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Doenças Urinárias e Metabólicas e achados relacionados ao Exame de Urina-S.M. (1)

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DOENÇAS URINÁRIAS E METABÓLICAS
Achados relacionados ao 
Exame de Urina
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DOENÇAS RENAIS
As doenças renais podem ser classificadas em quatro diferentes categorias:
01. Insuficiência Renal Aguda
02. Insuficiência Renal Crônica
03. Nefrite
04. Distúrbios Tubulares Específicos 
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DOENÇAS RENAIS
Uma Insuficiência Renal pode ser definida como: 
Uma alteração na função renal onde os rins são incapazes de excretar as substâncias tóxicas do organismo de forma adequada. 
As causas da insuficiência renal são diversas: algumas conduzem a uma rápida diminuição da função renal (insuficiência renal aguda), enquanto outras conduzem a uma diminuição gradual dessa função (insuficiência renal crónica). 
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DOENÇAS RENAIS
1. Insuficiência Renal Aguda(IRA) - brusca redução da função renal completa ou quase completamente com diminuição da capacidade dos rins para eliminar as substâncias tóxicas do sangue, levando a uma acumulação de produtos metabólicos residuais no sangue, como a ureia, podendo levar a oligúria e a anúria. A urina por ser escassa, apresenta-se com densidade alta e pode conter cilindros hemáticos.
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DOENÇAS RENAIS
1. Insuficiência Renal Aguda(IRA) - suspeita-se de insuficiência renal aguda quando o volume de produção de urina diminui. As análises de sangue que determinam as concentrações de creatinina e de nitrogénio ureico (ureia) no sangue (produtos residuais presentes no sangue que normalmente são eliminados pelos rins) contribuem para ratificar o diagnóstico. Um aumento progressivo da creatinina indica insuficiência renal aguda.
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DOENÇAS RENAIS
1. Insuficiência Renal Aguda(IRA) - o quadro que conduz à lesão renal muitas vezes tem sintomas graves sem relação com os rins. Por exemplo, antes da I.R. pode manifestar-se febre elevada, choque, I.C. e insuficiência hepática, situações que podem ser mais graves do que os sintomas provocados pela própria I.R. Algumas das situações que causam a I.R.A. também afetam outras partes do organismo. Por exemplo, a Granulomatose de Wegener, que lesa os vasos sanguíneos nos rins, pode lesar também os vasos sanguíneos dos pulmões e causar hemoptise, quer dizer, tosse sanguinolenta.
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DOENÇAS RENAIS
São três os fatores desencadeantes da I.R.A.:
Pré-renal: enquanto existe o agente causador, principalmente hipotensão arterial, depleção salina e desidratação.
Pós-renal: quando há interrupção do fluxo urinário por obstrução causada por anomalias congênitas, ptose, cálculos, neoplasias, infecções crônicas, etc.
Parenquimatosa: há disfunção do néfron por causas variáveis, com maior frequência por glomerulonefrite aguda, pielonefrite aguda, LED , poliarterite nodosa, mielomatose, nefropatia tóxica, incompatibilidade sanguínea, septicemia, esmagamento, hidronefrose, etc.
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DOENÇAS RENAIS
1. IRA - análises de laboratório podem ajudar a indicar com toda precisão a causa da I.R. e gravidade da mesma. 
Primeiro, examina-se a urina a fundo. Se a causa da I.R. é um afluxo sanguíneo inadequado ou uma obstrução urinária, geralmente a urina é normal. Mas quando se trata de um problema interno dos rins, pode conter sangue ou aglomerados de glóbulos vermelhos e brancos. A urina pode conter grandes quantidades de proteínas ou de tipos de proteínas que normalmente não estão presentes nela.
As análises de sangue detectam valores anormalmente elevados de ureia e de creatinina e desequilíbrios metabólicos, como acidez anormal (acidose), uma concentração elevada de potássio (hiperpotassemia) e uma baixa concentração de sódio (hiponatremia).
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DOENÇAS RENAIS
Principais causas de Insuficiência Renal Aguda
Problema
Causas Possíveis
Afluxo insuficiente de sangue aos rins
Sangue insuficiente devido a uma perda, desidratação ou lesões físicas que obstruem os vasos sanguíneos.
Bombeamento cardíaco demasiado fraco (insuficiência cardíaca).
Hipotensão arterial extrema (choque).
Síndrome de insuficiência hepática (hepato-renal).
Obstrução do fluxo de urina
Dilatação da próstata.
Tumor que comprime o trato urinário.
Lesões dentro dos rins
Reações alérgicas (por exemplo, às substâncias radiopacas utilizadas para as imagens radiográficas).
Substâncias tóxicas.
Perturbações que afetam as unidades filtrantes (néfrons) dos rins.
Artérias ou veias obstruídas dentro dos rins.
Cristais, proteínas ou outras substâncias nos rins.
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DOENÇAS RENAIS
2. Insuficiência Renal Crônica (I.R.C.) - redução no número de néfrons, e de causas muito variadas, dependentes de patologias glomerulares, tubulares, doença vascular, infecções, obstruções, colagenoses, doenças metabólicas, anomalias congênitas, etc. é uma lenta e progressiva diminuição da função renal que evolui até à acumulação de produtos metabólicos de excreção no sangue (azotemia ou uremia). As lesões produzidas nos rins por muitas doenças podem ocasionar danos irreversíveis.
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DOENÇAS RENAIS
2. I.R.C. - os sintomas desenvolvem-se lentamente. No início, estão ausentes e a alteração do rim só pode ser detectada com análises de laboratório. Uma pessoa com I.R. entre ligeira e moderada apresenta apenas leves sintomas apesar do aumento da ureia no sangue. Neste estádio, pode sentir-se a necessidade de urinar várias vezes durante a noite (nictúria) porque os rins não conseguem absorver a água da urina para a concentrar, como é normal à noite. Como resultado, o volume de urina ao fim do dia é maior. Nas pessoas que sofrem de I.R.C., muitas vezes aparece hipertensão arterial porque os rins não podem eliminar o excesso de sal e de água. A hipertensão arterial pode conduzir a um icto (A.V.C.) ou a uma I.C.
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DOENÇAS RENAIS
2. I.R.C. - o processo evolui muitas vezes sem ser percebido e surge com brusca alteração metabólica ou quando uma pesquisa de funcionamento renal é provocada. Consequentemente, ocorre deficiência na capacidade de excreção dos metabólitos e aumento das taxas na corrente sanguínea, e os rins ao tentar excretá-los mais rapidamente, produzem hipostenúria e poliúria, a urina apresentando uma osmolalidade constante. 
O comprometimento dos néfrons leva a disfunção de eliminação de ácidos, causando a acidose metabólica e, a queda da reabsorção de fosfato acarreta em consequência, um aumento do hormônio paratireoideano, com ação sobre o metabolismo mineral. 
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DOENÇAS RENAIS
Manifestações orgânicas nas IRC:
Bioquímicas: aumento dos valores plasmáticos da creatinina, ureia, ácido úrico, e consequente diminuição de suas depurações; distúrbios do metabolismo de Na, K, Ca, fósforo, glicose; proteinúria com correspondente hipoproteinemia. 
Anemia - Hipertensão arterial - Retinopatias
Dermatológicas (com prurido, edema)
Neurológicas (cefaleia, astenia, tremores, convulsões, coma)
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DOENÇAS RENAIS
Manifestações orgânicas nas IRC:
A acumulação de substâncias tóxicas afeta também o aparelho digestivo, causando perda do apetite, náuseas, vômitos, estomatite e um sabor desagradável na boca. Estes sintomas podem levar à desnutrição e à perda de peso. Os indivíduos que sofrem de I.R.C. desenvolvem frequentemente úlceras intestinais e hemorragias. A pele pode tornar-se de cor castanho-amarelada e, as vezes, a concentração de ureia é tão elevada que se cristaliza no suor, formando um pó branco sobre a pele (escarcha urêmica). Alguns dos que sofrem de I.R.C. crônica têm ardores generalizados muito incômodos. 
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DOENÇAS RENAIS
Causas de Insuficiência Renal Crônica
Hipertensão arterial.
Obstrução do trato urinário.
Glomerulonefrite.
Anomalias dos rins, como a doença policística renal.
Diabetes mellitus.
Perturbaçõesautoimunitárias, como o L.E.S.
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DOENÇAS RENAIS
Como a Insuficiência Renal Crônica afeta o sangue
Concentrações aumentadas de ureia e de creatinina
Anemia.
Aumento da acidez do sangue (acidose).
Concentração diminuída de cálcio.
Concentração aumentada de fosfato.
Concentração aumentada do hormônioparatiroideano.
Concentração diminuída de vitamina D.
Concentração normal ou ligeiramente aumentada de K.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - é a inflamação
dos rins e geralmente costuma ser provocada por infecção (pielonefrite), ou por reação imune anormal que ataca os rins. 
Uma reação imune anômala pode produzir-se de duas formas: 
1) Um Ac pode atacar diretamente o rim ou um Ag (substância que estimula uma reação imune), aderido às células renais, ou 
2) Um Ag e um Ac podem unir-se em qualquer outra parte do organismo e depois aderir às células do rim. Os sinais que indicam nefrite, como a presença de sangue e de proteínas na urina e uma função renal deteriorada, dependem do tipo, da localização e da intensidade da reação imune. Contudo, outras condições que lesam os rins podem produzir lesões, sintomas e consequências semelhantes. 
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - em geral, a inflamação não afeta todo o rim. A doença resultante depende do fato de a inflamação afetar principalmente os glomérulos, os tubos e os tecidos que o circundam (t. tubulointersticial) ou vasos sanguíneos do interior dos rins, vasculite. 
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite -
Glomerulopatias: são perturbações do rim em que a inflamação afeta principalmente os glomérulos. As causas são múltiplas e todas são semelhantes porque os glomérulos respondem sempre de modo semelhante, independentemente da causa. 
Há quatro tipos principais:
A Síndrome Nefrítica Aguda começa repentinamente e, em geral, resolve-se rapidamente. 
A Síndrome Nefrítica, rapidamente progressiva, começa de forma repentina e agrava-se com grande rapidez. 
A Síndrome Nefrótica conduz à perda de grandes quantidades de proteínas pela urina. 
A Síndrome Nefrítica Crônica começa gradualmente e agrava-se muito lentamente, muitas vezes ao longo de vários anos.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite -
Glomerulopatias: com a lesão do glomérulo, as substâncias da corrente sanguínea que normalmente não se filtram, como proteínas, sangue, glóbulos brancos e resíduos, podem passar através do mesmo e perder-se pela urina. Nos capilares que alimentam o glomérulo podem formar-se minúsculos coágulos sanguíneos (microtrombos); estes, juntamente com outras alterações, podem reduzir enormemente o volume de urina produzida e os rins podem tornar-se incapazes de concentrar a urina e excretar o ácido do organismo ou equilibrar a excreção de sais. No princípio, o glomérulo pode compensar esta deficiência parcialmente tornando-se maior, mas a sua deterioração crescente provoca a descida da produção de urina e a acumulação de produtos residuais no sangue.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite -
Glomerulopatias - Diagnóstico:
Um exame de uma amostra de urina (análise de urina) ajuda a estabelecer o diagnóstico e uma simples análise de sangue indica em que medida a extensão das lesões afetou a função renal. 
A medição das concentrações de anticorpos no sangue pode ajudar a determinar a evolução da doença, se os valores aumentam (o quadro está agravando-se) ou se diminuem (o quadro representa uma melhora).
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite -
A SÍNDROME NEFRÍTICA AGUDA (glomerulonefrite aguda; glomerulonefrite pós-infecciosa): inflamação dos glomérulos que tem como resultado o aparecimento repentino de sangue na urina, com grupos de glóbulos vermelhos aglomerados (cilindros) e quantidades variáveis de proteínas na urina.
Pode aparecer depois de uma infecção da garganta provocada, por exemplo, por estreptococos: glomerulonefrite pós-estreptocócica. Os glomérulos lesionam-se pela acumulação dos Ag dos estreptococos mortos aos quais aderiram os Ac que os neutralizaram. Estas uniões At-Ac (complexos imunes) recobrem as membranas dos glomérulos e interferem com a sua capacidade de filtração. Neste caso os antibióticos são ineficazes porque a nefrite começa entre 1 e 6 semanas (em média 2 semanas) depois da infecção e os estreptococos já estão mortos. A glomerulonefrite pós-estreptocócica é mais frequente nas crianças com mais de 3 anos e nos adultos jovens. Aproximadamente 5 % dos casos surgem acima dos 50 anos.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
A síndrome nefrítica aguda também pode ser provocada por uma reação perante outras infecções, como a infecção de uma parte artificial do corpo (prótese), a endocardite bacteriana, pneumonia, abcessos nos órgãos abdominais, a varicela, a hepatite infecciosa, a sífilis e o paludismo. As três últimas podem causar mais a síndrome nefrótica do que a síndrome nefrítica aguda.
Uma análise complementar da urina mostra quantidades variáveis de proteínas e com frequência, a concentração de ureia e de creatinina, dois produtos de excreção, está aumentada no sangue.
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CORRELAÇÕES LABORATORIAIS NAS NEFROPATIAS
DOENÇA
URINÁLISES
SEDIMENTO
OUTROS ACHADOS
OBSERVAÇÕES
GlomerulonefriteAguda
-Hematúria macroscópica
-Densidade>
-Proteína<5g/dia
-Oligúria
-Hemácias e
leucócitos
-Cilindros
hialinos,
hemáticos
e granulares
AEO >
T.F.G.<
VSH >
-Hematúria macroscópica mais persistente que aproteinúria.
-Hemácias em geraldismórficas.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite -
SÍNDROME NEFRÍTICA RAPIDAMENTE PROGRESSIVA (glomerulonefrite rapidamente progressiva) é uma perturbação pouco frequente em que os glomérulos, na sua maior parte, estão parcialmente destruídos, provocando insuficiência renal grave com presença de proteínas, sangue e aglomerados de glóbulos vermelhos (cilindros) na urina. Faz parte de uma perturbação que afeta outros órgãos, além dos rins, em torno de 40 % dos casos. Em 60 % dos casos em que os rins são afetados, em torno de um terço parece ser causado por Ac que atacam os glomérulos; deste, cerca de metade deve-se a causas desconhecidas e o resto é provocado pelo depósito, nos rins, de Ac e At que se formaram noutra parte do corpo (doença por complexos imunes).
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite -
Síndrome nefrítica rapidamente progressiva - o prognóstico leva em conta a gravidade dos sintomas, que são muito variáveis. Com os sintomas iniciais sutis, muitos que sofrem desta doença não se dão conta da doença e não vão ao médico até que a insuficiência renal se agrava. Os que desenvolvem insuficiência renal morrem no curso de poucas semanas, a menos que sejam submetidos a diálise.
O prognóstico depende da causa e da idade da pessoa afetada. Quando a causa é doença autoimune, em que o organismo produz Ac contra as suas próprias células, o tratamento, em geral, melhora a situação. Quando a causa é desconhecida ou a pessoa é de idade avançada, o prognóstico é grave. Geralmente, os casos não tratados desenvolvem insuficiência renal ao fim de dois anos.
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CORRELAÇÕES LABORATORIAIS NAS NEFROPATIAS
DOENÇA
URINÁLISES
SEDIMENTO
OUTROS ACHADOS
OBSERVAÇÕES
GlomerulonefriteRapidamente Progressiva
-Hematúria macroscópica
-Proteínas
-Hemácias
-Leucócitos
-Cilindros
granulares
Nitrogêniouréico>
Creatinina >
Produtosdedegradação da fibrina >
T.F.G.<
-Oligúria.
-Hemácias em geraldismórficas.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite -
SÍNDROME NEFRÓTICA - é uma síndrome (grupo de sintomas) causada por muitas doenças que afetam os rins, tendo como resultado uma perda importante e prolongada de proteínas pela urina, valores sanguíneos de proteínas diminuídos (especialmente a albumina), retenção excessiva de sal e água e valores aumentados de gorduras (lipídeos) no sangue. Pode manifestar-se em qualquer idade. Nas crianças, é mais frequente entre os 18 meses e os 4 anos de idade, sendo meninos mais afetados que meninas. Nas pessoas de idade avançada, ambos os sexos são afetados por igual.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
Síndrome Nefrótica - pode ser causada por qualquer das glomerulopatias ou por uma ampla gama de doenças. Algumas drogas que são tóxicas para os rins também podem causá-la, como o uso da heroína por via endovenosa. Pode estar associada a uma certa sensibilidade da pessoa para desenvolvê-la. Alguns tipos são hereditários.
A Síndrome Nefrótica que está associada ao HIV verifica-se principalmente em pessoas de etnia negra que sofrem a infecção. Evolui para uma insuficiência renal completa em 3 ou 4 meses. 
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DOENÇAS RENAIS
3. Síndrome Nefrótica - patologia
renal que consiste em perda maciça de proteínas pelos glomérulos (>3,75g/24 horas): um aumento da permeabilidade glomerular, com queda acentuada da albumina sérica e edema generalizado, chegando a anasarca com derrame pleural e ascite. Falta de apetite, sensação de mal-estar generalizado, edema das pálpebras, dor abdominal, perda de massa muscular, edema dos tecidos pelo excesso de sal e a retenção de líquido e urina espumosa. O abdome pode ter volume aumentado por grande acumulação de líquido, o líquido acumulado no espaço que circunda os pulmões (derrame pleural) pode produzir asfixia. Outros sintomas: a tumefação dos joelhos e, nos homens, do escroto. O líquido que causa a inflamação dos tecidos desloca-se pelo corpo, acumulando-se nas pálpebras, visível ao levantar pela manhã, e nos tornozelos ao fim do dia. A perda de massa muscular pode ser mascarada pelo inchaço. 
 
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DOENÇAS RENAIS
O que pode causar a SíndromeNefrótica
Doenças
Amiloidose, Cancro, D. mellitus,Glomerulopatias, ICC, Anemia falciforme,
Infecção por HIV, Trombose da veia renal,
Leucemias, Linfomas,Gamapatiamonoclonal
Mielomamúltiplo, LES, Tuberculose, Malária,Sifílis,Glomerulonefrites
Medicamentos
Analgésicos semelhantes a aspirina
Ouro, Heroína fornecida por via endovenosa,Penicilamina
Alergias
Picadas de insetos, Veneno do carvalho
Sumagre venenoso, Luz solar, Pólens, Lã
Diversos
Gravidez,Fatores hereditários,
Causas Idiopáticas
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DOENÇAS RENAIS
3. Síndrome Nefrótica - o diagnóstico baseia-se nos sintomas e nos exames complementares. As análises de urina detectam concentrações elevadas de proteínas com agrupamentos de células (cilindros). A concentração de albumina no sangue é baixa, porque esta proteína vital se perde pela urina e a sua síntese é insuficiente. Os valores de sódio na urina são baixos e os do potássio são altos. 
As concentrações de lipídeos no sangue são elevadas, por vezes até 10X acima do normal ou mais e na urina também são elevadas. Pode haver anemia. Os fatores de coagulação sanguíneos podem estar elevados ou baixos.
O médico investiga as possíveis causas, incluindo os medicamentos. As análises de urina e de sangue podem revelar uma alteração subjacente. Se a pessoa perde peso ou é de idade avançada, deve procurar-se um cancro. Uma biopsia do rim é especialmente útil para a classificação do tipo de lesões.
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CORRELAÇÕES LABORATORIAIS NAS NEFROPATIAS
DOENÇA
URINÁLISES
SEDIMENTO
OUTROS ACHADOS
OBSERVAÇÕES
SíndromeNefrótica
-Proteínas
-C.G.Os.
-Gotículas de gorduras.
-Células tubulares renais
-Cilindrúriageneralizada
-Cilindroscéreose gordurosos
-Lipídeos séricos >
-Proteínas séricas <
-Albumina sérica <
-Proteinúria>5g/dia
-Distúrbios circulatórios que afetam pressão e fluxo de sangue
para os rinsestão entre as causas mais frequentes.
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SÍNDROME NEFRÓTICA
No sedimento, podem ser encontrados gotículas de gordura, CGOs., células tubulares, cilindros céreos, cilindros adiposos e hematúria microscópica.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
SÍNDROME NEFRÍTICA CRÔNICA (glomerulonefrite crônica, doença glomerular lentamente progressiva) é uma perturbação que ocorre no curso de várias doenças nas quais se lesam os glomérulos e a função renal se deteriora ao fim de alguns anos. A causa é desconhecida. Em cerca de 50 % dos casos com síndrome nefrítica crônica há evidencias de uma glomerulopatia subjacente, embora não exista sintomatologia prévia.
Como não provoca sintomas durante anos, na maior parte dos casos passa despercebida. Desenvolve-se gradualmente, e o médico não é capaz de dizer exatamente quando começou.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
Síndrome nefrítica crônica - Pode ser descoberta durante um exame médico de rotina de uma pessoa sem problemas de saúde, que possui um funcionamento renal normal e que não tem nenhum indício de problemas, com exceção da presença de proteínas e possivelmente de glóbulos vermelhos na urina.
Noutros casos, pode ter IR com náuseas, vômitos, dificuldade em respirar, ardor ou cansaço. Pode haver retenção de líquidos (edema) e é frequente a hipertensão arterial.
Dado que os sintomas de muitas doenças renais são idênticos, uma biópsia renal é o método mais fiável para poder distingui-las nas primeiras etapas. Quase nunca se realiza uma biópsia em estágios avançados, com rins atrofiados e endurecidos, porque a possibilidade de obter informação específica sobre a causa é mínima.
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CORRELAÇÕES LABORATORIAIS NAS NEFROPATIAS
DOENÇA
URINÁLISES
SEDIMENTO
OUTROS ACHADOS
OBSERVAÇÕES
Síndrome Nefrítica
Crônica
-Proteínas
-Hematúria macroscópica
-Densidade 1,010
-Hemáciasdismórficas
-Leucócitos
-Todo tipo de cilindros
-Cilindros grandes
-Nit.uréicosangüíneo>
-Creatinina >
-Fósforo sérico >
-Cálcio sérico <
-Oligúriaouanúria.
-Nictúria.
-Anemia.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
NEFRITE TÚBULO-INTERSTICIAL - pode ser aguda ou crônica. Pode ser causada por várias doenças, medicamentos ou certas condições que lesam os rins.
A nefrite túbulo-intersticial aguda é uma IR que começa bruscamente e é provocada por lesões dos túbulos renais e dos tecidos adjacentes. A causa mais frequente é medicamento ao qual o indivíduo é alérgico ou então que provoca intoxicação direta (reação tóxica), por medicamentos como a anfotericina B e os aminoglicosideos. Uma reação alérgica pode ser desencadeada por medicamentos como penicilina, sulfonamidas, diuréticos e medicamentos anti-inflamatórios não esteróides, incluindo a aspirina.
Outras causas incluem uma pielonefrite, certas formas de cancro, como a leucemia e o linfoma, e as doenças hereditárias.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
Nefrite túbulo-intersticial aguda - sintomas bem variáveis. Algumas pessoas desenvolvem sintomas de uma ITU: febre, micção dolorosa, pus na urina e dor na parte baixa das costas (zona lombar) ou nos flancos. Outras têm poucos sintomas, mas os exames complementares detectam sinais de IR. O volume de urina produzido pode ser normal ou inferior ao habitual.
A urina pode ser quase normal, apenas com vestígios de proteínas ou de pus, mas, com frequência, as alterações são muito chamativas. A urina pode conter proteínas com valores suficientemente altos como os próprios de uma síndrome nefrótica, sangue evidente à vista desarmada ou ao microscópio, ou pus que contém eosinófilos. 
Os eosinófilos poucas vezes aparecem na urina, mas, quando o fazem, essa pessoa, quase com total segurança, terá uma nefrite túbulo-intersticial aguda causada por uma reação alérgica.
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CORRELAÇÕES LABORATORIAIS NAS NEFROPATIAS
DOENÇA
URINÁLISES
SEDIMENTO
OUTROS ACHADOS
OBSERVAÇÕES
Nefrite
IntersticialAguda
-Hematúria macroscópica.
-Proteinúrialeve ou moderada.
-Hemácias
-Leucócitos
-Cilindros leucocitários
-Eosinófilos no sedimento
-Inflamação do interstício renal, sem anormalidades vascular ou glomerular.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
Nefrite túbulo-intersticial crônica - é qualquer doença renal crônica em que as lesões dos túbulos ou do tecido circundante são mais ativas que as dos glomérulos ou dos vasos sanguíneos.
Este tipo de perturbação é a responsável por cerca de um terço de todos os casos de insuficiência renal crônica. Em torno de 20 % dos casos são resultado da ingestão prolongada de um medicamento ou de um tóxico. 
Os 80% restantes podem acompanhar diversas doenças.
Certos sintomas são comuns a todos os tipos de nefrite túbulo-intersticial crônica.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
Nefrite túbulo-intersticial crônica - em geral, o inchaço ou tumefacção visível dos tecidos (edema), resultado da retenção de líquido, não está presente. Na urina perdem-se poucas proteínas e é pouco frequente a presença de sangue na mesma. A tensão arterial é normal ou apenas ligeiramente superior à normal nas primeiras etapas da doença. Se na urina aparece uma grande quantidade de proteínas ou de sangue, em geral é sinal de que a doença glomerular se encontra também presente. Quando os túbulos renais não funcionam normalmente, os sintomas
são semelhantes aos da nefrite túbulo-intersticial aguda. 
Em alguns tipos de nefrite túbulo-intersticial crônica formam-se cálculos renais.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
PIELONEFRITE - forma aguda com mais frequência em mulheres; cistites não-tratadas ou de ITUI, sem causar lesão permanente aos túbulos. 
Achados da uroanálise: semelhantes na forma aguda e na crônica: leucócitos (muitas vezes em agrupamento), cilindros leucocitários, bactérias, reações positivas para nitrito* e possibilidade de proteinúria e hematúria. Com exceção da presença de cilindros leucocitários, que indicam comprometimento tubular, serão encontrados resultados semelhantes nas ITUI, como nas cistites. 
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CORRELAÇÕES LABORATORIAIS NAS NEFROPATIAS
DOENÇA
URINÁLISES
SEDIMENTO
OUTROS ACHADOS
OBSERVAÇÕES
Pielonefrite
-Turvação
-Proteínas
-Nitrito*
-Leucócitos
-Hemácias
-Leucócitos
-Cilindros leucocitários
-Bactérias
-Teste positivo de anticorposimunofluorescentesrecobrindo bactérias (ACB)
-Diminui a capacidade
de concentrar urina nos casos crônicos.
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
INSUFICIÊNCIA RENAL - a aguda, resultado da necrose tubular aguda, pode decorrer de vasoconstricção renal ou de lesão tubular direta causada por agentes nefrotóxicos. Causas frequentes da insuficiência renal aguda: hipotensão por choque traumático ou cirúrgico, as queimaduras e a hemólise intravascular, como a que ocorre nas reações transfusionais. 
A insuficiência renal crônica não deixa de ser uma complicação comum das formas de glomerulonefrite vistas anteriormente. 
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DOENÇAS RENAIS
3. Nefrite - 
INSUFICIÊNCIA RENAL - 
Achados laboratoriais: baixa taxa de filtração glomerular, falta de capacidade de concentração renal e níveis elevados de nitrogênio ureico sanguíneo e de creatinina sérica. 
Os resultados do exame urinálises completa irão refletir a causa da insuficiência renal.
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CORRELAÇÕES LABORATORIAIS NAS NEFROPATIAS
DOENÇA
URINÁLISES
SEDIMENTO
OUTROS ACHADOS
OBSERVAÇÕES
Insuficiência Renal
-Resultados refletirão
as causas da
Insuficiência Renal
-Baixa taxa de filtração glomerular
-Falta de capacidade de concentração renal
-Nitrogêniouréicosanguíneo e Creatinina sérica >
-Aguda: vasoconstricção renal ou lesão tubular direta causada por nefrotóxicos.Choque traumático cirúrgico, queimadura e hemólise intravascular.
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DOENÇAS RENAIS
4. Distúrbios Tubulares Específicos - deficiência de reabsorção de glicose; D. insipidus (resposta inadequada ao HAD); acidose tubular renal (falta de secreção de H+); hipofosfatemia renal (deficiência de reabsorção de fosfatos); deficiência na metabolização de aminoácidos: aminoacidúrias (cistinúrias, glicinúrias). 
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DOENÇAS RENAIS
Perturbações metabólicas e congênitas do rim
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DOENÇAS RENAIS
Perturbações metabólicas e congênitas do rim
1. Acidose tubular renal - perturbação na qual os tubos do rim não extraem adequadamente o ácido do sangue para que seja excretado pela urina. Normalmente, os rins extraem o ácido do sangue e excretam-no pela urina. Na acidose tubular renal, os tubos do rim não funcionam adequadamente e excretam-se quantidades suficientes de ácido pela urina. 
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DOENÇAS RENAIS
Perturbações metabólicas e congênitas do rim
1. Acidose tubular renal - em consequência, o ácido acumula-se no sangue e cria-se um quadro denominado acidose metabólica produz os seguintes problemas:
-Baixas concentrações de potássio no sangue. 
-Depósitos de cálcio no rim. 
-Uma tendência para a desidratação. 
-Amolecimento doloroso e curvatura dos ossos (osteomalácia ou raquitismo).
A acidose tubular renal pode ser hereditária ou pode ser causada por medicamentos, intoxicação por metais pesados ou por uma doença autoimune, como o lúpus eritematoso sistémico ou a Síndrome de Sjögren. 
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DOENÇAS RENAIS
Perturbações metabólicas e congênitas do rim
2. Glicosúria renal - é um processo em que a glicose (açúcar) se excreta pela urina, apesar das concentrações de glicose no sangue serem normais ou baixas.
 Os rins atuam como o filtro do sangue. Quando o sangue se filtra através dos rins, a glicose é eliminada juntamente com muitas outras substâncias. O líquido filtrado passa através da rede de tubos do rim, onde as substâncias que são necessárias, como a glicose, se reabsorvem e voltam à circulação sanguínea, enquanto as substâncias indesejáveis se excretam pela urina. Na maioria dos humanos saudáveis, a glicose é reabsorvida completamente e passa de novo para o sangue.
 
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Perturbações metabólicas e congênitas do rim
2. Glicosúria - normalmente, o organismo excreta glicose pela urina apenas quando há demasiada quantidade no sangue. Na glicosúria renal, pode-se excretar glicose pela urina apesar da sua concentração no sangue ser normal. Isto deve-se ao mau funcionamento dos tubos renais. A glicosúria pode ser uma situação herdada.
 
A glicosúria não tem sintomas ou efeitos graves. O médico efetua o diagnóstico quando se detecta a presença de glicose na urina numa análise de urina de rotina, mesmo quando os valores no sangue são normais. Não é preciso qualquer tratamento, embora ocasionalmente uma pessoa com glicosúria possa desenvolver diabetes.
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3. Diabetes insipidus nefrogênica - é uma perturbação em que os rins produzem um grande volume de urina diluída por não responderem ao hormônio antidiurético e são incapazes de concentrar a urina. 
Há dois tipos de Diabetes insipidus. Na nefrogênica, os rins não respondem ao hormônio antidiurético, de modo que prosseguem excretando um grande volume de urina diluída. No outro tipo, a hipófise não segrega o hormônio antidiurético.
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4. Cistinúria - perturbação rara que origina a excreção do aminoácido cistina pela urina, causando com frequência cálculos de cistina que se formam nas vias urinárias. É provocada por um defeito hereditário dos túbulos renais. O gene que causa a cistinúria é recessivo, pelo que as pessoas que sofrem desta perturbação herdaram dois genes anômalos, um de cada progenitor. As que são portadoras do gene, mas que não sofrem da perturbação, possuem um gene normal e outro anormal. Estas pessoas podem excretar quantidades maiores que as normais de cistina pela urina, mas raramente a quantidade suficiente para formar cálculos. 
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Perturbações metabólicas e congênitas do rim
5. Síndrome de Fanconi - é uma perturbação pouco frequente do funcionamento dos tubos que tem como resultado a presença de quantidades excessivas de glicose, bicarbonato, fosfatos e certos aminoácidos na urina. Pode ser hereditária, ou então pode ser causada pelo uso de metais pesados ou outros agentes químicos, deficiência de vitamina D, transplante de rim, mieloma múltiplo ou amiloidose. A ingestão de tetraciclinas deterioradas (um antibiótico) também pode causar a Síndrome de Fanconi. 
Na Síndrome de Fanconi hereditária os sintomas começam em geral durante a infância. A criança pode excretar uma grande quantidade de urina. Outros sintomas compreendem fraqueza e dor nos ossos.
 
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5. Síndrome de Fanconi - os sintomas e uma análise de sangue que mostre a acidez elevada do sangue podem induzir um médico a suspeitar da síndrome de Fanconi. O diagnóstico é confirmado quando os exames de urina detectam elevadas concentrações de glicose, fosfato, bicarbonato, ácido úrico, potássio e sódio.
Não tem cura. A alta acidez do sangue (acidose) pode ser neutralizada com bicarbonato de sódio. As baixas concentrações de potássio no sangue requerem o fornecimento de suplementos de potássio por via oral. 
A doença óssea exige um tratamento com fosfatos e suplementos de vitamina D administrados por via oral. O transplante de rim pode salvar a vida de uma criança com esta perturbação, se evoluir para a insuficiência renal.
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6. Doença Policística do rim - é uma perturbação hereditária em que se formam muitos quistos em ambos os rins. Os rins aumentam de tamanho, mas têm menos tecido renal funcional. 
A malformação genética que causa a doença renal policística pode ser dominante ou recessiva. Por outras palavras, uma pessoa com esta doença ou herdou um gene dominante de pai ou de mãe, ou então dois genes recessivos, um de cada progenitor. Os que herdaram um gene dominante em geral não têm sintomas até a idade adulta, enquanto as pessoas que herdaram os dois genes recessivos desenvolvem sintomas graves da doença durante a infância. 
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6. Doença Policística do rim - formam-se muitos cistos em ambos os rins. Os cistos aumentam de tamanho gradualmente, destruindo uma parte ou quase todo o tecido normal dos rins. 
1- Rim normal
2- Rim policístico
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6. Doença Policística do rim - o médico suspeita da doença baseado em antecedentes familiares e sintomas. Quando está num estádio avançado e os rins são muito grandes, o diagnóstico é óbvio. A ecografia e a tomografia axial computadorizada (TAC) mostram o aspecto «roído de traça» característico dos rins e do fígado em consequência dos cistos.
Mais de metade dos que sofrem desta doença desenvolvem I.R. em qualquer momento da vida. O tratamento das I.T.U. e da hipertensão arterial pode prolongar a vida. Sem diálise ou transplante de rim, a insuficiência renal é mortal.
 O aconselhamento em matéria genética pode ajudar as pessoas com Doença Policística dos rins a compreender que é provável que os seus filhos herdem a afecção.
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A Síndrome Metabólica (SM) é um dos grandes desafios da ciência médica do início do século. 
Transtorno complexo, representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular, relacionados à deposição central de gordura e à resistência insulínica. 
É importante destacar a associação da SM com a doença cardiovascular, aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes.
A SM precisa de uma definição bem estabelecida, mas há um consenso: aumento da pressão arterial, distúrbios do metabolismo dos glicídios (açúcares) e lipídios (gorduras) e o excesso de peso, estão definitivamente associados ao aumento da morbimortalidade cardiovascular, em países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em desenvolvimento.
A definição da OMS preconiza como ponto de partida a avaliação da resistência insulínica ou do distúrbio do metabolismo da glicose o que dificulta a sua utilização.
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Também chamada de síndrome X ou síndrome de resistência à insulina, é caracterizada pela associação variável de fatores de risco cardiovasculares como resistência a insulina, obesidade visceral, central ou androgênica, dislipidemia aterogênica e hipertensão arterial sistêmica (HAS), permitindo, assim, identificar pacientes com alto risco de desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) e Diabetes mellitus tipo 2. 
Mesmo entre os indivíduos com peso corpóreo dentro da faixa da normalidade, a obesidade central pode elevar o risco de HAS, Diabetes mellitus, aterosclerose, elevação de citocinas inflamatórias (interleucina-6 e fator de necrose tumoral alfa) e de hormônios do tecido adiposo (lipase, estrogênio, adiponectina e insulina) e, entre as mulheres, o de câncer de mama. 
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Atualmente, a síndrome metabólica tem sido associada a alterações macro e microcirculatórias, e quanto mais componentes da síndrome metabólica estão presentes, maior a prevalência de alterações retinianas microcirculatórias e maior o grau de aterosclerose. 
Existe também associação com aumento de lesões em órgãos-alvo, de forma que os hipertensos com síndrome metabólica têm maior prevalência de hipertrofia ventricular esquerda e microalbuminúria do que os pacientes sem síndrome metabólica. 
O uso de critérios descritos para identificar os pacientes com síndrome metabólica tem a vantagem de identificar pacientes com risco de diabetes ou de DCVA.
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Entretanto, na definição de síndrome metabólica, não está incluída a presença de história familiar de diabetes, que é considerado um dos maiores fatores de risco para esta doença. 
Da mesma forma, não são considerados fatores como idade, sexo, tabagismo, níveis de LDL-colesterol ou de colesterol total, que são fatores de risco conhecidos de doença cardiovascular. 
Assim, a definição de síndrome metabólica é útil para identificar pacientes com o mesmo quadro fisiopatológico, e não como preditor de DCVA ou diabetes. 
Obs: A presença de Diabetes mellitus não exclui o diagnóstico de SM.
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Componentes da síndrome metabólica segundo o NCEP-ATP III (2001) e NCEP-ATP III revisado (2005)
Componentes
Níveis (2001)
(2005)
Obesidade abdominal: circunferência abdominal
Homens
> 102 cm
> 102 cm
Mulheres
> 88 cm
> 88 cm
Triglicerídios
= 150mg/dL
= 150mg/dL
HDL-colesterol
Homens
< 40mg/dL
< 40mg/dL
Mulheres
< 50 mg/dL
< 50mg/dL
Pressão arterial
= 130/85 mmHg
= 130/85mmHg
Glicemia de jejum
= 110 mg/dL
= 100mg/dL
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Critérios diagnósticos S.M. 
 Federação Internacional de Diabetes (IDF)
Critério
Definição
Obesidade abdominal
Homens
Brancos de origemeuropeiae negros
= 94 cm
Sul-asiáticos, ameríndios e chineses
= 90 cm
Japoneses
= 85 cm
Mulheres
Brancas de origemeuropeia, negras, sul-asiáticas, ameríndias e chinesas
= 80 cm
Japonesas
= 90 cm
Triglicerídios
= 150mg/dL ou tratamento parahipertrigliceridemia
HDL-colesterol
Homens <40mg/dL
Mulheres <50mg/dL
Pressão arterial sistêmica
Sistólica, ou
= 130mmHgou tratamento para HAS
Diastólica
=85mmHgou tratamento para HAS
Glicemia de jejum
= 100mg/dL ou tratamento para DM
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Para indivíduos com risco intermediário, jovens e mulheres com fatores agravantes, a avaliação cardiovascular de curto prazo tem risco maior do que a estimada isoladamente pelo ERF
Fatores agravantes de risco
História familiar de doença coronariana prematura (parente de 1º grau masculino < 55 anos ou feminino < 65 anos)
Síndrome metabólica
Micro oumacroalbuminúria(> 30mcg/min)
Hipertrofia ventricular esquerda
Insuficiência renal crônica (creatinina= 1,5mg/dL ouclearancedecreatinina< 60 mL/min)
Proteína C reativa de alta sensibilidade > 3mg/L (na ausência de etiologia não aterosclerótica)
Exame complementar com evidência de doença ateroscleróticasubclínica:
Escorede cálcio coronariano > 100 ou > percentil 75 para idade ou sexo
Espessamentode carótida (IMT) máximo > 1 mm
Índicetornozelo-braquial (ITB) < 0,9
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SÍNDROME METABÓLICA
Não existem evidências de que os pacientes com SM e níveis de pressão arterial normal alta ou sem Diabetes mellitus devem receber bloqueadores do sistema renina-angiotensina para prevenir o início da HAS ou o início do DM e dano de órgãos-alvo em pacientes de maior risco.
A recomendação atual é que a mudança do estilo de vida seja primordial no tratamento destes pacientes.
Também não há conclusão se estes pacientes com SÍNDROME METABÓLICA se beneficiariam de drogas antidiabéticas, na ausência do Diabetes. 
As estatinas e as drogas antidiabéticas devem ser dadas em presença de dislipidemia e diabetes, respectivamente. 
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PREVENÇÃO
Estratégia 1: reeducação alimentar.
Estratégia 2: investir em hábitos de vida saudáveis.
Estratégia 3: atividade física regularmente.
Estratégia 4: alimentação a cada três horas.
Estratégia 5: hidratação.
Estratégia 6: não ter pressa para emagrecer.
EVITAR SEMPRE DIETAS MILAGROSAS!
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