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Limites da execução alimentar por coação pessoal

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Limites da execução alimentar por coação pessoal
O meio executório da coação pessoal tem previsão expressa no artigo 733 do CPC, e seu parágrafo primeiro autoriza a pena de prisão pelo prazo de um a três meses, se o devedor de alimentos provisionais, fixados em sentença ou decisão, não pagar a sua divida alimentar em três dias, ou se neste mesmo espaço de tempo o devedor não provar que já efetuou o pagamento dos alimentos ou justificar a impossibilidade de efetuação. 
 A coação física enfatiza a pressão psicológica da ameaça de prisão do devedor, sendo, portanto, meio de coerção e não uma pena civil, equiparável a uma sanção penal, tanto que paga a divida alimentar desaparece o motivo da segregação corporal, haja vista ser dívida para com o credor alimentar e não para com a sociedade civil.
A prisão comporta apenas os alimentos legais ou legítimo, pertencentes ao Direito de Família, sendo impensável a coerção pessoal por débito alimentar proveniente de alimentos indenizatórios da responsabilidade civil, e também dos alimentos voluntários, do Direito das Obrigações ou legado de alimentos do Direito Sucessório. Do mesmo modo não há que ser falado em prisão por débito de alimentos oriundos da entrega de parte da renda líquida dos bens conjugais, quando se tratar de casamento pelo regime da comunhão universal de bens (parágrafo único do art. 4° da Lei n°5.47/68).
Constitui-se em induvidoso constrangimento ilegal a prisão civil do devedor de alimentos que não tenha a sua titulação atrelada ao Direito de Família, e cujo vinculo decorra do casamento, da união estável ou do parentesco civil (art. 1.694 do CC), não havendo como estender a ordem de prisão por crédito alimentício escorado nas demais espécies legais de alimentos.

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