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DIREITO CIVIL IV

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Direito das Coisas ­ Civil IV ­ Resumo Completo para
Provas
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O Código Civil Brasileiro se divide em:
PARTE GERAL ( I – Das Pessoas; II – Dos Bens; III – Dos Fatos Jurídicos)
PARTE ESPECIAL ( I – Do Direito das Obrigações; II – Do Direito de Empresa;
III – Do Direito das Coisas; IV – Do Direito de Família; e V – Do Direito das Sucessões).
 
Direito das Coisas – Civil IV – Resumo Completo para Provas
DIREITO DAS COISAS: Conjunto de normas que regem as relações jurídicas concernentes aos bens corpóreos (móveis
ou  imóveis)  ou  incorpóreos  (direitos  autorais,  propriedade  industrial),  suscetíveis  de  apropriação. Abrange:  Aquisição;
Exercício; Conservação; Perda de poder sobre os bens.
No Direito das Coisas estudaremos o que, modernamente, denominamos Direitos Reais.
 
Direitos Reais: a – Propriedade: é o mais importante direito real. Direito que tem o proprietário de usar as faculdades
dispostas no Art. 1.228, CC, ou seja   Usar, Gozar, Dispor e Reaver sua propriedade , constituindo um direito perpétuo
e/ou transmitido a herdeiros.
    b – Direitos reais sobre coisa alheia:
Gozo: enfiteuse (senhorio recebe laudêmio), superfície, servidão, usufruto, uso e habitação .
Garantia: penhor, hipoteca, anticrese (percepção dos frutos para pagar dívida), alienação fiduciária .
Direito real de aquisição: compromisso irretratável de venda.
 
OBS: Res nullius – coisa de ninguém  
Res derelictae – coisa abandonada
Res communes omnium – coisa comum aos homens
 
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Usofruto: Tirar vantagem da coisa. É o direito real pelo qual o proprietário concede o uso e fruição a alguém, guardando
para si o direito abstrato da propriedade
Nu proprietário: está sem o uso e fruto
Usufrutuário: Tem uso e fruto.
CARACTERÍSTICAS:  Apesar de não existir consenso na doutrina, podemos apontar as seguintes:
1. a) a oponibilidade erga omnes ( arts 1226 e 1227 CC): O seu direito é com a coisa, mas manifestado contra todos,
que dele devem ter conhecimento.
2. b) o direito de seqüela (art. 1228 CC): Perseguir a coisa nas mãos de quem quer que a detenha
3. c) a exclusividade ( art. 1231 CC): A propriedade presume­se plena e exclusiva, até prova em contrário
4. d) a preferência (art. 1477 CC): Hipoteca (ônus real) tem preferência sobre aval.
5. e) a taxatividade (art. 1225 CC): Lista dos direitos reais
6. f) A possibilidade de abandono da coisa: Pode­se renunciar o direito sobre a coisa
7. g) Previsão da usucapião (arts. 1238 a 1244, 1260 a 1262 e 1379 CC);
8. h) Aplicação do princípio da publicidade dos atos: Títulos registrados são de conhecimento público
 
DIFERENÇA ENTRE DIREITO REAL E OBRIGACIONAL :
DIREITO REAL (ou das COISAS) : DIREITO OBRIGACIONAL (ou PESSOAL) :
Absolutos (eficácia erga omnes) Relativos (eficácia entre as partes)
Vincula o titular à coisa Vincula a pessoa do credor à pessoa do devedor Possuem sujeito passivo indeterminado Possuem
sujeito  passivo  determinado:  devedor  Princípio  da  publicidade  (tradição  e  registro)  Princípio  da  atonomia  privada
(liberdade)
A coisa é objeto imediato da relação A coisa é objeto mediato da relação
O exercício se dá sem intermediários O exercício se dá por intermédio de outro sujeito
Relação permanente; típica Ex. propriedade Relação transitória; atípica Ex. contratos
 
Direito das Coisas – Civil IV – Resumo Completo para Provas
Objeto do direito das coisas: – Corpóreas (móveis ou imóveis), e incorpóreas.
Produções nos domínios das letras, das artes, das ciências ou da indústria.
Direitos de propriedade intelectual é um direito sui generis (patrimonial + extrapatrimonial).
 
SUJEITOS DA RELAÇÃO JURÍDICA DE DIREITO REAL
Sujeito ativo: titular do direito subjetivo absoluto sobre o bem. Exerce direito de seqüela e é possuidor
Sujeito passivo: sobre quem ( toda a coletividade) recai o dever de respeito ao direito do sujeito ativo.
 
OBRIGAÇÕES RELACIONADAS AO DIREITO REAL
Obrigações propter rem: (acompanham a coisa). Ex. taxa de condomínio
Ônus reais: limitações impostas ao exercício de um direito real, constituindo gravames ou diretos oponíveis ergas
omnes.  Para  existir  o  ônus  real  é  necessário  que  o  titular  da  coisa  seja  o  devedor  e  não  apenas  o  garantidor  da
dívida de terceiro.
Obrigações com eficácia real: relações obrigacionais que produzem eficácia erga omnes.
Ex: compromisso de compra e venda de imóvel, registrado do cartório imobiliário.
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AÇÃO REIVINDICATÓRIA: O proprietário tem o poder de reaver a coisa das mãos daquele que injustamente a possua
ou  detenha.  É  a  ação  reivindicatória,  tutela  (poder  conferido  por  lei  para  que  uma  pessoa  capaz  proteja  a  propriedade)
específica da propriedade, que possui  fundamento no direito de seqüela. A ação de  imissão de posse, por exemplo,  tem
natureza reivindicatória. A ação reivindicatória é imprescritível, uma vez que a sua pretensão versa sobre o domínio, que é
perpétuo, somente se extinguindo nos casos previstos em lei (usucapião, desapropriação etc.).
A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE Utilidade  se dá  através do  exercício da posse. O direito de propriedade,
assegurado constitucionalmente  como um direito  fundamental,  apresenta  a  função  social  como  elemento  estrutural.
Normas que asseguram o cumprimento da função social e as que reprimem seu descumprimento integram o conjunto que
representa a instituição propriedade no direito brasileiro. O Art.1228, CC fala desapropriação do propriedade para utilidade
pública ou interesse social.
 
EXTENSÃO DO DIREITO DE  PROPRIEDADE:  A)  propriedade  móvel:  recai  sobre  a  coisa  por  inteiro,  delimitada
espacialmente pelos próprios limites materiais da coisa. B) propriedade imóvel (arts. 1.229 e 1.230, CC): abrange o solo e o
subsolo, em altura e profundidade úteis ao proprietário.
 
RESTRIÇÕES  LEGAIS  DE  INTERESSE  PARTICULAR  E  PÚBLICO:  São  várias  as  restrições,  impostas  pela
Constituição  Federal,  pelo  Código  de  Mineração,  Florestal,  Lei  de  Proteção  ao  Meio  Ambiente  etc.  Ex.:  Servidão
administrativa; propriedade da União das jazidas e recursos minerais e os potenciais de energia elétrica; Tombamento
 
POSSE: É a exteriorização do direito de propriedade. Precisa ser protegida para evitar violência
Objeto da posse: Incide sobre bens corpóreos e incorpóreos. Ex: direitos do autor, propriedade intelectual, passe atlético,
direito real de uso sobre linha telefônica.
Sujeitos da posse: São as pessoas naturais ou jurídicas. (Possuidor e o Confinante)
 
Entre os modernos há duas teorias importantes:
Teoria de Savigny  (subjetiva): A posse  é  o  poder  de  dispor  fisicamente  (corpus) da  coisa,  com  ânimo  de  considerá­la
(animus) sua propriedade e defendê­la contra a intervenção de outrem.
Teoria de Ihering (objetiva): Exige­se tão somente a conduta de proprietário. Não sendo necessária a apreensão física dacoisa ou a vontade de ser dono dela
O C.C. adotou a Teoria de Ihering (objetiva) no Art 485 que considera possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno, ou não, de algum dos poderes inerentes ao domínio, ou propriedade.
 
Espécies e Qualificações da Posse:
1.Posse Direta e Indireta:  
Direta:  A  pessoa  que  tem  a  coisa  em  seu  poder.  Usufrutuário,  depositário,  o  credor  pignoratício,  o  locatário  e  o
comodatário são possuidores diretos, pois todos detêm a coisa que lhes foi transferida.
Indireta:  Quando  o  seu  titular,  afastando  de  si  por  sua  própria  vontade  a  detenção  da  coisa,  continua  a  exercê­la
imediatamente após haver transferido a outrem a posse direta.
2. Composse:  Simultaneidade  da  existência  da  posse  por  mais  de  um  possuidor.  Ex.  Cônjuges  no  regime  de
comunhão de bens e condôminos
3. Quanto aos vícios: Posse justa: É mansa, pacífica, pública e adquirida sem violência.
Posse injusta: Com pelo menos um dos vícios da posse (violência, clandestinidade ou precariedade).
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Posse violenta: adquirida através do emprego de violência contra a pessoa.
Posse clandestina: adquirida às escondidas. Estas duas são relativas e podem virar de Boa­Fé
Posse precária: decorrente da violação de uma obrigação de restituir (abuso de confiança).
Não é posse jurídica, não produz efeitos contra o legítimo possuidor. Absoluta (C.P. Apropriação Indébita)
4. Posse  de  Boa  Fé  e  Posse  de Má  Fé: Art.  490,  CC:  É  de boa  fé  a  posse,  se  o  possuidor  ignora  o  vício  ou  o
obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa, ou do direito possuído.
É de má­fé: Quando o possuidor sabe que a posse tem vício
5. Detenção da Coisa: Simples detenção material não produzindo consequencias jurídicas
6. Aquisição e Perda da Posse:   Aquisição ou Início: Se dá quando ocorrem seus dois elementos constituintes: fato
externo – o corpus (apreensão) e um fato interno – animus (intenção).
 
Aquisição da posse originária: Não há cadeia de produção. Ato unilateral e sem transmissão negocial.
1. Posse por apreensão da coisa:
a.1 “res nullius”  (coisa  sem dono): Por exemplo,  caçar um animal para  se alimentar. Este animal,  tratado como coisa no
Direito brasileiro, é tido como espécie de aquisição originária.
a.2 “res derelicta” (coisa abandonada): por exemplo, pertences encontrados no lixo.
a.3 Apreensão econômica ou em razão de violência ou clandestinidade
1. Aquisição unilateral pelo exercício de direito
Aquisição da posse derivada :
a.Tradição: É a entrega da coisa.
a.1 Tradição real: consubstancia­se por intermédio da entrega efetiva da coisa (é o caso do bem móvel).
a.2 Tradição simbólica: a transferência é por um ato representativo, ex. entrega das chaves de imóvel.
1. Sucessão (art. 1.207 CC/02): Ex. Herança pode ser transmitida sem nenhum ato do herdeiro.
 
Perda da posse:
1. Abandono: não basta a omissão do possuidor.
2. Tradição: é causa hibrida, pois, se de um lado gera perda da posse, do outro gera a aquisição
3. Perda, destruição ou colocação da coisa fora de comércio.
4. Desapossamento: Hipótese de perda ilícita, mas com efeitos práticos. Por exemplo, esbulho.
 
Os Efeitos da Posse: São as conseqüências jurídicas por ela produzidas, ou seja:
Dentre os efeitos da posse, destacam­se: percepção de frutos; O direito à percepção dos frutos varia conforme a classificação
da posse quanto à subjetividade e está disciplinado nos arts. 1.214 a 1.216, CC
– Frutos; Colhidos; Pendentes; Percipiendos
– Boa­fé – Direito do possuidor à Restituição com o direito à dedução das despesas.
– Má­fé – Indenização ao possuidor legítimo, com direito à dedução das despesas. Só lhe assiste o direito às despesas. O
pagamento feito ao possuidor de má­fé pelas despesas de produção e custeio é devido tendo em vista o princípio do direito
civil que proíbe o enriquecimento sem causa.
 
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DIREITO  ÀS  BENFEITORIAS:  Assim  como  ocorre  com  os  frutos,  a  indenização  pelas  benfeitorias  depende  da
classificação da posse quanto à sua subjetividade (vide arts. 1.219 e 1.220, CC):
Boa­fé: Necessária – Indenização + Retenção
Útil – Indenização + Retenção
Voluptuária – Jus tollendi, sem direito de retenção
Má­fé: Apenas restituição do valor gasto pelo possuidor
Obs: as benfeitorias são compensadas com os danos.
 
Interdito possessório: Ações possessórias que visam combater as seguintes agressões à posse:
Esbulho:  agressão  que  culmina  da  perda  da  posse.  Interdito  adequado:  Reintegração  de  Posse  (efeito
restaurador). CPC, arts. 926 a 931.
Turbação:  agressão  que  embaraça  o  exercício  normal  da  posse.  Interdito  adequado: Manutenção  de  Posse
(efeito normalizador). CPC, arts. 926 a 931.
Ameaça: risco de esbulho ou de turbação. Interdito adequado: Interdito Proibitório. CPC, 932 e 933.
Condições das ações possessórias: – Interesse de Agir e Legitimidade do Possuidor.
Detentor não tem legitimidade ativa nem passiva.
 
DESFORÇO POSSESSÓRIO:  Desforço  incontinenti: defesa  imediata  da  posse  pelo  possuidor  agredido. Deve  estar
assentado  no  binômio  imediatismo­proporcionalidade.  A  doutrina  costuma  classificar  a  autotutela  da  posse  em  duas
espécies:
desforço imediato: ocorre nos casos de esbulho, em que o possuidor recupera o bem perdido.
legítima defesa da posse: Casos de turbação, em que o possuidor normaliza o exercício de sua posse.
 
DISTINÇÃO  ENTRE  POSSE  E  DETENÇÃO  :  •  Posse:  exercício  do  poder  de  fato  em  nome  próprio,  usando  a
propriedade e fazendo uso econômico da coisa e intenção de usar a coisa tal qual o proprietário.
Detenção (posse natural): exercício do poder de fato sobre a coisa em nome alheio.
Detentor é servo da posse, pois mantém uma relação de dependência com o verdadeiro possuidor.
 
INTERVERSÃO DO CARÁTER DA POSSE: Continuidade do caráter da posse (art. 1.203, CC): a posse que se inicia
justa permanece  justa;  a  posse que  se  inicia  injusta, permanece  injusta ao  longo do  tempo, a menos  que  se  opere  a
interversão do caráter da posse.
Inversão do  caráter da posse: Violência  e  clandestinidade  são  vícios  relativos,  enquanto que  a precariedade  é  vício
absoluto. Cessada a violência ou a clandestinidade a posse pode deixar de ser injusta e passa a ser justa, mas a precariedade
sempre será injusta.
 
PROPRIEDADE: Direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor de
um bem corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindica­lo de quem injustamente o detenha (direito de sequela).
AÇÃO REIVINDICATÓRIA: O proprietário  tem o poder de  reaver a  coisa  das mãos daquele  que  injustamente  a
possua ou detenha. A ação de imissão de posse tem natureza reivindicatória. Os pressupostos da ação reivindicatória são
três:  a)  a  titularidade  do  domínio,  pelo  autor,  da  área  reivindicada,  que  deve  ser  devidamente  provada;  b)  a
individualização da coisa, com a descrição atualizada do bem, seus limites e confrontações; c) a posse ilegítima do réu,
carece da ação o titular do domínio se a posse do terceiro (réu) for justa, como aquela fundada em contrato não rescindido.
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O art. 1.228 do CC/02 fala em posse injusta, que deve ser compreendida como posse sem título. Não há necessidade que a
posse  ou  detenção  tenha  sido  obtida  através  de  violência,  clandestinidade  ou  precariedade.  A  ação  reivindicatória  é
imprescritível,  uma  vez  que  o  domínio  é  perpétuo,  somente  se  extinguindo  nos  casos  previstos  em  lei  (usucapião,
desapropriação etc.­ Súmula 237 do STF).
 
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A  FUNÇÃO  SOCIAL DA  PROPRIEDADE:  (Art.  1228,  CC)  Propriedade: A)  Enquanto  bem móvel  ou  imóvel;  B)
Direito sobre um bem corpóreo ou incorpóreo; C) Instituição.
A  função  social nestas  três  situações:  a) Quanto  a  propriedade  está  relacionada à utilidade conferida  ao bem móvel,
imóvel, corpóreo ou incorpóreo, que se dá através do exercício da posse.
1. b) O direito de propriedade, assegurado constitucionalmente como um direito fundamental, apresenta a função
social como elemento estrutural (propriedade enquanto direito).
2. c) A função social impõe uma série de limitações que devem ser respeitadas pelo proprietário.
Exemplos: Desapropriação Judicial pela Posse­Trabalho e Usucapião  
 
EXTENSÃO DO DIREITO DE PROPRIEDADE A) Móvel: recai sobre a coisa por inteiro, delimitada espacialmente pelos
próprios  limites  materiais  da  coisa.  B)  Imóvel  (arts.  1.229  e  1.230,  CC):  abrange  o  solo  e  o  subsolo,  em  altura  e
profundidade  úteis  ao  proprietário.  Incluem  as  jazidas,  minas,  recursos  minerais,  energia  hidráulica  e  monumentos
arqueológicos (propriedade da União).
 
CARACTERÍSTICAS DA PROPRIEDADE: Art. 1.231, CC: a plenitude e a exclusividade. A doutrina soma outras três:
perpetuidade, elasticidade e oponibilidade erga omnes.
Plena quando estão nas mãos do proprietário todas as faculdades que lhe são inerentes. Limitada (não plena) : a) Estiver
sujeita a algum ônus real; b) For resolúvel (extinguível)
Exclusividade significa que a mesma coisa não pode pertencer com exclusividade e simultaneamente a duas ou mais
pessoas. Isso não se choca com a idéia de condomínio, pois cada condômino é proprietário, com exclusividade, de  sua
parte ideal.
Perpétua,  pois  não  se  extingue  pelo  não­uso.  Só  se  perde  se  o  proprietário  alienar  ou  ocorrer  usucapião,
desapropriação, perecimento etc. É transmissível aos herdeiros
Elasticidade:    Possibilidade  de  serem  transferidos  alguns  dos  poderes  a  terceiros.  O  fenômeno  inverso  chama­se
retração. Por fim, a oponibilidade erga omnes (contra todos).
 
RESTRIÇÕES LEGAIS DE INTERESSE PARTICULAR E PÚBLICO: São restrições,  impostas pela Constituição
Federal, pelo Código de Mineração, Florestal, Lei de Proteção ao Meio Ambiente etc.
Há limitações nos direitos de vizinhança e de cláusulas voluntárias que atingem, a inalienabilidade, impenhorabilidade e
incomunicabilidade.  Limitações  de  interesse  público:  –  Servidão  administrativa;  Propriedade  da  União:  Jazidas  e
recursos minerais  e  os potenciais  de  energia  elétrica; Tombamento; Desapropriação  por  utilidade  ou  necessidade
pública ou por interesse social; requisição de bens particulares.
Limitações de interesse privado: No Art. 1.228 c/c disposições acerca do direito de vizinhança.
 
DIREITOS DE VIZINHANÇA: Arts. 1.277 ao 1.313, CC. Estabelece limitações ao direito de propriedade, relativos ao
direito  de  vizinhança. Nos  direitos  de  vizinhança  a  norma  jurídica  limita  as  faculdades  de  usar  e  gozar  por  parte  de
proprietários e possuidores de prédios vizinhos, impondo­lhes um sacrifício para que a convivência social seja possível e
para  que  a  propriedade  de  cada  um  seja  respeitada  A  noção  de  vizinhança  remete  à  proximidade  dos  imóveis,
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independente de relação de contigüidade entre eles. Estabelecem regras para: a) controle e vedação do uso anormal da
propriedade; b)  propriedade  das  árvores  limítrofes  e  seus  frutos;  c)  criação  de passagem  forçada;  d)  servidão  para
passagem de cabos e tubulações; e) águas ; f) limites entre prédios e regular o direito de tapagem g) direito de construir
.
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMÓVEL – Modos de aquisição:
Bem imóvel: Registro de título:
Art. 1.245. Transfere­se entre vivos a propriedade mediante registro do título no Registro de Imóveis.
1°. Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.
2°. Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo
cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel.
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no
protocolo.
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule.
Parágrafo único. Cancelado o  registro,  poderá o  proprietário  reivindicar  o  imóvel,  independentemente  da boa­fé  ou do
título do terceiro adquirente.
O  registro  tem  natureza  aquisitiva  do  domínio  (forma  derivada  de  aquisição  da  propriedade  imóvel).
                                                                                                                                               Sem registro, o direito do
adquirente não é direito real, e sim direito pessoal de eficácia relativa entre os negociantes (adquirente e alienante), não
produzindo  efeitos,  pois,  contra  terceiros.
                                                                                                                                                                                            A
eficácia erga omnes da propriedade  imóvel  só é atingida pelo registro, que confere a publicidade necessária à  relação
dominial.
 
O REGISTRO PÚBLICO: ( Lei de Registros Públicos – LRP)
Acepções  da  palavra  registro:  Registro  de  imóveis  (LRP,  Arts  167  a  171),  tem  duas  acepções:
                                                                                                                                     a) a primeira, referente ao ofício público,
determinadora da publicidade dos direitos reais;                                                                       b) a segunda, relacionada ao
ato ou assento praticado em livro desse ofício para realizar o referido fim. Finalidade do Registro Imobiliário: Conferir
publicidade para que adquira eficácia perante terceiros.
Atributos do Registro: – publicidade; – presunção relativa de veracidade; fé pública. – legalidade
– obrigatoriedade  – continuidade  – força probante  – prioridade  – especialidade
 
Efeito do registro: Aquisição de direitos reais (propriedade, servidão, hipoteca etc.).
 
O REGISTRO PÚBLICO: Atos de Registro de Imóveis:
1) Matrícula: É o  registro  inaugural do  imóvel  (LRP Arts.  227  a  235),  consistindo  na  especificação  do  estado  de  um
imóvel, tanto em seus aspectos físicos (localização, dimensões etc.) quanto jurídicos (proprietário, forma de aquisição etc).
A matrícula será efetuada por ocasião do primeiro registro A matrícula só pode ser cancelada por determinação judicial,
desdobro ou fusão:
Desdobro: subdivisão de lotes.
Fusão: unificação  de  imóveis  contíguos.  No  caso  de  fusão,  o  cancelamento  da  matrícula  anterior  e  abertura  de  nova
matrícula é uma faculdade do proprietário dos imóveis contíguos.
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2) Registro: (Art. 167, I, LRP) Devem ser registrados todos os atos que influenciem no uso, gozo e disposição de um
imóvel. O registro será feito sempre que houver alteração na titularidade de um imóvel ou quando houver limitação da
propriedade pela formação de direitos reais limitados.
Devem ser registrados atos como: instituição de bem de família, hipotecas, servidões, usufruto, uso, habitação, contratos de
compromisso de compra e venda, anticrese, superfície, incorporações, instituições e convenções de condomínio, compra e
venda de imóvel, permuta, dação em pagamento, doação etc.
 
3) Averbação: Através da averbação é feita alteração em registro já existente. Assim, o art. 167, II da LRP determina que
serão averbados atos como:                                                                                                                                       – mudança
de  denominação  e  de  numeração  dos  prédios,    –  da  edificação,  –  da  reconstrução,  da  demolição,
                                                                                                                                 – do desmembramento e do loteamento de
imóveis;    –  restabelecimento  da  sociedade  conjugal;
                                                                                                                            – sentenças de separação judicial, – de divórcio
e de nulidade ou anulação de casamento,                                                                                                        – quando nas
respectivas partilhas existirem imóveis ou direitos reais sujeitos a registro;                                                                       –
contrato de locação, para fins de exercício do direito de preferência;                                                                           –
extinção  do  direito  de  superfície;
                                                                                                                                                             – cláusulas de
inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade impostas a imóveis.
 
Procedimento registral: Prenotação:  é o protocolo de apresentação do  título para  registro. Determinada a preferência, eis
que uma vez  efetuado o  registro,  este  retroagirá  à data da prenotação. Tendo em vista  a preferência,  na prenotação deve
conter data (e se possível, até hora) e número de ordem.
Registro: Feita a prenotação do  título  instruído com todos os documentos necessário e o pagamento dos emolumentos, o
registro (ou a averbação, ou ambos) deverá ser efetuado em até 30 (trinta) dias.
A  apresentação  do  título  não  significa  que  o  registro  será  efetuado.  Deverá  o  oficial  do  registro  proceder  análise
acurada a respeito da validade e da possibilidade do título a ser registrado (respeito ao princípio da legalidade, atributo
dos  registros).  Caso  não  haja  qualquer  óbice  legal,  o  registro  será  regularmente  feito.  Na  hipótese  de  conter  alguma
irregularidade  no  registro,  o  oficial  redigirá  nota  explicativa  e  fornecerá  as  instruções  necessárias  para  que  tal
irregularidade  seja  superada.  Superando  a  irregularidade,  o  título  poderá  ser  novamente  apresentado  e  o
procedimento será iniciado novamente desde a prenotação.
Se o requerente não se conformar com a exigência do oficial do registro, deverá suscitar a chamada dúvida, cabendo ao
oficial encaminhá­la ao juiz competente para resolve­la. O interessado pode impugnar a dúvida em 15 dias; a ausência
de  impugnação  não  obsta  o  julgamento  da  dúvida  através  de  sentença.  A  dúvida  é  procedimento  de  jurisdição
voluntária.
O procedimento de dúvida é meramente administrativo, mesmo quando haja  interesse da União, deve ser decidido pelo
juiz corregedor competente, de acordo com a lei de organização judiciária do Estado.
Obs2: dúvida  inversa,  admitida pela doutrina e pela  jurisprudência,  é procedimento de  jurisdição  voluntária  suscitada
diretamente pelo interessado ao juiz, quando o oficial do registro se recusa a, ele mesmo, suscitá­la.
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE: Acessões imobiliárias: As acessões são consideradas como formas de aquisição da
propriedade imóvel (art. 1.248, CC). Todavia, a doutrina destaca que a acessão pode ocorrer:
– de imóvel em imóvel; – de móvel em imóvel;
Para  o  CC,  acessão  ocorre  na  forma  do  art.  1.248;  para  a  doutrina,  há  outras  espécies  de  acessão  também  previstas  no
Código Civil, muito embora não tenha este assim categorizado.
A aquisição por acessão pode ocorrer por: 
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 – formação de ilhas – aluvião – avulsão – álveo abandonado (Naturais)
– construções e plantações (Artificiais)
 
1:  Formação  de  ilhas:  Art.  1.249.  As  ilhas  que  se  formarem  em  correntes  comuns  ou  particulares  pertencem  aos
proprietários ribeirinhos fronteiros, observadas algumas regras
 
2) Aluvião –Art. 1.250: Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros naturais ao longo
das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos terrenos marginais, sem indenização.
 
3) Avulsão – Art. 1.251: Por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se juntar a outro, o
dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se  indenizar o dono do primeiro ou, sem indenização, se, em um ano,
ninguém houver reclamado.
4) Álveo Abandonado  – Art. 1.252:  O  álveo  abandonado  de  corrente  pertence  aos  proprietários  ribeirinhos  das  duas
margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, entendendo­se que os
prédios marginais se estendem até o meio do álveo.
 
5) Construções e Plantações – Arts 1253 a 1259, CC;
Art. 1.253, fixa presunção relativa de propriedade das construções e plantações ao proprietário do imóvel.
Arts.  1.254  a  1.259:  …  se  ficar  comprovado  que  o  solo  e  as  sementes  ou  materiais  utilizados  nas  plantações  ou
construções pertencem a pessoas distintas. A regra geral é a de que o proprietário do imóvel, dada a natureza acessória
das plantações/construções com relações ao solo, adquirirá a propriedade das acessões.
 
Usucapião: Requisitos gerais e específicos
2. A) Pessoais: Características pessoais e atitudes do adquirente e do proprietário. Para usucapir é necessário que o
adquirente tenha capacidade jurídica, na forma da lei civil. Também não corre o prazo da usucapião contra os
absolutamente  incapazes. USUCAPIÃO  uma  espécie  de prescrição aquisitiva, há  que  serem  observadas  as
causas obstativas, suspensivas e interruptivas da prescrição elencadas nos arts. 197 a 202, CC/02.
Art. 197. Não corre a prescrição:
I – entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II – entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III – entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I – contra os incapazes de que trata o art. 3o;
II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I – pendendo condição suspensiva; II – não estando vencido o prazo; III – pendendo ação de evicção.
Art.  200.  Quando  a  ação  se  originar  de  fato  que  deva  ser  apurado  no  juízo  criminal,  não  correrá  a  prescrição  antes  da
respectiva sentença definitiva.
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Art.  201.  Suspensa  a  prescrição  em  favor  de  um  dos  credores  solidários,  só  aproveitam  os  outros  se  a  obrigação  for
indivisível.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar­se­á:
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da
lei processual;
II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III – por protesto cambial;
IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo  único.  A  prescrição  interrompida  recomeça  a  correr  da  data  do  ato  que  a  interrompeu,  ou  do  último  ato  do
processo para a interromper.
 
1. B) Reais: Objeto da usucapião são os bens e direitos suscetíveis de usucapião. Podem ser usucapidos os bens
apropriáveis, excluídos os bens fora do comércio, os bens públicos (Ver Súmula 340 do STF) e bens que, não
podem ser usucapidos, exemplo: Condômino Usucapir Área Condominial.
Súmula 340: DESDE A VIGÊNCIA DO CÓDIGO CIVIL, OS BENS DOMINICAIS, COMO OS DEMAIS
BENS PÚBLICOS, NÃO PODEM SER ADQUIRIDOS POR USUCAPIÃO.
 
1. C) Formais: Posse  (que deve ser exercida com animus domini),  ao prazo e à  sentença  judicial  (declaratória). A
posse deve ser justa, não sendo condição essencial a boa­fé. A posse há de ser: mansa, pacífica, pública, contínua e
duradoura. A continuidade tem possibilidade de soma de posses para efeito de usucapião. Usucapião de imóveis: da
sentença deve ser extraída carta que será registrada no Cartório de Registro de  Imóveis. Conforme súmulas
263  e  391,STF,  tanto  o  possuidor  quanto  os  confinantes  devem  ser  citados  pessoalmente  para  a  ação  de
usucapião.
 
Espécies e respectivos prazos Usucapião de imóveis : ordinária, extraordinária ou especial
Especial: – urbana (pro misero) – Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até 250 m², por cinco anos
ininterruptamente e sem oposição, utilizando­a para sua moradia ou de sua família, adquirir­lhe­á o domínio, desde que
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
– rural (pro labore) – Art. 1.239. Não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos
ininterruptos, sem oposição,  área  de  terra  em  zona  rural não  superior  a  50  hectares,  tornando­a  produtiva  por  seu
trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir­lhe­á a propriedade.
– coletiva (estatuto da cidade);
– matrimonial (art.1240­A):  Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m², propriedade divida com ex­cônjuge que abandonou o lar, utilizando­o
para sua moradia ou de sua família, adquirir­lhe­á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.
 
Conceito e natureza jurídica: Etimologia da palavra: usus (do latim, uso) + capionem (do latim, aquisição), que significa
aquisição pelo uso.
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A usucapião  é a aquisição de direito  real  por meio do  exercício  da  posse mansa,  pacífica,  continuada  e  duradoura.
Outros direitos reais são adquiridos pela usucapião, tais como a servidão e o uso. Assim, a usucapião transforma um estado
de fato (posse) em um estado de direito. A usucapião é forma originária de aquisição da propriedade.
Corrente subjetivista: – presunção de que o proprietário abandonou o bem, renunciando­o tacitamente.
Corrente objetivista: – consolidação da propriedade, dando jurisdicidade a uma situação de fato: a posse e tempo. A posse
é o fato objetivo, e o tempo, a força que opera a transformação do fato em direito.
 
Prazos: Os prazos variam conforme a espécie de usucapião:     
– USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA – art. 1.238, caput: 15 anos – art. 1.238, parágrafo único: 10 anos.
Art. 1.238.  Aquele  que, por  15  anos,  sem  interrupção,  nem  oposição,  possuir  como  seu  um  imóvel,  adquire­lhe  a
propriedade, independentemente de título e boa­fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual
servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. O prazo estabelecido neste artigo reduzir­se­á a 10
anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras / serviços de caráter
produtivo.
 
–  USUCAPIÃO  ORDINÁRIA  –  Art.  1.242.  Adquire  a  propriedade  do  imóvel  aquele  que,  contínua  e
incontestadamente, com justo título e boa­fé, o possuir por dez anos. Será de cinco anos o prazo se o imóvel houver
sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que
os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
 
– USUCAPIÃO ESPECIAL  – rural (art. 1.239, CC c/c art. 191, CR/88): 5 anos.  
Art.  1.239.  Aquele  que,  não  sendo  proprietário  de  imóvel  rural  ou  urbano,  possua  como  sua,  por  cinco  anos
ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a 50, tornando­a produtiva por seu trabalho ou
de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir­lhe­á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
– URBANA (art. 1.240, CC c/c art. 183, CR/88): 5 anos.­ Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até
250 m², por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando­a para sua moradia ou de sua família, adquirir­lhe­
á o domínio, não sendo proprietário de outro imóvel.
– USUCAPIÃO COLETIVA (Lei 10257/01, art. 10): 5 anos. Art. 10. As áreas urbanas com mais de 250 m², ocupadas
por população de baixa  renda para  sua moradia, por  cinco anos,  ininterruptamente  e  sem oposição,  onde não  for
possível  identificar  os  terrenos  ocupados  por  cada  possuidor,  são  susceptíveis  de  serem  usucapidas  coletivamente,
desde  que  os  possuidores  não  sejam  proprietários  Alegação  em  defesa  e  seus  efeitos:  A  proibição  de  exceção  de
domínio é suavizada quando a matéria de defesa for a usucapião, consoante entendimento sumulado pelo STF, Súmula
237, STF: Quando a usucapião for alegada como matéria de defesa, a decisão somente poderá ser usada para fins de registro
se formulado pedido contraposto.
 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL: 1) Ocupação:  É forma originária de aquisição da propriedade. Alguém
se apodera de algo que não tem proprietário, de coisa sem proprietário (res nullius e res derelictae). Ex: caça e pesca.
1.1) Descoberta – Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí­la ao dono ou  legítimo possuidor.
Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontra­lo e, se não o encontrar, entregará a coisa achada à
autoridade competente.
Ocorre descoberta quando alguém encontra coisa perdida por outrem. O descobridor ou inventor fará jus a recompensa
de no mínimo 5% sobre o valor do bem encontrado, mais as despesas com conservação e transporte.
2) Usucapião: Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com
justo título e boa­fé, adquirir­lhe­á a propriedade.
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Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou
boa­fé.
Na usucapião ordinária exige­se, além da boa­fé, que a posse tenha por causa justo título, cuja noção já foi firmada na
unidade referente à teoria da posse. O prazo para a usucapião ordinária é de 3 anos. 
Na  usucapião  extraordinária  de  bens  móveis  dispensa­se  a  prova  da  boa­fé.  Mesmo  de  má­fé  o  possuidor  poderá
usucapir o bem. Neste caso o prazo da usucapião, que é de 5 anos.
Obs: Não se adquire por usucapião ordinário veículo furtado.
 
3) Tradição: Art. 1.268. Feita por quem não  seja proprietário, a  tradição não aliena a propriedade, Excessão: Coisa,
oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida ao adquirente de boa­fé, como a qualquer
pessoa, o alienante se afigurar dono.
 
4)  Especificação:  Art.  1.269.  Trabalhando  em  matéria­prima  em  parte  alheia,  obtiver  espécie  nova,  desta  será
proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.
Art. 1.271. Aos prejudicados, nos arts. 1.269 e 1.270, se ressarcirá o dano que sofrerem
 
5) CONFUSÃO, COMISTÃO E ADJUNÇÃO
5.1) Confusão – mistura entre coisas líquidas. Ex: água e vinho; álcool e gasolina; etc.
5.2) Comistão – mistura entre coisas sólidas ou secas.Ex. areia, cal e cimento, trigo e glúten, etc.
5.3) Adjunção – justa posição de uma coisa a outra. Ex. tinta em relação à parede, etc.
 
PERDA DA PROPRIEDADE: Modos de perda da propriedade
 Art. 1.275. Além das causas consideradas neste Código, perde­se a propriedade:
I – Alienação;  II – Renúncia;  III – por abandono;  IV – por perecimento da coisa;V – por desapropriação.
 
1. A) Alienação: É um negócio  jurídico, gratuito ou oneroso, que causa a  transferência de direito próprio  sobre
bem  móvel  ou  imóvel  a  outrem.  O  termo  alienação  deve  ser  reservado  apenas  às  transmissões  voluntárias,
provenientes de negócio jurídico bilateral. Estará subordinada à tradição, no caso de bens móveis (exceto navios
e aviões) e ao registro do título aquisitivo, sobre bens imóveis.
 
1. B) Renúncia: É o negócio jurídico unilateral pelo qual o proprietário declara formal e explicitamente o propósito
de despojar­se do direito de propriedade. Na renúncia nada se transmite a ninguém, simplesmente o titular abdica
do direito real, que nesse instante se converte em res nullius.
 
1. C) Abandono:  O  abandono  também  implica  em  perda  da  propriedade  por  ato  voluntário  do  seu  titular,  com  a
diferença que, nesse caso, o aninus de abandonar a coisa é presumido pela cessação dos atos de posse. Quando a
coisa abandonada for imóvel, o Município, o Distrito Federal ou a União poderão arrecadar o bem e após três anos
adquirir a propriedade
 
1. D) Perecimento: Perecimento material ou real: destruição da coisa.
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Perecimento jurídico: a coisa continua a existir, mas uma situação jurídica superveniente faz com que se torne impossível
o exercício do direito pelo seu titular. A doutrina diverge quanto a reconhecer o perecimento jurídico como modalidade de
perda da propriedade. Ex: impossibilidade de o proprietário exercer seu direito sobre imóvel em que foi erguida uma favela,
antes de expirado o prazo da usucapião.
 
1. E) Desapropriação: A desapropriação é estudada no Direito Administrativo,  tendo o Código Civil se  limitado a
indicá­la como forma de perda da propriedade.
 
PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA: Art. 1.361. Considera­se  fiduciária  a propriedade  resolúvel de  coisa móvel  infungível
que o devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
Art. 1.362. O contrato, que serve de título à propriedade fiduciária, conterá:
I – o total da dívida, ou sua estimativa; II – o prazo, ou a época do pagamento; III – a taxa de juros, se houver;
IV – a descrição da coisa objeto da transferência, com os elementos indispensáveis à sua identificação.
Sujeitos:  Fiduciário: credor que recebe a propriedade e a posse indireta do bem.
Fiduciante: devedor que entrega a propriedade do bem e guarda para si a posse direta.
 
Objeto: Bem móvel infungível. Há possibilidade de propriedade fiduciária incidente em bem imóvel.
A propriedade fiduciária tem por causa um negócio fiduciário, que é composto de dois elementos:
1. a) de natureza real, que determina a transmissão do direito ou da propriedade;
2. b) de natureza obrigacional, relativo à restituição, ao transmitente ou a terceiro, do bem, após exaurido o objeto
do contrato.
São características da propriedade fiduciária:
1. a) resolubilidade (condição: adimplemento do contrato);
2. b) transmissão da propriedade ao credor do negócio fiduciário;
3. c) transmissão da posse indireta ao credor fiduciário, através de constituto possessório;
4. d) permanência do devedor fiduciante como possuidor direto;
5. e) o bem objeto da propriedade fiduciária é utilizado como garantia ao adimplemento do negócio fiduciário;
6. f) devolução da propriedade e da posse indireta (traditio brevi manu) ao devedor uma vez adimplida a obrigação
principal.
 
Direitos e deveres: Art. 1.363. Antes de vencida a dívida, o devedor, a suas expensas e risco, pode usar a coisa segundo
sua destinação, sendo obrigado, como depositário:
I – a empregar na guarda da coisa a diligência exigida por sua natureza;
II – a entregá­la ao credor, se a dívida não for paga no vencimento.
Art.  1.364. Vencida  a  dívida,  e  não  paga,  fica  o  credor  obrigado  a  vender,  judicial  ou  extrajudicialmente,  a  coisa  a
terceiros,  a  aplicar o preço no pagamento de  seu crédito  e das despesas de  cobrança,  e  a  entregar o  saldo,  se houver,  ao
devedor.
Art. 1.365. É nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não
for paga no vencimento.
Parágrafo único. O devedor pode, com a anuência do credor, dar seu direito eventual à coisa em pagamento da dívida, após o
vencimento desta.
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Art.  1.366. Quando,  vendida  a  coisa,  o  produto  não  bastar  para  o  pagamento  da  dívida  e  das  despesas  de  cobrança,
continuará o devedor obrigado pelo restante.
Para que o credor exerça o direito de executar a garantia, deve constituir o devedor em mora. Somente com tal constituição é
que surge o interesse de agir para a ação de busca e apreensão. Não cabe falar em equiparação do devedor fiduciário com o
fiel  depositário, muito menos  em prisão  civil. Súmula Vinculante nº  25: É  ilícita  a  prisão  civil  de  depositário  infiel,
qualquer que seja a modalidade de depósito.
 
PROPRIEDADE SUPERFICIÁRIA (Art. 1369 a 1377 do CC): Direito real de construir e plantar em imóvel alheio,
conferido pelo FUNDIEIRO (proprietário do solo) em benefício do SUPERFICIÁRIO  (titular do direito), que passará a
exercer a posse direta da coisa, dentro de prazo determinado. É o direito real de  ter coisa própria  incorporada em terreno
alheio  (exceção  à  regra  de  que  o  proprietário  do  solo  torna­se  proprietário  de  tudo  o  que  for  nele  construído/plantado  –
princípio de acessão). 
Direito real sobre coisa alheia: pode ser transferido por ato inter vivos ou causa mortis;
– Finalístico: construir ou plantar. – Temporariedade;
– Há presunção de gratuidade, mas pode ser convencionado um pagamento, na concessão onerosa;
 
Código Civil x Estatuto da Cidade : O Estatuto daCidade (Lei n° 10.257/01), Arts 21 a 23:  regulam o direito real de
superfície, de forma pouco diferenciada do tratamento conferido pelo CC.
Enunciado n° 93: As normas previstas no CC, regulando o direito de superfície, não revogam as normas relativas a direito
de superfície constantes do Estatuto da Cidade
Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou
indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartório de registro de imóveis.
1oO direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na
forma estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística.
Art. 23. Extingue­se o direito de superfície: I – pelo advento do termo;
II – pelo descumprimento das obrigações contratuais assumidas pelo superficiário.
 
SUJEITOS:  Fundieiro  ou  concedente:  proprietário  do  solo.  Faz  jus,  na  hipótese  de  concessão  onerosa,  ao  cânon
superficiário, que é o pagamento pela utilização de sua propriedade. Pelo art. 1.370, CC/02, o pagamento pode ser efetuado
de uma só vez, ou parceladamente, conforme convencionado pelas partes.
Superficiário:  proprietário  das  construções  e/ou  plantações.  Possui  o  chamado direito  de  implante  e  tem  a  posse  direta
sobre o solo que exerce tal direito. Pessoa jurídica de direito público pode constituir superfície, que será regida pelo Código
Civil e lei especial.
 
Constituição  da  Superfície:  Consensual:  neste  caso,  assume  caráter  contratual,  podendo  ser  onerosa  ou  gratuita.  Por
decorrer da vontade das partes, está sujeita à autonomia privada.
Transferência da Superfície: Ato inter vivos;
Ato mortis causa. Admite­se a transmissão da superfície aos herdeiros do superficiário.
Ao fundieiro não assiste direito de remuneração sobre a transferência da superfície. Há, porém, direito de preferência, tanto
ao superficiário, quanto ao fundieiro, nos casos de alienação.
– Extinção antecipada: desvio de finalidade.
– Desapropriação: indenização ao proprietário e ao superficiário.
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DIREITO DE VIZINHANÇA: Refletem limitações ao direito de propriedade. Constituem obrigações propter  rem, que
nascem com a própria propriedade, com deveres impostos aos vizinhos, de maneira recíproca.
Princípios: a) função social da propriedade, como limite à autonomia privada dos proprietários;
1. b) solidariedade, sobretudo nas situações de passagem forçada e nas servidões de cabos e tubulações;
2. c) vedação do enriquecimento sem causa.
Natureza jurídica: a) teoria das servidões legais;
1. b) obrigações propter rem (teoria que prevalece).
Espécies: 1 – Uso anormal da propriedade (arts. 1.277 a 1.281, CC).
Utilização abusiva da propriedade que implica em abalo à saúde, sossego e/ou segurança da vizinhança. A doutrina destaca
que os critérios para determinar o uso anormal da propriedade são:
A – grau de tolerabilidade da perturbação; B – localização do imóvel;
C – natureza da utilização ou da perturbação.
Os arts. 1.280 e 1.281, CC, possibilitam o manejo das ações demolitória e de dano infecto.
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste,
quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.
Art. 1.281. O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano
iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual.
 
2 – Árvores limítrofes (arts. 1.282 a 1.284, CC)
Art. 1.282. A árvore, cujo tronco estiver na linha divisória, é comum aos donos dos prédios confinantes.
Art. 1.283. As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical
divisório, pelo proprietário do terreno invadido.
Art. 1.284. Os frutos caídos em terreno vizinho pertencem ao dono do solo onde caíram.
 
3  – Passagem  forçada: Art.  1.285.  O  dono  do  prédio  que  não  tiver  acesso  a  via  pública,  nascente  ou  porto,  pode,
mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem.
1o Sofrerá o constrangimento o vizinho cujo imóvel mais natural e facilmente se prestar à passagem.
2o Se ocorrer alienação parcial do prédio, de modo que uma das partes perca o acesso a via pública, nascente ou
porto, o proprietário da outra deve tolerar a passagem.
3o Aplica­se o disposto no parágrafo antecedente ainda quando,  antes da alienação,  existia passagem através de
imóvel vizinho, não estando o proprietário deste constrangido, depois, a dar uma outra.
 
4  –  Passagem  de  cabos  e  tubulações:  Art.  1.286.  Mediante  indenização  que  atenda  à  desvalorização  da  área
remanescente,  o proprietário  é  obrigado  a  tolerar  a  passagem,  através  de  seu  imóvel,  de  cabos,  tubulações  e  outros
condutos  subterrâneos de  serviços de utilidade pública,  em proveito de proprietários vizinhos, quando de outro modo  for
impossível ou excessivamente onerosa.
Art. 1.287. Se as instalações oferecerem grave risco, será facultado ao proprietário do prédio onerado exigir a realização de
obras de segurança.
 
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5 – Águas: Art. 1.288. O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do
superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não
pode ser agravada por obras feitas pelo dono do prédio superior.
 
6 – Limites entre prédios e direito de tapagem:  Art. 1.297: O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de
qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os
dois  prédios,  a  aviventar  rumos  apagados  e  a  renovar marcos  destruídos  ou  arruinados,  repartindo­se  proporcionalmente
entre os interessados as respectivas despesas.
Art. 1.298. Sendo confusos os limites, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o
terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a
um deles, mediante indenização ao outro.
 
Diferenças dos direitos de vizinhança e servidões prediais (art.  1378 a 1389 CC)
1. a) Direitos de vizinhança têm como fonte imediata a lei, não podendo o proprietário do prédio serviente se opor à
utilização  pelo  prédio  dominante.  As  servidões  prediais  são  constituídas  através  de  acordo  entre  as  partes,
dependendo de anuência expressa de ambos os proprietários dos prédios envolvidos;
2. b)  Direitos  de  vizinhança  são  obrigações  propter  rem  decorrentes  do  direito  de  propriedade.  As  servidões
prediais são direitos reais;
3. c) os direitos de vizinhança são, em regra, insuscetíveis de usucapião. As servidões prediais, em determinadas
hipóteses, estão sujeitas a usucapião;
4. d)  os direitos  de  vizinhança  somente  são  extintos  pela modificação  objetiva  da  situação material  que  deu
origem a eles. As servidões prediais podem ser extintas por acordo de vontades;
5. e) os direitos de vizinhança surgem da necessidade de assegurar o exercício útil e pacífico da propriedade por
todos. As servidões prediais surgem pela comodidade e vontade dos proprietários.
 
Art.  1.378: A  servidãoproporciona  utilidade para  o  prédio  dominante,  e  grava  o  prédio  serviente,  que  pertence  a
diverso dono, e constitui­se mediante declaração expressa dos proprietários, ou por  testamento, e subseqüente  registro no
Cartório de Registro de Imóveis.
Art.  1.379.  O  exercício  incontestado  e  contínuo  de  uma  servidão  aparente,  por  dez  anos,  nos  termos  do  art.  1.242,
autoriza o interessado a registrá­la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo­lhe como título a sentença que julgar
consumado a usucapião.
Parágrafo único. Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.
CONDOMÍNIO (art.1314 a 1326 CC): É uma exceção à exclusividade do direito de propriedade, cuja titularidade é
plural. Cada condômino tem uma quota indivisa sobre o bem, de modo que seu direito de propriedade incide sobre esse bem
por inteiro, na proporção de sua quota.                                                                                                              Todos os
comunheiros têm direitos qualitativamente iguais sobre a totalidade da propriedade. Em caso de dúvida, presumem­se iguais
os quinhões de cada condômino (presunção juris tantum).
Natureza Jurídica – Teoria da propriedade integral ou teoria individualista:  Cada condômino é proprietário de toda a
coisa exercendo direito de propriedade limitado pelos direitos dos outros condôminos.  
–  Teoria  coletivista  ou  das  propriedades  plúrimas  parciais:  Condomínio  é  uma  espécie  de  soma  intelectual  de
propriedades.  
 
CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS
Quanto ao objeto
1. A)   Condomínio universal; B)   Condomínio parcial. 
Quanto à necessidade
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1. A)   Condomínio transitório; B)   Condomínio permanente.
Quanto à forma
1. A)   Condomínio pro diviso B)   Condomínio pro indiviso.
Quanto à origem
1. A)   Condomínio Voluntário ou Convencional;
2. B)   Condomínio Incidente  (Eventual)  ou Acidental (doação ou testamento);
3. C)   Condomínio Forçado ou necessário(paredes, cercas, muros, valas, etc.)
 
Direitos e deveres dos condôminos:
1 – Condomínio necessário ou forçado (arts. 1.327 a 1.330 do CC).
Objeto: paredes, cercas, muros, valas, tapumes e formação de ilhas. Condomínio especial do Estatuto da Cidade (usucapião
coletiva).
Todas  as  despesas  com  a  conservação  devem  ser  partilhadas  e  os  comunheiros  devem  utilizar  a  coisa  de  modo  a  não
prejudicar uns aos outros.
Feita  a obra  sem a  anuência do  confinante,  este pode  adquirir  a meação  através do depósito da despesa que  lhe  caberia.
Enquanto não houver sido efetuado o depósito, não pode o confinante beneficiar­se a obra realizada pelo outro.
 
2­ Condomínio voluntário (arts. 1.314 a 1.326, CC)
1. A) Poder de proteção da coisa comum contra qualquer pessoa.
2. B) Direito de uso conforme sua destinação e exercício de todos os direitos compatíveis com a indivisão.
Obs: o direito de usar importa em o condômino suportar os ônus da conservação, da perda e da deterioração da coisa, além
de responder pelos frutos que percebeu sem o consenso dos demais.
1. C) Direito de alienar a respectiva parte indivisa. Direito de preferência ou prelação (prazo decadencial de 180 dias
para anular o ato de transferência do domínio) e pluralidade de condôminos interessados (art. 504, CC/2002).
2. D) Direito de  gravar a parte indivisa com ônus reais.
3. E)  Responder  pelas  dívidas  contraídas  em  favor  do  condomínio,  com  respectivo  regresso  contra  os  demais
 condôminos.
4. F) Renúncia à fração ideal.
5. G)  Impossibilidade  de  dar  posse,  uso  ou  gozo  da  propriedade  a  estranho  sem  a  anuência  prévia  dos  demais
comunheiros. Direito de retomada.
Administração do Condomínio  art. 1323 a 1326 CC.
A administração deve ser escolhida pela maioria dos condôminos, podendo recair sobre alguém estranho à comunhão. Todos
os  atos  praticados  pelo  administrador  do  condomínio,  obriga  os  demais.  Em  não  havendo  escolha  do  administrador,
presumir­se­á como sendo este o condômino que, por iniciativa própria, pratica atos de gestão sem oposição dos demais.
Os votos são computados conforme o valor do quinhão do comproprietário.
As  deliberações  tomadas  pela  maioria  absoluta  dos  votos,  são  obrigatórias  a  todos.  Caso  não  seja  alcançada  a  maioria
absoluta, o juiz decidirá a requerimento de qualquer condômino, ouvidos os demais.
Os frutos serão partilhados na proporção dos quinhões.
Art. 1.323. Deliberando a maioria sobre a administração da coisa comum, escolherá o administrador, que poderá ser estranho
ao condomínio; resolvendo alugá­la, preferir­se­á, em condições iguais, o condômino ao que não o é.
Art. 1.325. A maioria será calculada pelo valor dos quinhões.
1o As deliberações serão obrigatórias, sendo tomadas por maioria absoluta.
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2o Não sendo possível alcançar maioria absoluta, decidirá o juiz, a requerimento de qualquer condômino, ouvidos
os outros.
3o Havendo dúvida quanto ao valor do quinhão, será este avaliado judicialmente.
Art.  1.326.  Os  frutos  da  coisa  comum,  não  havendo  em  contrário  estipulação  ou  disposição  de  última  vontade,  serão
partilhados na proporção dos quinhões.
 
Extinção do Condomínio: Por ser um estado anormal da propriedade, o condomínio pode ser extinto, com exceção dos
casos de condomínio forçado e de coisa indivisível. Desta forma, extingue­se o condomínio ordinário:
1. A) Em 5 anos, nos casos de condomínio consensual. Este prazo pode ser prorrogado, conforme  art. 1320 parágrafo
10 do CC.
Art. 1.320. A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela
sua parte nas despesas da divisão.
1o Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível
de prorrogação ulterior.
1. B)  Em 5 anos, nos casos de condomínio eventual estabelecido pelo doador ou testador.
2. C)  Antes do prazo estabelecido, pelo juizo, a requerimento do interessado, em decorrência de razões graves.
3. D)   Pela venda da coisa.
Extinto o condomínio, proceder­se­á a divisão da área condominial, que pode ser feita de forma amigável (escritura pública)
ou judicialmente e tem efeito declaratório.  As regras de divisão do condomínio seguem, no que couber, as regras de partilha
da herança.
 
CONDOMÍNIO EDILÍCIO: Constituído com um ato de edificação.
Referências  legislativas:  arts.  1.331  a  1.358,  CC/02;  Lei  n°  4.591/64  (dispõe  sobre  o  condomínio  em  edificações  e  as
incorporações imobiliárias); Lei n° 4.864/65 (cria medida de estímulos à construção civil).
 
Natureza Jurídica: O condomínio edilício caracteriza­se pela justaposição de propriedades distintas e exclusivas com áreas
comuns  (art.  1331, caput),  tais  como  o  solo  em  que  a  edificação  é  erguida,  as  fundações, muros,  corredores,  terraço  de
cobertura  (salvo  estipulação  contrária  na  convenção do  condomínio  (art.  1.331 §  5°)  e  tudo mais  que  se  destinar  ao  uso
comum. É um condomínio parcial, híbrido.
Personalidade  jurídica  do  condomínio:  O  condomínio  não  tem  personalidade  jurídica,  mas  tão  somente  capacidade
postulatória (ou personalidade judiciária). A compreensão do art. 12 do CPC é a de que o condomínio, embora possa compor
relação  jurídica  processual,  é  entidade  jurídica  despersonalizada,  assim  comoa  massa  falida,  o  espólio  e  a  herança
jacente. Essa posição é bastante questionável diante do princípio da operabilidade, uma das diretrizes do atual Código Civil.
Enunciado n° 90, I Jornada de Direito Civil, CJF: deve ser reconhecida a personalidade jurídica ao condomínio edilício.
 
Instituição do Condomínio: Art. 1.332.  Institui­se o condomínio edilício por ato entre vivos ou  testamento,  registrado no
Cartório de Registro de Imóveis, devendo constar, além do disposto em lei especial:
I  –  a  discriminação  e  individualização  das  unidades  de  propriedade  exclusiva,  estremadas  uma  das  outras  e  das  partes
comuns;
II – a determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e partes comuns;
III – o fim a que as unidades se destinam.
O Condomínio edilício pode ser instituído por ato inter vivos ou mortis causa,  registrado no cartório imobiliário, devendo
conter: discriminação e  individualização das unidades de propriedade exclusiva,  estremadas umas das outras e das partes
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comuns; determinação da fração ideal atribuída a cada unidade, relativamente ao terreno e às partes comuns; o fim a que as
unidades se destinam.
O condomínio é, então, instituído por:  a) Destinação do proprietário do edifício;
1. b)  Incorporação (proprietário do terreno, promitente comprador do terreno e o cessionário do terreno);
2. c)  Testamento.
 
Constituição do Condomínio (art. 1.333): A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares
de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna­se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades,
ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção.
Parágrafo  único.  Para  ser  oponível  contra  terceiros,  a  convenção  do  condomínio  deverá  ser  registrada  no  Cartório  de
Registro de Imóveis.
A lei distingue a instituição da constituição do condomínio. A constituição se dá pela convenção do condomínio, feita por
escritura  pública  ou  instrumento  particular,  subscrita  por  ao  menos  2/3  das  frações  ideais  (incluindo  os  promitentes
compradores  e  os  cessionários  de  direitos  a  elas  relativos)  e  registrada  no  Cartório  de  Registro  de  Imóveis
(oponibilidade erga omnes).
A convenção do condomínio é obrigatória tanto aos condôminos quanto aos possuidores e/ou detentores.
Convenção do Condomínio: Instrumento no qual são prefixadas as normas adotadas para o condomínio em plano horizontal,
inclusive o modo como será administrado. Deve conter na convenção (art. 1.334):
– A quota proporcional e o modo de pagamento das contribuições dos condôminos para atender às despesas ordinárias e
extraordinárias do condomínio;
–  A forma da administração;
– A competência das assembléias, a forma de sua convocação e o quorum exigido para as deliberações;
–  As sanções (condôminos ou possuidores);
–  Regimento interno (tudo o que não for essencial para a constituição e funcionamento do condomínio, possuindo cunho
circunstancial e mutável). 
 
São direitos dos condôminos:
1. a) Sobre a unidade autônoma:
– Usar conforme sua destinação, embora o uso possa sofrer limitações;
–  Alienar independente do consentimento dos demais; –  Gravar com ônus reais.
Obs: o ato de alienação da parte divisa importa em igual transferência de titularidade sobre a parte indivisa.
1. b) Sobre a parte indivisa:
–  Utilização da área condominial conforme sua destinação (vestíbulo, corredores, escadas, elevadores);
–  Votar  nas  deliberações  da  assembléia  e  delas  participar,  estando  quite.  Este  mesmo  direito  também  assiste  aos
compossuidores que estiverem em dia com as contribuições condominiais.           
 
Deveres dos condôminos:
– Contribuir para as despesas do condomínio, na proporção de suas frações ideais (obrigação propter rem). Em alguns casos,
esta fixação é feita conforme a área da unidade autônoma do condômino (estipulação expressa na convenção);
– Não realizar obras que comprometam a segurança da edificação;
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– Não alterar a forma e a cor da fachada, das partes e esquadrias externas;
–  Dar  às  suas  partes  a  mesma  destinação  que  tem  a  edificação  e  não  as  utilizar  de  maneira  prejudicial  ao  sossego,
salubridade e segurança dos possuidores ou aos bons costumes;
– Responder o adquirente da unidade autônoma pelos débitos condominiais existentes, com os juros e a correção monetária.
Efeitos do inadimplemento relativo das contribuições condominiais:
– 1% ao mês a título de juros moratórios e multa de até 2% (cláusula penal). Esta multa, à luz do direito anterior (art. 12, Lei
n° 4.591/64), era de 20% e foi reduzida conforme o parâmetro estabelecido pelo CDC.
Efeito do descumprimento dos deveres condominiais:
– multa  de  até  5  vezes  o  valor  das  contribuições  condominiais,  independente  das  perdas  e  danos.  Esta multa  deve  estar
prevista na convenção do condomínio; caso contrário, a assembléia deliberará, por 2/3 dos demais condôminos, o valor da
multa.
 
Infrações reiteradas (incluindo a  inadimplência): – multa de até o quíntuplo das contribuições condominiais, aprovada
por deliberação de ¾ dos demais condôminos, tomando por parâmetros a reincidência e a gravidade das faltas; 
Comportamento incompatível com a convivência no condomínio:
–  multa  de  até  10  vezes  o  valor  das  contribuições  condominiais,  podendo  ser  aplicada  pelo  síndico,  independente  de
deliberação da assembléia, que precisa, apenas, ratificar o ato posteriormente, com votos de ¾ dos demais condôminos.
 
Administração do Condomínio: Assembléia geral
Órgão deliberativo formado pelos condôminos, equiparados a estes os promitentes­compradores e os cessionários de direitos
relativos às unidades autônomas (art. 1.334, § 2°). Todos os condôminos devem ser convocados à Assembléia, sob pena de
nulidade da mesma (art. 1354). Condômino inadimplente: discussão.
Poderá, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, destituir o síndico que praticar irregularidades, não prestar contas,
ou não administrar convenientemente o condomínio.
–  Aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas;
–  Eleger substituto para o síndico;
–  Alterar a convenção, sob aprovação de 2/3 dos votos dos condôminos;
–  Alterar a destinação do edifício ou da unidade imobiliária, sob a aprovação unânime dos condôminos –  Eleger o conselho
fiscal.
Convocações da Assembléia geral: –  Primeira convocação: maioria absoluta dos votos dos condôminos;
–  Segunda convocação: maioria dos votos dos presentes, salvo quorum especial
Administração  do  Condomínio:  Órgão  deliberativo  formado  pelos  condôminos,  equiparados  a  estes  os  promitentes­
compradores e os cessionários de direitos relativos às unidades autônomas. Todos os condôminos devem ser convocados à
Assembléia, sob pena de nulidade da mesma (art. 1354). Condômino inadimplente: discussão.
Compete à Assembléia geral: –   Escolher (art. 1.347) e destituir o síndico (art. 1.349);
–  Aprovar o orçamento das despesas, as contribuições dos condôminos e a prestação de contas;
–  Eleger substituto para o síndico;
–  Alterar a convenção, sob aprovação de 2/3 dos votos dos condôminos;
–  Alterar a destinação do edifício ou da unidade imobiliária, sob a aprovação unânime dos condôminos –  Eleger o conselhofiscal.
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Convocações da Assembléia geral: –  Primeira convocação: maioria absoluta dos votos dos condôminos;
–  Segunda convocação: maioria dos votos dos presentes, salvo quorum especial
 
Extinção do Condomínio: O condomínio é extinto por:
– Destruição. Neste  caso,  a Assembléia  pode,  sob  voto  da maioria  absoluta,  optar  pela  reconstrução  ou  pela  venda. Na
hipótese  de  venda,  o  valor  apurado  será  dividido  entre  os  condôminos  conforme  o  valor  de  sua  unidade  autônoma  (art.
1.357, § 2°).
– Desapropriação.
 
Servidão predial: Aspectos Gerais: A servidão predial é o direito real de fruição ou de gozo (jus in re aliena) constituído,
pela  lei  ou  pela  vontade  das  partes,  em  favor  de  um prédio  dominante,  sobre  outro  prédio  serviente,  pertencente  a  dono
diferente. A servidão  impõe ao prédio serviente um encargo,  restringindo as  faculdades de uso e de gozo do proprietário
deste prédio.
Requisitos da servidão: – Existência de dois prédios
– Encargo imposto ao prédio serviente em benefício de outro prédio prédio (dominante);
– Prédios de propriedades distintas. 
 
Servidões prediais (servitutes preaediorum) x servidões pessoais (servitutes personarum)
Servidão predial: encargo imposto ao prédio. A servidão não se dá entre os titulares dos imóveis, mas entre os prédios.
Servidão pessoal: expressão em desuso que significava a relação entre a pessoa e a coisa sobre o mesmo objeto.
Servidões  prediais  x  passagem  forçada:  As  passagens  forçadas  pertencem  ao  direito  de  vizinhança,  e  referem­se
exclusivamente aos prédios encravados, sem acesso à via pública, nascente ou porto, o que não ocorre com as servidões.
Autores há que classificam a passagem forçada como uma espécie de desapropriação e outros como uma forma especial de
servidão de passagem.
Sujeitos da relação de servidão: As servidões, uma vez instituídas, gravam (ônus reais) o prédio serviente em benefício do
prédio dominante de forma perene, só podendo ser extintas mediante o cancelamento do registro.
Assim, há na servidão uma titularidade ativa indeterminada, que recai sobre o proprietário do prédio dominante (o dono da
servidão), e uma titularidade passiva indeterminada, que recai sobre o proprietário do prédio serviente.
Finalidade:  Limitando  a  faculdade  de  uso  e  de  gozo  do  proprietário  do  prédio  serviente,  proporcionar  um  melhor
aproveitamento do prédio dominante, tornando­o mais útil, agradável ou cômodo.
Características:– Indivisibilidade (art. 1.386). A servidão onera o prédio serviente, ainda que ele esteja em condomínio ou
que venha a ser posteriormente parcelado. Neste caso, todos os imóveis decorrentes do parcelamento continuarão onerados
com  a  servidão.  Em  decorrência  da  indivisibilidade,  as  servidões  não  se  estendem,  nem  se  ampliam,  salvo  hipóteses
expressamente previstas na lei.
– Perpetuidade. A lei regula, contudo, algumas hipóteses de extinção da servidão.
– A  servidão não  se  presume,  devendo decorrer  da  lei  ou  da  vontade  das  partes  (art.  696, CC/16),  sendo necessário  seu
registro no Cartório de Imóveis. Em alguns casos, o juiz determina a servidão.
– Inalienabilidade. Não pode ser vendida, total ou parcialmente, muito menos ser gravada com outra servidão.
Classificações: A) Quanto à natureza dos prédios:
– Urbanas (ex. não construir prédio além de determinada altura) ou rurais (ex. pastagem, trânsito).
1. B) Quanto ao modo do exercício:
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– Contínuas (subsistem independente de ato humano direto, e.g. servidão de energia  elétrica) ou descontínuas (dependem de
ação humana seqüencial, e.g. servidão de trânsito).
– C) Quanto à exteriorização:
– Aparentes ou não aparentes. Nas servidões aparentes há sempre marcas que indicam a existência da servidão, como obras
e outras marcas visíveis.
1. D) Quanto à origem:
– Legais (coativas): Código de Águas, Código de Minas.
– Convencionais.
Obs: Súmula n° 415, STF: Servidão de trânsito não titulada, mas    tornada permanente, sobretudo pela natureza das obras
realizadas, considera­se aparente, conferindo direito à proteção possessória.
 
Constituição das Servidões: As servidões podem ser constituídas por:
– Ato inter vivos. Neste caso, por força do art. 108, CC/02, a constituição se dará por escritura pública;
Art.  108. Não dispondo a  lei  em contrário,  a  escritura pública  é  essencial  à validade dos negócios  jurídicos que visem à
constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior
salário mínimo vigente no País.
–  Testamento (mortis causa);
– Usucapião ordinário (prazo de 10 anos, no caso de posse com justo título e boa­fé) ou extraordinário (prazo vintenário).
– Sentença judicial  – Destinação do proprietário.
 
Exercício  das  Servidões:  Cabe  ao  dono  da  servidão,  exceto  disposição  expressa  no  título  constitutivo,  realizar  todas  as
obras necessárias ao uso e conservação da mesma.
Ao  proprietário  do  prédio  serviente,  assiste  o  direito  de  renúncia  à  propriedade  ao  dono  da  servidão.  Ainda  que  o
proprietário do prédio dominante não aceite a propriedade da servidão, ele continuará obrigado a custear as obras de uso e
manutenção.
Restrição e ampliação da servidão – parâmetros legais (art. 1.385, CC/2002): finalidade, servidão de trânsito e necessidades
de cultura ou indústria (indenização ao proprietário do prédio serviente).
 
SERVIDÃO: Extinção das Servidões:
–  Pela confusão; –  Por convenção;
–   Pela renúncia (feita por escritura pública e registrada no Cartório de Imóveis);
–  Pelo não uso contínuo por 10 (dez) anos; –  Pelo decurso do prazo ou implemento da condição;
–  Pela desapropriação; –  Uma vez cessada a utilidade ou a comodidade para o prédio dominante;
–  Resgate, feito por escritura pública;
–  Supressão das obras, nas servidões aparentes, por efeito de contrato ou outro título.
Obs: a extinção da servidão, exceto nas hipóteses de desapropriação, só produz eficácia erga omnes quando cancelada no
Registro de Imóveis.
 
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USUFRUTO: Aspectos Gerais: É direito real intransferível, personalíssimo, sobre coisa alheia, que atribui a uma pessoa a
faculdade de usar e fruir (usufruir) da coisa de outrem, temporariamente, desde que não lhe altere a substância. Ao lado do
uso e da habitação, o usufruto é considerado uma espécie de servidão pessoal, pois traduz a subordinação de um bem a uma
determinada pessoa que não é seu titular.
É necessário o registro, no respectivo cartório, do usufruto de bens imóveis.
Características: – Direito real limitado: reúne apenas as faculdades de uso e gozo (fruição);
– Direito real sobre coisa alheia: o usufrutuário não possui as faculdades de disposição e de reivindicação (nu­proprietário);
–  Direito  personalíssimo:  recai  sobre  a  pessoa  do  usufrutuário,  que  não  pode  transmitir  o  direito  a  outrem,  nem  seus
herdeiros podem suceder­lhe no usufruto (proibição do usufruto sucessivo).
– Temporariedade: o usufruto tem limitação temporal, diferente da perpetuidade dos direitos reais.

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