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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE ENERGIA Profª.: Dra. Selma Helena Marchiori Hashimoto Cálculo Diferencial e Integral I Roteiro 4: DERIVADA DE FUNÇÕES E APLICAÇÕES 1. A DERIVADA COMO UMA FUNÇÃO Já definimos que a inclinação da reta tangente ao gráfico da função f no ponto 00 , xfx , se existe, é o limite h xfhxf m h 00 0 lim Sejam, 00 xfhxff e 00 xhxx O quociente h xfhxf xhx xfhxf x f 00 00 00 (1.1) é chamado quociente da diferença. Definição 1.1: A derivada da função f em x0 é o número h xfhxf xf h 00 0 0 lim' (1.2) desde que este limite exista. O quociente da diferença (1.1) é a inclinação da reta secante. Assim, a derivada 0' xf é a inclinação da tangente em 00 , xfx . Observações: 1. Dizemos que a função f é diferenciável em x0 se o limite 0' xf na definição 1.1 existe. Esse processo de calcular a derivada 0' xf é conhecido como diferenciação da função f. 2. Quando 0' xf existe para todo x0 em um intervalo I, o processo de diferenciação produz uma nova função f ', definida no intervalo I, com valores Ixxf ,' . 2 Definição 1.2: A derivada da função f no intervalo I, denotada por f ', é a função com valores h xfhxf xf h 0 lim' desde que este limite exista para todo x I. Exemplo 1.1: Calcular a derivada da função linear bmxxf . Portanto, para a função linear bmxxf , a função inclinação (derivada) f ' é a função constante mxf ' . Observação: Forma equivalente do quociente da diferença (1.1): definindo hxx 0 , então 0xxh . Assim, quando 0h , 0xx . Obtemos, então: x f xx xfxf h xfhxf xf xxxxh 00 limlimlim' 0 000 0 0 Exemplo 1.2: Calcular a derivada da função 2xxf Por exemplo, 2'e63',42',00' ffff . Em outras palavras, a derivada de 2xxf é a função xxf 2' . Exemplo 1.3: Calcular a derivada da função xxf Por exemplo, 4 1 4' f , 272 1 27', 6 1 9' ff , mas 0'f não é definida. 3 1.1 Propriedades da Derivada Teorema 1.1: Se as funções f e g são diferenciáveis em x e c é um número real qualquer, então, as funções gf e fc são também diferenciáveis em x, e (a) xgxfxgf ''' (b) xcfxcf '' Exemplo 1.4: Para xxxh 43 2 , encontre xh' . Teorema 1.2: Seja f definida em um intervalo aberto contendo x0. Se 0' xf existe, então f é contínua em x0. Demonstração: Para provar que f é contínuo em x0, devemos mostrar que 0 0 lim xfxf xx Como, por hipótese, 0' xf existe, temos: 0 0' limlim lim limlim 0 0 0 0 0 0 0 00 00 0 00 xf xx xx xfxf xx xx xfxf xfxfxfxf xxxx xx xxxx O que prova que 0 0 lim xfxf xx . 4 Observação: A recíproca do teorema 1.2 não é verdadeira. Isto é, uma função pode ser contínua no número x = a, mas não ser diferenciável em a. Um exemplo disso é a função valor absoluto xxf para x = 0. Exemplo 1.5: A função xxf não é diferenciável em x = 0. Para mostrar isto, escrevemos o quociente da diferença em 0. 0,1 0,100 hse hse h h h fhf Assim, a função valor absoluto seria diferenciável em 0 se h h h 0 lim existisse. Entretanto, já vimos que este limite não existe. Conseqüentemente, a função valor absoluto não é diferenciável em 0. Isto ocorre porque o gráfico de xxf tem um “canto” no ponto (0,0). Portanto, o gráfico não tem uma reta tangente bem definida em (0,0). Exercícios 1. Use a definição 1.2 para calcular f '. (a) 56 xxf (b) 1 1 x xf (c) 1 xxf (d) 2 1 x xf 2. Uma normal a uma curva no ponto P é uma reta que passa por P e é perpendicular à tangente. Encontre uma equação para a normal ao gráfico de 72 xxf no ponto 2,3P . 3. Seja 1,22 1,2 xx xxx xf (a) f é diferenciável em 1? Por quê? (b) f é contínua em 1? Por quê? 4. Seja xxf sen . Calcule 0'f diretamente da definição 1.1. 5 1.2 Regras para Calcular Derivadas Observação: Notação alternativa de derivada: Notação de Leibniz: xf dx d e dx df Lê-se: derivada de f com relação à x. Definição 1.3: (Definição alternativa de derivada) x f dx df x 0 lim Se xfy , podemos denotar a derivada por: 'y e dx dy para representar a função derivada xf ' . Teorema 1.3: Seja f uma função constante com valores cxf para todo x. Então 0' xf , para todo x. Teorema 1.4: (Regra da Potência) Seja n um inteiro não nulo qualquer. A função nxxf é diferenciável para todo x e 1' nnxxf . Isto é, ,2,1,1 nnxx dx d nn . Exemplo 1.6: Calcule a derivada das seguintes funções: (a) 27xxf (b) 4 xy Exemplo 1.7: Calcular a derivada de: (a) 43 5 xxf (b) 34 57 xxxf (c) 564236 2345 xxxxxxf 6 Teorema 1.5: (Regra do Produto) Sejam f e g diferenciáveis em x. Então, a função produto fg é diferenciável em x e xg'xfxgxf'x'fg Exemplo 1.9: Para 972 xxxf , calcule xf ' . Solução: Aplicando a regra do produto: Outra abordagem: Podemos reescrever a função como 63112 2 xxxf . Então, Exemplo 1.10: Para a função 33963 343 xxxxxf , a sua derivada é: 7 Teorema 1.6: (Regra do Quociente) Sejam f e g diferenciáveis em x, com 0xg . Então, o quociente g f é diferenciável em x é 2 '' xg xgxfxgxf x g f . Exemplo 1.11: Calcule xf ' para 3 2 9 173 x xx xf . Solução: Pela regra do quociente, temos: Exemplo 1.12: Encontre uma equação para a reta tangente ao gráfico de 22 xxy no ponto (1,2). 8Exercícios 1.Encontre a derivada da função: (a) 238 xxxf (b) bxaxxf 3 (c) 2 52 x xf (d) 21 xxxf (e) 23 xxxf (f) 2 2 4325 xx xxxf (g) x xf 3 6 (h) 3 4 1 44 x xx xf (i) 53 25 xxxf (j) x xxxf 1 2 (k) 2 3 1 x xf (l) 2 1 1 x x xf (m) 7325 xxxxxf (n) 5 43 x xx xf 2. Encontre f’ de dois modos: primeiro, pela regra do produto; depois, expandindo para eliminar os parênteses. (a) 937 43 xxxxf (b) 2 1 1 1 xx xf 3. Use a regra do produto para estabelecer a seguinte fórmula para a derivada do produto de três funções: xhxgxfxhxgxfxhxgxfxfgh '''' 4. Utilize o resultado do exercício 3 para calcular a derivada: (a) 4312 2 ssssf (b) 2 1 1 11 xxx xf (c) 33 962 tttg 5. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráfico da função dada no ponto dado: (a) 1 1 x x xf no ponto (1,0) (b) 2 1 1 x xf no ponto (1,0) 6. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráfico da função dada no ponto dado: (a) 12 3 xxf , no ponto (1,3) (b) 2 2 x xf , no ponto 2 1 ,2 9 2. DERIVADA DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS Teorema 2.1: A função xxf sen é diferenciável para todo x, e xxf cos' . A função xxg cos é diferenciável para todo x, e xxg sen' . Isto é, xx dx d cossen e xx dx d sencos Demonstração: A demonstração deste teorema usa os limites: 1 sen lim 0 h h h e 0 cos1 lim 0 h h h x xx h h x h h x h h x h h x h hxhx h xhxhx h xhx x dx d hh h h h h cos 1cos0sen sen limcos 1cos limsen sen cos 1cos senlim sencos1cossen lim sensen coscossen lim sensen limsen 00 0 0 0 0 e x xx h h x h h x h hxhxos h xhxhx h xhx xos dx d hh h h h sen 1sen0cos sen limsen 1cos limcos sensen1cosc lim cossen sencoscos lim coscos limc 00 0 0 0 Exemplo 2.1: Para xxy sen3 , a derivada é: 10 Exemplo 2.2: Calcule dx dy para x x y cos2 cos2 . Exemplo 2.3: Calcule a derivada de xy tan , onde ela for definida, e determine para quais valores de x a função xy tan é diferenciável. A xtan e a xsec são diferenciáveis para todos os valores de x em ,2,1,0, 2 ,0cos nnxx . Podemos mostrar que: xxx dx d xxx dx d xx dx d cotancosseccossec tansecsec cosseccotan 2 11 Exercícios 1.Calcule xf ' : (a) xxf cos4 (b) xxxf tan3 (c) xxxf cotan23 (d) xxxf secsen (e) xxxxxf sencos (f) x x xf sen2 (g) x xx xf tan1 cossen (h) xx x xf tan54 cossec3 2 (i) xx xx xf tan cotan42 2. Encontre uma equação para a reta tangente ao gráfico de xxy sen , no ponto 0, . 3. REGRA DA CADEIA Antes de definir a regra da cadeia, consideremos o caso especial de uma potência g n de uma função g. Se g é uma função diferenciável de x, a regra do produto pode ser aplicada para calcular a derivada de seu quadrado: xgxg xgxgxgxg xggxg '2 '' 2 Generalizando, podemos obter a Regra de Potência para Funções: Se xgu e xguy nn , temos: xgxgn dx du nu dx dy nn ' 11 Exemplo 3.1: Calcule xh' , se 324 6xxxh . 12 Exemplo 3.2: Para 9 3 7 3 x x y , calcule dx dy . Exemplo 3.3: Calcule dx dy para xy 2sen . Teorema 3.1: (Regra da Cadeia) Se g é diferenciável em x e f é diferenciável em xgu , então, a função composta fog é diferenciável em x, e xgxgfxgf '''o Isto é, xgxgfxgf dx d '' Na notação de Leibniz: Se ufy e xgu , então, dx du du dy dx dy 13 Exemplo 3.4: Para 436 1 xx y , calcule dx dy . Exemplo 3.5: Calcule dx dy para xxy 26sen . Teorema 3.2: (Regra da Potência para o caso de Expoentes Racionais) Seja q p xxf , em que p e q são inteiros, com 0p e 0q . Então, f é diferenciável e 1 ' q p x q p xf Exemplo 3.6: Calcule xf ' onde 4 23 3 xxxf 14 Exercícios 1. Forme a função composta xgfy com xgu . Então, calcule dx dy usando a Regra da Cadeia: (a) 23 1,1 xxguuf (b) x xguuuf 1 ,1 2 (c) 41,tan xxguuf 2. Determine a função uf tal que ufy . Então, calcule dx dy usando a Regra da Cadeia: (a) xxuxxy 22 ,sen (b) xu x x y sen, sen1 sen1 (c) 73 73 , 73 73 4 x x u x x y (d) xu x x y 3, 73 73 4 3. Calcule a derivada das funções: (a) 32 4 xy (b) 6cos xxy (c) xxy 3sen 3 (d) xxy 2tan (e) 34 5 xxy (f) 32 9 1 x y (g) 62 1 xx x y (h) 3 4 2 xxf (i) x xxf 1 (j) 3 4 2 3 2 2 1 1 x x xf (k) 31 xxf (l) 3 2sen xxf 15 4. A DERIVADA COMOTAXA DE VARIAÇÃO Até agora temos interpretado a derivada como a inclinação da reta tangente ao gráfico de uma função. Existe, entretanto, uma outra interpretação que é extremamente importante: a interpretação da derivada como taxa de variação. Por exemplo, se ta é a área da superfície de um cubo de gelo que derrete no tempo t, então, veremos que ta' representa a taxa na qual a área da superfície está variando. 4.1. Velocidade como Medida pela Derivada Imagine um objeto que se mova ao longo de uma reta, tal como, por exemplo, um automóvel sobre uma pista. Na física, definimos a velocidade de tal objeto pela equação TemponoVariação PosiçãonaVariação Velocidade (4.1) O significado da equação (4.1) é que ela representa uma velocidade média para o período de tempo em questão. De fato, muitas vezes durante o percurso a velocidade do objeto pode assumir valores diferentes. Existe uma situação especial na qual podemos utilizar a teoria da derivada para definir a velocidade de um objeto em cada instante, ao invés de ter apenas a velocidade média em um intervalo de tempo finito. Primeiro, o movimento do objeto deve ser ao longo de uma reta (movimento retilínio), ao invés de ao longo de uma curva geral. Segundo, devemos ter uma função posição s que fornece a localização ts do objeto ao longo da reta para cada tempo t. Para definir a velocidade de um objeto no tempo 0t (velocidade instantânea no tempo 0t ), observamos que se 0h , então 00 tshts é a mudança (variação) na posição do objeto correspondente ao intervalo de tempo com pontos finais 0t e ht 0 . Assim, a expressão h tshts MédiaVelocidade 00 (4.2) é precisamente a velocidade (média) como definida pela equação (4.1). 16 Quando 0h a velocidade média correspondente ao intervalo de tempo que vai diminuindo fornece uma medida precisa da velocidade no instante 0tt . Por esta razão, definimos a velocidade no tempo 0tt como sendo o valor limite destas velocidades médias, isto é, 0 00 0 0 'lim ts h tshts tv h (4.3) se este limite existir. A equação (4.3) simplesmente nos diz que a velocidade é a derivada da função posição. Definição 4.1: Se a função diferenciável s fornece a posição no tempo t de um objeto que se move ao longo de uma reta, então a velocidade tv no tempo t é a derivada tstv ' . Isto é, ts dt d tv . Exemplo 4.1: Iniciando no tempo t = 0, uma partícula move-se ao longo de uma reta tal que sua posição no tempo t segundos é 862 ttts metros. (a) Calcule sua velocidade no tempo t. (b) Quando sua velocidade é zero? Exemplo 4.2: Suponha que um balão esférico é inflado, tal que, no tempo t (em segundos) seu raio é 2t centímetros. Qual é a taxa média de variação da área de sua superfície de t = 1 a t = 2? Qual é a taxa instantânea da variação de t = 2? 17 Exemplo 4.3: Para a função ttf sen , a taxa média de variação no intervalo 2 1 , 4 1 é: A taxa instantânea de variação em 4 1 t é: Exercícios 1. Calcule a taxa média de variação da função dada no intervalo de tempo dado. Então, calcule a taxa instantânea de variação no tempo 0t especificado. (a) 2 ,32,1 0 2 s tttts (b) 1,10,1 03 tttttf 2. Uma partícula move-se ao longo de uma reta tal que sua posição no tempo t é 1 22 t t ts unidades. Calcule sua velocidade no tempo 3t . 3. Uma bola de neve esférica cujo raio inicial é 10,16 cm inicia seu derretimento, de forma que seu raio decresce de acordo com a fórmula 24 tr , t medido em minutos. (a) Qual a taxa média de variação de seu volume nos intervalos de tempo 10 t e 21 t ? (b) Qual a taxa instantânea da variação de seu volume em 1t ? 18 5. DERIVADA DE ORDEM SUPERIOR Definição 5.1: (Derivada Segunda) A derivada segunda de uma função f, em relação à variável x, é denotada por xf '' , ou 2 2 dx fd , e definida como h xfhxf xf h '' lim'' 0 desde que o limite exista. Na prática, calcular a derivada segunda significa derivar novamente a partir da função derivada, desde que essa derivada exista. Exemplo 5.1: Calcule a derivada segunda da função 753 234 xxxxf . Exemplo 5.2: Calcule a derivada segunda da função 1sen xxf . Observação: Se ''f é uma função diferenciável, a sua derivada dada por '''f , é denominada derivada terceira de f. A derivada de ordem n dada por f (n) é obtida pela derivada da derivada de ordem n – 1 de f. Exemplo 5.3: Derive sucessivamente a função 4xxf até reduzi-la a zero. 19 6. APLICAÇÕES DA DERIVADA 6.1 Máximos e Mínimos Para obter pontos de máximo ou de mínimo de uma função, basta construir o gráfico da função e identificar tais pontos. Porém, nem sempre é simples a construção do gráfico de muitas funções. Sendo assim, usaremos a definição de derivada de funções para encontrar tais pontos. Definição 6.1: (Ponto crítico) Considerando-se uma função f definida sobre um domínio D, se Dx 0 e 0' 0 xf , 0x é chamado de ponto crítico ou ponto estacionário. Encontrar pontos críticos nos quais a derivada é nula significa encontrar pontos onde a variação é nula, ou, ainda, para pontos muito próximos dos pontos críticos, a variação é aproximadamente nula. Exemplo 6.1: A função 2xxf , definida sobre [-1, 2], possui 0x como ponto crítico, pois 00' f . Graficamente, temos: Definição 6.2: (Extremos absolutos) Seja f uma função de domínio D. Então cf é (a) o máximo absoluto de f em D se e somente se cfxf para qualquer que seja x em D. (b) o mínimo absoluto de f em D se e somente se cfxf para qualquer que seja x em D. Máximos e mínimos absolutos (ou globais) também são chamados de extremos absolutos. Geralmente omitimos os termos ‘absoluto’ e ‘global’, dizendo apenas máximo e mínimo. 20 Definição 6.3: (Extremos locais) Seja c um ponto interior do domínio da função f. Então cf será: (a) um valor máximo local em c se e somente se cfxf para qualquer x em um intervalo aberto que contenha c. (b) um valor mínimo local em c se e somente se cfxf para qualquer x em um intervalo aberto que contenha c. Teorema 6.1: (Pierre Fermat) Se uma função f possui um ponto de extremo (máximo ou mínimo) local em cx e a função f é diferenciável neste ponto, então cx é um ponto crítico, isto é, 0' cf . Observações: 1. Pelo teorema 6.1, se cx é um ponto de extremo local para f, a derivada de f se anula e passa uma reta tangente horizontal à curva xfy no ponto cfc, . 2. Existem funções com um ponto crítico em cx , que não é ponto de máximo nem de mínimo local para f, como, por exemplo, a função 3xxf definida sobre a reta, 0x é ponto crítico, mas este não é um ponto de extremo para f. Neste caso, chamamos o ponto 0x de ponto de inflexão. 21 3. Seos pontos de extremos locais para f estiverem nas extremidades do domínio de f, as derivadas laterais de f poderão existir e ser não nulas. Por exemplo, a função 21 xxf definida sobre [-1, 2] possui três extremos, onde 1x e 2x são pontos de mínimo local e 0x é um ponto de máximo local, mas 21' f e 42' f . 4. Para definir os pontos de máximo e de mínimo absolutos (ou globais), basta comparar os valores da função em todos os pontos críticos encontrados e nos extremos do intervalo. Existe um critério que faz uso da derivada primeira para identificar se um ponto localizado no interior do domínio da função, é ponto de extremo (máximo ou mínimo) local para f. Este critério se baseia nas seguintes idéias: 1. Se a função é crescente as retas tangentes em cada ponto de seu gráfico possuem coeficientes angulares positivos. 2. Se a função é decrescente as retas tangentes em cada ponto de seu gráfico possuem coeficientes angulares negativos. 3. Se existe algum ponto de extremo local a reta tangente ao gráfico neste ponto tem coeficiente angular zero. 22 6.1.1 Teste da derivada primeira Teorema 6.2: Seja f uma função diferenciável sobre um conjunto S, possuindo um ponto crítico cx no interior de S, isto é, 0' cf : (a) Se a derivada de f é positiva à esquerda de cx e é negativa à direita de cx , então c é um ponto de máximo para f. (b) Se a derivada de f é negativa à esquerda de cx e é positiva à direita de cx , então c é um ponto de mínimo para f. Exemplo 6.2: Seja a função 2xxf definida sobre [-1, 2]. Sabemos que xxf 2' , assim o único ponto crítico ocorre em 0x . Temos que: 0se0' 0se0' xxf xxf Assim, pelo teste da derivada primeira, concluímos que 0x é um ponto de mínimo local para f. 0' xf mínimo 0' xf 0' xf 0' xf máximo 0' xf 0' xf 23 Exemplo 6.3: Dada a função xxxxf 96 23 , encontre os pontos críticos e determine se esses pontos são pontos de extremos da função. Solução: Para encontrar os pontos críticos de f, precisamos encontrar os pontos em que 0' xf . Como, 9123' 2 xxxf , temos os pontos críticos 3x e 1x . Aplicando o teste da derivada primeira, temos: 1se0' 1se0' 3se0' 3se0' xxf xxf xxf xxf Assim, 3x é um ponto de máximo local e 1x é um ponto de mínimo local. Exemplo 6.4: A função modular xxf definida sobre [-1, 1] possui um ponto crítico em 0x , que é um ponto do domínio em que não existe a derivada de f. Esse ponto é ponto de mínimo local. Exemplo 6.5: A função xsenxf definida em , , possui máximo em x e 2 x e mínimo em 2 x e x . 24 Exemplo 6.6: A função x xxf 1 definida sobre [-3, 3], não possui derivada em 0x . Seus pontos críticos são 1x e 1x , sendo o ponto 2,1 um máximo local e o ponto 2,1 um mínimo local. Observações: 1. O critério da derivada primeira pode ser escrito na forma: Se f é uma função diferenciável sobre um intervalo [a, b] e existe um ponto cx no intervalo aberto (a, b) para o qual cf ' é diferente de 0, então este ponto cx não pode ser ponto de máximo nem de mínimo para f. Lembrando que nem todo ponto crítico de uma função é ponto de extremo dessa função. 2. Se f é uma função contínua definida sobre um intervalo fechado e limitado [a, b], então f assume o seu valor máximo (ou mínimo): Nas extremidades do intervalo [a, b], ou Em pontos críticos de f, ou Em pontos onde a derivada de f não existe. 25 6.1.2 Teste da derivada segunda Teorema 6.3: (Concavidade) Seja f uma função diferenciável duas vezes sobre um conjunto S, então: (a) Se 0'' xf em algum ponto x de S, então o gráfico de f tem a concavidade voltada para cima nas vizinhanças de x. (b) Se 0'' xf em algum ponto x de S, então o gráfico de f tem a concavidade voltada para baixo nas vizinhanças de x. Teorema 6.4: (Máximos e mínimos) Seja f uma função diferenciável sobre um conjunto S, tal que a sua derivada seja uma função contínua. Supondo que f possui um ponto crítico cx em S, isto é, 0' cf , temos: (a) Se 0'' xf então cx é um ponto de máximo local para a função f. (b) Se 0'' xf então cx é um ponto de mínimo local para a função f. (c) Se 0'' xf então cx pode ser um ponto de inflexão, caso haja mudança de sinal da derivada segunda na vizinhança de x, ou, caso contrário, ponto de máximo ou mínimo local. Às vezes, várias derivadas sucessivas da função se anulam no ponto crítico, assim o critério da derivada segunda para máximos e mínimos necessita ser ampliado como segue. Teorema 6.5: (Máximos e mínimos usando a n-ésima derivada) Seja f uma função que possui todas as n primeiras derivadas contínuas sobre um conjunto S. Admitindo que f possui um ponto crítico c em S, isto é, 0' cf e que: 0...''''' 14 cfcfcfcf n mas cf n é diferente de zero. Assim, (a) Se n é par e 0cf n , cx é ponto de máximo local para a função f. (b) Se n é par e 0cf n , cx é um ponto de mínimo local para a função f. (c) Se n é ímpar e cf n é diferente de zero, cx não é ponto de mínimo para f, nem ponto de máximo para f. Este ponto cx recebe o nome de ponto de inflexão horizontal para a função f. 26 Exemplo 6.7: A função 21 xxf definida sobre [-1,2] possui ponto crítico em 0x . Como 020'' f , pelo teorema 6.5, 0x é ponto de máximo local para f. Exemplo 6.8: Encontre e classifique os pontos críticos das funções a seguir e esboce seus gráficos: (a) 52489 23 xxxxf (b) 44 xxf (c) 33 xxf (d) 2,0,cos3 xxxf Exercícios 1. Calcule as derivadas de segunda ordem das funções: (a) tttts 35 2 (b) xxxxf 52 (c) 42 2 x x xf (d) 2cos3 2f (e) 129 2 sssg (f) xxf 3 2. Derive as funções do exercício anterior (quantas vezes forem necessário) até obter um resultado nulo (derivada igual a zero), se possível. 3. Nas funções que seguem, encontre os máximos e mínimos locais e os pontos de inflexão e construa, a partir daí, os gráficos correspondentes: (a) 32 5 xxf (b) 3 2 x x xg (c) 42 xxf (d) 32 xxf (e) 962 xxxf (f) 223 xxxf 4. Identifique os pontos críticos das funções abaixo e classifique-os (considerando o intervalo no qual a função é definida): (a) 32,5 3 2 xxxf (b) 20,4 2 xxxxf (c) 25,0, 1 2 x x xf (d) 2 3 2 ,sec xxxf (e) 81,3 xxxf (f) 0,23 0,3 2 xxx xx xf
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