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TUTORIA 5 esquizofrenia e transtrono de personalidade

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Hellen K.
TUTORIA 5 - Esquizofrenia e Transtorno de Personalidade 
Conhecer os transtornos do espectro da esquizofrenia: 
	Esquizofrenia significa fragmentação da mente (frenia- mente e esquizo - fragmentação/dividida) dando-se uma ruptura no desenvolvimento do indivídu havendo a perda de contato com a realidade e ausência de juízo crítico.
	O espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos inclui esquizofrenia, outros transtornos psicóticos e transtorno (da personalidade) esquizotípica. Esses transtornos são definidos por anormalidades em um ou mais dos cinco domínios a seguir: delírios, alucinações, pensamento (discurso) desorganizado, comportamento motor grosseiramente desorganizado ou anormal (incluindo catatonia) e sintomas negativos.
	Embora seja discutida como se fosse uma única doença, a esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentações clínicas, resposta ao tratamento e cursos da doença variáveis. Os sinais e sintomas variam e incluem alterações na percepção, na emoção, na cognição, no pensamento e no comportamento. A expressão dessas manifestações varia entre os pacientes e ao longo do tempo, mas o efeito da doença é sempre grave e geralmente de longa duração.
	A esquizofrenia é igualmente prevalente em homens e mulheres. Ambos os sexos diferem, no entanto, quanto ao início e ao curso da doença. O início é mais precoce entre homens. Mais da metade dos pacientes com esquizofrenia do sexo masculino, e apenas um terço dos pacientes do sexo feminino, têm sua primeira internação em hospital psiquiátrico antes dos 25 anos de idade. As idades de pico do início são entre 10 e 25 anos para os homens e entre 25 e 35 anos para as mulheres.
ETIOLOGIA:
Fatores Genéticos: 
	A esquizofrenia é uma desordem hereditária, tornando o histórico familiar um fator de risco significativo. Apesar dos modos de transmissão genética da esquizofrenia serem desconhecidos, diversos genes parecem dar uma contribuição para a vulnerabilidade à doenças.
Fatores bioquímicos:
Hipótese da Dopamina: A formulação mais simples da hipótese da dopamina na esquizofrenia postula que o transtorno resulta do excesso de atividade dopaminérgica.Alterações nos níveis de Dopamina(neurotransmissor relacionada a cognição,sono, humor, atenção, associada as sensação de prazer e recompensa) em excesso seriam responsáveis pelo aparecimento dos sintomas. Sendo que a desregulação da neurotransmissão dopaminérgica na esquizofrenia ocorre com frequência em locais anatômicos específicos do cérebro: Tratos mesocortical e mesolímbico. Os neurônios dopaminérgicos projetam-se de seus corpos celulares no mesencéfalo para neurônios dopaminoceptivos no sistema límbico e no córtex cerebral.
Em pessoas saudáveis a dopamina é liberada em quantidades equivalentes para os lobos frontal e temporal. Sendo que o frontal é responsável pela elaboração de pensamentos e o temporal pela percepção e memória. No cérebro de pessoas com esquizofrenia, funciona como se houvesse uma diminuição de dopamina no lobo frontal e mais no lobo tempora e isso provoca lentidão de pensamentos, e o excesso de dopamina na região temporal provoca delírios e alucinações. 
Hipótese Serotoninérgica: As hipóteses atuais postulam o excesso de serotonina como uma das causas de sintomas tanto positivos como negativos na esquizofrenia. A atividade antagonista de serotonina consistente da clozapina e de outros antipsicóticos de segunda geração, junto com a eficácia da clozapina para dimimuir sintomas positivos em pacientes crônicos, contribuiu para a validade dessa proposição.
GABA: O aminoácido neurotransmissor inibitório ácido -aminobutírico (GABA) também foi implicado na fisiopatologia da esquizofrenia com base nos achados de que alguns pacientes têm uma perda de neurônios GABAérgicos no hipocampo. O GABA tem um efeito regulador sobre a atividade da dopamina, e a perda de neurônios GABAérgicos inibidores poderia levar à hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos.
Alterações Neuroanatômicas: 
Ventrículos cerebrais: Os exames por tomografia computadorizada (TC) de pacientes com esquizofrenia têm mostrado consistentemente alargamento dos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo e alguma redução no volume cortical. Volumes reduzidos da substância cinzenta cortical foram demonstrados durante os primeiros estágios da doença.
Simetria reduzida: Há uma simetria reduzida em várias áreas do cérebro na esquizofrenia, incluindo os lobos temporal, frontal e occipital. Alguns pesquisadores acreditam que essa simetria reduzida se origine durante a vida fetal e seja indicativa de uma interrupção na lateralização cerebral durante o neurodesenvolvimento.
Sistema límbico: Devido a seu papel no controle das emoções, foi formulada a hipótese de que o sistema límbico esteja envolvido na fisiopatologia da esquizofrenia. Estudos de amostras cerebrais na necropsia de pacientes com o transtorno mostraram diminuição no tamanho da região, incluindo a amígdala, o hipocampo e o giro para-hipocampal.
Córtex pré-frontal: Há evidências consideráveis de estudos cerebrais de necropsia que apoiam anormalidades anatômicas no córtex pré-frontal na esquizofrenia. Déficits funcionais na região pré-frontal também foram demonstrados por imagens do cérebro. Há muito tem sido observado que vários sintomas de esquizofrenia imitam aqueles encontrados em pessoas com lobotomias pré-frontais ou síndromes do lobo frontal.
Alterações no tálamo, nos gânglios da base e do cerebelo.
TIPOS DE PACIENTE: 
Tipo 1: Prevalece os sintomas +, estruturas cerebrais normais na TC e boa resposta ao tratamento.
Tipo 2: Prevalecem os sintomas -, anormalidades cerebrais na TC e resposta ruim ao tratamento. 
 SUBTIPOS: 
Cinco subtipos de esquizofrenia foram descritos com base predominantemente na apresentação clínica: paranoide, desorganizado, catatônico, indiferenciado e residual. O DSM-5 não usa mais esses subtipos, mas eles são listados na 10a revisão da Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID10).
Tipo paranoide: 
	(Predomínio de sintomas + como ilusões, alucinações, sensação constante de perseguição. Causa ansiedade e tem maior propensão a ataques de fúria)
	O tipo paranoide da esquizofrenia caracteriza-se pela preocupação com um ou mais delírios ou alucinações auditivas frequentes. Classicamente, esse tipo é marcado sobretudo pela presença de delírios de perseguição ou grandeza. Esses pacientes costumam ter seu primeiro episódio da doença em idade mais avançada do que aqueles com os tipos catatônico ou desorganizado. Pacientes nos quais a esquizofrenia ocorre no fim da segunda ou terceira décadas de vida em geral já estabeleceram uma vida social que pode ajudá-los a enfrentar a doença, e seus recursos de ego tendem a ser maiores do que os de afetados por esquizofrenia catatônica e desorganizada. Além disso, demonstram menos regressão de suas faculdades mentais, de respostas emocionais e de comportamento do que em outros tipos do transtorno.
	 Indivíduos com esquizofrenia paranoide tendem a ser tensos, desconfiados, cautelosos, reservados e, às vezes, hostis ou agressivos, mas também ocasionalmente capazes de se comportar de forma adequada em algumas situações sociais. Sua inteligência nas áreas que não são invadidas pela psicose tende a permanecer intacta.
Tipo Desorganizado: 
	(Pensamento desorganizado, comportamentos primitivos e incoerentes, e falha na expressão de emoções)
	O tipo desorganizado da esquizofrenia é caracterizado por regressão acentuada para um comportamento primitivo, desinibido e desordenado e pela ausência de sintomas que satisfaçam os critérios para o tipo catatônico. O início desse subtipo costuma ser precoce, ocorrendo antes dos 25 anos de idade. Os pacientes desorganizados em geral são ativos, mas de uma forma não construtiva, sem objetivo. Seu transtorno do pensamento é pronunciado, e o contato com a realidade é pobre. Sua aparência pessoal é desleixada, eo comportamento social e as respostas emocionais são inadequados, com frequência explodindo em risos sem nenhuma razão aparente. Sorrisos e caretas incongruentes também são comuns nesses pacientes, cujo comportamento pode ser mais bem descrito como tolo ou insensato.
Tipo catatônico:
		(Imobilidade motora; agitação extrema, mutismo, posturas inapropriadas e bizarras, movimentos estereotipados, tendência ao comportamento infantil, ausência de emocções diante de situações importantes)
	O tipo catatônico da esquizofrenia, que era comum várias décadas atrás, tornou-se raro na Europa e na América do Norte. Sua característica clássica é um distúrbio acentuado da função motora, que pode envolver estupor, negativismo, rigidez, excitação ou posturas bizarras. Por vezes, o paciente exibe alternância rápida entre extremos de excitação e estupor. As características associadas incluem estereotipias, maneirismos e flexibilidade cérea. O mutismo é particularmente comum. Durante a excitação catatônica, os pacientes necessitam de supervisão constante para impedir que machuquem a si mesmos ou outras pessoas. Pode ser necessário atendimento médico devido a desnutrição, exaustão, hiperpirexia ou autolesões.
Tipo indiferenciado:
	(Pacientes possuem uma mistura de sintomas e não se enquadram nas outras subdiviões)
	Com frequência, pacientes que claramente têm esquizofrenia não podem ser enquadrados em um subtipo com tanta facilidade. Eles são classificados com esquizofrenia do tipo indiferenciado.
Tipo residual: 
	O tipo residual da esquizofrenia caracteriza-se por evidências contínuas do transtorno na ausência de um conjunto completo de sintomas ativos ou de sintomas suficientes para satisfazer o diagnóstico de outro tipo de esquizofrenia. Embotamento emocional, retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento ilógico e frouxidão leve das associações são comuns nesse tipo. Quando ocorrem, delírios ou alucinações não são proeminentes nem acompanhados de reações afetivas significativas.
QUADRO CLÍNICO: 
	O paciente pode manifestar transtorno de humor, sentimento, afeto, alucinações, ilusões, transtornos do conteúdo do pensamento, forma do pensamento, impulsividade, violência, de orientação, memória, de comprometimento cognitivo e outros.
	- Estes podem surgir de forma abrupta ou incidiosa (+ frequente).
Sintomas positivos: Envolve o desenvolvimento de funções anormais, esses sintomas incluem delírios (crenças distorcidas ou falsas e interpretações incorretas das percepções, podem ser de perseguião, de referência quando atribuem significado á ações, objetos, eventos sem significados. E podem ser de controle - quando indivíduos acha que força externa manipula seus pensamentos), Alucinações(percepção anormais, particulamente auditivas, visuais ou olfativas), fala desorganizada e comportamento catatônico, agressividade, incoerência no comportamento social sexual,fala distraída.
Sintomas Negativos: Envolvem a redução ou perda de funções normais, esses sintomas incluem afeto embotado(diminuição nda intensidade de expressão emocional), alogonia(diminuição na fluência da fala), pobreza de gestos expressivos, expressão facial imutável, pouco contato visual, retração social, auto-negligência, deficiência intelectuais e de memória, anedonia(incapacidade de sentir prazer.
DIAGNÓSTICO: 
 
TRATAMENTO: 
	Tem como objetivo reduzir os pensamentos e comportamentos psicóticos (fase aguda) e prevenir recaídas (fase estável).
	 O tratamento farmacológico e feito com antipsicóticos sendo utilizados na fase aguda, na terapia de manutenção e na terapia de reicidiva.	
	 
Antipsicóticos: M.A: Antagonistas dos receptores dopaminérgicos. 
TÍPICOS (clássicos, convencionais) - primeiros antipsicóticos 
Apesar de possuírem diferentes estruturas químicas, as drogas antipsicóticas clássicas produzem efeitos farmacológicos bastante semelhantes. Diminuem ou eliminam os sintomas positivos da esquizofrenia, atuando por exemplo na agitação psicomotora dos pacientes deixando-os menos impulsivos e agressivos. Aliviam também outros sintomas como delírios, alucinações e desorganização do pensamento. Porém, não afetam os sintomas negativos e a disfunçãao cognitiva onde contribui para baixa qualidade de vida e déficits funcionais o que compromete a aderência ao tratamento e até produzem alguns sintomas semelhantes a eles, tais como indiferença, perda de iniciativa e reduzida expressão emocional.
	Os principais efeitos colaterais ocorrem no sistema motor extrapiramidal, produzindo sintomas de parkinsonismo (caracterizado por rigidez muscular, tremores, redução da expressão facial e lentidão de movimentos), acatisia (sentimentos de desassossego, inquietação, ansiedade e agitação), discinesia tardia (movimentação repetitiva e incontrolável na região da boca e lábios, às vezes em outra parte do corpo), distonia aguda (espasmo muscular dos olhos, língua, pescoço e tronco), “síndrome neuroléptica aguda” (caracterizada por rigidez muscular, febre, sudorese excessiva e alterações do batimento cardíaco e da pressão arterial).
	Afetam outros sintomas como o neuroendócrino, o SNA porque bloqueiam os receptores colinérgicos (tipo muscarínico) e adrenérgicos (alfa-adrenoceptores tipo 1), causando os seguintes sintomas: secura da boca e da pele, midríase, dificuldade de acomodação visual, taquicardia, constipação intestinal, retenção urinária, hipotensão arterial e hipotensão postural.
	O mecanismo de ação dos antipsicóticos clássicos parece ser mediado pela neurotransmissão dopaminérgica. Esses medicamentos clássicos têm como característica principal bloquear a dopamina no nível dos receptores pré e pós-sinápticos
ATÍPICO - menos efeitos extrapiramidais
	O termo atípico refere-se à capacidade de promover ação antipsicótica, sem promover sintomas extrapiramidais, ao menos em doses terapêuticas, incluindo também maior eficácia nos sintomas positivos e negativos e de desorganização, além da ausência de discinesias tardia ou distonia, que são movimentos involuntários podendo ser incapacitantes, devido à administração crônica dos antipsicóticos, também não podem ser classificados de sedativos ou incisivos, como se faz com os antipsicóticos típicos, tendo em vista sua diversidade de ação.
Fármacos: 
• Risperidona: comprimidos de 1, 2 e 3 mg 
Risperidona é um antagonista seletivo das monoaminas cerebrais (neurotransmissores) e é um potente bloqueador da ação do neurotransmissor dopamina, através da inibição do funcionamento dos seus receptores, especialmente os do tipo D2 . Risperidona também atua como um antagonista do 5-HT2A, e pode ser usado para bloquear rápida e eficientemente os efeitos do 5-HT2A de drogas como o LSD.
• Quetiapina: comprimidos de 25, 100, 200 e 300 mg 
A quetiapina é um agente antipsicótico atípico. A quetiapina e seu metabólito ativo no plasma humano, a norquetiapina, interagem com ampla gama de receptores de neurotransmissores. A quetiapina e a norquetiapina exibem afinidade pelos receptores de serotonina (5HT2) e pelos receptores de dopamina D1 e D2 no cérebro.
• Ziprasidona: cápsulas de 40 e 80 mg 
O mecanismo de ação de Ziprasidona baseia-se na ação em receptores celulares (locais específicos de ligação nas células) da dopamina e serotonina (substâncias químicas que enviam informações através das células nervosas).
• Olanzapina: comprimidos de 5 e 10 mg 
E um antipsicótico e que age no Sistema Nervoso Central, seu mecanismo de ação no tratamento da esquizofrenia e no tratamento de episódios de mania aguda ou mistos do transtorno bipolar é desconhecido. 
• Clozapina: comprimidos de 25 e 100 mg 
É um novo antipsicótico diferente dos neurolépticos clássicos, cujomecanismo de ação ocorre devido ao bloqueio dos receptores dopaminérgicos, tanto D1 como D2, no sistema límbico.
• Clorpromazina: comprimidos de 25 e 100 mg; solução oral de 40 mg/mL 
É um fármaco antipsicótico clássico ou típico, sendo protótipo no tratamento de pacientes esquizofrénicos. ... Bloqueiaos impulsos gerados pela dopamina nas sinapses, parecendo ser esse este o mecanismo antipsicótico.
• Haloperidol: comprimido de 1 e 5 mg solução oral 2 mg/mL 
Tem como mecanismo de ação o bloqueio seletivo do sistema nervoso central, atingindo por competição os receptores dopaminérgicos pós-sinápticos. É, portanto, um bloqueador do receptor D2 da dopamina. O aumento da troca de dopaminas no cérebro produz o efeito antipsicótico.
• Decanoato de haloperidol: solução injetável 50 mg/mL 
O aumento da troca de dopaminas no cérebro produz o efeito antipsicótico. O pró-fármaco decanoato de haloperidol, libera lentamente o haloperidol de seu veículo. Em consequência do bloqueio dos receptores de dopamina ocorrem efeitos motores extrapiramidais no paciente.
NÃO FÁRMACOS: Psicoterapia, Orientação Familiar.
ESPECTRO DA ESQUIZOFRENIA:
Transtorno Delirante 
Critérios Diagnósticos 297.1 (F22) 
A. A presença de um delírio (ou mais) com duração de um mês ou mais. 
B. O Critério A para esquizofrenia jamais foi atendido. Nota: Alucinações, quando presentes, não são proeminentes e têm relação com o tema do delí- rio (p. ex., a sensação de estar infestado de insetos associada a delírios de infestação). 
C. Exceto pelo impacto do(s) delírio(s) ou de seus desdobramentos, o funcionamento não está acentuadamente prejudicado, e o comportamento não é claramente bizarro ou esquisito. 
D. Se episódios maníacos ou depressivos ocorreram, eles foram breves em comparação com a duração dos períodos delirantes. 
E. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica, não sendo mais bem explicada por outro transtorno mental, como transtorno dismórfico corporal ou transtorno obsessivo-compulsivo. 
Determinar o suptipo: 
Tipo erotomaníaco: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio é o de que outra pessoa está apaixonada pelo indivíduo. 
Tipo grandioso: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio é a convicção de ter algum grande talento (embora não reconhecido), insight ou ter feito uma descoberta importante.
Tipo ciumento: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio do indivíduo é o de que o cônjuge ou parceiro é infiel. 
Tipo persecutório: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio envolve a crença de que o próprio indivíduo está sendo vítima de conspiração, enganado, espionado, perseguido, envenenado ou drogado, difamado maliciosamente, assediado ou obstruído na busca de objetivos de longo prazo.
Tipo somático: Esse subtipo aplica-se quando o tema central do delírio envolve funções ou sensações corporais. 
Tipo misto: Esse subtipo aplica-se quando não há um tema delirante predominante. 
Tipo não especificado: Esse subtipo aplica-se quando a crença delirante dominante não pode ser determinada com clareza ou não está descrita nos tipos específicos (p. ex., delírios referenciais sem um componente persecutório ou grandioso proeminente). 
Diagnóstico Diferencial: 
Transtorno obsessivo-compulsivo e transtornos relacionados. 
Delirium, transtorno neurocognitivo maior, transtorno psicótico devido a outra condição médica e transtorno psicótico induzido por substância/medicamento. 
Esquizofrenia e transtorno esquizofreniforme. esquizofreniforme pela ausência dos demais sintomas característicos da fase ativa da esquizofrenia. 
Transtornos depressivo e bipolar e transtorno esquizoafetivo.
Transtorno Psicótico Breve 
Critérios Diagnósticos 
A. Presença de um (ou mais) dos sintomas a seguir. Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 
1. Delírios. 
2. Alucinações.
 3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes). 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico. 
B. A duração de um episódio da perturbação é de, pelo menos, um dia, mas inferior a um mês, com eventual retorno completo a um nível de funcionamento pré-mórbido. 
C. A perturbação não é mais bem explicada por transtorno depressivo maior ou transtorno bipolar com características psicóticas, por outro transtorno psicótico como esquizofrenia ou catatonia, nem se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica. 
Especificar se: 
Com estressor(es) evidente(s): (psicose reativa breve): Se os sintomas ocorrem em resposta a eventos que, isoladamente ou em conjunto, seriam notadamente estressantes a quase todos os indivíduos daquela cultura em circunstâncias similares. 
Sem estressor(es) evidente(s): Se os sintomas não ocorrem em resposta a eventos que, isoladamente ou em conjunto, seriam notadamente estressantes a quase todos os indivíduos daquela cultura em circunstâncias similares. 
Com início no pós-parto: Se o início é durante a gestação ou em quatro semanas após o parto. Especificar se: Com catatonia (consultar os critérios para catatonia associada a outro transtorno mental, p. 119-120, para definição). 
Especificar a gravidade atual: A gravidade é classificada por uma avaliação quantitativa dos sintomas primários de psicose, o que inclui delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento psicomotor anormal e sintomas negativos. Cada um deles pode ser classificado pela gravidade do momento (mais grave nos últimos sete dias) em uma escala com 5 pontos, variando de 0 (não presente) a 4 (presente e grave). (Ver Gravidade das Dimensões de Sintomas de Psicose Avaliada pelo Clínico no capítulo “Instrumentos de Avaliação.”).
Diagnóstico Diferencial:
 Outras condições médicas.
Transtornos relacionados a substâncias.
Transtornos depressivo e bipolar.
Transtornos factício ou simulação. 
Transtornos da personalidade. 
Transtorno Esquizofreniforme
 Critérios Diagnósticos 
 A. Dois (ou mais) dos itens a seguir, cada um presente por uma quantidade significativa de tempo durante um período de um mês (ou menos, se tratados com sucesso). Pelo menos um deles deve ser (1), (2) ou (3): 1. Delírios. 
2. Alucinações.
3. Discurso desorganizado (p. ex., descarrilamento ou incoerência frequentes). 
4. Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico.
 5. Sintomas negativos (i.e., expressão emocional diminuída ou avolia). 
B. Um episódio do transtorno que dura pelo menos um mês, mas menos do que seis meses. Quando deve ser feito um diagnóstico sem aguardar a recuperação, ele deve ser qualificado como “provisório”. 
C. Transtorno esquizoafetivo e transtorno depressivo ou transtorno bipolar com características psicóticas foram descartados porque 1) nenhum episódio depressivo maior ou maníaco ocorreu concomitantemente com os sintomas da fase ativa ou 2) se os episódios de humor ocorreram durante os sintomas da fase ativa, estiveram presentes pela menor parte da duração total dos períodos ativo e residual da doença. 
D. A perturbação não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. 
Especificar se: 
Com características de bom prognóstico: Esse especificador exige a presença de pelo menos duas das seguintes características: início de sintomas psicóticos proeminentes em quatro semanas da primeira mudança percebida no comportamento ou funcionamento habitual; confusão ou perplexidade; bom funcionamento social e profissional pré-mórbido; ausência de afeto embotado ou plano. 
Sem características de bom prognóstico: Esse especificador é aplicado se duas ou mais entre as características anteriores não estiveram presentes. 
Especificar se: Com catatonia. 
Especificar a gravidade atual: A gravidade é classificada por uma avaliação quantitativa dos sintomas primários de psicose, o que inclui delírios, alucinações, desorganização do discurso, comportamento psicomotor anormal e sintomas negativos. Cada um desses sintomas pode ser classificado quanto à gravidade atual (mais grave nos últimos sete dias) em uma escala com 5 pontos, variando de 0 (não presente) a 4 (presente e grave).
Diagnóstico Diferencial: Outros transtornos mentais e condições médicas.
Descreversobre os tipos de Transtornos de personalidade:
Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo.
Classificações dos transtornos de personalidades:
• Transtorno da personalidade paranoide é um padrão de desconfiança e de suspeita tamanhas que as motivações dos outros são interpretadas como malévolas. 
• Transtorno da personalidade esquizoide é um padrão de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional. 
• Transtorno da personalidade esquizotípica é um padrão de desconforto agudo nas relações íntimas, distorções cognitivas ou perceptivas e excentricidades do comportamento. 
• Transtorno da personalidade antissocial é um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros. 
• Transtorno da personalidade borderline é um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada. 
• Transtorno da personalidade histriônica é um padrão de emocionalidade e busca de aten- ção em excesso. 
• Transtorno da personalidade narcisista é um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia. 
• Transtorno da personalidade evitativa é um padrão de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliação negativa. 
• Transtorno da personalidade dependente é um padrão de comportamento submisso e apegado relacionado a uma necessidade excessiva de ser cuidado. 
• Transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva é um padrão de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle. 
• Mudança de personalidade devido a outra condição médica é uma perturbação persistente da personalidade entendida como decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma condi- ção médica (p. ex., lesão no lobo frontal). 
• Outro transtorno da personalidade especificado e transtorno da personalidade não especificado são categorias utilizadas para duas situações: 1) o padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um transtorno da personalidade, estando presentes traços de vários transtornos da personalidade distintos, mas os critérios para qualquer um desses transtornos específicos não são preenchidos; ou 2) o padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um transtorno da personalidade, mas considera-se que ele tenha um transtorno da personalidade que não faz parte da classificação do DSM-5 (p. ex., transtorno da personalidade passivo-agressiva)
Critérios Diagnósticos: 
A.Um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. Esse padrão manifesta-se em duas (ou mais) das seguintes áreas: 
Cognição (i.e., formas de perceber e interpretar a si mesmo, outras pessoas e eventos).
Afetividade (i.e., variação, intensidade, labilidade e adequação da resposta emocional).
Funcionamento interpessoal.
Controle de impulsos.
B. O padrão persistente é inflexível e abrange uma faixa ampla de situações pessoais e sociais. 
C. O padrão persistente provoca sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. D. O padrão é estável e de longa duração, e seu surgimento ocorre pelo menos a partir da adolescência ou do início da fase adulta.
E. O padrão persistente não é mais bem explicado como uma manifestação ou consequência de outro transtorno mental. 
F. O padrão persistente não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., traumatismo craniencefálico).
Grupo A: Esquizotípico, esquizoide, e paranoide
Grupo B: Narcisista, borderline, antissocial e histriônico);
Grupo C: Obsessivo-compulsivo, dependente e evitativo
	
Transtornos da personalidade são comuns e crônicos. Eles ocorrem em 10 a 20% da população em geral, e sua duração é expressa em décadas. Aproximadamente 50% de todos os pacientes psiquiátricos apresentam um transtorno da personalidade, com frequência comórbido com outras síndromes clínicas. O transtorno da personalidade também é um fator predisponente para outros transtornos psiquiátricos (p. ex., uso de substância, suicídio, transtornos afetivos, do controle de impulsos, alimentares e de ansiedade), interferindo nos resultados de tratamento de várias síndromes clínicas e aumentando a incapacitação pessoal, a morbidade e a mortalidade desses pacientes.

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