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02 - Classificação dos custos

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Classificação dos custos
Ely Célia Corbari1
Joel de Jesus Macedo2
Os custos são classificados em relação a sua identificação aos produtos 
e, ainda, a sua variação diante das oscilações na quantidade produzida. Ao 
longo deste capítulo iremos tratar destas classificações.
Classificação dos custos quanto 
à identificação ao produto
A apropriação dos custos aos produtos depende de sua identificação ao 
produto, que pode ocorrer de forma direta ou indireta. A identificação é o 
reconhecimento da identidade dos insumos nos produtos, a forma com que 
se consegue relacionar a aplicação dos bens e serviços (insumos) nos itens 
produzidos ou nos serviços prestados.
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Je
su
s 
M
ac
ed
o.
Forma de 
identificação 
do custo ao 
produto
Direta – quando possui uma me-
dida de consumo dos insumos 
pelo produto.
Indireta – quando não há uma 
medida de consumo dos insumos 
pelo produto.
Figura 1 – Identificação do custo ao produto.
Alguns gastos com insumos podem ser diretamente apropriados aos pro-
dutos, desde que haja uma unidade de medida de consumo pelo produto, 
a exemplo das embalagens, da quantidade de matéria-prima e das horas 
de mão de obra utilizadas. Os gastos que possuem uma identificação direta 
com o produto são classificados como custos diretos, pois estão diretamente 
relacionados aos produtos.
Outros gastos produtivos, porém, não oferecem condições de uma 
medida objetiva e a sua apropriação ao produto ocorre por meio de alo-
cações muitas vezes arbitrárias, mesmo que visem a melhor relação causa/
efeito. São exemplos de gastos que não permitem uma medida exata de 
consumo pelos produtos: o aluguel da fábrica, a supervisão das linhas de 
produção, os seguros dos maquinários e do prédio da fábrica.
31
1Mestre em Contabilidade 
pela Universidade Federal 
do Paraná – UFPR. Pós-
graduada em Gestão Pú-
blica e, em Contabilidade 
e Gestão Estratégica pela 
Universidade Estadual do 
Oeste do Paraná – Unio-
este. Bacharel em Ciên-
cias Contábeis também 
pela Unioeste. Atua como 
professora de graduação 
e pós-graduação em ins-
tituições de nível superior. 
Possui diversos artigos 
publicados em revistas 
e congressos, é autora 
do livro Contabilidade 
Societária e do livro Con-
trole Interno e Externo na 
Administração Pública, 
ambos publicados pela 
Editora IBPEX.
2Mestre em Engenharia de 
Produção pela Pontifícia 
Universidade Católica do 
Paraná – PUC/PR, bacharel 
em Ciências Econômicas 
pela Universidade Federal 
do Paraná – UFPR. Atua 
como professor de gra-
duação e pós-graduação 
em instituições de nível 
superior. É consultor nas 
áreas de finanças públicas 
e de mercado de capitais. 
Possui artigos publicados, 
direcionados para a área 
pública e privada. Rece-
beu em dois anos conse-
cutivos o prêmio Sérgio 
Scorsin de melhor artigo 
científico na área de pes-
quisa operacional, no 
Congresso Internacional 
de Administração – ADM 
2010 e no Congresso In-
ternacional de Administra-
ção – ADM 2011. É autor 
do livro Controle Interno e 
Externo na Administração 
Pública editado pela Edi-
tora IBPEX.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
32
Classificação dos custos
Para Martins e Rocha (2010, p. 32) a classificação dos custos em diretos e 
indiretos diz respeito ao nível de precisão da mensuração de cada elemento 
de custo em relação a entidade objeto de custeio: “quanto mais precisa for a 
mensuração, mais direto é o custo”. Martins (2010) ressalta que a classifica-
ção dos custos em direto e indireto é com relação ao produto feito ou serviço 
prestado, e não à produção no sentido geral ou aos departamentos dentro 
da empresa.
Como custos diretos são classificados os gastos com insumos que pos-
suem uma medida fácil, objetiva e direta com o produto elaborado. Como 
custos indiretos, por sua vez, são classificados os gastos com insumos que 
não possuem uma medida direta de consumo pelos produtos e, por isso, 
precisam de rateios para a sua alocação.
Martins (2010, p. 49) expõe que “cada vez que é necessário utilizar qual-
quer fator de rateio para a apropriação ou cada vez que há o uso de estima-
tivas e não de medição direta, fica o custo incluído como indireto”. Para o 
autor, mesmo aqueles custos que tenham por natureza relação direta com 
os produtos podem ser lançados como custos indiretos devido à dificuldade 
de apropriação a cada unidade produzida, ou mesmo, devido à irrelevância 
desta medição ou ao desinteresse da empresa no tratamento rigoroso desta 
informação.
Mas por que é importante a classificação dos custos em diretos e indire-
tos? Martins e Rocha (2010) expõem que os principais objetivos da separa-
ção são:
obter o nível de precisão desejado na mensuração do custo dos pro- �
dutos;
gerar as informações de custos por produtos mais corretas possíveis; �
garantir confiabilidade às informações geradas; �
gerenciar o custo dos bens e serviços com eficiência e eficácia, a partir �
do conhecimento da sua relação com os produtos; e
conduzir, com precisão e acurácia, o processo de custeio de produtos �
e de outras entidades.
Conhecer o nível de precisão dos custos permite decisões mais acertadas 
sobre o volume de produção e sobre os preços a serem praticados consi-
derando a estrutura de custos e a quantidade produzida e vendida. Porém, 
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
Classificação dos custos
33
é preciso sempre considerar a relação custo-benefício dessa mensuração. 
Muitas vezes a busca da verdadeira causa e efeito é mais cara do que o be-
nefício da informação.
Custos diretos
Martins e Rocha (2010, p. 32) expõem que “todos os recursos utilizados 
exclusivamente para conceber, projetar, desenvolver e produzir um único 
produto são custos diretos, uma vez que a associação é direta, a relação é 
biunívoca e os custos podem ser quantificados com acurácia, precisão e 
objetividade”.
Somente aqueles custos identificáveis e mensuráveis, em relação a cada 
objeto de custeio (produto ou serviço), de maneira clara, direta e precisa é 
que devem ser classificados como custos diretos. Os custos são considera-
dos diretos quando podem ser identificados como pertencentes a este ou 
àquele produto. Caso as alocações sejam feitas por estimativas ou aproxima-
ções não se caracterizam os custos como diretos, mas sim, como indiretos.
A principal segregação dos custos diretos é:
Material Direto �
O Material Direto (MD) é formado pelas matérias-primas, embalagens e 
outros materiais utilizados diretamente no processo produtivo. Na fabrica-
ção do vinho, por exemplo, classifica-se como material direto a uva (matéria-
-prima), o frasco (embalagem) e a rolha e rótulo (outros materiais diretos).
Enquadram-se como material direto todo material utilizado como insumo 
de produção e que possui uma apropriação direta com o produto elaborado, 
ou seja, que pode ser identificado facilmente como pertencente a este ou 
àquele produto. Há materiais, porém, que são considerados indiretos devido 
à impraticabilidade de atribuir esses itens às unidades físicas específicas do 
produto.
Mão de Obra Direta �
A Mão de Obra Direta (MOD) é formada pelo gasto com pessoal que tra-
balha diretamente com o produto, desde que seja possível a mensuração 
clara do tempo despendido para cada produto e a identificação de quem 
executou o trabalho, sem qualquer apropriação indireta ou rateio.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
mais informações www.iesde.com.br
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Classificação dos custos
Se houver dificuldade ou impraticabilidade de atribuir o tempo despen-
dido da mão de obra às unidades específicas de um produto, o gasto com 
pessoaldeverá ser lançado como mão de obra indireta, a exemplo do pesso-
al da limpeza e vigilância.
Como mão de obra indireta, consideramos aquela em que não há medida 
efetiva de quanto tempo foi necessário para fabricar um único produto. 
Sempre que não é possível mensurar de forma efetiva a mão de obra aplica-
da ao produto e sejam necessários rateios, o gasto deixa de ser classificado 
como direto e passa a ser indireto. Assim, a mão de obra direta é aquela apro-
priável ao produto sem a necessidade de utilização de rateios.
Outros Custos Diretos �
Classificam-se como outros custos diretos os gastos identificados direta-
mente com a produção e não classificados em material direto ou mão de 
obra direta, a exemplo da energia elétrica, da manutenção de equipamen-
tos e de outros gastos que possuam uma unidade de medida que permita a 
apropriação direta ao produto.
Custos indiretos de fabricação
Os Custos Indiretos de Fabricação, mais conhecidos pela sua sigla CIFs, 
são todos os gastos identificados com a função de produção, mas que não 
permitem uma associação direta com o produto.
Martins e Rocha (2010, p. 39) expõem que “custos indiretos são aqueles 
alocados a cada entidade objeto de custeio por meio de estimativas e apro-
ximações. Sua alocação às entidades pode conter algum grau de subjetivida-
de e o nível de precisão da mensuração é inferior ao dos custos diretos”.
Sob sua classificação, agrupam-se inúmeros gastos de diversas naturezas 
produtivas comuns a diversos produtos, como depreciações de equipamentos 
industriais, gastos com mão de obra indireta, energia elétrica, aluguel, segurança 
e materiais consumidos de forma indireta por diversos produtos em conjunto.
Tendo em vista a dificuldade de mensurar de forma clara e precisa a quan-
tidade que cada produto consumiu de determinado insumo, geralmente são 
tratados como custos indiretos todos os gastos que a entidade incorre para 
produzir e que não estejam classificados em material direto, mão de obra 
direta e outros custos diretos.
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Classificação dos custos
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Como o próprio nome indica, os custos indiretos compreendem os gastos 
cujo consumo não é quantificado por unidades produzidas e, por isso, não 
podem ser alocados diretamente aos produtos. Por tratarem-se de custos 
comuns, uma das maiores dificuldades na contabilidade de custos é trans-
ferir os custos indiretos aos produtos e processos, uma vez que são com-
partilhados por todos os departamentos, produtos e processos ao mesmo 
tempo.
A transferência dos custos indiretos aos produtos ocorre por meio de 
rateios.
Rateio: é a divisão dos gastos indiretos e sua respectiva aloca-
ção às unidades produzidas ou aos serviços prestados, respeitando 
o princípio da causação.%
O princípio da causação ordena que os custos devem ser atribuídos a 
quem compete, ou seja, aquele que consumiu o insumo deve arcar com o 
respectivo custo. A observância do princípio de causação é o fator mais im-
portante para a busca da alocação justa ou menos arbitrária dos custos aos 
produtos. “Atribuições de custos distorcidas podem produzir decisões errô-
neas e avaliações ruins” (HANSEN; MOWEN, 2001, p. 62).
Martins e Rocha (2010) classificam os custos indiretos em rastreáveis ou 
não.
Custos indiretos rastreáveis � : são aqueles que podem ser alocados a 
determinado produto através de direcionadores lógicos, isto é, que re-
presentem a verdadeira relação de causa e efeito entre o comportamen-
to do direcionador e do respectivo custo, a exemplo da energia elétrica.
Custos indiretos não rastreáveis � : são aqueles que não podem ser 
alocados a determinada entidade objeto de custeio por falta de evi-
dência de relação causal de qualquer variável com o comportamento 
do custo sob análise, a exemplo da segurança e vigilância da fábrica.
Além disso, os custos indiretos podem ser subdivididos em:
Custos indiretos variáveis � : são gastos que não possuem relação dire-
ta com o produto, porém aumentam ou diminuem conforme altera-se 
o volume produzido, a exemplo da mão de obra indireta.
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Classificação dos custos
Custos indiretos fixos � : são gastos que não possuem uma relação di-
reta com o produto e não se alteram com as oscilações nos níveis de 
produção, a exemplo do aluguel.
Tendo em vista a dificuldade de mensurar como os produtos são respon-
sáveis pelo consumo dos custos indiretos de fabricação, utilizam-se alguns 
critérios de rateio, os quais definem direcionadores que buscam observar a 
relação de causa e efeito.
Tabela 1 – Critérios de rateio
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Custos Indiretos Critérios de Rateio
Energia elétrica Consumo de energia (% ou kW); horas máquinas
Aluguel Área ocupada (m2)
Depreciação prédio Área ocupada (m2)
Depreciação equipamentos e maquinários Valor do equipamento; horas máquinas
Seguro do prédio Área ocupada (m2)
Seguro dos equipamentos e maquinários Valor do equipamento; horas máquinas
Água Consumo de água (%)
Telefone Consumo de telefone por ramais
Outros custos Quantidade produzida; número de funcionários
As formas de rateio dos custos comuns aos departamentos, produtos e pro-
cessos não se esgotam aqui, e constituem um dos pontos fundamentais a serem 
definidos pelas entidades para estabelecer medidas mais precisas de rateio.
No entanto, devemos considerar que todas estas formas de apropriar os 
custos aos produtos por meio de estimativas, critérios de rateios e previsão de 
comportamento de custos contêm, em menor ou maior grau, certo subjetivis-
mo e, sendo assim, a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações. Diante 
disso, o que devemos buscar é sempre a redução do nível de subjetivismo.
Classificação dos custos quanto 
ao volume de produção
A classificação dos custos quanto ao volume de produção leva em consi-
deração o quanto variam ou não os custos em relação à quantidade fabrica-
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Classificação dos custos
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da de determinado produto. Considera o relacionamento entre o valor total 
dos custos num período com o volume de produção.
Warren, Reeve e Fess (2008, p. 92) relatam que o “comportamento de 
custos refere-se à maneira como o custo muda quando uma atividade muda”. 
Saber como os custos se comportam é fundamental para um gestor definir 
o que vai produzir e quanto vai produzir, pois permite prever lucros quando 
os volumes de produção e de vendas mudam.
Os custos são classificados em fixos e variáveis, em relação ao volume de 
produção.
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Figura 2 – Classificação dos custos em relação ao volume de produção.
Comportamento 
dos custos quanto 
ao volume de 
produção
Mudam de acordo com o 
volume de produção.
Não se alteram quando as 
quantidades produzidas oscilam 
para mais ou para menos.
Variáveis
Fixos
Mistos
Semivariáveis: variam com o nível de 
produção, porém têm uma parcela fixa.
Semifixos: têm valor constante até certo 
volume de produção.
Os custos fixos são aqueles que possuem um comportamento fixo em 
relação ao volume de produção, ou seja, não se alteram com a oscilação na 
produção. O comportamento dos custos variáveis, por sua vez, tem seu valor 
alterado na medida em que aumenta ou diminui a quantidade produzida.
A seguir iremos abordar o comportamento dos custos e suas respectivas 
classificações.
Custos fixos
Martins e Rocha (2010, p. 21) expõem que “custos fixos são aqueles cujo 
montante não é afetado pelo volume, dentrode determinado intervalo do 
nível de atividade”. São custos que permanecem no mesmo patamar en-
quanto a produção aumenta ou diminui.
Imaginemos uma fábrica de camisetas com capacidade produtiva de 
50 000 camisetas. Sabendo que a empresa apresenta custos fixos (salário, 
depreciação, aluguel, impostos e outros) iguais a R$300.000,00/mês, inde-
pendente do volume produzido, os custos fixos totais serão sempre iguais.
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Classificação dos custos
Tabela 2 – Exemplo de cálculo de custos fixos
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Quantidade
Produção/Venda
Gastos
Fixos totais Fixos unitários
20 000 300.000,00 15,00
20 500 300.000,00 14,63
21 000 300.000,00 14,29
21 500 300.000,00 13,95
22 000 300.000,00 13,64
22 500 300.000,00 13,33
23 000 300.000,00 13,04
Porém, ao dividir os custos totais pela quantidade observa-se que, quanto 
maior é a quantidade produzida, menor é o custo unitário atribuído ao pro-
duto, pois são rateados a maiores quantidades de produtos.
Considerando o gasto fixo total, observa-se que ele possui uma caracte-
rística constante em relação ao volume produzido, não apresentam variação, 
conforme comportamento ilustrado no gráfico a seguir:
Gráfico 1 – Representação gráfica do comportamento do custo fixo 
Quantidade produzida
Valor R$
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Desta forma, os custos fixos são gastos vinculados à produção que tendem 
a se manter constantes diante das oscilações do volume produzido, mantêm-
-se fixos independente do volume de produção, a exemplo do aluguel, de-
preciação do prédio, depreciação dos equipamentos, entre outros que estão 
relacionados com a capacidade instalada que a empresa possui. São gastos 
que irão existir independente de a empresa estar produzindo ou não.
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Classificação dos custos
39
Custos variáveis
Custos variáveis são gastos que estão diretamente relacionados com o 
volume de produção, aumentam ou diminuem conforme oscila a quantida-
de produzida.
Warren, Reeve e Fess (2008, p. 92) expõem que “custos variáveis são custos 
que variam no total proporcionalmente às mudanças no nível” de produção. 
São gastos que oscilam de acordo com o volume de produção, ou seja, têm 
seu crescimento ou redução vinculados às quantidades produzidas.
Quanto maior a quantidade produzida, maior seu consumo, variando 
numa proporção direta com o volume de produção.
Voltemos ao exemplo da fábrica de camisetas: o custo variável unitário 
com materiais (tecido, linhas, estampa etc.) é igual a R$27,20. Quanto mais 
camisetas forem produzidas maiores serão os custos variáveis totais.
Tabela 3 – Exemplo de cálculo de custos variáveis
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Quantidade
Produção/Venda
Gastos
Variáveis totais Variáveis unitárias
20 000 544.000,00 27,20
20 500 557.600,00 27,20
21 000 571.200,00 27,20
21 500 584.800,00 27,20
22 000 598.400,00 27,20
22 500 612.000,00 27,20
23 000 625.600,00 27,20
Considerando o gasto variável total, observa-se que ele possui um com-
portamento crescente, ou seja, quanto maior a produção, maiores serão os 
gastos com a matéria-prima e outros materiais diretos aplicados à produção, 
conforme comportamento ilustrado no gráfico a seguir:
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Classificação dos custos
Gráfico 2 – Representação gráfica do comporta-
mento do custo variável
Quantidade produzida
Valor R$
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Um exemplo claro de custo variável é a matéria-prima, quanto maior for o 
volume de produção, maiores serão os custos, pois mais matéria-prima será 
utilizada. Neste contexto, se o valor de matéria-prima aplicada em um pro-
duto for de R$20,00, por exemplo, ao produzir duas unidades o valor será de 
R$40,00 e, se não for produzido nada, não haverá nenhum custo, pois não 
haverá aplicação da matéria-prima.
Assim, o custo direto tem seu consumo associado ao volume de produ-
ção, seu consumo aumenta ou diminui conforme aumentam ou diminuem 
as unidades produzidas.
Custos mistos
Poucos são os custos que são completamente fixos ou variáveis, outras 
classificações intermediárias que podem ser aplicadas aos gastos caracte-
rizam-se como custos mistos. Os custos mistos têm características tanto do 
custo fixo como do custo variável (WARREN; REEVE; FESS, 2008).
Dubois, Kulpa e Souza (2009, p. 31) relatam que a palavra “semi significa a 
metade de alguma coisa. Neste caso, cabe a crítica de que, se o gasto com a 
energia elétrica da fábrica for considerado um custo semifixo, pode-se dedu-
zir que metade dos custos é fixo enquanto a outra metade é variável”.
Os custos mistos são segregados em:
Custos semivariáveis �
São custos que variam em função do volume de produção, mas não exa-
tamente nas mesmas proporções. Os custos semivariáveis possuem uma 
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Classificação dos custos
41
parcela fixa e uma parcela variável, a exemplo da água e do telefone que 
possuem uma taxa mínima (fixa) contratada no plano e outra parte cobrada 
em função do consumo efetivo (variável), cujo comportamento está ilustra-
do no gráfico a seguir:
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Gráfico3 – Representação gráfica do comportamento 
do custo semivariável
Quantidade produzida
Valor R$
Os custos semivariáveis são fixos até certo patamar, passando a ser variá-
vel quando este patamar for excedido.
Custos semifixos �
São custos que permanecem constantes dentro de certos intervalos de 
produção, alterando-se em degraus até atingir um novo patamar de ativida-
des. Um exemplo de custos semifixos é o valor despendido com supervisor 
de produção, mantém-se fixo até a contratação de um novo supervisor (va-
riável) e depois volta a se manter fixo novamente até nova contratação. O 
comportamento deste tipo de custo está ilustrado no gráfico a seguir:
Gráfico 4 – Representação gráfica do comportamento 
do custo semifixo
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Quantidade produzida
Valor R$
O custo semifixo mantém-se fixo dentro de certos patamares de produ-
ção, depois aumenta e volta a tornar-se fixo.
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42
Classificação dos custos
Destaca-se, porém, que a separação da parcela fixa ou variável deve levar 
em consideração os custos X benefícios da informação, não devendo ser dis-
pensado um tratamento rigoroso para fatores de produção que não pos-
suem valor expressivo em relação ao total dos custos.
Ampliando seus conhecimentos
Atribuição de Custos: rastreio direto, 
rastreio por direcionadores e alocação
(HANSEN; MOWEN, 2001)
Sistemas de contabilidade gerencial são estruturados para medir e atribuir 
custos para objetos de custos. Um objeto de custo é qualquer item, como pro-
dutos, clientes, departamentos, processos, atividades, e assim por diante, para o 
qual os custos são medidos e atribuídos. Por exemplo, se quisermos determinar 
quanto custa para produzir uma bicicleta, então o objeto de custo é a bicicleta. 
Se quisermos determinar o custo para operar um departamento de manutenção 
dentro da fábrica, então o objetode custo é departamento de manutenção [...].
Atribuir custos para objetos de custos com precisão é crucial. A nossa noção 
de precisão não é estimada com base no conhecimento de algum custo “ver-
dadeiro” subjacente. Em vez disso, é um conceito relativo e tem a ver com a 
racionalidade e a lógica dos métodos de atribuição de custos que estão sendo 
usados. O objetivo é medir e atribuir, tão acuradamente quando possível, os 
custos dos recursos consumidos por um objeto de custos. Alguns métodos de 
atribuição de custos são nitidamente mais acurados do que outros [...].
O relacionamento de custos com objetos de custos pode ser explorado 
para ajudar a aumentar a precisão das atribuições de custos. Custos são direta 
ou indiretamente associados com objetos de custos. Custos indiretos são os 
custos que não podem ser rastreados fácil e acuradamente aos objetos de 
custo. Custos diretos são os custos que podem ser fácil e acuradamente rastre-
ados aos objetos de custo. Custos precisamente rastreados são os que podem 
ser distribuídos usando um relacionamento causal. Assim, rastreabilidade é 
simplesmente a capacidade de se atribuir um custo diretamente ao objeto 
de custo de forma economicamente viável por um relacionamento causal. 
Quanto mais custos puderem ser rastreados para o objeto, maior a precisão 
da atribuição dos custos. O estabelecimento da rastreabilidade é um elemen-
to-chave na construção de atribuições acuradas de custos [...].
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 
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Classificação dos custos
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Rastrear os custos para objetos de custos pode ocorrer em uma de duas ma-
neiras: (1) rastreamento direto e (2) rastreamento por direcionadores. Rastrea-
mento direto é o processo de identificar e atribuir custos, ao objeto de custo, 
que são específica ou fisicamente associados com o objeto de custo. Identificar 
custos que são especificamente associados com um objeto de custos é reali-
zado na maior parte das vezes por observação física [...]. Seria ideal se todos os 
custos pudessem ser debitados para objetos de custos usando o rastreamento 
direto. Infelizmente, muitas vezes não é fisicamente possível observar a quan-
tia exata de recursos que está sendo consumida por um objeto de custo. A 
segunda melhor abordagem é usar um raciocínio de causa e efeito para iden-
tificar fatores – chamados de direcionadores – que podem ser observados e 
medem o consumo de recursos do objeto de custo. Direcionadores são fatores 
que causam mudanças no consumo de recursos, no consumo de atividades, 
nos custos e nas receitas. Rastreamento por direcionadores é o uso de dire-
cionadores para atribuir custos aos objetos de custo. Embora menos preciso 
do que o rastreamento direto, se o relacionamento de causa e efeito for bem 
fundamentado, então o rastreamento por direcionadores é muito acurado.
Atividades de aplicação
1. Classifique os gastos de uma indústria de confecção de roupas (calças 
e saias) em Diretos (D) ou Indiretos (I).
Gastos Diretos Indiretos
Tecido ( ) ( )
Botões ( ) ( )
Aluguel da fábrica ( ) ( )
Mão de obra de costureira (por produtividade) ( ) ( )
Publicidade mensal do produto ( ) ( )
Salários do gerente da fábrica ( ) ( )
Linhas e aviamentos ( ) ( )
Água e esgoto ( ) ( )
Serviços de limpeza terceirizados ( ) ( )
Gastos com manutenção de equipamentos ( ) ( )
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Classificação dos custos
Gastos Diretos Indiretos
Gastos com moldes do produto ( ) ( )
Gastos c/ utensílios gerais (tesoura, régua etc.) ( ) ( )
Fita para embalagens dos produtos ( ) ( )
IPTU ( ) ( )
2. Classifique os gastos de uma fábrica de jogo de cama (lençol, sobre lençol 
e fronhas) em Fixos (F), Variáveis (V), Semifixos (SF) e Semivariáveis (SV).
Gastos Fixos Variáveis Semifixos Semivariáveis
Tecido ( ) ( ) ( ) ( )
Botões ( ) ( ) ( ) ( )
Aluguel da fábrica ( ) ( ) ( ) ( )
Mão de obra de costureira (por 
produtividade)
( ) ( ) ( ) ( )
Salário do supervisor da produção ( ) ( ) ( ) ( )
Publicidade mensal do produto ( ) ( ) ( ) ( )
Salários do gerente da fábrica ( ) ( ) ( ) ( )
Linhas e aviamentos ( ) ( ) ( ) ( )
Telefone ( ) ( ) ( ) ( )
Serviços de limpeza terceirizados ( ) ( ) ( ) ( )
Gastos com moldes do produto ( ) ( ) ( ) ( )
Gastos c/ utensílios gerais (tesoura, 
régua etc.)
( ) ( ) ( ) ( )
Linha para bordados nos produtos ( ) ( ) ( ) ( )
IPTU ( ) ( ) ( ) ( )
3. Analise os gastos ocorridos na indústria de bebidas Sabores do Vinho 
Ltda. e identifique o montante dos custos diretos e indiretos.
Gastos Valor em R$
Uvas utilizadas na produção 30.000,00
Mão de obra direta 23.000,00
Rolhas, frascos e rótulos utilizados na produção 9.000,00
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Classificação dos custos
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Gastos Valor em R$
Salário do gerente de produção do vinho 11.000,00
Energia elétrica consumida na fábrica de vinho 4.000,00
Aluguel do barracão industrial 2.000,00
Depreciação das máquinas e equipamentos da fábrica 4.000,00
a) R$62.000,00 e R$21.000,00, respectivamente.
b) R$72.000,00 e R$11.000,00, respectivamente.
c) R$66.000,00 e R$17.000,00, respectivamente.
d) R$53.000,00 e R$30.000,00, respectivamente.
Referências
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Eurico de. Gestão de Custos e For-
mação de Preço: conceitos, modelos e instrumentos: abordagem do capital de 
giro e da margem de competitividade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Atribuição de custos: rastreio direto, rastreio 
por direcionadores e alocação In: Gestão de Custos: contabilidade e controle. Tradu-
ção de Robert Brian Taylor. 1. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de Custeio Comparados: custos e 
margens analisados sob diferentes perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010.
WARREN, Carl S.; REEVE, James M.; FESS, Philip E. Contabilidade Gerencial. Tradu-
ção técnica de: CASTRO, André Olimpio Mosselmann Du Chenoy. 2. ed. São Paulo: 
Thomson Learning, 2008.
Gabarito
1) D; D; I; D; I; I; D; I; I; I; I; I; D; I.
2) V; V; F; V; SF; F; F; V; SV; F; F; F; V; F.
3) A
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