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Apostila Unidade 1 UNIP

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Prévia do material em texto

Autor: Prof. Lair da Silva Loureiro Filho 
Colaboradores: Prof. Flávio Celso Müller Martin
 Prof. Fábio Gomes da Silva
 Profa. Angélica Lúcia Carlini
Instituições de Direito
Professor conteudista: Lair da Silva Loureiro Filho
Lair da Silva Loureiro Filho, natural da cidade de Santos/SP, é bacharel em Ciências Sociais pela Faculdade de 
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – FFLCH/USP (1985), bacharel em Direito pela 
Faculdade de Direito do Largo de São Francisco – FD/USP (1992), Especialista em Direito Constitucional pela Samford 
University – AL/EUA (1994), Mestre em Direito do Estado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco – FD/
USP (2002) e Doutorando em Direito pela mesma Instituição. É Professor Universitário desde 1987 e atua como 
Professor e Coordenador Auxiliar do Curso de direito da Universidade Paulista – UNIP, Campus Norte. Membro do 
Instituto dos Advogados de São Paulo – IASP, é autor de inúmeros livros (Notas e registros públicos, 4ª ed., ed. Saraiva; 
Responsabilidade pública por atividade judiciária, ed. Revista dos Tribunais; Guia do concurso público, ed. Saraiva; 
Introdução ao Direito, ed. Del Rey, entre outros) e artigos jurídicos.
© Todos os Direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
L892i Loureiro Filho, Lair da Silva
Instituições de direito / Lair da Silva Loureiro Filho. – São Paulo: 
Editora Sol, 2013.
172 p., il.
Notas: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XIX, n. 2-003/13, ISSN 1517-9230.
1. Direito. 2. Instituições. 3. Contratos. I. Título.
CDU 342
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Cid Santos Gesteira (UFBA)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Cristina Zordan
Sumário
Instituições do Direito
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO DIREITO ..............................................................................................................................9
1.1 Conceito de Direito .................................................................................................................................9
1.2 Origem e finalidade do Direito ....................................................................................................... 10
1.3 Direito objetivo e Direito subjetivo ............................................................................................... 12
1.4 Direito e moral ....................................................................................................................................... 14
1.5 Ramos do Direito .................................................................................................................................. 16
1.6 Fontes do Direito .................................................................................................................................. 18
1.7 Lei escrita ................................................................................................................................................. 21
1.8 Do processo legislativo ...................................................................................................................... 24
2 DIREITO CONSTITUCIONAL........................................................................................................................... 26
2.1 Noções introdutórias .......................................................................................................................... 26
2.1.1 Conceito...................................................................................................................................................... 26
2.1.2 Constituição .............................................................................................................................................. 26
2.1.3 Poder Constituinte ................................................................................................................................. 27
2.1.4 Espécies de Constituição e de normas constitucionais ........................................................... 29
2.1.5 Controle de constitucionalidade das Leis ..................................................................................... 30
2.2 Da organização nacional ................................................................................................................... 32
2.2.1 Do Estado federado ................................................................................................................................ 32
3 DA SEPARAÇÃO DOS PODERES ................................................................................................................. 36
3.1 Poder Executivo (CF, arts. 76 a 91) ................................................................................................ 37
3.2 Poder Legislativo (CF, arts. 44 a 75) .............................................................................................. 41
3.3 Poder Judiciário (CF, arts. 92 a 126) .............................................................................................. 45
4 DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ..................................................................... 55
4.1 Gerações dos Direitos Fundamentais ........................................................................................... 55
4.2 Direitos e garantias individuais e coletivos (CF, 5º) ................................................................ 59
4.2 Da nacionalidade (CF, arts. 12 e 13).............................................................................................. 74
4.4 Dos direitos políticos (CF, arts. 14 a 16) ...................................................................................... 76
Unidade II
5 DIREITO CIVIL .................................................................................................................................................... 83
5.1 Da validade dos negócios jurídicos ............................................................................................... 83
5.1.1 Conceitos e requisitos ........................................................................................................................... 83
5.1.2 Dos defeitos do negócio jurídico ...................................................................................................... 85
5.2 Responsabilidade civil e ato ilícito (CC, arts. 186 a 188 e 927 a 954) ............................ 89
5.2.1 Conceito e requisitos............................................................................................................................. 89
5.2.2 Responsabilidade objetiva e subjetiva ........................................................................................... 90
5.2.3 Responsabilidade penal ........................................................................................................................ 92
5.2.4 Reparação do dano ................................................................................................................................ 92
6 CONTRATOS ....................................................................................................................................................... 95
6.1 Conceito e requisitos .......................................................................................................................... 95
6.2 Princípios contratuais ......................................................................................................................... 96
6.3 Fases da formação dos contratos (CC, arts. 427 a 435) ....................................................... 97
6.4 Classificação dos contratos .............................................................................................................. 99
6.5 Pagamento, pagamento indireto e inadimplemento ..........................................................101
6.6 Garantias contratuais .......................................................................................................................106
6.7 Extinção dos contratos (CC, arts. 472 a 480) ..........................................................................107
6.8 Confissão de dívida ............................................................................................................................108
7 DIREITO DO CONSUMIDOR........................................................................................................................109
7.1 Relação de consumo .........................................................................................................................109
7.2 A política nacional das relações de consumo (CDC, arts. 4º e 5º)...................................111
7.3 Diretos básicos do consumidor (CDC, arts. 6º e 7º) ..............................................................112
7.4 Práticas comerciais (CDC, arts. 29 a 45) ....................................................................................117
7.5 Proteção contratual (CDC, arts. 46 a 54) ..................................................................................119
8 DIREITO ADMINISTRATIVO .........................................................................................................................120
8.1 Conceitos fundamentais e estrutura da administração pública .....................................120
8.1.1 Conceitos ................................................................................................................................................. 120
8.1.2 Estrutura ...................................................................................................................................................121
8.1.3 Princípios fundamentais ................................................................................................................... 125
8.1.4 Deveres e poderes da administração ........................................................................................... 126
8.2 Ato administrativo .............................................................................................................................130
8.2.1 Requisitos e atributos ........................................................................................................................ 130
8.2.2 Classificação e espécies (MEDAUAR, 2009, pp. 145-151) ....................................................131
8.2.3 Controle dos atos administrativos ................................................................................................ 134
8.3 Atos administrativos vinculados e discricionários ................................................................137
8.4 Contratos administrativos ..............................................................................................................138
8.5 Licitação .................................................................................................................................................142
8.5.1 Disposições gerais ................................................................................................................................ 142
8.5.2 Princípios (art. 3º) ................................................................................................................................ 142
8.5.3 Fases .......................................................................................................................................................... 142
8.5.4 Modalidades licitatórias .................................................................................................................... 143
8.5.5 Contratação direta .............................................................................................................................. 145
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APRESENTAÇÃO
A disciplina apresenta uma introdução ao Direito, permeando os diversos ramos, como Direito 
Constitucional, Direito Civil, Direito do Consumidor e Direito Administrativo de forma a demonstrar 
que as organizações e os cidadãos estão inseridos em um sistema normativo que deve ser respeitado, 
constituindo-se uma ameaça e ao mesmo tempo uma oportunidade.
Objetivos gerais:
• proporcionar aos alunos conhecimentos indispensáveis sobre os vários institutos jurídicos do 
Direito Público e do Direito Privado, de modo a compreender o Estado de Direito, o comportamento 
de cidadão e despertar o espírito de pesquisa;
• conhecimento/compreensão das principais áreas do Direito e seus respectivos enfoques dentro da 
sociedade e da organização;
• percepção do Direito como parte do ambiente organizacional e, portanto, como fator de ameaças 
e oportunidades. O administrador do futuro deve preocupar-se com os ambientes internos e 
externos, contribuindo para o desenvolvimento da organização e da sociedade na qual está 
inserida, em absoluta sintonia com o Estado.
Acrescenta-se a isso o fato de que, por meio das estratégias de trabalho e de avaliação, os alunos 
deverão ter a oportunidade de desenvolver as seguintes competências:
• compreender que a organização está inserida dentro de uma sociedade, com um conjunto de 
regras que devem ser respeitadas;
• identificar oportunidades com o conhecimento do ordenamento jurídico. As oportunidades aqui 
mencionadas devem sempre respeitar os aspectos éticos e legais;
• senso crítico e capacidade de contextualização;
• trabalho em equipe;
• comunicação e expressão;
• desenvolvimento pessoal;
• capacidade de identificar, analisar e solucionar problemas.
Objetivos específicos
Espera-se que o aluno compreenda a relação do Direito com a Administração na empresa e nas 
relações sociais, respeitando os preceitos éticos e legais. Com o conhecimento apreendido, deverá 
identificar oportunidades para a organização.
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O aluno deve compreender que as organizações têm de submeter-se a uma série de normas legais e 
saber como identificá-las quando necessário.
Esperamos proporcionar aos alunos condições para perceber a presença do Direito em todas as 
manifestações do homem na sociedade, principalmente na vida profissional do administrador.
INTRODUÇÃO
A disciplina Instituições do Direito tem por escopo possibilitar ao aluno do curso de Administração 
a compreensão dos elementosfundamentais do sistema normativo de um país, o domínio de conceitos 
fundamentais da ciência jurídica e a percepção da diversidade de sistemas normativos construídos pela 
sociedade contemporânea, que é imprescindível a todo e qualquer cidadão.
Por meio desta disciplina, o aluno irá perceber que, no âmbito de sua vida privada regulamentada 
pelo Direito Civil, no exercício da cidadania assegurada no texto constitucional, ou ainda no trato com 
a Administração Pública, o Direito está sempre presente em todos os aspectos da vida social, induzindo 
ou coibindo condutas, pois onde está a sociedade, está o Direito.
O aluno terá a possibilidade de otimizar potencialidades e reduzir custos, mormente considerados os 
entraves e gargalos do chamado custo Brasil, pois se exige que o administrador domine as características 
de um sistema normativo complexo e em constante transformação. Nesta quadra o curso oferece ao 
aluno: a principiologia exposta no título Instituições do Direito; os elementos estruturais do Estado 
Brasileiro plasmados no texto constitucional, acompanhado do arcabouço que assegura o exercício 
dos Direitos Fundamentais; os atributos e requisitos que normatizam a atividade contratual privada 
prevista no Código Civil e no Código de Defesa do Consumidor; o delineamento dos limites da atuação 
da Administração Pública, seja coibindo ou regulamentando a atuação privada por meio do exercício 
do poder de polícia, ou fomentando e estimulando atividade econômica por intermédio de sua atuação 
contratual.
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
Unidade I
1 INTRODUÇÃO AO DIREITO
1.1 Conceito de Direito
A palavra Direito vem do latim directum, que corresponde à ideia de regra, direção, sem desvio, em 
alemão recht, em italiano diritto, em francês droit, em espanhol derecho, tendo em todas essas línguas 
o mesmo sentido. Os romanos denominavam-no de jus, diverso de justitia, que corresponde ao nosso 
sentido de justiça, ou seja, qualidade do Direito.
Para o Professor Miguel Reale (2002, p. 10):
O Direito é Lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que 
garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à ação de 
cada um de seus membros. Assim sendo, quem age de conformidade com 
essas regras comporta-se Direito; quem não o faz, age torto.
O Direito é uma ciência cultural normativa de conteúdo ético, ou seja, de conteúdo normativo; é 
também um subsistema de controle social dotado de eficácia sancionatória plena.
Distinção terminológica relevante é estabelecida pela dicotomia Direito positivo e Direito natural.
Direito positivo é aquele criado, posto, positivado pelo Estado, decorrente da atuação de seus órgãos, 
do processo legislativo e da jurisprudência dos tribunais.
Os romanos distinguiam o ius civile, direito do cidadão romano, dos jus gentium, Direito dos estrangeiros 
residentes no império romano. Depois, os distinguiram dos jus naturale, tendo por fonte a natureza.
Esta dicotomia atingiu maior expressão no século XIX, conforme lembrado por Nader (2004, pp. 364-365):
Durante o século XIX, o positivismo de inspiração comtiana alcançou ampla 
repercussão no âmbito do Direito, colocando-se em posição antagônica ao 
jusnaturalismo. A partir daí, estabeleceu-se a maior e definitiva cisão na área 
da Filosofia do Direito, porque, enquanto o jusnaturalismo preconizava outra 
ordem jurídica além da estabelecida pelo Estado, o positivismo reconhecia 
como Direito apenas o positivo.
O Direito natural corresponde aos ideais de justiça presentes na sociedade, em todas as sociedades 
desde tempos imemoriais, como o ideal de liberdade, igualdade, respeito à vida e à dignidade humana.
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Do ponto de vista filosófico, a existência de um Direito inerente à própria natureza do homem surge 
a partir dos séculos XVII e XVIII, fruto da laicização e racionalização (Descartes) ocorrida em países, em 
regra, não católicos, o que faz surgir o Direito criado pela razão.
Defendem os jusnaturalistas (Grotius, Spinoza, Hobbes, Locke e Rousseau) que acima do Direito 
positivo e, portanto das Leis humanas, existe um Direito natural, isto é, um conjunto de normas e 
princípios válidos para todos os tempos e lugares, e que o Direito só é Direito se for compatível com o 
Direito natural, isto é, se for justo.
Em contraposição, para os juspositivistas o Direito é apenas o Direito positivo, o ordenamento 
vigente e a qualificação de uma conduta como de acordo com o Direito independe de sua justiça 
ou injustiça.
 Lembrete
Direito positivo é aquele legislado, criado pelo Estado, Direito 
natural é aquele inerente à própria natureza do homem, reconhecido 
pelo Estado.
1.2 Origem e finalidade do Direito
A viabilidade da vida social está condicionada ao desenvolvimento de alguma ordem jurídica, 
com maior ou menor grau de positivação, mais ou menos vinculadas às manifestações religiosas ou 
costumeiras da rica e dinâmica vida social.
Para evitar a luta de todos contra todos, a sociedade deverá lançar mão de um sistema de controle 
social, de maior ou menor complexidade, conforme o seu grau de heterogeneidade social e cultura, 
apresentado em determinado momento histórico.
 Saiba mais
Conferir obra indispensável:
RIBEIRO, D. Processo civilizatório. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
Assim, ao longo da história, foram desenvolvidos diversos subsistemas de caráter normativo: a 
família, a religião, a moral, a mídia, a economia e, enfim, o Direito. Todavia, desde os primórdios da 
civilização, a função normativa foi exercida enfeixando Direito, moral e religião em um único polo, um 
único centro emanador de poder e, portanto, de produção normativa.
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
 Saiba mais
A religião sempre exerceu papel de dominação social. No século XX, a 
cultura de massas passou a servir a esse propósito. Conferir:
MORIN, E. Cultura de massas no século XX. 10. ed. Rio de Janeiro: 
Forense Universitária, 2011. 2 v.
Como visto, para alcançar a mínima eficácia desejada, o Direito é o único dos subsistemas a utilizar a 
força estatal. O Estado é detentor do monopólio do uso da força, a força organizada, fruto da evolução 
histórica da sociedade que veda a justiça de mão própria, ou vendetta, salvo exceções previstas e 
detalhadamente regulamentadas pelo próprio Estado de Direito, como a legítima defesa e o estado de 
necessidade.
O Direito é, portanto, subsistema de caráter normativo dotado de eficácia sancionatória plena e 
inafastável, que intervém de maneira efetiva ou potencial, direta e indiretamente em face do fato social, 
utilizando a força organizada e monopolizada no âmbito do Estado.
Ademais, Direito é controle e defesa contra o controle, pois, como instrumento de controle, age 
de forma a utilizar o poder estatal a fim de evitar a anarquia e o caos, o estado natural caracterizado 
pela luta de todos contra todos, enfim, a ausência de poder. Enquanto instrumento de defesa contra o 
controle, limita o poder estatal, impondo-lhe normas e procedimentos, rigorosamente observáveis sob o 
prisma da legalidade estrita, a fim de evitar o excesso, o abuso de poder, a tirania.
 Saiba mais
Sobre a origem do Estado Moderno e o contratualismo, verificar as 
obras:
HOBES, T. O Leviatã. 2. ed. São Paulo: Martin Claret, 2008.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre os Direitos civis. São Paulo: Martin 
Claret, 2002.
MAQUIAVEL, N. O Príncipe. 18. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
MONTESQUIEU,C. L. O espírito das Leis. São Paulo: Martin Claret, 2010.
ROUSSEAU, J. J. Contrato social. Tradução de Paulo Neves. Porto Alegre: 
L & PM, 2007.
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1.3 Direito objetivo e Direito subjetivo
Direito objetivo, ou norma agendi, costuma ser associado à ideia de ordenamento jurídico, conforme 
preceitua Reale (2002, pp. 189-190):
O Direito objetivo, como conjunto de normas e modelos jurídicos, – 
exatamente porque se destina a ter vigência e eficácia na universalidade 
de um território, – constitui, no seu todo, um sistema global que, 
através de um termo italiano já integrado em nossa língua, se denomina 
ordenamento jurídico.
São características do ordenamento jurídico: a) universalidade, compreendida por meio do 
enunciado ubi societas, ibi jus, porquanto presente em todas as sociedades; b) unidade, pois toda e 
qualquer norma deverá estar em conformidade com um fundamento único, em regra a supremacia 
constitucional; c) coerência implica a impossibilidade da manutenção (e não existência) das chamadas 
antinomias, ou conflitos de Leis, pois não podem coexistir, em um mesmo tempo e sobre o mesmo 
espaço, dois ou mais comandos antagônicos; d) completude, ao prever o recurso à integração do 
Direito, ou o chamado fenômeno da colmatação de lacunas, toda vez que o juiz se deparar com 
omissão normativa, recorrendo a outras fontes do Direito, como a analogia, os costumes e os princípios 
gerais de Direito.
 Saiba mais
Sobre ordenamento jurídico, vale conferir obra:
BOBBIO, N. Teoria do ordenamento jurídico. Tradução de Ari Marcelo 
Solon. São Paulo: EDIPRO, 2011.
O Direito anglo-americano coloca uma pá de cal na questão, designando o Direito objetivo como 
law e o subjetivo como right. No Direito brasileiro, a controvérsia acerca da exata compreensão do 
conteúdo e alcance da expressão Direito subjetivo, atravessou as últimas décadas como um dos temas 
mais controvertidos e debatidos pela doutrina.
Ao Direito subjetivo, parte da doutrina atribui à natureza de mera facultas agendi, ou seja, faculdade 
de agir, de exercer Direitos, ou ainda o interesse juridicamente protegido enquanto atribui a alguém o 
poder de querer.
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
 Saiba mais
Sobre o conceito de Direito subjetivo:
REALE, M. Lições preliminares de Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 
2002.
DINIZ, M. H. Compêndio de introdução ao estudo do Direito. 22. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2011.
Outra questão a ser debatida é a abrangência do Direito subjetivo, se pertinente a um indivíduo, a 
uma coletividade ou a toda a sociedade.
Os Direitos individuais são aqueles em que, no polo ativo, é possível encontrar um único titular de 
determinada pretensão. Em relação aos Direitos individuais homogêneos, há que se ressaltar que os 
seus titulares, embora tenham identidade de causa em relação à origem de seus Direitos, apresenta-os 
a partir de manifestações qualitativas e quantitativas distintas.
Os Direitos difusos são aqueles Direitos e interesses transindividuais indivisíveis, de que são titulares 
pessoas indeterminadas ligadas por uma situação de fato. São transindividuais porque transcendem a 
esfera subjetiva de um único titular, são de titularidade indeterminada por não ser possível quantificar 
ou nomear os seus titulares, são indivisíveis porque não há como identificar o grau de lesão sofrida por 
cada um. Seus titulares são ligados por uma situação de fato, pois não há uma relação jurídica de base 
preexistente à lesão que vincula de antemão os seus titulares, sendo um fenômeno do mundo fático 
a sua causa comum, como uma agressão ao meio ambiente, ao patrimônio histórico, paisagístico e 
cultural, economia popular etc. São defendidos precipuamente pelo Ministério Público, por meio da 
ação civil pública, entre outros instrumentos.
Os Direitos coletivos são, da mesma forma que os difusos, transindividuais. Sua titularidade, contudo, 
pertence a pessoas determinadas, identificadas, nomeáveis e quantificáveis, ligadas por uma relação 
jurídica de base, havendo entre os seus titulares um vínculo anterior à lesão sofrida, como os membros 
de uma associação, partido, sindicato ou adquirentes de um determinado bem. São defendidos por 
entidades, associações, partidos ou sindicatos constituídos há pelo menos um ano e com legítimo 
interesse na causa, podendo também ocorrer a sua tutela por meio da atuação do Ministério Público, 
pela via do mandado de segurança coletivo ou da ação civil pública.
 Lembrete
Não confunda: Direitos coletivos são aqueles de titularidade 
determinada, de uma coletividade ou categoria profissional; difusos são os 
Direitos de titularidade indeterminada, de toda a sociedade.
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1.4 Direito e moral
A ética é a ciência do comportamento humano, da conduta. Sob seu domínio, estão reunidos a moral, a 
religião e o Direito. A partir de premissas distintas, empregando metodologia e instrumental diversos, cada qual 
desses campos terá, no limite, afinidade teleológica, tendo em vista os fins desejados: regrar a conduta humana.
No campo do Direito foi preciosa a vinculação da ética centrada neste, a partir de um diferencial: 
a definição do homem (ou pessoa), como paradigma. Por certo que o homem é o centro, a medida de 
todas as coisas, mas de que forma esse personalismo ético pode se manifestar na defesa dos Direitos 
subjetivos dos quais esse homem vem a ser titular?
A partir da graduação dos Direitos subjetivos, podem ser estabelecidas três esferas distintas e 
interdependentes: a física, a moral e a patrimonial.
Tem-se, assim, a visualização do espectro de posições subjetivas de que a pessoa é titular. Se o homem 
é a medida de todas as coisas e o Direito é uma ciência cultural, infere-se, portanto, ser ele a única medida 
possível do Direito. Este, por sua vez, deverá tutelar seus Direitos e interesses conforme a sua natureza jurídica.
 Observação
O filósofo alemão Immanuel Kant representa o marco de maior 
expressão da doutrina do personalismo ético, que entende ser o homem o 
centro de todas as coisas.
As diferenças entre Direito e moral, entretanto, são mais numerosas, apesar do Direito nascer da 
moral assim como o filho da mãe, mas, da mesma forma, adquire autonomia e vida própria.
Na verdade, nem todas as condutas lícitas são moralmente aceitas e, inversamente, nem todas as 
condutas moralmente aceitas são lícitas. É certo que a grande zona comportamental está abrangida 
pelos dois, havendo, contudo, pontos incongruentes o que comprova a distinção aqui esboçada.
Figura 1 – Algumas questões podem receber proteção jurídica embora sejam polêmicas sob o prisma moral
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Podem-se visualizar as três situações distintas, a partir de dois círculos, um contendo o Direito e o 
outro a moral.
Na primeira, a ordem jurídica estaria incluída totalmente no campo da moral, os dois círculos seriam 
concêntricos, com o maior pertencendo à moral. É o caso das sociedades primitivas ou estagnadas, as 
fundamentalistas religiosas, nas quais todo o Direito é regulamentado pela moral, não havendo espaço 
nem liberdade para a existência de diferenças. D = M.
Na segunda situação, tem-se a separação total entre as duas esferas, o que dificilmente ocorrerá 
por muito tempo, pois o Direito precisa e deve ter fortebase na eficácia da moral social, sob pena de 
se tornar letra morta, ineficaz. Neste caso, tem-se a imposição de uma ordem jurídica estranha à vida 
social, o que poderia ocorrer durante a invasão ou a anexação de um Estado por outro, de culturas 
distintas ou, até mesmo, antagônicas: D ≠ M.
A terceira visão estabelece uma grande zona coincidente entre Direito e moral, reservando, contudo, espaços 
próprios para cada campo ético. Flexibiliza-se, assim, a vida social, respeitando as diferenças e possibilitando a 
sua evolução. É a sociedade tolerante, plural, contemporânea e democrática. Nesse diapasão, emerge o Direito 
como o mínimo de moral, o denominador comum, o ponto de intersecção necessário entre as diversas morais 
individuais, o núcleo mínimo de condutas obrigatórias sem ao qual a sociedade não subsiste: D ~= M.
 Observação
O Direito nasce da moral como o filho nasce da mãe, adquirindo 
autonomia. Não são iguais, tampouco diferentes, apenas semelhantes.
O Direito é igual para todos, pois o mesmo ordenamento jurídico vincula todo um Estado, 
independentemente do padrão moral de cada pessoa. Ressalvas, contudo, são feitas por Lei, levando-se 
em conta a idade, a capacidade e o tirocínio, bem como outros aspectos.
A moral, contudo, é relativa, variando de pessoa para pessoa, construindo padrões que vão do mais 
conservador ao mais liberal. Varia de acordo com a idade, religião, classe social, origem, procedência, 
grau de instrução e outros fatores. A moral não é igual para todos.
A sanção jurídica é predeterminada, específica, tipificada e racional, resultante do longo processo 
evolutivo do Direito positivo. Varia da multa à prestação de serviços, da restrição de Direitos à privativa 
de liberdade, da prisão perpétua à pena de morte. Contudo, sempre predeterminada, possibilitando 
ao infrator ou à sociedade em geral o seu conhecimento de antemão, prévio, percebendo quais serão 
as consequências de sua violação. Ao contrário, a sanção moral é indeterminada, imprecisa, sendo 
impossível prever a sua intensidade e natureza antes de seu descumprimento. Pode variar da negação 
do afeto ao desapreço, da ruptura de uma amizade à agressão física, da vaia ao linchamento.
A assistência material que os pais devem prestar aos filhos necessitados ou a cessão de 
assento na condução para pessoa idosa são matérias reguladas pelo Direito e com base na moral. 
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Há assuntos de alçada exclusiva da moral, como o pagamento de dívida prescrita, a atitude de 
gratidão a um benfeitor ou a cessão de assento no transporte público a uma jovem carregada 
de sacolas. De igual modo, há problemas jurídicos estranhos à ordem moral, como, por exemplo, 
a divisão de competência entre um Tribunal Regional Federal e um Tribunal de Justiça Estadual. 
Há ainda condutas antijurídicas toleradas pela moral como avançar semáforo fechado durante a 
madrugada em via de fluxo pouco intenso.
 Saiba mais
Sobre a evolução da sanção:
BECCARIA, C. Dos delitos e das penas. 5. ed. São Paulo: WM Martins 
Fontes, 2005.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir. 36. ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2007.
1.5 Ramos do Direito
O Direito privado precede o Direito público. O Direito romano consagra essa afirmação, ao consolidar 
os fundamentos do Direito privado contemporâneo, especialmente do Direito Civil.
As relações de Direito privado possuem estabilidade maior do que aquelas encontradas no Direito 
público, porque são menos suscetíveis de variações políticas, remanescendo viáveis ainda que em 
ambientes e contextos autoritários, o que por certo não ocorre com o Direito público.
 Observação
No transcorrer do século XX o país teve sete Constituições na vigência 
de um único Código Civil.
As relações jurídicas características do Direito privado apresentam perfil horizontal, pois tendem ao 
equilíbrio. São, portanto, relações de coordenação.
Vigora, no âmbito do Direito privado, o princípio da liberdade das formas, da autonomia da vontade 
das partes, da disponibilidade jurídica, observadas as devidas exceções. Sob o vasto campo, ao Direito 
privado é lícito fazer tudo aquilo que não seja vedado por Lei, desde que seja o agente capaz, o objeto 
lícito e a forma prescrita ou não de defesa em Lei.
Como principal ramo do Direito privado encontra-se o Direito Civil congregando as vastas áreas 
das obrigações contratuais e extracontratuais, Direitos da personalidade, posse e propriedade, família e 
sucessões.
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Figura 2 – O direito de família é o ramo do Direito civil no qual as relações 
entre particulares devem sofrer a menor intervenção possível
Têm-se, ainda, importantes ramos como o Direito Comercial com o estudo dos contratos mercantis, 
sociedades comerciais, títulos de crédito, falência, propriedade industrial, marcas e patentes. Aponta-se 
ainda o Direito Autoral, Direito Agrário e Direito do Trabalho. Em relação a este último, remanesce forte 
controvérsia relegando-o à chamada área mista, em razão de sua origem fortemente impregnada da 
intervenção estatal.
O Direito público tem origens relativamente recentes, associadas à evolução dos Direitos Fundamentais 
e à consagração do contratualismo ou pactualismo, a partir da Carta Magna de 1215, na Inglaterra, bem 
como os demais textos constitucionais ingleses (habeas corpus act, Bill of right, petition of right, entre 
outros), estabelecendo a linha evolutiva do Direito público com forte impulso a partir da Revolução 
Francesa de 1789, da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, da Declaração de 
Virgínia de 1776 e, enfim, da Constituição dos Estados Unidos da América do Norte, de 1787.
As relações jurídicas características do Direito público apresentam perfil vertical, pois são marcadas 
pela constante tensão entre Estado e sociedade, permanentemente em controle recíproco. São, portanto, 
relações de subordinação, de poder.
Vigora, no âmbito do Direito público, o princípio da legalidade estrita, pois não é lícito ao agente 
da administração fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude e na forma da Lei. Ao 
contrário, a legalidade vista sob o prisma do Direito privado, o que não for expressamente proibido, 
será permitido.
O Direito Constitucional compreende a doutrina da separação dos poderes, organização do Estado, 
forma de Estado e sistema de governo, Direitos e garantias fundamentais. Tem-se, ainda, o Direito 
Administrativo o qual incumbe o estudo do ato administrativo, o controle da administração, bens, 
serviços e servidores públicos, a intervenção do Estado no domínio econômico. Ao lado do Constitucional, 
forma a viga mestra do Direito público. Outros ramos da ciência jurídica integram o Direito público, 
como o Direito Tributário (impostos, taxas e contribuições), Direito Ambiental, Direito Urbanístico, 
Direito Internacional Público (relações entre Estados soberanos), todo o Direito Processual (Civil, Penal, 
Trabalhista), o Direito Penal, entre outros.
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A evolução de disciplinas como o BioDireito, a Informática Jurídica, o Direito Comunitário, entre 
outros, demandam os desafios com os quais se depara a ciência jurídica no mundo contemporâneo.
Da mesma forma, a dicotomia público/privado vem perdendo força. Nas denominadas áreas mistas 
encontram-se o Direito do Consumidor, o Direito Internacional Privado, o Direito do Trabalho e o 
Previdenciário, além da publicização cada vez maior do Direito Civil. Assim, crê-seter perdido relevância 
a referida distinção, permanecendo válida apenas para fins didáticos e metodológicos.
Há ainda disciplinas zetéticas, não dogmáticas ou crítico-reflexivas, como História do Direito, 
Sociologia Jurídica, Lógica Jurídica, Filosofia do Direito, Teoria do Direito, Introdução ao Estudo do 
Direito, por estarem situadas em um plano lógico anterior à referida distinção público/privada, distinção 
esta que apresenta ainda alguma relevância.
 Lembrete
Direito público:
Constitucional, Administrativo, Tributário, Financeiro, Ambiental, 
Urbanístico, Processual, Penal, Internacional, Previdenciário, Infância e 
Juventude.
Direito privado:
Civil, Empresarial, Agrário, Autoral.
Misto:
Trabalho, Consumidor.
1.6 Fontes do Direito
São os processos ou meios destinados à formulação de regras e, portanto, normas com a 
consequente produção de efeitos jurídicos. Com maior ou menor grau de positivação, fontes foram 
construídas ao longo de toda sua evolução histórica, constituindo, nas sociedades contemporâneas, 
complexo feixe capaz de fornecer ao operador do Direito os recursos necessários à pacificação dos 
conflitos sociais.
São fontes do direito a Lei (a ser tratada em capítulo apartado em face de sua importância no 
sistema brasileiro, de base romanista), os costumes, analogia, princípios gerais de Direito, equidade, 
doutrina e a jurisprudência.
Os sistemas de origem romano-germânica (Europa continental e América Latina), também 
denominados Civil Law, definem a Lei escrita como espinha dorsal do ordenamento jurídico, admitindo 
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as demais fontes em caráter subsidiário, ou seja, secundário. Os países de tradição anglo-americana 
(Inglaterra, EUA, Austrália, Nova Zelândia e também Índia e Japão), denominados Common Law, utilizam 
os costumes e o precedente (jurisprudência), como principais fontes do Direito.
Na atualidade há expressiva aproximação entre as duas escolas, pois o sistema romano-germânico 
adota cada vez mais os costumes e a jurisprudência, e a Common Law passou a produzir expressiva 
atividade legislativa.
a) Costumes – observância reiterada de um hábito social, investido de autoridade. Estabelece-se, 
assim, um elemento objetivo para a sua caracterização, a prática de um hábito reiterado, contínuo 
e não eventual, ao lado de outro de maior subjetivismo, e o fato de ser revestido de autoridade, 
faz com que não seja, portanto, qualquer hábito. Ao contrário da Lei, o costume deve ser provado 
por quem o invoca, pois não goza do grau de objetividade da Lei escrita e nem da natureza estatal 
de sua fonte.
Embora não seja a principal fonte de Direito na maioria dos ordenamentos jurídicos contemporâneos 
é, sem dúvida, a mais antiga de todas, sendo encontrada na origem de todos os povos. Algumas sociedades 
primitivas ainda possuem o costume como fonte exclusiva do Direito e mesmo nos ordenamentos 
complexos ainda representa importante fonte, invariavelmente chamada a suprir lacunas no processo 
de integração do Direito.
 Saiba mais
Sobre sistemas jurídicos:
DAVID, R. Grandes sistemas do Direito contemporâneo. 4. ed. São Paulo: 
Martins Fontes, 2002.
GILLISSEN, J. Introdução histórica ao Direito. 6. ed. Lisboa: Fundação 
Calouste Gulbenkian, 2011.
SOARES, G. F. Common law: introdução ao Direito dos EUA. 2. ed. São 
Paulo: Revista dos Tribunais, 2000.
Se contrário à Lei (contra legem), o costume não poderá ser invocado como fonte de Direito. Se 
estabelecidos à margem da Lei (praeter legem) ou conforme a Lei (secundum legem) será invocável 
enquanto fonte do Direito, recebendo a denominação de costume jurídico.
b) Analogia – é o método integrativo por meio do qual o juiz, na ausência de Lei escrita e específica a 
ser aplicada ao caso concreto, utiliza norma aplicável a situação fática semelhante. Na hierarquia 
do art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil, a analogia inaugura o rol ali estabelecido, tendo 
em vista sua origem positiva, eis que originária da atividade estatal.
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Não se trata, portanto e propriamente, de modalidade de fonte do Direito, eis que a fonte a ser 
aplicada à situação concreta não é a Lei, mas, sim, instrumento de colmatação de lacunas ou método 
integrativo.
c) Princípios Gerais de Direito – são enunciados normativos situados na base da ciência jurídica, 
paradigmas utilizados na construção das normas, institutos e sistemas jurídicos. São ideias 
fundamentais que podem encontrar correspondente previsão positiva (como a ampla defesa, a 
boa-fé, a equidade, a justa causa ou o devido processo legal) ou não constar expressamente de 
nenhum texto ou dispositivo legal (viver honestamente, dar a cada um o que é seu), embora 
estejam explícitos ou implícitos, a todo o tempo, no ordenamento.
d) Doutrina – embora não constitua fonte direta do Direito, assume papel de inegável relevo para o 
operador do Direito. A partir dos trabalhos realizados pelos estudiosos, colhem-se elementos que 
podem, ou não, ser considerados à formação da livre convicção do julgador. Sua natureza subjetiva, 
eis que fruto do trabalho científico nem sempre desprovido de posicionamentos pessoais, leva a 
colocá-la sob suspeita.
É, contudo, útil sob três prismas: na formação da Lei, no processo de interpretação do Direito positivo 
e na crítica aos institutos vigentes. Contudo, malgrado a sua importância no campo do ensino jurídico e 
o seu papel de servir à crítica científica, embora útil ao julgado, não pode ser alçada à categoria de fonte 
de direito da mesma forma que as demais.
e) Jurisprudência – é representada pelo conjunto das decisões de um determinado tribunal. Tem 
por funções interpretar a Lei (pois a Lei é um preceito geral), vivificar a Lei (pois dá vida à norma 
publicada no veículo oficial), humanizar a Lei (pois o fim da norma não é ser dura, mas justa), 
suplementar a Lei (em face de suas inevitáveis lacunas) e rejuvenescê-la (adaptando-a à realidade 
social e ao cotidiano).
Formada a partir das decisões colegiadas de segunda instância (tribunais estaduais, regionais ou 
ainda de instância superior), decorrentes do julgamento dos recursos interpostos às sentenças proferidas 
em primeiro grau (ou instância), constitui importante referência a ser observada em razão da apreciação 
da lide por órgão jurisdicional inferior. Malgrado a sua importância e utilização cada vez maior não 
representavam no ordenamento brasileiro, até o advento da Emenda Constitucional 45/2004, fonte de 
Direito equiparável à Lei, pois não possuía efeito vinculante a instância inferior.
Nesse sentido, a adoção da súmula vinculante pela Emenda Constitucional 45/2004, expõe acalorado 
debate. As súmulas expressam a posição uniforme e pacífica de um tribunal a respeito de determinada 
tese jurídica, manifestadas por meio de verbetes aprovados pelos plenários das respectivas Cortes, mas 
não possuíam, mesmo assim, efeito vinculante.
O art. 103-A da CF/88 institui a chamada Súmula Vinculante, com a seguinte redação:
O STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois 
terços dos seus membros, depois de reiteradas decisões sobre matéria 
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constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa 
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder 
Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, 
estadual e municipal, bem como procederà sua revisão ou cancelamento, 
na forma estabelecida em Lei. Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido 
em Lei, sua aprovação, revisão e cancelamento poderá ser provocado pelos 
legitimados para a propositura da Adin, devendo a matéria controvertida 
acarretar grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos 
sobre questão idêntica.
f) Fonte Negocial – decorre da livre manifestação da vontade das partes, enquanto maiores 
e capazes, o objeto lícito e a forma prescrita ou não defesa em Lei. Base das obrigações 
contratuais, pode conter ou não correspondente legal, pois nem todos os negócios jurídicos 
pertencem à modalidade dos contratos nominados. Um sem número de atos, pactos e negócios 
são estabelecidos tendo por fonte a livre manifestação da vontade, pois sabido é que o contrato 
faz Lei entre as partes.
1.7 Lei escrita
Lei é toda relação necessária, de ordem causal ou funcional, estabelecida entre dois ou mais fatos, 
segundo a natureza que lhes é própria (REALE, 2002, p. 162).
Embora não seja a única fonte e tampouco a mais antiga, é a que, entre todas, apresenta o maior 
grau de racionalidade e objetividade. É característica do sistema romano-germânico, embora presente, 
e cada vez mais presente, em todas as sociedades cuja escrita seja conhecida.
A Lei tem origem certa, o costume não, pois em regra não se sabe bem ao certo como, quando e 
por que um costume surgiu. A Lei possui numeração específica, vinculada à data de sua promulgação 
e de publicação, além da menção ao local e autoridade da qual emana. A Lei é obrigatória, válida 
igualmente para todos os indivíduos, enquanto que o costume é espontâneo, não possuindo a força 
vinculante característica da Lei escrita. O trâmite da Lei é determinado, pautado por procedimentos 
exatos, previamente conhecidos e esperados, com cada fase do processo legislativo disciplinada na 
Constituição ou nos regimentos das casas legislativas. O caráter da Lei é racional, manifestação positivista 
por excelência, enquanto que o costume é espontâneo, oriundo do convívio social.
A Lei escrita, conceituada como norma geral e permanente, editada por autoridade soberana e 
dirigida coativamente aos cidadãos, pode ser caracterizada por ser genérica e abstrata, impessoal e 
permanente, até que seja por outra revogada.
Seguem algumas consequências relevantes da aplicação da Lei escrita, fonte preponderante no 
ordenamento jurídico brasileiro:
• Validade, vigência e eficácia da norma jurídica – para atingir os fins aos quais se destina, a norma 
terá de ser válida, vigente e eficaz.
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O plano da validade traz à tona o seu valor axiológico, sua correspondência com a valoração que a 
sociedade, em um determinado momento histórico, empresta a determinado fato jurídico. Outra acepção 
do aspecto da validade é o da validade formal, ou procedimental, consistindo na adequação às regras 
previamente definidas nas normas que disciplinam o processo legislativo, tais como a Constituição, as 
normas regimentais das Casas Legislativas.
O plano da vigência destaca o tempo de vida útil da norma, a teor do art. 1º e 2º da Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro. Na ausência da data de início de vigência da norma, dar-se-á 45 dias 
depois de oficialmente publicada (no Diário Oficial ou em jornal de grande circulação). O lapso de 
tempo compreendido entre a data de sua publicação e o início de vigência recebe o nome de vacatio 
legis.
O plano da eficácia corresponde à aceitação social da norma, à observância de seus ditames pelo 
destinatário da norma jurídica, ou seja, corresponder à expectativa social. Outro entendimento acerca 
da ideia de eficácia traz o caráter instrumental ou operacional da norma, pois não haverá de se falar 
em eficácia de uma norma que vise sanar um determinado problema ou implementar um determinado 
plano caso não haja o adequado aparelhamento em sua implementação.
 Lembrete
Validade: aspecto formal; vigência: aspecto temporal; e eficácia: 
aceitação social.
 Observação
O Professor Miguel Reale, autor da Teoria tridimensional do Direito 
(Direito = fato+valor+norma), entende que a atenção é deslocada à 
aplicação da Lei e não mais à sua elaboração.
• Interpretação da Lei – o processo de interpretação da Lei escrita é o mecanismo por meio 
do qual o juiz adéqua a Lei in abstracto ao caso in concreto. Assim, o trabalho do intérprete 
é o de “decodificar e, para isto, percorre inversamente o caminho seguido pelo codificador”. 
O ordenamento jurídico dispõe sobre a sua previsão legal, ao vincular a aplicação da norma 
jurídica ao seu proveito teleológico, caracterizado pela atenção aos preceitos do fim social 
e bem comum a que a Lei se destina (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – 
LINDB –, art. 5º).
 Observação
Na impossibilidade de se ter boas Leis e bons juízes, o que seria melhor, 
boas Leis ou bons juízes?
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• Integração do Direito – em face da omissão legislativa, o julgador deverá recorrer ao processo 
integrativo do Direito, previsto no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, que 
estabelece a ordem a ser seguida na colmatação das lacunas: analogia, costumes e dos princípios 
gerais do Direito. A soberania da Lei escrita, contudo, permanece inconteste, pois só na sua 
ausência é que as lacunas serão colmatadas.
 Observação
Na integração não há Lei (art. 4º da LINDB), na interpretação há Lei (art. 
5º da LINDB).
• Aplicação da Lei no tempo – a irretroatividade da Lei é princípio esculpido no inc. XXXVI do art. 5º 
do texto constitucional e também no art. 6º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, 
tutela a segurança das relações jurídicas.
Entende-se por irretroatividade a produção dos efeitos da Lei nova apenas projetada ao futuro, 
direcionada a partir da sua entrada em vigência, não atingindo situações jurídicas já consolidadas. 
Assim, a Lei, em regra, não retroage, salvo em benefício do exercício de Direitos, a exemplo de 
uma Lei que concede anistia fiscal a determinados grupos de contribuintes devedores, ou que 
descriminaliza determinada conduta, decorrendo daí a soltura daqueles que cumpriam pena em 
razão de sua infração.
Não serão, destarte, atingidos o ato jurídico perfeito (já consumado, segundo norma vigente, ao 
tempo em que se efetuou) o direito adquirido (situação que tem início, mas não se consumou na 
vigência da Lei anterior, sendo, portanto, atingido pela Lei nova em pleno curso de sua vigência) e a 
coisa julgada (decisão judicial da qual não cabe mais recurso).
 Saiba mais
DINIZ, M. H. Compêndio de introdução ao estudo do Direito. 22. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2011.
 Lembrete
A dicotomia Civil Law/Common Law vem perdendo força no mundo 
globalizado.
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1.8 Do processo legislativo
 Saiba mais
Sobre legística, técnica legislativa destinada à produção de um texto 
legal claro e coerente, conferir a LC nº 35/98.
Deixemos de lado os procedimentos destinados à elaboração das Leis Delegadas (CF, art. 68), Decreto 
Legislativo e Resolução (CF, art. 49), por serem pouco usuais e de interesse restrito ao âmbito deste 
trabalho, para conferir ênfase à Emenda Constitucional, Lei Complementar, Lei Ordinária e Medida 
Provisória.
Figura 3 – O processo legislativo é realizado no plano federal pelo Congresso Nacional, 
composto pelo Senado Federal e Câmara dos Deputados
• Emenda Constitucional(CF, art. 60) – altera o texto constitucional, amplificando-o ou 
restringindo-o, passando a integrar o texto constitucional, observadas as limitações postas pelo 
art. 60 da Constituição Federal.
Pode ser proposta pelo Presidente da República; por 1/3 dos membros da Câmara ou do Senado (o 
texto anterior exigia 1/3 de ambas as Casas); por mais da metade das assembleias estaduais com maioria 
dos membros de cada uma delas (CF, art. 60, III).
Será considerada aprovada se obtiver quorum de 3/5 dos votos dos membros de cada uma das 
Casas, observados dois turnos de votação, com apreciação em separado em cada Câmara – art. 
60, §2º (limitações formais). Se rejeitada ou prejudicada, não poderá ser reapresentada na mesma 
sessão legislativa. Não poderá ser votada durante a vigência de intervenção federal, estado de 
sítio e de defesa – CF, art. 60, § 1º (limitações circunstanciais) não será objeto de ementa proposta 
destinada a suprimir a forma federativa do Estado; voto direto, secreto, universal e periódico; 
separação dos poderes; Direitos e garantias individuais – CF, art. 60, § 4º (limitações materiais – 
chamadas “Cláusulas Pétreas”).
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• Leis Complementares (CF, arts. 61 e 69): – o constituinte reserva certas matérias à disciplina 
por Lei Complementar, evidenciando, assim, um tratamento distinto. A Constituição, claramente, 
enuncia quais os dispositivos que deverão ser disciplinados por meio de Lei Complementar. Só 
nessas matérias, expressamente indicadas, caberá a Lei Complementar, que deverá ser votada por 
maioria absoluta (CF, art. 69) dos membros das duas Casas do Congresso.
• Lei Ordinária (CF, art. 61 a 67) – é o ato legislativo típico, geral e abstrato, um comando imposto 
a todos. Resulta do processo legislativo composto por três fases: introdutória, constitutiva e 
complementar:
— Fase introdutória – a iniciativa é o ato que o desencadeia. Pode ser geral, competindo 
concorrentemente ao Presidente da República, a qualquer deputado ou senador, a qualquer 
comissão de qualquer das casas, ao STF, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da 
República e aos cidadãos (CF, art. 61); reservada, limitada a decisão de propor Direito novo aos 
interessados de determinadas matérias; vinculada, se imposta pela Constituição; ou Popular 
(CF, art. 61, §2º), para Leis Ordinárias e Complementares condicionada à manifestação de pelo 
menos 1% (um por cento) do eleitorado nacional, distribuído em no mínimo cinco estados, 
exigida em cada um deles a manifestação de 3/10 (três décimos) do seu eleitorado.
 A iniciativa por parlamentar é depositada na mesa da Câmara a que pertence; a do Presidente 
da República, do STF e Tribunais Superiores, bem como a popular deverá ser exercida perante a 
Câmara dos Deputados.
— Fase constitutiva – é a principal fase do processo legislativo, compreendendo a deliberação e a 
sanção. A primeira abrange a instrução do projeto, que deverá ser feita por comissão ou comissões, 
conforme a natureza do projeto apresentado, que o preparam para a discussão e votação; 
votação, o projeto votado por uma casa (iniciadora) será revisto pela outra casa (revisora). Caso a 
casa revisora aprove o projeto, este seguirá para a apreciação pelo Executivo; caso o rejeite, será 
arquivado; se emendado, voltará para a casa iniciadora para apreciação das emendas.
 A apreciação pelo Executivo completa a fase constitutiva, podendo resultar em sanção ou veto. 
A sanção transforma o projeto em Lei, congregando as vontades do Legislativo e do Executivo, 
podendo ser expressa (formalizada no prazo de 15 dias úteis a contar do recebimento do projeto 
– CF, art. 66) ou tácita (se deixa escoar esse prazo – CF, art. 66, § 3º). O veto evita que o projeto 
de Lei aprovado pelo Congresso se transforme em Lei (art. CF, 66, § 1º). A recusa, contudo, 
deverá ser fundamentada. Esta estará embasada na inconstitucionalidade (razão jurídica) ou 
na inconveniência (razão política). O veto deverá ser sempre expresso, não há veto tácito. 
Por determinação do art. 66, § 4º da Constituição, a apreciação do veto presidencial dar-se-á 
em sessão conjunta das Casas do Congresso, necessitando do voto da maioria absoluta dos 
deputados e senadores (em votação secreta), para a aprovação do projeto de Lei.
— Fase complementar – promulgação e publicação – a promulgação cabe ao Presidente da República 
por ser ato que prepara a execução (CF, art. 66, § 5º), aliás, como ocorre com os atos normativos 
em geral, exceção feita à emenda constitucional. Deverá, a partir da sanção ou da comunicação 
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da rejeição do veto, fazê-la em 48 (quarenta e oito) horas. Se inerte, terá o Presidente do Senado o 
mesmo prazo, bem como o Vice-Presidente do Senado. A publicação, regida pela Lei de Introdução 
às Normas do Direito Brasileiro (CF, art. 1º) é condição de eficácia do ato normativo.
• Medida Provisória (CF, art. 62) – são editadas pelo Presidente da República, observados os requisitos 
de relevância, a questão disciplinada deverá ser importante a ponto de se “atropelar” o processo 
legislativo ordinário; e urgência, a ausência de disciplina imediata poderá resultar em transtornos 
à ordem pública e ao interesse social.
Após a sua edição, o Congresso Nacional terá o prazo de 30 (trinta) dias, a partir de sua publicação, para 
deliberação, podendo ser reeditadas uma única vez por igual período. Caso não sejam apreciadas em 
45 (quarenta e cinco) dias, entrará em regime de urgência e a pauta será trancada, ou seja, nenhuma 
outra votação poderá ocorrer. Se aprovadas, serão convertidas em Lei; se não forem apreciadas, 
perderão a eficácia. Se rejeitadas, não poderão ser reeditadas na mesma sessão legislativa.
2 DIREITO CONSTITUCIONAL
2.1 Noções introdutórias
2.1.1 Conceito
Direito Constitucional “É o conhecimento sistematizado das regras jurídicas relativas à forma do 
Estado, à forma do governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus 
órgãos e aos limites de sua ação” (FERREIRA FILHO, 2008, p. 16).
O movimento denominado Constitucionalismo surge a partir da elaboração de documentos históricos 
precedentes à Constituição, tais como os pactos, convenções entre monarcas e súditos concernentes ao 
modo de governo e às garantias dos Direitos individuais, tendo como fundamento o acordo de vontades 
(ex.: Magna Carta de 1215, Petition of rights de 1628); forais ou cartas de franquia: têm em comum com 
os pactos a forma escrita e a matéria (proteção a Direitos individuais); contratos de colonização: história 
das colônias da América do Norte, estabelecimento e organização do poder pelos próprios governados; Leis 
Fundamentais do Reino: criação de regras para defender a coroa das fraquezas do monarca; doutrinas do 
pacto social: a própria sociedade se funda num pacto, através de um acordo tácito entre os homens.
O contexto histórico que lhe dá substrato pode ser delineado pelo Iluminismo, ideologia revolucionária 
do século XVIII, plasmada na supremacia do indivíduo a na razão, como meio de se atingir a felicidade e o 
progresso; e pelo Liberalismo, ideologia que prega a não intervenção do Estado na atividade econômica, 
livre concorrência e expansão do capitalismo.
2.1.2 Constituição
Conjunto de regras concernentes à forma do Estado, do governo, ao modo 
de aquisição e exercício do poder, ao estabelecimento de seus órgãos, aos 
limites de sua ação (FERREIRA FILHO, 2008, p.11).
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12INSTITUIÇÕES DE DIREITO
2.1.3 Poder Constituinte
É o poder capaz de estabelecer regras constitucionais, não se confundindo com o poder de 
implementar normas de acordo com a Constituição. É considerado poder de fato, no sentido de que se 
funda a si próprio, não se baseando em regra jurídica anterior, e poder de Direito, fundado num poder 
natural de organizar a vida social.
O Poder Constituinte pode se manifestar de diversas formas, por outorga ou imposição; promulgação 
ou Convenção (assembleia constituinte); referendum (consulta popular posterior ao ato que se pretende 
legitimar); plebiscito (escolha popular prévia entre duas alternativas postas).
Espécies de poder constituinte:
• originário, por iniciar a organização jurídica fundamental, ao editar Constituição nova substituindo 
a anterior ou criando um Estado. Inicial, pois não se funda noutro, nele se fundam os demais 
poderes. Ilimitado, porque não sofre limitação; se sujeita ao Direito natural; incondicionado por 
não ter fórmula prefixada;
• derivados, constituídos pelos originários, deles retiram a força que têm, podendo ser de Revisão, 
previsto pela própria Constituição para alterá-la; ou decorrente, permitindo aos Estados-Membros 
elaborar suas próprias Constituições. É derivado, pois provém de outro poder; subordinado porque 
é limitado ao poder originário; condicionado, pois só pode agir nas condições fixadas pelas normas 
constitucionais. A Constituição do Brasil de 1988 estabelece as seguintes limitações ao Poder 
Constituinte Derivado:
— limitações formais: o órgão de poder de reforma (o Congresso Nacional), a iniciativa reservada 
da proposta de ementa (CF, art. 60, I, II e III), o processo especial de elaboração (CF, art. 60, §§ 
2º, 3º e 5º);
— limitações circunstanciais: a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção 
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (CF, art. 60, § 1º);
— limitações temporais: a Constituição só pode ser alterada em épocas certas, espaçadas, podendo 
ser, durante certo tempo, vedada a sua alteração (ou dificultada);
— limitações materiais (CF, 60, § 4º, I, II, III e IV), também denominadas Cláusulas Pétreas, sendo 
estas as que seguem:
Art. 60, § 4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente 
a abolir:
I – a forma federativa do Estado;
II – o voto direto, secreto, universal e periódico;
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III – a separação dos Poderes;
IV – os Direitos e garantias individuais (CF, 60, § 4º, I, II, III e IV).
a) A forma federativa de Estado – a República deixa de constituir dogma, até então existente em 
todas as Constituições, desde a de 1891 (l891, art. 85, § 4º; 1934, art. 178, § 5º; 1946, art. 217, § 
6º; 1967, art. 50, III, § 1º; 1969, art. 47, § 1º), acreditamos que em função de plebiscito popular 
sobre a forma de governo (art. 2º do ADCT) realizado em 1993. De qualquer forma, determinados 
países colocam somente como núcleo constitucional das Leis Magnas a república, como a França 
de 1958, art. 89; a Itália, art. 139; outros acrescentam a Federação e a República, como os EUA e 
o Brasil até então.
b) O voto direto, secreto, universal e periódico – tais elementos são essenciais para o exercício 
da democracia e o fortalecimento do Estado Democrático de Direito. A periodicidade 
encontra justificativa a evitar que pessoas ou grupos se perpetuem no poder, permitindo 
a sua avaliação com consequente manutenção ou alternância a períodos previamente 
estabelecidos (no caso brasileiro, constantemente alterados). A universalidade objetiva 
evitar o voto censitário e outras formas de discriminação, exceção feita àqueles incapazes 
e impedidos por expressa e prévia determinação legal (a propósito, deveria ser facultativo 
para ser realmente democrático). Ser secreto é a garantia da liberdade de escolha, 
fugindo às perseguições que certamente advirão em muitas regiões do país. O voto 
direto, contudo, apesar de importante, não é imprescindível, para todos os cargos, para a 
garantia da democracia, a exemplo do sistema parlamentarista e de democracias como a 
norte-americana.
c) A separação dos Poderes – o princípio da separação dos poderes é marcado por certa interferência 
de um poder sobre o outro, justamente para atingir o equilíbrio e estabelecer o sistema de freios 
e contrapesos, visando a sua divisão em funções distintas, impedindo, assim, o despotismo ou o 
predomínio absoluto de um poder sobre os demais. A independência dos poderes, portanto, não é 
absoluta, implicando sua redução em conformação necessária à convergência harmônica de suas 
atuações.
d) Os Direitos e garantias individuais – tomando os fundamentos da República Federativa 
do Brasil (e a forma republicana não é mais cláusula pétrea) consistente em Estado 
Democrático de Direito, consubstanciados no art. 1º, os objetivos fundamentais do art. 
3º e os princípios regentes das relações internacionais dispostos no art. 4º, o extenso rol 
do art. 5º e, para parte da doutrina, os Direitos sociais do art. 7º, todos da Constituição 
Federal.
 Observação
Cláusulas Pétreas só podem ser suprimidas por meio de nova 
Constituição.
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
2.1.4 Espécies de Constituição e de normas constitucionais
Espécies de Constituição
Em relação à forma, as Constituições podem ser escritas, contendo regras em documento elaborado 
para fixar a organização fundamental; não escritas, quando baseadas nos usos e costumes reiterados.
 Observação
Embora a Constituição da Inglaterra seja classificada como não escrita 
ela é, na verdade, constituída por um conjunto de textos elaborados ao 
longo dos séculos, sendo, portanto, escrita, mas não sistematizada.
Quanto à força que a legitima, são consideradas outorgadas, se positivadas por obra de um indivíduo 
ou por um grupo de indivíduos (ex.: Constituição de 1967, Constituição do Império); ou promulgadas, 
decorrentes da manifestação de uma Assembleia Popular Constituinte (ex.: Constituições Brasileiras de 
1946 e 1988).
Em relação à possibilidade de sua alteração, são rígidas, se alteráveis por um processo especial, 
dificultoso, mais qualificado que o processo de alteração da legislação ordinária; semirrígidas, alteráveis 
em parte por processo especial, em parte por processo comum; flexíveis: alteram-se através de um 
processo idêntico à legislação comum (ordinária); dogmáticas: Constituições escritas que se assentam 
em princípios e dogmas.
Outras classificações as definem como Histórica, Constituição não escrita ou costumeira; garantia, 
visa a garantir a liberdade, limitando o poder; balanço, é a Constituição que descreve e registra a 
organização política estabelecida; dirigente, anuncia um ideal a ser alcançado, estabelecendo um plano 
para dirigir uma evolução política.
Normas constitucionais
Quanto ao conteúdo as normas constitucionais são dividias em: materiais que, por seu conteúdo, 
versam sobre a forma do Estado, do governo, modo de aquisição e exercício do poder, estrutura do 
Estado e os limites de sua ação – ex.: organização dos Poderes (Título IV); organização do Estado (Título 
III); princípios fundamentais (Título I); Direitos e garantias individuais –; formais são as que têm apenas 
a forma de regra constitucional, não o seu conteúdo. Ex.: dispositivos relativos aos seringueiros (art. 54 
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT); Zona Franca de Manaus (art. 40 do ADCT); 
Colégio Dom Pedro II (CF, art. 242); taxa de juros reais etc.
Quanto à possibilidade de aplicação, as normas são: autoexecutáveis, com aplicabilidade imediata, 
não dependendode legislação integrativa; não autoexecutáveis, de eficácia limitada, dependem de 
legislação integrativa que as complemente; podem ser incompletas, condicionadas ou programáticas; 
eficácia contida, aplicáveis desde logo, podendo ser contidas por Lei ou ato infraconstitucional.
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2.1.5 Controle de constitucionalidade das Leis
É a verificação da adequação de um ato jurídico ou Lei à Constituição (FERREIRA FILHO, 2008, p. 
34). A ideia de controle jurisdicional de constitucionalidade postula a da supremacia da Constituição no 
quadro do Direito interno dos Estados.
O princípio da supremacia requer que todas as situações jurídicas se conformem com os 
princípios e preceitos consagrados na Constituição, não se satisfazendo apenas com a atuação 
positiva, ou seja, de acordo com a Constituição, mas também combate à inércia regulamentar, visto 
que constitui conduta inconstitucional a omissão na elaboração de normas quando a Constituição 
assim o determina.
Cabe aos mecanismos de controle de constitucionalidade das Leis verificarem a coordenação dos 
atos jurídicos com a Constituição e, retirar do sistema toda norma de caráter inferior que esteja com 
ela dissonante.
O Direito brasileiro adota as seguintes formas de controle de constitucionalidade:
• concentrado – é aquele no qual a competência para julgar ou examinar a constitucionalidade 
pertence a um único órgão julgador. Por ser concentrado, não há disparidade de decisões para 
questões iguais;
• difuso – permite a qualquer juiz apreciar a alegação de inconstitucionalidade. É o sistema adotado 
pelos EUA a partir do emblemático caso Marbury vs. Madison (1803). Neste caso, permanece por 
muito tempo a dúvida sobre a constitucionalidade, uma vez que diversos juízes apreciam questões 
iguais e poderão ter opiniões diferentes, acarretando decisões que se contradizem entre si. Somente 
com a manifestação do mais alto tribunal ficará definida a questão da constitucionalidade. Este 
sistema foi denominado judicial review, ou difuso;
• político – há controle político sempre que a verificação de constitucionalidade é confiada a órgão 
não pertencente ao Poder Judiciário. Seu fundamento principal é a alegação de que a Constituição 
deve ser interpretada por órgãos com sensibilidade política, bem como evitar que se dê poder 
aos juízes de anular as decisões do Legislativo e do Executivo, atentando contra o princípio da 
separação dos poderes;
• judiciário – o controle judiciário se dá sempre que a verificação da concordância entre um ato e 
as regras constitucionais é atribuída a órgão integrado no Poder Judiciário. As críticas residem na 
judiciocracia;
• ação direta – exercido por meio de uma ação judicial com a finalidade específica de examinar a 
constitucionalidade da Lei, sem que nenhuma relação jurídica esteja em discussão. A declaração 
de inconstitucionalidade resulta na anulação da Lei, com efeitos erga omnes (direcionados a todas 
as pessoas). Desta maneira, uma única decisão de uma Corte Constitucional resolve a questão 
definitivamente;
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INSTITUIÇÕES DE DIREITO
• incidental – no curso de qualquer ação judicial, se uma das partes pretender a aplicação de uma 
Lei e a outra poderá defender-se dessa pretensão alegando a inconstitucionalidade da referida Lei. 
Procedente a alegação, a Lei não será aplicada pelo juiz à relação jurídica em litígio. Entendido no 
sentido de defesa pode ser tanto do autor como do réu. A Lei continua em vigor em relação aos 
que não participaram da causa, cuja decisão atinge apenas as partes litigantes;
• preventivo – opera antes que a Lei se aperfeiçoe, havendo um controle de constitucionalidade 
do projeto de Lei, podendo ser entregue a um órgão de natureza jurisdicional. O controle prévio, 
contudo, na maioria dos países é realizado sob a forma de autocontrole de constitucionalidade, 
que se inicia com o exame do projeto de Lei na comissão de Constituição das casas legislativas, 
prossegue no seu plenário e termina na ocasião da apreciação pelo Poder Executivo, que deve 
vetá-lo se o julgar inconstitucional;
• repressivo – opera depois de perfeito o ato, de promulgada a Lei, havendo o controle de 
constitucionalidade da Lei;
• abstrato – em tese porque, desvinculado de um caso concreto, de lesão a Direito, visa à declaração 
de inconstitucionalidade da Lei ou ato normativo, podendo ser repressivo ou preventivo;
• concreto – vinculado apenas aos casos concretos;
• ação declaratória de constitucionalidade – a ADC veio a integrar o texto da Constituição por 
obra do poder constituinte reformador, por meio da EC 3, de 17.03.1993. Por essa via, busca-se 
a declaração de constitucionalidade de Lei ou ato normativo federal, ao contrário da ADIN. Tem 
como fundamento, portanto, conferir segurança ao ordenamento jurídico nacional, havendo, por 
trás de tal argumento, o verdadeiro intuito de defender o Governo Federal, facilitando sua ação 
executiva, em detrimento das garantias individuais;
• inconstitucionalidade por omissão – a inconstitucionalidade não implica apenas a contradição a 
uma norma cogente, autoexecutável (porque se não o for não haverá omissão), da Constituição, 
mas igualmente deixa de tomar as providências necessárias para a efetividade das normas 
programáticas. Assim, este tipo de controle de constitucionalidade só pode ter como parâmetro 
as normas constitucionais de eficácia limitada, que são aquelas cujos efeitos jurídicos dependem 
da edição de regras infraconstitucionais. A omissão legislativa somente pode significar que 
o legislador não faz algo que positivamente lhe era imposto pela Constituição. Não se trata, 
apenas, de um não fazer, mas de não fazer aquilo a que, de forma concreta e explícita, estava ele 
constitucionalmente obrigado;
• arguição de descumprimento de preceito fundamental – ADPF – previsto no art. 102, § 1º, da 
Constituição, foi regulamentada pela LF nº 9.882/99. Ao ser avocada pelo Supremo Tribunal Federal, 
atribui eficácia erga omnes (geral, contra todos) e vinculante, à ação cuja constitucionalidade de 
ato federal, estadual ou municipal que esteja sendo apreciada por juízes ou tribunais regionais.
• modelos coexistentes no Direito Brasileiro:
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I. Político (Preventivo).
I. 1. Veto do Presidente (66, § 1º).
 I. 2. Sustação do ato pelo Congresso (49. V).
II. Jurídico (Repressivo).
II. 1. incidental, por via de defesa ou de exceção – modelo americano com adaptações (102, III, 97 
e 52, X).
II. 2. Ação.
 II.2.1. Positivo.
 a. direta interventiva – Legit. Proc. Rep. (35, III);
 b. direta de inconstitucionalidade – modelo austríaco sem Corte Constitucional (102, I, a);
 c. declaratória de constitucionalidade (EC3/93);
 d. ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental (art. 102, § 1º).
 II.2.2. Negativo.
• abstrata – direta de inconstitucionalidade por omissão (103, §2);
• legitimidade – o art. 103 da Constituição Federal elenca os legitimados à propositura de ADIN e ADC: I 
– o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV – a Mesa da Assembleia Legislativa; V – o Governador de Estado; VI – o Procurador-Geral da 
República; VII – o Conselho Federal da OAB; VIII – partido político com representação no Congresso 
Nacional; IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
2.2 Da organização nacional
2.2.1 Do Estado federado
Disposições gerais
Estado é uma

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