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PROTEÍNAS PLASMÁTICAS E SUA AVALIAÇÃO PELO LABORATÓRIO CLÍNICO PROFA Dra Luciene de C Cardoso Weide Principais proteínas plasmáticas dosadas no soro, funções e correlações clínicas decorrentes de suas alterações. ✓ Proteína total do soro= albumina (60%) + globulinas ✓Diminuição na concentração de proteína total, sugere alteração na síntese ou perda de albumina (síndrome nefrótica). ✓Alteração das sub classes de globulinas plasmáticas são úteis no diagnóstico e investigação de diversas patologias. Ex ↓ antitripsina (AAT- alfa-1-globulina)= enfisema pulmonar em jovens. ✓Marcadores biológicos da inflamaçao aguda – monitoramento de doenças Ex: ↑ CRP –indicativo de infecção. globulinas - (α) alfa-globulina - (β)beta--globulina - (γ) gamaglobulina { I - Aspectos estruturais gerais das proteínas 2) Os a.a em faixa de pH 7,0 encontram-se predominantemente como íons dipolares: 1) São constituídas de a-aminoácidos carbono α cadeia lateral (parte variável dos a.a.) pH = 1,0 pH< pI pH = 7,0 pI= pH pH = 11,0 pH> pI pI = pH no qual os aa apresentam carga liq 0 EX: Tampão de eletroforese (Tris-Glicina) pH= 8,5-9,5 3) Os a.a são unidos pelas ligações peptídicas para formar a cadeia polipeptídica: 4) As proteínas podem ser constituídas de uma ou mais cadeias polipeptídicas. 5) Também podem fazer parte de uma proteína outros constituintes não a.a - grupamentos prostéticos (metais, carboidratos, lipídios, etc.) 6) A maior fonte de aa é a dieta. → aa essenciais ( 8 a 10 dos 22 aa) e não essenciais (endógenos). TLC = Cromatografia em camada fina da urina. 1= alanina 2= serina 3= glicina 4=glutamina 5= histidina 6= lisina/ornitina VARIAÇÃO NA EXCREÇÃO URINÁRIA DE AA COM A IDADE neonato criança adulto Neonato aminoacidúria > adulto 1) Os exames podem ser solicitados com os seguintes objetivos principais: a - Avaliação do teor total de proteínas na amostra (dosagem de proteína total). b - Avaliação do teor de classes e sub-classes das proteínas presentes na amostra. c - Dosagem específica de uma determinada proteína presente na amostra. Ex: Screening Doença de Wilson (dosagem de ↓ Cp- alfa-2-globulina) albumina e globulinas - alfa-1-globulina - alfa-2-globulina -beta-globulina - gamaglobulina { II - Aplicação clínica do estudo de proteínas nos líquidos biológicos : 2) A metodologia a ser empregada varia de acordo com a abordagem do estudo: a)Proteína total a.1 - Proteína total em líquido rico em proteína (concentração > 1 g/dL). Reação de Biureto: sulfato de cobre em meio alcalino reage com as ligações peptídicas, originando um composto corado (roxo). 550 nm a.2 - Proteína total em líquido pobre em proteína - precipitação com ácidos (TCA) - métodos turbidimétricos e nefelométricos (Imunoquímicos). b) Na avaliação de classes e sub-classe de proteínas - explora-se propriedades diferentes entre grupos de proteínas: ⇒ Eletroforese - carga e tamanho das proteínas Acetato de Celulose ou Gel de Agarose c) Avaliação de proteínas específicas - propriedade específica de uma determinada proteína que não seja comum a outras.Técnicas imunoquímicas ou bioquímicas (ativ enzimática). ♣ O plasma é um líquido biológico muito rico em proteínas e mais de 300 diferentes proteínas já foram identificadas III - Estudos das proteínas plasmáticas , CRP Padrão eletroforético das principais proteínas plasmáticas encontradas no soro CRP Perfil eletroforético de paciente atendido no HOSPED/ UFRN, correspondente ao Processo inflamatório agudo. γ β α2 α1 albumina Perfil eletroforético de paciente atendido no HOSPED/ UFRN, correspondente ao proteinograma normal. ↓ ↑ ↑ RBAC, vol 37 (4): 239-242,2005 PRINCIPAIS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS AVALIADAS NO LABORATÓRIO CLÍNICO PROTEÍNAS DE FASE AGUDA - Positivas ou negativas -São proteínas que geralmente exibem elevação ou diminuição de suas conc. Plasmáticas em resposta à inflamação decorrente de infecções, lesões, cirurgias, traumas, etc. ➢ ALBUMINA •Manutenção da pressão oncótica. •Transporte de hormônios, ácidos graxos, drogas lipossolúveis, cálcio. hiperalbuminemia Desidratação. Rara. hipoalbuminemia - defeitos de síntese (cirrose hepática, hepatite viral), infecção bacteriana, neoplasias malignas. - Síndrome nefrótica- albumina + (urina) - Diagnóstico de enteropatias perdedoras de proteínas – níveis elevados nas fezes - ↓ inflamação aguda.- IL-1 e 6, TNFa: ↓ síntese de albumina. ❑ ½ vida = 19 dias. ➢ PRÉ-ALBUMINA OU TRANSTIRRETINA ❑½ vida = 2 dias (indicador sensível da desnutrição) - Marcador do estado nutricional e da função hepática. - Transporte de T3 e T4 Marcadores de fase aguda negativo (↓ na inflamação e malignidade). ➢ ➢ α-1-GLOBULINAS ✓ α-1-Antitripsina – AAT -Principal inibidor de protease (↑ conc.) no plasma. -Inibe a elastase liberada por PNM na árvore traqueobrônquica que hidrolisa a elastina (epitélio pulmonar). - Deficiência de AAT no plasma– Associado a enfisema pulmonar em adulto jovem. - Diagnóstico de enteropatias perdedoras de proteínas – níveis elevados nas fezes - Proteína de fase aguda positiva ✓ α-1-Glicoproteína ácida – AAG - liga a progesterona - estrogenio :↓AAG plasmática. -cortisol : ↑ AAG plasmático (S. Cushing, predinisona e dexametasona) - sem efeito biológico conhecido, liga-se a subst lipofílicas. Proteína de fase aguda positiva ➢Haptoglobina – HAP/HP Proteína de fase aguda positiva - liga a hemoglobina, impedindo a perda renal do Fe +2 . - impede o uso do Fe +2 por bactérias (E.coli). - HP+ HEMOGLOBINA= hidrólise de H202 liberado dos leucócitos (PMN) durante a fagocitose. níveis elevados - Condições de hemólise intravascular exacerbada ou aumento do “turnover” de Hb nas anemias hemolíticas. ❑ Cortisol ↑ HP, dosado em paralelo a glicoptn ácida- AAG. ➢a-2-Macroglobulina – AMG - Inibidor de proteases - ↓ AMG livre no ca próstata (AMG+PSA) e pancreatite aguda. - Estrogênio= ↑ concentração plasmática - aumentada no plasma: S Nefrótica: ( alto PM -725 KDA, eleva-se 10 x no plasma , devido a perda de proteínas de baixo PM).] Não é uma Proteína de fase aguda ➢a-2-GLOBULINAS a-2-GLOBULINAS ➢Ceruloplasmina – CER - Proteína de fase aguda positiva - Transporte de 95% do cobre (Cu+2) no plasma. - Enzima ferroxidativa: oxida Fe +2 a Fe +3 - Incorporação de Fe +3 na transferrina. - Doença de Wilson – ↓CER: deficiência de ATPase que transfere Cu à ceruloplasmina → elevações da conc. de cobre livre – depósitos destes em determinados tecidos (fígado, íris, SNC). Anel de Keyser-Fleischer (amarelo-dourado) ➢ß-GLOBULINAS PROTEÍNA C-REATIVA (CRP) -Interage com o polissacarídeo C de Bactéias ,fungos e parasitas. Ativa via do complemento, promove fagocitose de partículas estranhas. - Aumento de 2.000 x o valor normal em: Infarto agudo do miocárdio (IAM) Estresse, trauma, infecção, inflamação, cirurgia e metástases. - Proteína de fase aguda positiva elevação em 6-12horas, pico em 24-48 hs. ✓Transferrina Proteína de fase aguda negativa - Principal proteína de transporte de ferro no plasma - deficiência de Ferro → ↑ transferrina - má nutrição → transferrina muito baixa apesar do deficit de ferro. - Importância para o diagnóstico diferencial da anemia (ferropriva ou hipocrômica=def de transferrina). ✓Ferritina: A função primária é de acumular o ferro intracelular protegendo a célula dos efeitos tóxicos do metal livre constituindo uma reserva de ferro rapidamente mobilizável. Indicador da quantidade de ferro armazenada no organismo. Absorção na mucosa intestinal → Fe+2 → Fe+2 SRE do baçodegradação da hemoglobina →Fe+3 Ferritina Fe+2 CER Fe+3 Medula óssea Fe+3→ hemoglobina Ferritina Fe+3 TRANSFERRINA Hepatócito Ferritina Fe+3 Hemossiderina (estoque de Fe+3) Tecidos Citocromos Fe+3 Enzimas do ciclo de Krebs Eliminação pelas fezes → Fe +3 → Fe+3 Transferrina como elo entre as vias metabólicas do ferro Hemossiderina Avaliações laboratoriais nas doenças relacionadas ao metabolismo do Ferro -1 mol. De transferrina → 2 sítios de ligação -“pool” plasmático de TRF: 1/3 combinados ao Fe +3 e 2/3 livres -% de saturação da TRF ~ 30 a 38% a) b) Determinação da capacidade total de ligação ao Fe+3 (TIBC): -TIBIC é diretamente proprocional à transferrima - % de saturação da TRF ~ 30 a 38% c) Percentagem de saturação da TRF: % sat.TRF = no de sítios ocupados no total de sítios de ligação % sat = 100 x Fe sérico TIBC A transferrina pode ser avaliada diretamente por dosagens imunoquímicas ou indiretamente pela TIBC. TFR (mg/dL) = 0,70 x TIBC (μg/dL) Anemia ferropriva ( FERRO SÉRICO) Interesse em avaliar Hemocromatose ( FERRO SÉRICO) Fe sérico, TIBC e % sat.TRF Níveis de Fe sérico e TIBC em várias situações clínicas -Gamopatias policlonais: aumento heterogêneo de Ig G(fração gama), com estruturas diferentes nas regiões variaveis da IG Ex: artrite reumatóide, lupus, esquistossomose, tuberculose e cirrose. - ➢ γ-GLOBULINAS ➢ γ-GLOBULINAS - -Gamopatias monoclonais- produção aumentada de um único tipo de Ig (G,A, M) , aumento homogêneo e uniforme da fração gama. Ex mieloma múltiplo. Paraproteína/ Proteína M pico na urina Variante da cadeia leve do mieloma múltiplo (pico na urina). 20% dos casos de mieloma múltiplo. Proteínas de Bence Jones Variante da cadeia leve do mieloma múltiplo (pico na urina). Proteínas de Bence Jones -Hipogamaglobulinas –ausência de ac, resultando em infecções frequentes. EX: Mieloma Múltiplo (mau prognóstico), podelendo levar à falência renal. ➢γ-GLOBULINAS OBRIGADA!!!!! Bibliografia -TIETZ:Fundamentos de química clínica, Burtis CA; Ashwood ER; Bruns DE.Ed:Elsevier, 6ª edição. -Métodos de laboratório aplicados à clínica, Oliveira Lima A; Benjamin Soares J e cols. Ed: Guanabara, 8ª edição. - Bioquímica. Stryer L. Ed: Guanabara, 5ª edição http://www.youtube.com/watch?v=CpnPLk5b2fU http://www.youtube.com/watch?v=J5qPKK0GGDo
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