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DIREITO CIVIL V POSSE

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DIREITO CIVIL V - POSSE 
Conceitos:
- Propriedade: O proprietário da coisa exerce os quatro poderes inerentes à propriedade, sendo eles: o Uso, o Gozo, o Direito de Disposição e o Direito de Reivindicação.
- Posse: Tem a posse o agente que exerce algum dos poderes inerentes à propriedade, conservando-a e defendendo-a.
"Art. 1.196, CC. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade."
- Detentor: É a situação em que alguém conserva a posse em nome de outro, em cumprimento de suas ordens e instruções. exemplo: o caseiro em relação ao imóvel que cuida.
- Constituto Possessório: Operação que altera a titularidade da posse, aquele que possuía em seu próprio nome, passa a possuir em nome de outrem. exemplo: vendo minha casa à Ana e continuo tendo a posse, como mero locatário.
Teorias:
- Subjetiva: A posse é caracterizada pela junção de dois elementos, sendo eles o corpus (detenção física da coisa) e o animus (intenção de exercer sobre a coisa um interesse de poder próprio e de defendê-la). Aqui, é exercido o direito de propriedade como se fosse o seu titular. Esta é a teoria adota no Brasil, pelo nosso Código Civil.
- Objetiva: Não há importância do animus, bastando o corpus. A posse se dá com a maneira pela qual o proprietário age diante da coisa.
Classificação:
- Posse Direta: Aquele que exerce diretamente a posse sobre a coisa. exemplo: locatário
- Posse Indireta: Irá exercer a posse indiretamente sobre a coisa. exemplo: locador
- Posse Exclusiva: Exercida por um único possuidor.
- Posse Paralela: As posses se dão em níveis distintos. Há possuidor direto e indireto.
- Composse: É a posse exercida por uma ou mais pessoas sobre o mesmo bem, aqui os possuidores estão no mesmo nível.
- Pró-Diviso: Há clara delimitação, divisão do bem que é possuído. exemplo: em uma república, cada morador tem seu quarto.
- Pró-Indiviso: Não há divisão do bem. exemplo: bens de um casal casados em regime de separação total de bens
- Posse Interdicta: Basta que seja justa, sem vícios. Pode ser definida por meio dos interditos (ações possessórias).
- Ad Usucapionem: Atribui ao possuidor o direito de adquirir o domínio por meio da posse prolongada da coisa por um determinado lapso temporal determinado pelo legislador.
- Posse Natural: Se constitui pelo exercício de poderes de fato pela coisa.
- Posse Civil: Se adquire por força da lei, sem necessidade de atos físicos.
- Posse Nova: Obtida em menos de um ano.
- Posse Velha: Possuidor tem a coisa em seu domínio por mais de um ano.
- Posse de Boa-Fé: Quando o possuidor ignora os vícios e obstáculos que lhe impedem a aquisição da coisa.
- Posse de Má-Fé: O possuidor tem ciência do vício. A culpa, a negligência e a falta de diligência configuram a posse de má-fé.
- Posse Justa: Desprovida de vícios. Estabelecida de forma pacífica e mansa.
- Posse Injusta: Adquirida de forma viciosa, podendo ser de três formas:
- Posse Injusta Violenta: Quando se toma de alguém, de repente, a posse de um bem (esbulho). Pode ainda se manifestar na expulsão do legítimo possuidor. A violência pode ser moral ou física, contra a pessoa ou contra a coisa, será sempre sobre a totalidade da coisa.
- Posse Injusta Clandestina: Furta coisa de forma sútil, às escondidas. O possuidor não percebe que dele está sendo retirado.
- Posse Injusta Precária: Quando o agente se negar a devolver a coisa que está em sua posse. Aqui há a perda parcial do bem.
Perda da Posse:
- Esbulho: Ato pelo qual uma pessoa perde a posse do bem por ato de terceiro que a toma forçadamente.
- Esbulho Assistido: Retirada do bem de forma violenta, onde o possuidor assiste a perda do bem.
- Esbulho Não Assistido: Retirada do bem de forma clandestina, onde o possuidor não assiste a perda do bem.
Aquisição da Posse:
- Inter Vivos: Por meio da tradição/Registro Imóvel. Negócio jurídico com a intenção de transferir o domínio.
- Causa Mortis: Direito hereditário. Sucessão do bem aos herdeiros/testamentários.
- Aquisição Derivada: Ocorre quando há proprietário anterior (transmissão de domínio de um sujeito à outro. Relação Jurídica com proprietário anterior. Pode ser por ato Inter Vivos ou Causa Mortis.)
- A Título Universal: O novo proprietário sucede o anterior em todos os seus direitos e obrigações em torno de um conjunto de bens. Via de regra por Causa Mortis.
- Herdeiros Legatários: Com a morte, os herdeiros legatários já são os novos titulares. 
→ Consequentemente, o Título Universal e Herdeiros Legatários receberão os vícios juntamente com a coisa.
- A Título Singular: Novo titular assume a condição jurídica do antecessor quanto a uma coisa individualizada. Em regra, ocorre em Inter Vivos.
- Aquisição Originária: Ocorre quando a pessoa se torna proprietária sem que o bem lhe tenha sido transmitido por alguém (não há proprietário anterior).
Quem pode adquirir a posse?
• A pessoa que a pretende, ou seu representante.
• Por terceiro sem mandato (procuração), desde que depois a pessoa confirme, ratifique aquela posse. Importante: a ratificação é obrigatória. 
• Através de constituto possessório.
Tipos de Tradição:
- Simbólica: Quando o ato simboliza a entrega da coisa. exemplo: chaves
- Real: Efetiva entrega do bem.
- Ficta: A pessoa já tinha a posse direta da coisa e torna-se proprietário.
Efeitos da Posse:
- Benfeitorias: Melhorias, obras, despesas na coisa, quais valorizam a mesma.
- Benfeitorias Necessárias: Objetivo de conservar o bem ou evitar sua deterioração. ex: parede rachada.
- Benfeitorias Úteis: Aumentam/facilitam o uso do bem. ex: pomar, fruteiras.
- Benfeitorias Voluptuárias: Fúteis. Apenas torna mais agradável ou de valor elevado.
- Frutos: Utilidades que a coisa produz periodicamente.
- Frutos Pendentes: Que estão unidos à coisa que os produziu, ainda não foram colhidos.
- Frutos Percebidos ou Colhidos: Já foram separados do principal e estão sendo armazenados para o devido fim.
- Frutos Estantes: Armazenados e prontos para comercialização.
- Frutos Percepiendos: Estão unidos ao principal, toda via, não necessitando dessa vinculação.
- Frutos Consumidos: Estão no limite da propriedade, além de colhidos, já foram consumidos.
→ O possuidor de boa-fé terá direito, enquanto a posse durar, aos frutos percebidos.
→ O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como, os que deixou de perceber por sua culpa. Tem direito às despesas e custeios.
Interditos Possessórios:
- Reintegração de Posse: Utilizada quando a violação consistir num esbulho (perda da posse). Caso típico é o do movimento que invade propriedade alheia, despojando o possuidor completamente do seu bem.
- Manutenção de Posse: Quando a agressão constituir numa turbação (perturbação). É o que ocorre numa locação, quando o locador perturba o locatário, não deixando-o usufruir da propriedade conforme o disposto no contrato.
- Interdito Proibitório: Utilizado quando a violência ao direito de posse ainda não se consumou, mas é iminente (ameaça). Um exemplo seria o dono da propriedade tomando conhecimento que um movimento se aproxima de suas terras, com objetivo de invadi-lá.
- Autotutela: O CC admite a "defesa com as próprias mãos" nos casos de turbação e esbulho.

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