Relatorio CAPS AV1 3

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
 CURSO DE PSICOLOGIA 
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVIONADO EM PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE C- CAPS
 MARIA NAYANE ARAÚJO ALMEIDA
 FORTALEZA-CE
 2017
 MARIA NAYANE ARAÚJO ALMEIDA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVIONADO EM PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE C- CAPS
 Relatório de estágio e pré-requisito para aprovação na disciplina Prática de Ensino e Estágio Supervisionado em Promoção e Prevenção de Saúde em Psicologia- C, no Centro Universitário Estácio do Ceará.
 Preceptora: BRUNA BARBOZA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------------------1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA-----------------------------------------------------------2
Reforma Psiquiátrica----------------------------------------------------------------
Saúde Mental e Atenção Psicossocial------------------------------------------
CAPS e a Rede de Atenção e Saúde Mental---------------------------------
Atuação do Psicólogo no CAPS-------------------------------------------------
CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO-------------------------------------3
CARACTERIZAÇÃO E PERCEPÇÃO CRÍTICA DAS ATIVIDADES 
OBSERVADAS E/OU REALIZADAS----------------------------------------------------4
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO-----------------------------------------------------------------5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------------------------6
INTRODUÇÃO
 O estágio esta sendo realizado no Centro de Atenção Psicossocial para usuários de Álcool e outras Drogas do CAPS AD da regional1. Com carga horária de 8 horas semanais, iniciado em 07/08/2017 de Agosto e terá como duração até 15/12/2017 de Dezembro. Tem como objetivo priorizar a compreensão do campo de estágio, percebendo como se dá a prática do psicólogo neste campo de atuação. Através do estágio especifico C que é onde colocamos em prática o que até então só víamos a parte teórica. 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
REFORMA PSIQUIATRA
 O nascimento da psiquiatria tem origem no século XIX com o médico Philippe Pinel, o qual propôs a primeira modalidade de tratamento aos loucos, reservada ao âmbito moral e aos muros do hospício; anteriormente não havia uma proposta terapêutica à população acometida de problemas mentais, mas enclausura mento de todas as pessoas que ofereciam algum risco à sociedade: loucos, mendigos, leprosos. Na tradição Pineliana, a loucura era vista como falta de valores morais, valores perdidos numa sociedade que estava "pobre" desses. Nesse contexto, o hospital psiquiátrico era por si terapêutico e sobressaia a necessidade de internamento para a recuperação da moral. A cura requeria o isolamento da sociedade e, quando não ocorria, restava a exclusão (FOUCAULT, 1997 apud LEWIS, PALMA, 2011). 
 
 Após a promulgação da Lei 10.216, o Ministério da Saúde redigiu um manual que oferece diretrizes para o trabalho nos CAPS (Brasil, 2004b, apud Lewis, Palma, 2011), o qual considera que os referidos Serviços são instituições destinadas a acolher crianças, adolescentes e adultos em sofrimento psíquico severo, ou seja, acometidos por psicoses ou neuroses graves ou, também, abuso de drogas (álcool e outras substâncias psicoativas). O Serviço busca estimular nos pacientes a integração social e familiar; apoiar iniciativas de autonomia, como inserção no mundo do trabalho e nos variados recursos disposta no entorno; oferecer atendimentos adequados à demanda dos usuários, incluindo diversos dispositivos clínicos, como grupos, oficinas, atendimento psicológico, acompanhamento terapêutico. A finalidade principal é "integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu 'território', o espaço da cidade onde se desenvolve a vida cotidiana de usuários e familiares" (BRASIL, 2004b, p. 9 apud LEWIS, PALMA, 2011).
 O filme Nise o coração da loucura, retrata muito bem como era os internos em manicômios, a forma que era tratada, totalmente desumano, e ela lutou pra que houvesse mais humanização e respeito com cada cliente, e a forma que ela conseguiu para que eles se expressassem, foi através da arte terapia, conseguindo fazer revoluções dentro do centro psiquiátrico. Mudando o quadro clinico de todos os seus clientes, como ela gostava de chama-los.[1: Nise da Silveira, foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung.. Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.]
 No dia 6 de Abril de 2001, foi promulgada a lei 10.216, que fala sobre a proteção e os direitos dessas pessoas e muda o modelo assistencial em saúde mental. Isso possibilitou o fechamento de inúmeros leitos em hospitais psiquiátricos, pois se viu que esse já não era o modo mais correto para ajudá-los. 
 Após a lei 10.216, o CAPS oferece o serviço de forma humanizada, os pacientes se sentem bem e vão porque querem em busca dos serviços prestados, de forma que ficam de livre escolha no mesmo, os grupos que querem participar e quando querem parar de frequentar. O fato de ser em uma casa o CAPS, já deixa o ambiente mais aconchegante, fugindo da ideia de prisão, manicômios, internações totalmente abusivas. Partimos para um olhar depois da reforma psiquiátrica, percebemos grandes melhorias, porém, existe muito o que se melhorar e construir no quesito saúde mental.
 Como resultado desta gradativa evolução, a Lei de Reforma Psiquiátrica reconhece pela primeira vez a pessoa com transtorno mental, como um cidadão buscando regulamentar suas relações interpessoais e estabelecer vinculo com as pessoas da equipe e com outros portadores de transtornos. 
 
SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL 
 De acordo com Amarante (2015, p.16) “a saúde mental não é apenas psicopatologia, semiologia... Ou seja, não pode ser reduzida ao estudo e tratamento de doenças mentais”. Não podemos caracterizar as pessoas como apenas pacientes com transtorno. Amarante, vem fazendo -----------
CAPS e a Rede de Atenção à Saúde Mental
 De acordo com o Ministério da Saúde (2004, p. 12)
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) deverão assumir seu papel estratégico na articulação e no tecimento dessas redes, tanto cumprindo suas funções na assistência direta e na regulação da rede de serviços de saúde, trabalhando em conjunto com as equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde, quanto na promoção da vida comunitária e da autonomia dos usuários, articulando os recursos existentes em outras redes: sóciosanitárias, jurídicas, cooperativas de trabalho, escolas, empresas etc. Os CAPS, assumindo um papel estratégico na organização da rede comunitária de cuidados, farão o direcionamento local das políticas e programas de Saúde Mental: desenvolvendo projetos terapêuticos e comunitários, dispensando medicamentos, encaminhando e acompanhando usuários que moram em residências terapêuticas, assessorando e sendo retaguarda para o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e Equipes de Saúde da Família no cuidado domiciliar. Esses são os direcionamentos atuais da Política de Saúde Mental para os CAPS – Centros de Atenção Psicossocial, e esperamos que esta publicação sirva como contribuição para que esses serviços se tornem cada vez mais promotores de saúde e de cidadania das pessoas com sofrimento psíquico.
 O papel estratégico dos CAPS foi a fim de promover a reinserção dessas pessoas ao convívio social, possibilitando que a mesma possa ter uma vida com o convívio da família, amigos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).O CAPS tem as comunidades terapêuticas, que somente os pacientes que tenham passado por a desintoxicação e que queiram ir, poderão passar até seis meses lá, a fim de deixar seus vícios, essas comunidades foram criadas, a fim de desinstitucionalizar a desumanização que era antes da reforma acontecer.
 ATUAÇÃO DO PSICOLOGO NO CAPS
 A proposta do CAPS é oferecer aos pacientes uma forma humanizada, um serviço que irá ajudar a reinserir este paciente na sociedade, de forma que o trabalho do psicólogo seja auxiliar a equipe de como ajudar o paciente, e através de grupos, atendimentos individuais, intervindo na necessidade demonstrada por cada paciente, a fim de facilitar seu processo, ajudando-o a trabalhar o enraizamento de crenças, preconceituosas consigo e sobre o mundo.
CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO
 A Rede de Atenção Psicossocial do Município de Fortaleza CAPS AD da regional 1 – Álcool e Drogas fica localizado na Avenida Presidente Castelo Branco, 6283. O perfil de atendimento são pessoas que apresentam algum tipo de dependência química. O trabalho dos funcionários no CAPS está voltado para atenção primária. Os serviços ofertados no CAPS são; acolhimento diurno, anamnese, oficinas terapêuticas, grupo de arte, grupo com familiares, grupo troca se saberes, grupo prevenção de recaídas, grupo de expressão corporal, arte terapia, grupo apoiar, grupo educação e saúde, redução de danos, imagem e cidadania, dentre outros. Também são ofertados os serviços de assistência com psicólogos (individual e grupal), terapia ocupacional, médico psiquiatra, assistência da enfermagem, nutricionista, técnico de enfermagem, serviço social e assistência farmacêutica. Os usuários podem procurar o CAPS, serem encaminhados por os postos de saúde ou por outro CAPS. Encontram-se algumas especificidades na psicologia, quando alguns grupos e técnicas deveriam ser ministrados por psicólogos, nas quais percebemos outros da equipe se apropriando. 
CARACTERIZAÇÃO E PERCEPÇÃO CRÍTICA DAS ATIVIDADES OBSERVADAS E/OU REALIZADAS
 As atividades realizadas por nós estagiárias compreendem em acompanhamentos de anamnese, acolhimento e acompanhamento dos grupos, de acordo com o dia escolhido para ser o contra turno. Venho acompanhando dois grupos, o de expressão corporal que é ministrado por Bruno e Ana Paula, pela manha de segunda feira, o outro grupo ministrado nas tardes de segunda feira, com a Liz e Vanessa, o grupo chama-se troca de saberes. Está sendo bastante produtivos esses momentos juntos a esses profissionais, juntamente com os membros do grupo. Os relatos de sofrimento e de tentativas no grupo troca se saberes é simplesmente um estimulador, para continuar a participar do mesmo, trabalhando no processo de escuta e ajudando, sempre que solicitada. 
 O grupo de expressão corporal, onde os profissionais na primeira parte trabalha a questão da alimentação, tentando a cada semana, trazer uma proposta na qual, faça os usuários tomarem consciência do qual é influenciador alimentar-se bem, para que seu corpo e sua mente respondam ao tratamento e as lutas diárias, contra o vício. Fala o quanto alimentar-se todos os dias, de forma saudável, irá ajudar para que o corpo não venha produzir outras doenças. A segunda parte que é trabalhada a expressão corporal, tem como objetivo principal o relaxamento, trazer para estes pacientes um momento que ambos se sintam livres de todos os problemas e pense sempre de forma positiva. 
 O grupo troca de saberes, tem como principal objetivo ouvir esses pacientes, para uns possam ajudar o outro, nesta luta contra o álcool e a droga. Assim como o grupo de expressão corporal, este tem a primeira parte que é voltado para ouvir os pacientes, como passou a semana, se houve alguma recaída, como a família lidou com isto, como ele se sente. A segunda parte é voltada para descontrair, trazendo sempre uma dinâmica que tenha haver com o contexto proposto por os próprios pacientes, e ao fim dando-lhes oportunidade de falar como foi este momento, como eles se sentiram e o que puderam aprender com esta dinâmica, a moral da mesma.
 A anamnese é a primeira etapa a se fazer quando o paciente vem a uma rede CAPS, seja encaminhado ou não. O objetivo da anamnese é o processo básico para verificar a demanda que trouxe o paciente ao CAPS. Aqui irá ser feita a identificação do paciente, falar as queixas principais historia pessoal e familiar, e a partir disto, será feito os devidos encaminhamentos (médico, psicólogo, acompanhamento em grupos, dentre outros). Na anamnese o profissional conhece um pouco sobre a vida do paciente. O acolhimento é feito quando o paciente por algum motivo tenha se afastado e retorna em busca de ajuda, o profissional reabre o prontuário do paciente, escuta as necessidades e queixas do paciente e o encaminha para os devidos procedimentos. 
 Até o dado momento, percebo certos tipos de “deficiência” no grupo de expressão corporal, já que o mesmo não se trata somente disso. E já que o mesmo é de expressão corporal, nada mais obvio e lógico que os pacientes aos participarem da prática oferecida por a condutora, que os deixe livre para se expressar e colocar pra fora o que precisa e sente necessidade de falar, pois a proposta destes espaços, é que os pacientes que ali estão inseridos, sintam-se acolhidos, para se expressar e buscar a ajuda devida para esse sofrimento psíquico e físico que é causado por o álcool e as drogas, que por muitas vezes acarreta doenças psicossomáticas. Por isso a importância desse paciente se expressar, para que os profissionais possam perceber o sofrimento que ali está sendo apresentado e em cima disto, ajuda-lo, para evitar outros danos.
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO
 Não tenho dúvida do quanto está sendo enriquecedor estagiar neste contexto, poder fazer parte deste ambiente, onde os pacientes são extremamente acolhedores, fazem questão da nossa presença e tiram duvidas, é bastante gratificante. De início pude observar que não é fácil trabalhar e estagiar em lugares na qual a situação é um pouco precária, e se torna angustiante quando muitos precisam de atendimento com médico, estão entrando no CAPS pela primeira vez, em busca de ajuda e ter que esperar dois meses para ser atendido por o médico, isso foi o que mais me angustiou, a falta de assistência médica para casos, que por muitas vezes não dá pra esperar. Ao chegar no CAPS, percebi que não seria fácil esse período que passaremos por lá, por conta da situação e acomodações de forma que acabo por aos poucos me adaptar. De forma geral, caracterizo este estagio como uma grande e enriquecedora experiência, de forma a ver sempre os pros e contras, assim como em qualquer ambiente, existe dificuldades e qualidades.
SUPERVISÃO
. As supervisões acontece semanalmente, as segundas feiras, pela manha, das 08:00 as 12:00. Estão sendo fundamentais e bastante construtivas, as teorias propostas para nos preparar para esse ambiente e alguns relatos de vivência traga por a preceptora estão sendo fundamentais para as minhas construções. Conteúdos nas quais nunca tivera contato estão nos sendo propostos para que possamos nos preparar para este ambiente. Nas supervisões estamos trabalhando o livro saúde mental e atenção psicossocial, de Paulo Amarante, compartilhamos nossas experiências trazidas de cada grupo que estamos acompanhando e quando necessário, para esclarecimento de duvidas.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Amarante, P. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. 4 edição, Rio de Janeiro: Fiocruz, 2015.
LEWIS, Michele dos Santos Ramos; PALMA, Claudia Maria de Sousa. O psicólogo na saúde mental: sobre uma experiência de estágio em um centro de atenção. psicossocial. Rev. Mal-Estar Subj.,  Fortaleza ,  v. 11, n. 4, p. 1379-1404, dez.  2011. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482011000400004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em  14  set.  2017.
Prefeitura de Fortaleza Disponívelem <https://catalogodeservicos.fortaleza.ce.gov.br/categoria/saude/servico/321#outros> Acesso em 14 set 2017.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília, 2004
BRASIL. Ministério da saúde. Reforma Psiquiátrica e Politica de saúde Mental no Brasil. Brasília, 2005)
NISE DA SILVEIRA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Nise_da_Silveira&oldid=49644051>. Acesso em: 23, set. 2017.