noivos devem comparecer ao cartório de Registro Civil mais próximo da residência de um deles, para se submeterem a um processo averiguação, no qual devem provar que estão livres e desimpedidos para casar. Nesta etapa, que deve acontecer pelo menos 30 dias antes da cerimônia, o casal deve apresentar todos os documentos necessários para o casamento. Você mesmo pode fazer esses documentos, evitando contratempos e agilizando o atendimento no cartório, veja abaixo algumas opções.casamento. Estando os documentos em ordem, o oficial afixa os proclamas do casamento em local de fácil acesso do cartório e publica na imprensa local para conhecimento público. Se em um prazo de 15 dias não houver nenhum impedimento, os noivos estarão aptos para casar dentro do prazo de 90 dias corridos.
Segundo passo: agendamento da cerimônia
Após o prazo de 20 a 30 dias, os noivos poderão se casar e a cerimônia poderá ser realizada no próprio cartório ou em diligência (buffet, residência, etc.). Se o casamento for em diligência, é necessário agendar a cerimônia no cartório competente.
Terceiro passo: a cerimônia
A cerimônia é realizada no local e data agenda da na presençado juiz de casamentos, o escrevente autorizado, os noivos e padrinhos. Após ter ouvido dos próprios noivos a confirmação de que persistem na proposta de se casarem por livre e espontânea vontade, o juiz declarará efetuado o casamento civil. Em seguida, após a assinatura dos termos, os noivos recebem das mãos do juiz a certidão de casamento: agendamento da cerimônia.
 Existem aqui no Brasil, 4 regimes de bens diferentes previstos pelo Código Civil, mas 3 Regimes de Bens são os mais comuns e importantes. Veja abaixo o resumo de cada um, 
 COMUNHÃO PARCIAL DE BENS
No regime de comunhão parcial de bens todos os bens adquiridos onerosamente durante a união se comunicam. Quer dizer: Tudo que foi comprado durante o casamento é dos dois e será dividido no caso de uma separação. É importante destacar que para a lei não interessa de onde saíram os recursos para comprar os bens. Tudo que for adquirido para a família será dos dois e terá de ser dividido em caso de ruptura, mesmo que apenas uma pessoa do casal tenha trabalhado e contribuído economicamente para a compra. No regime da comunhão parcial alguns bens são excluídos dessa divisão. São os chamados bens particulares. Os bens particulares são aqueles que cada um já tinha antes de casar, e também os bens recebidos por apenas um dos cônjuges através de doação ou de herança. Também não estão incluídos os bens que eventualmente venham a ser comprados com dinheiro obtido com a venda de algum destes bens particulares. IMPORTANTE LEMBRAR: Quando o casal não faz pacto antenupcial e não escolhe nenhum regime de bens, o regime que prevalece é este: a comunhão parcial. A união estável, quando não há contrato definindo o regime de bens do casal, também acaba se sujeitando a estas regras.
PRINCIPAIS OPÇÕES DE REGIME DE BENS
Os Regimes de Bens são tratados pelo Código Civil Brasileiro de 2002, precisamente, nos artigos 1.639 a 1.688. Para consultar o Código Civil Brasileiro. Existem aqui no Brasil, 4 regimes de bens diferentes previstos pelo Código Civil, mas 3 Regimes de Bens são os mais comuns e importantes. Veja abaixo o resumo de cada um, e veja qual pode se adaptar melhor à sua necessidade:
COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS
Todos os bens (e dívidas), passados e futuros, pertencem igualmente aos dois. É o regime em que o casal passa a dividir tudo, tudo o que cada um possuía antes de se casar, e tudo que vierem a adquirir depois de casados. A lei faz ressalvas sobre alguns tipos de bens que não são compartilhados, mas a regra principal é esta. Para que o casamento seja submetido a este regime de bens, o casal obrigatoriamente deve fazer o pacto antenupcial mediante escritura pública, e registrar esta escritura no cartório de Registro de Imóveis.
SEPARAÇÃO DE BENS
Pelo regime da separação de bens, cada pessoa terá seu próprio patrimônio, que não será dividido com a separação. Enquanto o casamento existe, os dois usufruem de forma comum, mas na hora da separação, cada um fica com o que for seu. Por este regime de bens, qualquer um pode vender ou dar em garantia bens de sua propriedade, sem necessidade de autorização do outro. Este regime de bens também exige pacto antenupcial firmado por escritura pública, e registrado no Cartório de Registro de Imóveis.
Conceito de União Estável
Apesar de tentativas anteriores para a regularização da União Estável, esta só veio a ser regulada efetivamente pelo Código Civil de 2002. A União Estável se concretiza como a união de duas pessoas, que não são legalmente casadas, com a finalidade de formar família. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a União Estável “é a entidade familiar formada por um homem e uma mulher com vida em comum, por um período que revele estabilidade e vocação de permanência, com sinais claros, induvidosos de vida familiar e com uso comum ao patrimônio”. (TJRJ, Nª 667, p. 17-23).
A intenção de constituir família e obter bens em comum são alguns dos objetivos principais da União Estável. De acordo com Maria Helena Diniz a União Estável “consiste numa convivência pública entre homem e mulher livres, contínua e duradoura, constituindo uma família.” (DINIZ, 2010, p1224).
União Estável nos dias atuais
A União Estável está descrita a partir do artigo 1.723 e seguintes do Código Civil de 2002 que dispõe: “É reconhecida como entidade familiar a União Estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família” (BRASIL, 2010). O artigo 1.723 do Código Civil de 2002 adota a União Estável como entidade familiar. O próprio Código Civil autoriza que esta união seja convertida em casamento, mediante pedido. Atualmente, como já citado, aceita-se a União Civil entre pessoas do mesmo sexo, ampliando-se assim o entendimento sobre o que dispõe o artigo supracitado uma vez que este estatui que “é reconhecida como entidade familiar a União Estável entre o homem e a mulher (...)” e como analisado, o Supremo Tribunal Federal mudou essa concepção aplicando as mesmas regras da União Estável para a União Civil entre pessoas do mesmo sexo.
	Segundo Paulo Lôbo, a comprovação do início da união estável pode ser verificada por diversos fatores, como a forma dos companheiros se apresentarem como casal perante a sociedade, a assunção de responsabilidades pecuniárias de um pelo outro, a moradia conjunta, a compra de mobília para a casa e o contrato de aluguel, por exemplo. Entretanto, não vigora mais a ideia de convivência sob o mesmo teto, sendo totalmente possível que exista a união estável entre pessoas que não morem terminantemente juntas.
Vale ressaltar que o Código Civil de 2002 admite a União Estável mesmo que um de seus membros esteja casado legalmente, desde que este, quando começou a União Estável, já tenha separado de fato. “Assim solteiros, viúvos, separados judicialmente, ou de fato, e divorciados poderão constituir União Estável, por força do § 2º do artigo 1.723” (DINIZ, 2010, p.1224).
sucessão
No direito sucessório, a sucessão se dá por causa mortis, em virtude do falecimento de alguém. A morte é, então, o acontecimento do mundo fático apto a desembocar em efeitos jurídicos. Isso porque é um fator natural, em regra, que tem como consequência um efeito jurídico: a abertura da sucessão, que é um fato jurídico14. Significa que o legislador busca no mundo dos fatos eventos que possam ter consequência no mundo jurídico e os valora ao ponto de norma jurídica. Como a morte é um acontecimento apto a produzir efeitos na esfera jurídica, como no caso da sucessão, em que os parentes sucedem, a norma incidente é a que determina a sucessão no momento do falecimento do de cujus. Assim, como traz o art. 1.784, a herança passa a pertencer aos herdeiros legítimos logo quando aberta a sucessão. Há a transferência do patrimônio, antes do de cujus, para os legitimados na sua sucessão, seus herdeiros. Essa sucessão, que pode ocorrer por meio de determinação legal, aos sucessores legítimos, ou disposição testamentária de última vontade (art. 1.786 do Código Civil de 2002) ocorre no momento do falecimento. Significa dizer que constatada a morte, está aberta a sucessão, que deve ser regida pela lei vigente ao tempo de sua abertura (art. 1.787 do Código Civil de 2002). Assim, do mesmo modo que o legislador percebeu a necessidade de regulamentar a constituição familiar na forma do casamento, também o fez na união estável, visto que as duas formas geram modificações no mundo dos fatos que podem afetar o mundo jurídico. Seja no que se refere à sucessão, quando do falecimento de um dos cônjuges ou companheiros, seja no sentido da filiação, esta que também é afetada pelo caráter sucessório, mas também para regulamentar a questão de inexistência de filhos legítimos e ilegítimos. São apenas filhos, não importando a forma de concepção, se por adultério ou não. Outro fator é que a maior rejeição quanto à uniões desse porte vinha da própria lei, pois inexistia o divórcio, apenas uma separação de fato que não liberava as pessoas paracasar novamente. Então foram surgindo um aglomerado.
A posição na linha de sucessão se dá pela ordem de vocação hereditária, ou seja, a ordem em que parentes são chamados a suceder.
O nosso Código Civil de 2002 traz, entre seus arts. 1.845 e 1.850 as disposições sobre os herdeiros necessários, aqueles que necessariamente devem herdar e que, na existência deles, o testamento não pode dispor de mais da metade dos bens do autor da sucessão.
Como herdeiros necessários, o rol não contempla a figura do companheiro, da união estável, vez que trata como necessários apenas os descendentes, ascendentes e o cônjuge16. Isso nos leva a acreditar que se trata apenas de uma omissão legislativa, pois, conquanto a classe de herdeiros legítimos subdivida-se em herdeiros legítimos necessários - estes já tratados acima - e herdeiros legítimos facultativos, que são os parentes colaterais do de cujus, ou seja, aqueles parentes que não estão na linha reta, na ascendência ou descendência do falecido, não há razão para que o companheiro não figure como herdeiro necessário também, vista a sua proximidade de parentesco com o falecido, pessoa com quem dividiu a vida na constituição familiar. Da mesma forma não faz sentido ter o companheiro tratamento diverso nesse quesito quando o cônjuge ocupa posição de herdeiro necessário pois, como vimos, as diferenças entre união estável e casamento se encontram apenas no momento de formalização dos fatos, não podendo o Direito ignorar a verdade real, qual seja, da semelhança gritante dos institutos.
Com o Decreto nº 1.839, de dezembro de 1907, o chamado de Lei Feliciano Pena, essa realidade mudou quando o cônjuge foi colocado na terceira posição na linha de vocação hereditária, ficando atrás somente dos descendentes e ascendentes, nesta ordem, ao passo que os parentes colaterais ocuparam a quarta posição. A Lei Feliciano Pena ainda limitou a vocação dos colaterais, que só seriam comunicados até o parentesco de 6º grau e o Código Civil de 1916 continuou aplicando esse mesmo entendimento18. Foi somente com o Decreto-Lei nº 9.461 que a chamada dos colaterais a sucessão ficou limitada até o 4º grau e permanece até hoje dessa forma. de uniões desse tipo, até que foi regulamentado o divórcio e a Constituição reconheceu a união estável como entidade familiar. Uma conclusão nesse sentido não tem base histórica ou sociológica e se choca com os fundamentos, o todo orgânico, o próprio ideário, liberal, igualitário, solidário e democrático da Carta Magna. O que ela quer, simplesmente, é que, se os conviventes resolverem casar, que esse objetivo seja facilitado, dispensando-se os que já vivem juntos, em união estável, como entidade familiar, de algumas exigências que são prescritas para os que não exibem tal condição.
Relação Homoafetiva 
Atualmente o Supremo Tribunal Federal fez a equiparação de União Estável e união homoafetiva, garantindo os mesmos direitos e deveres a ambos. Esta união é aceita em nossa sociedade atualmente podendo a mesma, por analogia, ser convertida em casamento. A União Estável homoafetiva é formada por pares do mesmo sexo. Apesar de ser um assunto ainda muito recente, vem ganhando espaço cada vez maior em nossa sociedade tendo seus direitos e deveres reconhecidos e aceitos pela sociedade e pelo Código Civil. 
Principais diferenças entre Casamento e União Estável
Apesar de ambas as instituições terem em sua essência a finalidade de constituir família, o casamento e a União Estável são analisados, em alguns pontos, de formas distintas pelo Código Civil de 2002, se diferenciando em espécies a serem tratados. Pode-se notar, como um dos temas a serem observados, que a formação de ambos é diferente. No casamento, a celebração é feita por juiz de paz, onde após a sua celebração é possível obter o registro deste, adquirindo-se a certidão de casamento. A formação da União Estável se dá por duas pessoas livres que não possuem nenhum impedimento legal para casarem, que se unem com o objetivo de constituir família. Nota-se que para formalizar a União Estável não é necessário nenhum tipo de celebração, como ocorre no casamento. O que pode ocorrer é a formalização da União Estável. Nota-se que a União Estável não admite os direitos sucessórios amplamente; o companheiro (a) poderá atingir somente os bens adquiridos onerosamente na União Estável. Vale destacar que este não é considerado herdeiro necessário (aquele que não pode ser retirado do limite da cota disponível). No casamento, há a divisão de acordo com o regime adotado pelo casal. Outra diferença notória entre ambos ocorre no momento da divisão da herança, pois no casamento o cônjuge pode herdar a totalidade da herança (artigo 1829, III e 1838 do Código Civil), na falta de descendente e ascendente. Já na União Estável o companheiro receberá apenas 1/3 da herança cabendo o restante da herança aos outros parentes sucessíveis (artigo 1790, III do Código Civil).
Por fim é importante ressaltar que na União Estável, o estado civil da pessoa continua o mesmo, ou seja, solteira, viúva ou divorciada, o que não ocorre no casamento, pois depois de realizado o mesmo a pessoa ganha o estado civil de casada.
 Escolha afeta divisão da herança 
O tipo de contrato firmado pelo casal para formalizar sua união pode ter inúmeras implicações legais. Sabendo disso, alguns têm optado por firmar um contrato de união estável, em vez do casamento civil, para evitar obrigações que teriam em relação à herança no caso da morte de um dos companheiros. A Justiça pode ter diversas interpretações sobre a questão. Por isso, decidir entre casamento e união estável é muito mais complexo do que parece à primeira vista e nem sempre a união estável será o melhor caminho. 
Receberá o companheiro, então, a sua meação e parte da herança.
Em contrapartida, caso não haja bens particulares no casamento pelo regime de comunhão universal de bens, o cônjuge sobrevivente apenas receberá a sua meação.
Por bens particulares compreendem: os adquiridos antes do casamento, os recebidos por doação ou por herança, e os demais excluídos da comunhão.
Assim, é importante saber que ao optar pela união estável ou pelo casamento, as questões patrimoniais serão tratadas pela legislação de forma diferente, sendo que cada um deve decidir por aquilo que melhor atenda aos seus interesses pessoais, analisando a conveniência por um ou por outro instituto, a fim de evitar surpresas futuras.
Quais as diferenças entre contratos solenes e não solenes
Contratos Solenes são aqueles que devem obedecer à forma prescrita em leipara se aperfeiçoar. Quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, este é solene e a formalidade é ad solemnitatem, isto é, constitui a substância do ato (escritura pública na alienação de imóveis, pacto antenupcial, testamento público, etc). Não observada, o contrato é nulo (CC, art. 166, IV). Quando a formalidade é exigida não comoo condição de validade, mas apenas para facilitar a prova do negócio, diz-se que ela é ad probationem tanum.
Contratos Não Solenes são os de forma livre. Basta o consentimento para a sua formação. Como a lei não reclama nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por qualquer forma, ou seja, por escrio particular ou verbalemente. Em regra, os contratos têm forma livre, salvo expressas exceções. Podem ser mencionados como exemplos, dentre inúmeros outros, os contratos de locação e os de comodato. Dispõe, com efeito, o art. 107 do Código Civil: "A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir."
Refiro-me ao casamento civil e não ao religioso. Até o séc. XIX o casamento era um só, pois o catolicismo era a religião oficial do Império brasileiro, mas com a República e a separação da Igreja do Estado, o casamento pode ser só civil ou só religioso. O Juiz só casa no civil, mas o padre/pastor pode casar no religioso com efeito civil, e este é o modo mais comum de se casar (§ 1º do 1516). Então os noivos se habilitam nocartório civil e fazem a celebração numa igreja com exclusividade, festa, recepção, etc. Se os noivos só desejam o casamento civil, vão se submeter a casamentos coletivos e desanimados no Fórum.     Conceito: casamento é a proteção que a lei dá à família para a união permanente do homem com a mulher a fim de se reproduzirem, criarem os filhos e viverem juntos com fidelidade, ajudando-se mutuamente.
A lei protege a família, base da sociedade, através do casamento (226, caput, CF). 
O casamento é permanente/duradouro: antes era perpétuo/indissolúvel, até que a morte separasse os cônjuges, mas atualmente existe a possibilidade de divórcio nos termos do § 6º do art. 226, CF. O casamento tende a durar anos, décadas, mas não é mais indissolúvel. Homem com mulher: casamento exige união do par andrógeno, não sendo possível casamento de homossexuais. Os §§ 3º e 5º do art. 226 da CF deixam claro que casamento é entre homem e mulher. União entre gays e lésbicas é tratada como um contrato, uma sociedade civil, regulada pelo Direito das Obrigações, e não pelo Direito de Família. Nada impede, contudo, que mudanças na sociedade e na Constituição venham a admitir no futuro casamento entre homossexuais. Reprodução: é um objetivo importante do casamento, mas não é essencial, tanto que a lei permite casamento entre idosos ou entre pessoas estéreis, bem como não anula casamento quando os cônjuges optam em não ter filhos. O casamento apenas legaliza a relação sexual para fins de reprodução. Criação dos filhos: reprodução não é essencial, mas se tiverem filhos surgirá  a maior obrigação para um casal que é a de criar e educar os filhos, viver junto: o casal deve coabitar, morar no mesmo teto; ajuda mútua: a assistência recíproca é mais uma obrigação do casal, tanto ajuda material como espiritual, na fartura como na pobreza, na saúde como na doença, na alegria como na tristeza (vide art. 1566, CC). O casamento assim irá formar um vínculo jurídico entre homem e mulher, que não serão parentes um do outro, mas cônjuges ou consortes, com direitos e obrigações (1565).
            Natureza jurídica: para a Igreja Católica o casamento é um sacramento, ou seja, é uma prova de fé juntamente com o batismo, a primeira comunhão, a crisma, a confissão, etc. Já para o Direito o casamento é um negócio jurídico de Direito Privado, afinal o Direito de Família integra o Direito Civil.
O negócio jurídico é uma declaração de vontade para produzir efeito jurídico, podendo ser mais livremente posto pelas partes do que previamente imposto pela lei, ou seja, o negócio pode ser informal como a maioria dos contratos (art. 107). Mas há negócios jurídicos que são solenes, sendo mais previamente impostos pela lei do que livremente postos pelas partes (ex: casamento, testamento, alienação de imóvel que exige escritura pública, etc). Casamento é assim um negócio jurídico solene, mas não o equiparo a um contrato solene, pois o casamento tem uma grande face institucional e sociológica, além disso precisa de uma autoridade (o Juiz) para sua celebração e dissolução ( = divórcio), aspectos que um contrato não possui, pois pode ser dissolvido por um distrato sem intervenção estatal. Depois revisem os fatos jurídicos, assunto de Civil I, escrevi alguma coisa sobre isso no nosso e-mail.
Pressupostos do casamento: a) diversidade de sexos; b) consentimento livre e inequívoco; c) competência do celebrante (Juiz Criminal, Federal ou Trabalhista não tem competência); d) amor!
Impedimentos matrimoniais e causas suspensivas 
1- Contextualização legal e conceitos Os arts. 1521 e 1522 e os arts. 1523 e 1524 do vigente Código Civil Brasileiro tratam respectivamente dos impedimentos matrimoniais e das causas suspensivas do casamento, arrolando condições que, se desrespeitadas, não ensejarão a realização das núpcias. Sabendo da grande influência que o casamento exerce nas relações familiares e no âmbito social, quis o legislador impedir uniões que venham a acarretar prejuízo à prole, à ordem moral ou pública. O impedimento matrimonial (impedimento dirimente público ou absoluto) é a ausência de requisitos para o casamento. Contraído sem alguma das condições legais, configura-se um matrimônio proibido, nulo de acordo com o texto do Código Civil. A nulidade do matrimônio realizado com inobservância das proibições pode ser levantada por qualquer interessado e pelo Ministério Público na condição de representante da sociedade que é. A incapacidade para o casamento não pode ser confundida com o referido impedimento matrimonial. Incapaz para o casamento é aquele que não alcançou requisito relativo à vontade ou à idade núbil, nos moldes dos arts. 1517 a 1520/CC. O impedido é aquele que, apesar de capaz para o ato jurídico, não pode escolher determinada pessoa para com ela estabelecer vínculo matrimonial. A causa suspensiva (impedimento impediente, suspensivo ou proibitivo) não configura estrutura real de impedimento e sim fato suspensivo do processo de celebração. Aqui não se proíbe o casamento, apenas os cônjuges são advertidos que, caso venham a se casar sob a vigência de alguma das condições arroladas no art. 1523/CC sofrerão sanções, tais como a imposição do regime obrigatório da separação de bens. O Código Civil de 1916 trazia os denominados impedimentos dirimentes privados ou relativos estatuídos no interesse de um dos nubentes , que procurava conservar a incolumidade do consentimento livre . Agora o Código de 2002 passou a tratá-los como causas de anulabilidade do casamento. (art. 1550/CC).
Impedimentos dirimentes públicos ou absolutos os impedimentos dirimentes públicos ou absolutos podem ser organizados em três categorias: impedimentos resultantes de parentesco, impedimentos de vínculo e impedimentos de crime. 
2.a Impedimentos resultantes de parentesco 
Impedimentos de consanguinidade Devido a razões eugênicas, éticas e morais, o parentesco representa empecilho para o casamento. art. 1521, I , “Não podem casar: os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;” Nesse inciso, o parentesco em linha reta perdura até o infinito, abrangendo todo e qualquer grau. Assim, invariavelmente, não poderão casar-se pais e filhas, avôs e netas, netos e bisnetas etc. A proibição vale para o parentesco matrimonial, natural e civil. O parentesco matrimonial é o que decorre das justas núpcias; o natural o que é derivado da união sem casamento; e o civil o conseqüente da adoção. Todos os meios de prova reconhecidos em direito são admitidos para a prova do parentesco (art. 212/CC). art. 1521, IV,
Não podem casar: os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive.” O parentesco colateral é o existente, por exemplo, entre irmão e irmã, tios e sobrinhos. É contado por gerações, em graus da seguinte maneira: parte-se de uma pessoa até o ancestral comum e dele desce-se até o parente com o qual deseja-se fazer a relação. Dessa forma, irmãos são parentes colaterais em 2º grau, pois para contar os graus sobe-se até o ancestral comum (o pai) – um grau - e desce-se ao irmão – outro grau. O casamento entre irmãos nascidos ou não de justas núpcias, sejam eles germanos (filhos de mesmo pai e mesma mãe), consangüíneos (filhos de mesmo pai e mães diferentes) ou uterinos (filhos de mesma mãe e pais diferentes) é absolutamente proibido. Merece atenção, no entanto, que, a partir do Decreto-lei 3.200/1941, norma especial, que dispõe sobre a organização e proteção da família, o impedimento entre colaterais de 3º grau tornou-se relativo. A norma, recepcionada pelo Código Civil vigente, autoriza o casamento, por exemplo, entre tios e sobrinhas no caso de dois médicos atestarem-lhes a sanidade e afirmarem que não há inconvenientes nem para eles próprios nem para a prole evental. Valerá o disposto no art. 1521, IV/CC apenas no caso de conclusão médica desfavorável. Convém observar que, no campo das ciências biológicas, há especialistas que defendem a posição de que a união consangüínea é inofensiva e ao mesmo tempo em que transmite defeitos,também transmite boas qualidades. Por outro lado, existem aqueles que alertam não para o aparecimento fatal de anomalias, mas, mais para o aumento das possibilidades de surgimento das anormalidades recessivas, que também podem ocorrer nos filhos de qualquer casal. 
2.a.2 Impedimentos de afinidade art 1521, II, “Não podem casar: os afins em linha reta;” Aquele que se casa torna-se parente por afinidade dos familiares do cônjuge. “A afinidade não gera afinidade, limita-se ao primeiro grau”. Sogro e nora, sogra e genro, padrasto e enteada, madrasta e enteado são afins em linha reta. Tal impedimento só ocorre em linha reta, não prevalecendo na linha colateral. Rompido o matrimônio, extingue-se a afinidade colateral, possibilitando-se assim o casamento entre cunhados. A afinidade em linha reta, porém, nunca se extingue, não podendo, por exemplo, o viúvo casar-se com a filha ou com a mãe de sua falecida mulher (art. 1595, § 2º/CC). A afinidade e as proibições que lhes são decorrentes abrangem o casamento e a união estável. A doutrina, porém se divide no tocante ao companheirismo. De um lado estão os que defendem ser a regra extensiva aos que constituem relação de concubinato, já outros, afirmam que o concubinato e o adultério não produzem afinidade.
 2.a.3 Impedimentos de adoção art. 1521, I, “Não podem casar: os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil.” O legislador buscou o sentido ético e moral da família, independentemente da natureza do vínculo. art. 1521, III, “Não podem casar: o adotante com o cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante.” art. 1521, V, “Não podem casar: o adotado com o filho do adotante.” Tais dispositivos devem ser analisados em conjunto. Apesar dessas vedações já constarem no sistema geral dos impedimentos, a lei procurou enfatizar a situação da adoção, demonstrando que as restrições referentes ao parentesco civil devem ser idênticas às existentes no âmbito da família biológica. O Código Civil de 1916 não previa o impedimento de o adotado casar-se com filho anterior à adoção, porém, o Novo Código Civil e o Estatuto da Criança e do Adolescente tratam o instituto da adoção de maneira diversa. art. 1626 “A adoção atribui a situação de filho ao adotado, desligando-o de qualquer vínculo com os pais e parentes consangüíneos, salvo quanto aos impedimentos para o casamento.” Assim, a adoção, de acordo com a atual visão constitucional e com os dispositivos da lei civil, atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres do filho biológico. 
2.b Impedimentos de vínculo art. 1521, VI “Não podem casar: as pessoas casadas.” A base da família, no direito brasileiro, é monogâmica. Subsistindo um primeiro casamento válido, não se pode contrair um segundo. Aquele que ainda se encontra sob o vínculo matrimonial e deseja contrair outro casamento deverá, nas formalidades preliminares, apresentar ao oficial do registro certidão de óbito do cônjuge falecido, ou certidão de anulação ou nulidade do casamento anterior, ou registro da sentença do divórcio, sob pena de sofrer a sanção penal imposta na lei brasileira e de ser considerada nula a nova união. Portanto, caso venha a se consumar um segundo casamento não estando o primeiro dissolvido por alguma das formas enunciadas, mesmo que haja decretação posterior de sua nulidade, estará aquele matrimônio eivado de nulidade. 
A norma se justifica pelo fato de que, ao tempo da realização do segundo casamento, o primeiro era válido. Ainda, a existência de casamento religioso não inscrito no registro civil não configura impedimento (1515/CC).
 
2.c Impedimentos de crime art. 1521, VII “Não podem casar: o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio, ou tentativa de homicídio, contra o seu consorte.” O impedimento aqui referido apenas abarca a hipótese de homicídio doloso, já que, aquele que comete o ato culposo não intenciona matar um consorte para casar-se com o outro. Havendo prescrição do crime ou reabilitação do condenado persiste o impedimento. A norma civil de 1916 qualificava como impedimento não a simples infidelidade, mas a condenação em crime de adultério. Ocorre que o adultério encontra-se em vias de descriminalização, com isso, há exclusão deste crime para a hipótese de configuração do impedimento matrimonial. 
3 – Causas suspensivas ou impedimentos impedientes A denominação “causa suspensiva” deve-se ao fato de que sua argüição suspende a realização do casamento até que a causa seja eliminada (art. 1524/CC). O casamento consumado com este tipo de infringência é válido, porém, a lei impõe penalidades de diversas naturezas. Art. 1523, I “Não devem casar: o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros.” Quis o legislador evitar que o patrimônio oriundo da primeira união viesse a se confundir com o da segunda, prejudicando, assim, a prole do primeiro leito. Salvo o caso em que o viúvo ou a viúva venha a provar inexistência de prejuízo para os herdeiros (art. 1523 § único/CC), o desrespeito a este preceito impõe as seguintes penalidades: obrigatoriedade do regime de separação de bens (art. 1641/CC) e a hipoteca legal se seus imóveis em favor dos filhos (art. 1489/CC). Art. 1523, II “Não devem casar: a viúva, ou a mulher cujo casamento de desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal.” O dispositivo objetiva evitar a dificuldade de identificação da paternidade conseqüente da confusão de sangue (turbatio sanguinis). Sob pena de ter de se submeter ao regime da separação de bens (art. 1641, I/CC), a viúva ou mulher deve aguardar que o prazo legal se expire para só então convolar novas núpcias. No entanto, a causa impeditiva é dispensada se a nubente provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo de 10 meses. Segundo parte da doutrina, deve-se abrir exceção para a hipótese de o casamento anterior ter sido anulado por impotência coeundi (absoluta e anterior ao matrimônio) ou quando, diante das circunstâncias, ficar evidenciado impossibilidade física de coabitação dos cônjuges na união anterior. Art. 1523, III “Não devem casar: o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal.” Aqui, procura-se evitar a confusão patrimonial, impondo-se como penalidade o regime da separação de bens. É permitido o requerimento da dispensa desta causa suspensiva, se houver prova de que não haverá prejuízo para o ex-cônjuge. Observe-se que não há impedimento para o divórcio sem a partilha dos bens, mas, neste caso, vigerá, a princípio, a causa suspensiva. Art. 1523, IV “Não devem casar: o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, e não estiverem saldadas as respectivas contas.” Esse impedimento justifica-se pelo fato de que o administrador dos bens, no intuito de livrar-se da prestação de contas, viesse a contrair casamento com a pessoa que se acha em sua responsabilidade. Terminadas as exposições a respeito do art. 1523/CC, restam ainda alguns comentários sobre a legislação esparsa. Sob pena de sofrerem sanções administrativas, os militares da ativa e da reserva convocados só podem vir a casar com licença de seu superior e, se quiserem casar-se com estrangeiros, precisam de autorização do Ministro da Força Armada a que pertencem. A lei também preceitua que funcionários diplomáticos e consulares dependem de autorização, em razão das atribuições de suas carreiras. 
4 – Oposição dos impedimentos matrimoniais e das causas suspensivas O Código Civil de 2002 enuncia que os impedimentos trazidos no art. 1521 podem ser argüidos até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. O parágrafo único do art. 1522 prevê que o juiz ou o oficial de registro que tiver conhecimento de algum impedimento está obrigado a declará-lo, sob pena de responderem civil, administrativa ecriminalmente. As causas suspensivas, segundo o art. 1524/CC, podem ser alegadas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consangüíneos ou afins. Impedimentos e causas suspensivas devem ser opostos em declaração escrita e assinada, instruídos com provas do fato alegado ou com a indicação do lugar em que possam ser obtidas (art. 1529/CC). Poderão os nubentes produzir provas contrárias. A oposição produz o efeito de suspender a celebração, que só poderá ocorrer após a decisão do incidente. Sendo julgada improcedente a oposição , levanta-se a proibição, devendo ser extraído certificado de habilitação. Sendo julgada procedente, o casamento não poderá se realizar. Aqui, segue-se o rito sumário (art. 67, § 5º/Lei dos Registros Públicos). Os nubentes têm três dias para indicação das provas, prazo que poderá ser dilatado. Haverá, necessariamente, a participação do Ministério Público. Produzidas as provas, os interessados serão ouvidos em cinco dias e o juiz decidirá no mesmo prazo. Cabe observar que tal decisão não produz coisa julgada, já que, se inconformados com a decisão proferida, a matéria poderá ser revista pelos nubentes em processo judicial. Da mesma forma, caso o matrimônio venha a se consumar, os fatos e suas provas poderão servir para uma futura ação de nulidade ou anulação da união. 
Por fim, diz o Código Civil que aquele que age de má-fé ao opor-se ao matrimônio está sujeito à indenização por perdas e danos e às sanções criminais. II – Formalidades preliminares à celebração do casamento O casamento é ato formal, devendo respeitar as normas formais de ordem pública, demonstrando-se a capacidade nupcial ou a habilitação dos nubentes.
O Novo Divórcio (Emenda Constitucional nº 66/2010)
Em 26 de dezembro de 1977, foi promulgada a Lei nº 6.515, conhecida como Lei do Divórcio, que veio regulamentar a EC nº 9/1977, tratando dos casos de dissolução da sociedade conjugal e do casamento, seus efeitos e respectivos processos. Ainda em razão da EC nº 9/1977 o art. 226, § 6º, da Constituição de 1988 vigorava com o seguinte texto: "O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada separação de fato por mais de dois anos".
Haviam restrições à concessão do divórcio: 1. separação judicial há mais de um ano; ou 2. estarem os cônjuges separados de fato há pelo menos dois anos.
A manutenção dessa via dupla para a obtenção do divórcio sempre foi criticada em razão de multiplicar o número de processos, de burocracia e de despesas.
A EC nº 66/2010 exclui a parte final do dispositivo constitucional, desaparecendo toda e qualquer restrição para a concessão do divórcio, que cabe ser concedido sem prévia separação e sem a exigência de prazos. O § 6º do art. 226 da Constituição Federal, então, passa a vigorar, a partir de 13 de julho de 2010 da seguinte forma: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio."
Um dos principais avanços que a nova redação traz é a extinção da separação judicial. Esta apenas dissolvia a sociedade conjugal pondo fim a determinados deveres decorrentes do casamento como o de coabitação e o de fidelidade recíproca, facultando também a partilha patrimonial. Contudo, pessoas separadas não podiam casar novamente, em razão de o vínculo matrimonial não ter sido desfeito. Somente o divórcio e morte desfazem esse vínculo, permitindo-se novo casamento.
Com o fim do instituto da separação judicial evita-se a duplicidade de processos, tendo em vista que o casal pode divorciar-se de forma direta e imediata; e com isso evitam-se gastos judiciais desnecessários.
Separação judicial consensual - Novo CPC (Lei nº 13.105/15)
Chamada de separação judicial amigável ou por mútuo consentimento, consiste na manifestação de ambos os cônjuges perante o juiz pela dissolução da sociedade conjugal. A vantagem de tal modalidade é que o casal não precisa expor nem discutir a causa da separação, devendo apenas apresentar o acordo celebrado entre eles para que o juiz possa homologá-lo, sendo necessária apenas a comprovação, mediante apresentação da certidão de casamento, de estarem casados por mais de um ano. A separação judicial extingue os deveres de coabitação e fidelidade recíproca. Extingue, também, o regime de bens, uma vez que os separandos deixam de ter direito sobre o patrimônio o outro adquirir a partir de então.
Com a edição da Emenda Constitucional nº 66/2010, que alterou a redação do art. 226, §6º, para determinar que o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, entende-se que houve a revogação tácita da separação judicial, não havendo mais aplicação.
Separação Judicial Consensual - Homologação - Reconciliação - Efeitos
Surge, então, uma aparente controvérsia entre a previsão legal (LDi, art. 34 §2º) e o entendimento cristalizado na Súmula nº305, STF, merecendo especial reflexão e atenção para uma correta (e consentânea com o atual momento histórico) aplicação.
A vontade manifestada pelos cônjuges, a homologação judicial do acordo e a possibilidade de indeferimento em face de interesses superiores.
Reveste-se de grande importância a homologação judicial do acordo de separação ou divórcio consensual. É que a separação judicial ou o divórcio somente terão eficácia jurídica com a homologação judicial. Trata-se, pois, de ato complexo , havendo interdependência entre o acordo e o ato judicial. Só a homologação dará eficácia ao pacto de vontades apresentado.
Em suma, o acordo de vontades celebrado entre as partes tem efeitos contidos, pendendo da homologação judicial para a produção de seus efeitos.
É exigida a homologação judicial, na lúcida expressão de ORLANDO, "para fiscalização e controle, pela autoridade judicial, do acordo firmado pelos cônjuges" .
Disso resulta, como corolário, que a homologação de acordo relativo à separação judicial ou ao divórcio somente deve se dar após a cuidadosa verificação da vontade livre e consciente dos interessados e da inexistência de prejuízos para eles ou para os filhos. Exige-se, assim, uma atuação participativa e positiva do magistrado!
Para formar seu juízo de valor (submetido ao princípio do livre convencimento motivado, art. 125 do CPC), deverá o magistrado transcender os limites da simples análise da conformidade do pedido com os dispositivos legais, para imiscuir-se no aspecto interno volitivo, intrínseco, da separação e do acordo celebrado. Enfim, não pode ser um frio e calculista aplicador da lei, devendo participar ativamente do processo, de modo a pesquisar o alcance da vontade das partes.
Pensar diferente é apego demasiado e indevido ao formalismo (tão nocivo e prejudicial ao sentimento de Justiça) e violação da norma legal insculpida, verbum ad verbo, no §2º do art. 34 da Lei nº6.515/77 - LDi..
Lei nº6.515/77 - LDi., art. 34, §2º:
"o juiz pode recusar homologação e não decretar a separação judicial, se comprovar que a convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuges".
SEPARAÇÃO LITIGIOSA.
O processo da separação judicial litigiosa deve ser realizado por advogados e visa dissolver o casamento em razão de doença, grave infração aos deveres matrimoniais cometido pelo outro cônjuge ou ainda falta de interesse de um dos cônjuges na manutenção do relacionamento.
“não amigável” acontece quando não se chega a um acordo na divisão de bens ou se um dos dois não aceita a separação. O divórcio só pode ser encaminhado depois que a separação de fato completar dois anos. Enquanto isso, o advogado solicita ao juiz que estabeleça a pensão, a guarda dos filhos e o direito de visitas de maneira provisória.
Lei n° 11.441/07: solução extrajudicial para casos de separação, divórcio e inventário
A nova Lei prevê procedimentos extrajudiciais aos casos de separação e divórcio consensuais e inventário, que preenchidos os requisitos legais, poderão ser realizados por meio de escritura pública. Contudo, a Lei não trouxe regraspara atuação dos advogados junto às partes, bem como não dispõe sobre custas, honorários e assistência gratuita.
Assim, diante de tais omissões muitas dúvidas vêm surgindo no âmbito jurídico e nos cartórios que passaram a ser os responsáveis pela lavratura de tal escritura. Para tentar contornar os problemas causados pela má redação dos dispositivos legais, a Corregedoria Geral de Justiça, órgão que fiscaliza os tabelionatos, criou Grupo de Estudo, que será responsável pela redação de portarias que regulem a matéria.
Apesar da boa intenção do legislador, dificilmente a nova lei conseguirá diminuir a quantidade de processos nas varas de família de forma expressiva, uma vez que o texto legal exclui do âmbito de atuação dos cartórios extrajudiciais alguns casos, como por exemplo, de casais que desejam se separar, mas têm filhos menores de idade; inventário quando houver testamento ou incapaz. Tais casos não podem ser realizados em cartório porque dependem da intervenção do representante do Ministério Público, que zelará pelos direitos e interesses dos menores e incapazes e verificará o fiel cumprimento do testamento.
A nova lei também deverá demorar até que seja completamente posta em prática, pois diversas situações ainda continuam sem explicação e regramento. Contudo, após realizadas as regulamentações necessárias, os jurisdicionados poderão valer-se do cartório para resolver questões de família e sucessões de forma menos demorada que uma ação judicial.
Retificação de registro civil pela Lei 13484/17
Lei 13484/17 alterou o art. 110 da Lei de Registros Públicos
, que entrou em vigor em 27 de setembro de 2017, dentre outros artigos da lei de registros publicos, alterou o art. 110 que prevê o procedimento de retificação pela via administrativa.
Referida alteração ampliou as possibilidades de alterações que serão permitidas ao oficial do Cartório de Registro Civil realizá-las, sem mais a necessidade de encaminhar o pedido ao Ministério Público ou de prévia autorização judicial.
O oficial retificará o registro nos casos de:
Erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata de necessidade de sua correção;
Erro na transposição dos elementos constantes em ordens e mandados judiciais, termos e requerimentos, bem como outros títulos a serem registrados, averbados ou anotados;
Inexatidão da ordem cronológica e sucessiva referente à numeração do livro, da folha, da página do termo, bem como a data do registro;
Ausência de indicação do Município relativo ao nascimento ou naturalidade do registrado, nas hipóteses em que existir descrição precisa do endereço do local de nascimento;
Elevação de Distrito a Município ou alteração das suas nomenclaturas por força de lei
Assim, a retificação de registro nos casos de erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata de necessidade de sua correção, ficará a critério do oficial do cartório que analisar o pedido, sendo que poderão ainda os oficiais serem civilmente responsáveis por todos os prejuízos que, pessoalmente, ou pelos prepostos ou substitutos que indicarem, causarem, por culpa ou dolo, aos interessados no registro. A responsabilidade civil independe da criminal pelos delitos que cometerem.
Nos casos em que a retificação decorra de erro do cartório, imputável ao oficial ou por seus prepostos, não será devido o pagamento de selos e taxas.
Importante destacar é que a lei não eliminou a retificação pela via judicial, apenas “desburocratizou” a retificação pela via administrativa nos casos acima descritos, conforme prevê o art. 110 da lei de registros publicos, tal medida serve ainda para auxiliar o Poder Judiciário a fim de reduzir inúmeros processos, porém, os erros que exijam maior indagação, dependerá da apreciação do juiz, após a manifestacão do Ministério Público.
Embora estejam previstos os dois procedimentos na lei de registros publicos(administrativo e judicial), alguns Tribunais de Justiça entendem ser necessário primeiro o interessado solicitar a retificação via administrativa e só em caso de negativa do cartório, poderá o interessado ingressar com ação judicial, como ocorre no Estado do Espírito Santo. Já no Estado de São Paulo é possível optar diretamente pela via judicial a fim de retificar os erros nos assentos.
Ao se refletir acerca da atribuição de direitos às famílias brasileiras, é importante conhecer e compreender quais famílias estão sendo identificadas como pertencentes ao ordenamento jurídico pátrio, e quais não estão. A definição de estruturas familiares, que analisa a família a partir da sua composição, pode ser realizada com a leitura do artigo 226 da Constituição Federal promulgada em 1998 (CF/88). Tal artigo constitucional é interpretado diferentemente pelos operadores do direito, sendo que algumas vezes as interpretações são antagônicas. Esse fato demonstra, em poucos termos, como se atribui, nas decisões administrativas e judiciais, status diferenciado às famílias que buscam programas de políticas sociais, tais como o Programa da Saúde da Família, o bolsa-família, ou mesmo procuram o Poder Judiciário para resolver conflitos. A CF/88, no seu artigo 226, prevê que a família é base da sociedade, tendo o Estado o dever de provê-la especial proteção. Além de estabelecer o caráter civil e gratuito do casamento (§ 1°), a efetividade civil ao casamento religioso (§ 2°), a igualdade dos direitos e dos deveres aos homens e às mulheres na sociedade conjugal (§ 5°), a possibilidade de dissolução do casamento civil pela separação judicial e pelo divórcio (§ 6°), a livre decisão do planejamento familiar4 pelo casal, fundada nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável5 (§ 7°), e a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, a fim de criar mecanismos para coibir a violência no âmbito das relações intrafamiliares (§ 8°), encontra-se, no referido artigo, a previsão de como se estrutura uma família. 
Assim, prescreve: Nesse sentido, uma primeira corrente estabelece que a família é a união formada por homem e mulher sob o regime do casamento; e a entidade familiar é a união do homem e mulher, em regime de união estável com regras definidas infraconstitucionalmente, e a comunidade formada por qualquer dos pais e seu(s) descendentes(s). Conforme conclui Garcia (2003), “o constituinte distingue família de entidade familiar, podendo-se abstrair daí que por família entende-se a célula maior da sociedade; e por entidade familiar, a reunião de pessoas não casadas, em situação de estabilidade, e reunião de um genitor com seus filhos, em relação estranha ao casamento” (p. 95). Além das diferentes expressões empregadas – família e entidade familiar – o argumento da primeira corrente se refere, ainda, ao exposto na parte final do § 3° do artigo 226: “devendo a lei facilitar a sua [união estável] conversão em casamento”. Inclusive, esse foi o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento em que confrontava o reconhecimento da união estável já existindo a formalização de um casamento6 anterior para fins de benefício previdenciário.
Art. 1723.
É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1º A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2º As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
Art. 1724.
As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
Art. 1725.
Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 1726.
A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assentono Registro Civil.
Art. 1727.
As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
Art. 1728.
Os filhos menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.
Conclusão
É possível concluir que se faz necessário reavaliar alguns conceitos relacionados ao Direito de Família. Com as mudanças já colocadas pela legislação, é preciso que o operador do direito esteja associado a essas mudanças/transformações que vem ocorrendo, para que o mesmo possa ser não apenas mero operador do direito mas também um instrumento de transformação social.
A sociedade atual vai se adaptando aos novos conceitos de família. O casamento e a União Estável tiveram grandes mudanças. Com o passar do tempo, estas foram necessárias para que os conceitos de família se adaptassem à sociedade, buscando melhorar o relacionamento intrafamiliar. Pode-se observar que tanto o casamento quanto a União Estável visam constituir família. Porém, nota-se que ambos apesar de terem o mesmo objetivo, são tratados em alguns aspectos diferentemente pela sociedade e pelo Código Civil. Através do estudo foi possível destacar algumas dessas diferenças e características comuns.
 O Recurso extraordinário recebido pelo STF e comentado anteriormente pauta-se na observância do princípio de vedação ao retrocesso, pois não podia a união estável ter sido equiparada em fins sucessórios ao casamento e depois voltar a ser tratada de forma discriminatória, situação que é vedada pela Constituição Federal de 1988, em seu art. 226, em cumprimento da dignidade da pessoa humana e da liberdade dos indivíduos para constituírem o núcleo familiar da forma que lhes satisfaça. Se contrário fosse, poder-se-ia dizer que o Estado pode intervir na autonomia privada, ditando qual forma de instituto familiar deve ser escolhido. 32 A nossa Constituição Federal de 1988, ao dar proteção privilegiada à família, acabou por garantir direitos aos que se unam e acabem por constituir um seio familiar e não menciona qual forma as pessoas devem aderir. Assim, a situação colocada como desvantagem para constituir união estável poderia implicar em uma indicação forçosa para que se constituísse somente através do casamento. Então, o fato de o texto constitucional destinar às leis infraconstitucionais a regulamentação da união estável e casamento, inclusive no direito sucessório, não significa que os institutos podem receber tratamento desprivilegiado em detrimento de outra forma de constituição familiar porque essas leis tem legitimidade atribuída pela constituição. É o mesmo dizer que a Constituição, apesar de vedar a existência de hierarquia entre união estável e casamento, admite que lei específica determine o contrário. Sobre isso versou o Recurso Extraordinário encaminhado ao STF o qual entendeu pela acertada inconstitucionalidade do art. 1.790 e que já era palco para muitas críticas em virtude do tratamento desigual empenhado.
Assim, a despeito do que aconteceu na vigência do Código Civil de 1916, a união estável seguiu acompanhando os avanços, no teor sucessório, dados ao casamento. Não porque o casamento é hierarquicamente superior, mas sim pelo fato dos institutos se assemelharem no sentido da comunhão de vida existente nas duas modalidades, sendo descabido tratamento diferenciado nesse sentido. Além disso, o casamento é instituto legalmente mais antigo que a união estável, o que justifica que esta o acompanhe e não o oposto. Assim, o entendimento recente pela inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil de 2002, se mantido, será aplicado a todos os brasileiros conviventes, já que boa parte da população vive em união estável, e a regra do art. 1.829 será válida tanto no casamento quanto na união estável. Essa será, então, mais uma vez que a união estável seguirá a disciplina dada ao casamento.
casamento e união estável devem ter tratamento distinto por serem institutos diferentes soa desarrazoada. Que são institutos diferentes, isso já é fato. Um é extremamente formal e o outro só existe no plano dos fatos. 33 A questão é que não há motivos para tratar os institutos de forma diferente se a sua finalidade é a mesma, a de constituir família, baseada nos princípios do direito de família do afeto e da solidariedade. E negar isso em detrimento de parentes que dificilmente ainda mantinham relações com o de cujus e que certamente não possuam relação direta com a união que se formou entre o casal que mantiveram a convivência e puderam construir uma família e patrimônio parece, no mínimo, injusto para o companheiro que esteve presente até o momento da morte de seu convivente. Dessa forma, a alegação de que o mesmo tratamento dado ao cônjuge para o companheiro significaria enriquecimento ilícito resulta infundada. Mais uma vez o direito de família hoje trabalha em cima do princípio da afetividade entre seus membros e colocar parentes colaterais até quarto grau antes do companheiro, que provavelmente foi a pessoa que sempre cuidou e que estava do lado do falecido no momento da morte soa discriminatório e injusto. Agora podemos dizer que o companheiro ocupa também o terceiro lugar na linha de sucessão, excluindo os colaterais. Da mesma forma que o cônjuge, concorrerá com descendentes e ascendentes quanto aos bens particulares do de cujus, pois limitar ao adquirido onerosamente seria incorrer em erro, visto que nem sempre existem bens dessa natureza e o companheiro fica desamparado. Enfim, serão aplicáveis as regras do art.1.829 quanto ao direito sucessório do companheiro.
Referências Bibliográficas:
BRASIL, Lei n. 3071, de 1 jan. 1916. Código Civil dos Estados Unidos do Brasil. Diário Oficial. Rio de Janeiro, 1 jan. 1916.
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