Buscar

crimes contra a vida

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 47 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TÍTULO VII – DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA 
CAPÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO
Bigamia
Art. 235. Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º – Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
§ 2º – Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a bigamia, considera-se inexistente o crime.
	Assumir novo casamento, de modo que celebrado com o consentimento dos nubentes. Tendo como pressuposto que o contraente já seja casado anteriormente com outra pessoa, sendo este vigente ao tempo da celebração do segundo. A lavratura do assento no livro de registro consiste em mera formalidade legal, que servirá como meio de prova da celebração das núpcias. O segundo casamento é considerado vigente, ainda que nulo ou anulável, se não for declarado em ação competente, caso contrário o crime de bigamia é inexistente, segundo previsto no § 2º do art. 235 do Código Penal. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 180). 
	É contrair, isto é, formalizar novo matrimônio mesmo a pessoa já sendo casada. Trata-se de crime simples e próprio.
	O sujeito ativo é qualquer pessoa, e por ser crime próprio, só poderá ser cometido por pessoas que são casadas e adquirirem um novo casamento com pessoa diversa. No entanto, se seu estado civil é diferente de casada, como por exemplo, viúva, divorciada ou até mesmo solteira, e se casar com alguém que já é casado e tiver conhecimento desse impeditivo, responde em concurso de pessoas, bigamia privilegiada, devendo haver o dolo direto (art. 235 § 1º). Há a exclusão da tipicidade, se o primeiro casamento seja anulado por qualquer motivo ou por outro motivo desde que não pela bigamia, mas só quando houver anulação ou declaração de nulidade, o crime de bigamia inexiste (art. 235 § 2º). O sujeito passivo imediato é o Estado, e o mediato é o cônjuge enganado.
	A consumação do crime ocorre com a celebração do novo casamento. 
Induzimento a erro essencial e ocultação de impeditivo
Art. 236 – Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena – detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único – A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
	Contrair casamento, induzindo o outro a erro essencial, em relação à sua identidade, honra, boa fama, e se o futuro conhecimento do erro tornar a vida conjugal insuportável, ou ignorância anterior de defeito físico irremediável ou doença grave contagiosa ou hereditária, capaz de colocar em risco a saúde do outro cônjuge ou descendentes ou de doença mental grave que naturalmente torne a vida em comum insuportável ao cônjuge enganado. Ocultar impeditivo de forma comissiva, diferente este de casamento anterior. Se o outro contraente tiver ciência do impeditivo não se configura o crime. A prescrição começa a contar no inicio do dia do transito julgado, havendo erro essencial ou impeditivo que anule o casamento, Parágrafo Único do art. 236. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 186 e 187).
	Contrair casamento, induzindo ao outro contraente em erro essencial ou oculte comissivamente impeditivo, dolosamente, e que não seja este impedimento um casamento anterior.
	O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Porém, ambos os praticantes podem cometer o crime, desde que se enganem simultaneamente. O sujeito passivo imediato é o Estado e o mediato é o cônjuge que desconhece o erro essencial ou impeditivo absoluto sobre o outro
	Fica o crime consumado com a celebração do matrimônio.
Conhecimento prévio de impeditivo
Art. 237 – Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena – detenção, de três meses a um ano.
	Assumir casamento, conhecendo a existência de impedimento que cause nulidade absoluta, impedimentos estes chamados de dirimentes absolutos ou públicos, previstos no art. 1.521, I a VII do Código Civil de 2002. Sendo uma lei em branco, e necessitando de complementação por outra lei. Constitui-se figura típica pela simples omissão do agente, não sendo necessária qualquer tipo de ação para a ocultação do impeditivo, por isso é reputado como menos grave, e apenada de forma mais branda. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 189 e 190).
	Contrair casamento, tendo conhecimento de impeditivo que gere nulidade absoluta, sendo um crime omissivo, pressupondo o dolo direto.
	O sujeito ativo é o contraente ciente do impeditivo absoluto, se ambos são cientes respondem em co-autoria. O sujeito passivo imediato é o Estado e o mediato é o contraente que desconhece do impeditivo, o que age de boa-fé.
	A consumação é efetiva com a celebração do casamento.
Simulação de autoridade para celebração de casamento
Art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
	Imputar a si, falsamente, qualidade de autoridade para celebrar casamento. O agente finge ser juiz de paz, para presidir a cerimônia de matrimonio civil. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 192).
	O agente ativo atribui-se autoridade para celebrar casamento, de forma falsa. Pressupõe o dolo, deve ter a consciência da falta de autoridade para realizar tal ato, núpcias celebradas por autoridade incompetente são nulas.
	Deve haver a ciência que não é detentor de autoridade para celebrar matrimônio.
	O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa, funcionário público que não tenha tal autoridade. Ainda é admissível participação. O sujeito passivo imediato é o Estado e o mediato é o cônjuge que desconhece a simulação de autoridade.
	Como se trata de crime formal, a consumação ocorre quando se atribui falsamente autoridade, não depende da efetiva realização de casamento.
Simulação de casamento
Art. 239. Simular casamento mediante engano de outra pessoa.
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Fingir casamento, no intuito de enganar o outro contraente, fazendo com que ele esteja convicto de que esta casando seriamente, o engano consiste no emprego de fraude. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 194).	
Simular a celebração de casamento, enganando o outro contraente.
O sujeito ativo poderá ser apenas um dos contraentes ou ambos (C. Lacerda), ou magistrado e oficial de registro civil (Noronha). O sujeito passivo imediato é o Estado e o mediato é o contraente enganado ou ambos, ou representante legal.
Consuma-se com a simulação de casamento.
Adultério 
Art. 240. Revogado pela Lei n. 11.106, de 28-3-2005). Lei esta que tornou o adultério fato atípico. Operou-se verdadeira abolitio criminis. 
CAPÍTULO II – DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO
Registro de nascimento inexistente
Art. 241. Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexiste: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
	Provocar inscrição no registro civil de nascimento inexistente. Há a falsa declaração de existência de um nascimento. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 197 e 198).
	Promover, originar, provocar ou propor no registro civil das pessoas naturais, inscrição de registro de uma pessoa inexistente ou de natimorto.
	Por ser crime comum, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, médico que fornecer atestado de nascimento inexistente, ou testemunha de registro no ofício próprio e tenham conhecimento da falsidade do ato, cabendo concurso de pessoas.O sujeito passivo são todas as pessoas que foram prejudicadas pelo registro e o Estado.
	A consumação ocorre com a efetiva inscrição no registro civil.
Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido.
Art. 242. Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
	Atribuir a si a maternidade de uma criança alheia, não se exige a inscrição do nascimento no registro civil. Registrar como seu o filho de outrem, é denominada adoção à brasileira, pratica esta comum, evitando com que o agente passivo se sujeite ao procedimento legal da adoção, realizando a inscrição de registro civil. Ocultar recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil, houve o nascimento de uma criança, mas ela é escondida, de forma que seu conhecimento não seja conhecido, com isso suprimindo ou alterando direito relativo inerente ao estado civil. Substituir recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil, há a troca material dos recém-nascidos, provocando alteração no estado civil de ambos, passando a integrar família diversa da sua , com isso, os direitos inerentes ao estado de filiação lhe são suprimidos, pois passa a ser exercido pelo outro neonato, não exige a efetiva inscrição do recém-nascido no registro civil. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 200 e 201).
	Sendo privilegiado o delito se cometido por motivo de reconhecida nobreza, podendo receber inclusive o perdão judicial (Parágrafo único, art. 242 do CP).
	O sujeito ativo na modalidade de dar parto alheio como próprio, trata-se de crime próprio, sendo somente praticado por uma figura feminina. Nas demais modalidades, consideram-se crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito passivo é o Estado, herdeiros prejudicados, pessoas lesionadas com a inscrição em registro civil e os recém-nascidos.
	Estar consumado o crime com a efetiva realização dos atos descritos no caput. Dar parto alheio como próprio, consuma-se no momento da criação de situação que importe alteração do estado civil do recém-nascido, a tentativa é possível. Registrar como seu o filho de outrem, consuma-se no momento da inscrição no registro civil, sendo possível a tentativa. Ocultar recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil, consuma-se no momento e no lugar, devido a ocultação do neonato, que tenha criado uma situação material ou formal de supressão do estado civil do infante, se a ocultação não resultar na supressão ou alteração de direito inerente ao recém-nascido configura-se apenas a tentativa. Substituir recém-nascido, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil, se dar a consumação nos mesmos moldes da ocultação do recém-nascido.
Sonegação de estado de filiação 
Art. 243. Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil.
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
	Abandonar filho próprio ou alheio em asilo de exposto ou outra instituição de assistência, escondendo a sua filiação com o agente passivo ou atribuindo-lhe outra, seja o lugar público ou particular. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 205).
	Pressupõe o dolo, abandonar o próprio filho ou filho de outrem, em asilo ou instituição de assistência, ocultando seu estado de filiação ou atribuindo-lhe outro, com a finalidade de prejudicar direito inerente ao estado civil do menor.
	Sendo crime próprio deixar filho próprio, então somente poderá ter como sujeito ativo os pais do menor. Sendo crime comum deixar filho alheio, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Tendo como sujeito passivo, o Estado e o menor lesado em seus direitos referentes ao estado civil.
	 Consuma-se com o abandono da criança no local descrito no caput do artigo, havendo ocultação de sua filiação ou atribuição de outra. É admissível a tentativa.
CAPÍTULO III – DOS CRIMES CONTRA A ASSISTENCIA FAMILIAR
Abandono material
 Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário mínimo vigente no País. 
Parágrafo único – Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada. 
	Deixar de atender à subsistência do cônjuge, filho menor de 18 anos ou inapto para o trabalho ou ascendente invalido ou maior de 60 anos, não lhe proporcionando os recursos necessários ou faltando pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada, sem justa causa. Deixar de socorrer, descendente ou ascendente gravemente enfermo, sem justa causa. No parágrafo único, as mesmas penas incidem ao agente, embora solvente, frustrar o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada, inclusive por abandono de emprego ou função, de forma injustificada, sendo proposital. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 207 e 208).
	Pressupõe o dolo, vontade e consciência livre de praticar uma das condutas previstas no artigo. Em relação ao parágrafo único, é preciso a comprovação que o agente, propositalmente, tendo recursos para arcar com a pensão, frustra ou ilide o pagamento.
	O sujeito ativo na modalidade de abandono material ao cônjuge (sujeito passivo) é o outro cônjuge. O sujeito ativo da modalidade de filho menor de 18 anos ou inapto para trabalho (sujeito passivo) são os pais. No caso do sujeito passivo ascendente invalido ou maior de 60 anos, o sujeito ativo é o descendente. Enquanto deixar de socorrer os sujeitos passivos da ação, descendente ou ascendente gravemente enfermo, não importando o grau familiar, o sujeito ativo será o ascendente ou descendente.
	Consumado esta o crime quando o agente realiza o efetivo abandono material. Sendo a tentativa inadmissível. 
Entrega de filho menor a pessoa inidônea
Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo: 
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. 
§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior. 
§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro. 
	Entregar o filho menor de 18 anos à pessoa, no qual tinha conhecimento que o menor ficará moral e materialmente em perigo. Majorada a pena, se o agente o faz com fim lucrativo ou se o menor é enviado para o exterior, e também embora exclua-se o perigo moral e material, auxilie para efetivação em enviar de menor ao exterior com a finalidade de obtenção de lucro. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 212).
	Os pais tem o dever de proteção e assistência, logo haverá descumprimento desses deveres constitucionalmente garantidos, entregar de menora alguém inidônea.
	O sujeito ativo será o genitor, por ser crime próprio, logo se exclui tutor. Pressupondo o dolo, pois deve ter o conhecimento da inidoneidade. O sujeito passivo é o filho menor de 18 anos.
	A consumação ocorre com a efetiva entrega do menor a pessoa inidônea,
Abandono intelectual
Art. 246 – Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:
Pena – detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
	É crime omissivo próprio, não providenciar instrução primaria de filho em idade escolar, omissão dada sem justa causa. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 - pág. 215).
	Os pais também têm o dever de prover a educação aos filhos, sendo direito do menor, tutelado constitucionalmente (art. 229, CF) e penalmente no dado artigo, logo se deixar sem motivos de prover instrução primária, comete crime de abandono intelectual.
	O sujeito ativo é o genitor do menor de idade. O sujeito passivo é o menor de idade em idade escolar (dos 7 aos 14 anos).
	Consuma-se o crime de abandono intelectual, quando se deixa de matricular, ou se matriculado, não freqüente definitivamente, de forma injustificada.
Art. 247 – Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância:
I – freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;
II – freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de representação de igual natureza;
III – resida ou trabalhe em casa de prostituição;
IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
	Agindo dolosamente, quem permite que o menor pratique as condutas que atentem contra sua moral, atos estes previstos nos incisos desta lei. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 218).
	Tutela-se a moral e a educação, sendo uma forma também de prevenção da delinqüência juvenil.
	O sujeito ativo é o detentor do poder familiar, inclui-se o tutor ou quem tenha guarda ou vigilância confiada. O sujeito passivo é o menor de 18 anos sobre o poder de guarda ou vigilância de outrem.
	Consuma-se o crime, quando o agente ativo sabendo de comportamento irregular do menor, permite ou não impede, configurando crime omissivo próprio. 
CAPÍTULO IV – DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA OU CURATELA.
Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes
Art. 248 – Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:
Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa.
	Induzir, menor ou interdito (deve ser realmente interditado) a fugir de um local por determinação do seu genitor, tutor ou curador, mas deve haver a efetiva fuga. Confiar a outra pessoa, tendo a ausência de ordem do genitor, tutor ou curador, menor ou interdito, responde também se ciente da entrega arbitrária em concurso de pessoas, ou se desconhecer e se recusar a devolver, responde este por sonegação de incapaz, ou deixar, sem motivação, de entregar a quem legitimamente reclame. Pressupõe-se o dolo. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 220 e 221).
	Qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo, mas na modalidade de sonegação de incapazes, o sujeito ativo é o pai, tutor, curador que perde definitivamente ou temporariamente o poder familiar, de tutela ou curatela, e recusa entregar o menor incapaz, cometendo assim também o crime de desobediência. O sujeito passivo poderão ser os genitores, o tutor ou curador do menor, o próprio menor ou interdito, o pródigo não se inclui aos sujeitos passivos, pois a interdição é sobre seus bens.
	Ocorre a consumação com a efetiva fuga do menor ou interdito que foi induzido a tal ato, com a entrega arbitrária do menor ou interdito, ou quando há a recusa de devolver, sem justa causa, o incapaz a quem legitimamente reclame. 
Subtração de incapazes
Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime. 
§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda. 
§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena. 
	Retirar menor de 18 anos ou interdito do poder de quem tem sua guarda legitima devido lei ou ordem judicial. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 223).
	O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa, por ser crime comum. Também o genitor, tutor do menor ou curador do interdito, que é privado temporariamente o poder familiar, curatela ou guarda, desrespeitando o provimento judicial não pratica crime de desobediência. Se devolver o menor ou interdito, e se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar a norma. O sujeito passivo é o menor ou interdito sobre guarda devido lei ou ordem judicial, também genitor, tutor ou curador.
	Consuma-se o crime com a efetiva retirada do menor do poder de quem detenha a guarda.
Título VIII – DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I – DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
Incêndio 
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
	Provocar combustão de forma que a propagação exponha a perigo a vida, a integridade física ou patrimônio de um número indeterminado de pessoas.
	O patrimônio atingido pode ser do sujeito ativo, mas é preciso a provocação de perigo à coletividade. Não é considerado crime danificar patrimônio próprio. Podendo este também se dar por omissão, a propagação do incêndio e devido isso o perigo comum. Deve ser comprovado que as coisas ou pessoas sofreram riscos. É considerado doloso, pela consciência de gerar um perigo comum. É admitido o incêndio culposo, se for dado por imprudência, negligencia ou imperícia, o sujeito então não deseja o resultado, mas acaba que produzindo por não observar o dever de cuidado. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 226 e 227).
	Crime comum, qualquer pessoa pode cometer (sujeito ativo). O sujeito passivo é a coletividade.
	A consumação ocorre no momento que o fogo expande em proporções de difícil controle e extinção, resultando em crime de perigo comum. Admissível a tentativa.
 
Incêndio culposo
§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
	É admitido o incêndio culposo, se for dado por imprudência, negligencia ou imperícia, o sujeito então não deseja o resultado, mas acaba que produzindo por não observar o dever de cuidado. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 230).Explosão 
Art. 251 – Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos:
Pena – reclusão, de três a seis anos, e multa.
§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo parágrafo.
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, são de detenção, de três meses a um ano.
	Difere de incêndio, devido os meios de execução, que poderão ser por explosão, arremesso ou colocação de engenho de dinamite ou substancia de efeitos análogos, no qual caberá perícia, deve ser comprovado o perigo comum e concreto ao um numero indeterminado de pessoas ou coisas. O elemento subjetivo é o dolo. Se admite a modalidade culposa somente com a explosão, porem com o uso de substancia que não seja dinamite ou explosivos de efeitos análogos, mas não ocorre se for através de arremesso ou colocação. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 232 e 233).
	O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa (crime comum). O sujeito passivo é a coletividade.
	Consuma-se com a explosão, arremesso ou colocação de engenho de dinamite ou de substancia de efeitos análogos, desde que ofereça perigo comum.
Uso de gás tóxico ou asfixiante
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás tóxico ou asfixiante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade Culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
	Expor a perigo a vida, a integridade física ou a patrimônio de outro. O meio de execução se dá através do gás tóxico (podendo causar o envenenamento) ou asfixiante (afeta as vias respiratórias mecanicamente), oferecendo perigo comum e concreto. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 236 e 237).
	Pode ser praticado por qualquer pessoa. Destinatário da ação é a coletividade.
	Ficando consumado o crime pelo uso dos meios executórios que exponha a perigo comum a coletividade. Admitindo a forma tentada e culposa.
Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante.
 
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
É crime de ação múltipla, se o agente ativo cometer qualquer das condutas tipificadas, haverá o delito único. Fabricar, fornecer, adquirir, dispor, transportar, sem licença de autoridade, gás tóxico ou asfixiante, ou de material destinado a fabricação. Tendo como elemento subjetivo, o dolo. Não admitindo a forma culposa e nem a tentativa. O pressuposto é a ausência de autorização. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 240).
	Qualquer pessoa pode praticar, pois se trata de crime comum. O sujeito passivo é a coletividade.
	Crime de perigo abstrato, havendo a presunção legal da ocorrência de perigo comum com a pratica de apenas uma ação tipificada, não admitindo a tentativa e, não é necessário a comprovação de risco à coletividade. Consuma-se o crime apenas com a presunção da ocorrência.
Inundação
 
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a dois anos, no caso de culpa.
Causar inundação, em local não destinado a recebimento de água em tal quantidade que gere perigo de dano a numero indeterminado de pessoas ou coisas. Deve ser comprovado o risco à coletividade, podendo ser um crime comissivo ou omissivo. Admite-se a modalidade culposa, se o agente causar à inundação por imprudência, negligencia ou imperícia. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 244).
	O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa, ate mesmo o proprietário do local inundado. O sujeito passivo é a coletividade.
	A consumação é efetiva quando a inundação provoca perigo comum. Sendo possível a tentativa.
 
Perigo de inundação
 
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir inundação:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Elemento subjetivo o dolo, não havendo a forma culposa, consistindo na retirada ou destruição ou inutilização de um obstáculo natural ou obra que tenha a finalidade de impedir a inundação, podendo ser em prédio próprio ou alheio. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 246).
	O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário do prédio inundado. O sujeito passivo é a coletividade e quem se prejudique com a inundação.
	A consumação acontece quando o agente pratica qualquer das ações tipificadas no caput do artigo, agindo dolosamente. A tentativa não é admitida.
Desabamento ou desmoronamento
 
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
	
Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a sociedade à perigo. Agente ativo ciente do perigo comum, este que deve ser comprovado. Prever a forma culposa, se ocorrer por imprudência, negligencia ou imperícia. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 247 e 248).
	Sujeito ativo pode ser qualquer pessoa e o sujeito passivo a coletividade.
	Consuma-se com a efetiva ação ainda que parcial e gere uma situação de perigo comum. É possível a tentativa.
 
Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento
 
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
	
Subtrair, esconder ou inutilizar aparelho, material ou meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento, desde que sejam praticados em situação de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade. Impedir ou dificultar serviço de tal natureza, condutas que poderão ser realizadas mediante violência ou fraude. A omissão pode ocorrer, quando o agente tinha o dever legal de agir e assim não fez. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 250).
	Pode ser cometido por qualquer pessoa e a ação é destinada à coletividade.
	Consuma-se com a realização dos atos tipificados no caput desse artigo. Não há necessidade de comprovar o perigo comum.
Formas qualificadas de crime de perigo comum
 
Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
É majorada a pena, se o crime é cometido de forma dolosa e resultar em lesão corporal grave ou morte. Se cometidocom culpa, se houver lesão corporal ou resultar em morte, esta ultima será somada a pena de homicídio culposo.
Pode ser praticado por qualquer pessoa, já que é um crime comum. E o sujeito passivo é a coletividade em geral.
Aplica-se a majoração, nos crimes previstos nos artigos 258, 256, 254, 252, 251 e 250. 
Difusão de doença ou praga
 
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano à floresta, plantação ou animais de utilidade econômica:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Modalidade culposa
Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.
	
Difundir doença ou praga, de forma que afete a utilidade econômica e natureza em diversos aspectos. (Capez, Fernando. Curso de Direito Penal. V.3. Ed. São Paulo, Saraiva, 2014 – pág. 251).
CAPÍTULO II - DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS
 
Perigo de desastre ferroviário
Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:
I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;
II - colocando obstáculo na linha;
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia. 
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Consiste em obstruir ou perturbar serviço de estrada de ferro, transporte coletivo. Destruindo, danificando ou desarranjando total ou parcialmente linha férrea, material rodante ou de tração, obra de arte e instalações, colocar obstáculos na linha, transmitir falso aviso sobre o movimento dos veículos ou interromper ou atrapalha o funcionamento de telegrafo, telefone ou radiotelegrafia ou qualquer outro ato que resulte em desastre. É possível que o crime se der por omissão e também por meio culposo. É admissível também a tentativa.
O sujeito ativo como se trata de crime comum pode ser qualquer pessoa e o sujeito passivo é a coletividade em geral.
Consuma-se o crime no momento que o agente cria a situação de perigo comum.
Desastre ferroviário
 
§ 1º - Se do fato resulta desastre:
 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.
§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
 
§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo aéreo.
Consiste em obstruir ou perturbar serviço de estrada de ferro, transporte coletivo. Destruindo, danificando ou desarranjando total ou parcialmente linha férrea, material rodante ou de tração, obra de arte e instalações, colocar obstáculos na linha, transmitir falso aviso sobre o movimento dos veículos ou interromper ou atrapalha o funcionamento de telegrafo, telefone ou radiotelegrafia ou qualquer outro ato que resulte em desastre. É possível que o crime se der por omissão e também por meio culposo. É admissível também a tentativa.
O sujeito ativo como se trata de crime comum pode ser qualquer pessoa e o sujeito passivo é a coletividade em geral.
Consuma-se o crime no momento que o agente cria a situação de perigo comum.
Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo
 
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:
 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
 
Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo
 
§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou destruição de aeronave:
 
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
 
Prática do crime com o fim de lucro
 
§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter vantagem econômica, para si ou para outrem.
 
Modalidade culposa
§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, obstruindo ou dificultando navegação marítima, fluvial ou aérea. Pressupondo que estejam estes meios em viagem, ancorado ou em pouso. É previsto a forma culposa e se houver sinistro que resulte em naufrágio, submersão ou encalhe da embarcação ou queda ou destruição da aeronave, provocado dolosamente.
Poderá ser praticado por qualquer pessoa, podendo ser até mesmo o proprietário da embarcação ou aeronave, sendo destinatário da ação ou coletividade. 
A consumação se dar ao praticar os atos que exponham efetivamente a perigo embarcação ou aeronave, é possível a tentativa.
Atentado contra a segurança de outro meio de transporte
 
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento:
Pena - detenção, de um a dois anos.
 
§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.
 
§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:
 
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Praticar atos previstos no Art. 261 gerando perigo a qualquer outro meio de transporte publico de transporte coletivo.
Sujeito ativo sendo qualquer pessoa e o sujeito passivo a coletividade.
Consuma-se o crime através da pratica de atos que exponham de forma efetiva perigo a coletividade, admite-se a tentativa.
Forma qualificada
Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.
A pratica de crime prevista nos arts. 260 a 262, que causem desastre ou sinistro e disso resulte em lesão corporal ou morte aplica-se o art. 258 do CP.
Arremesso de projétil
 
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público por terra, por água ou pelo ar:
 
Pena - detenção, de um a seis meses.
 
Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.
Arremessar de forma violenta projétil apto a causar perigo de dano as pessoas ou coisas, contra transportes públicos em movimento, tendo como elemento subjetivo o dolo. 
O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa e o sujeito passivo a coletividade.
Não se admite a tentativa. Como é crime presumido, bastando o arremesso do projétil sem que necessariamente atinja o alvo que é o transporte publico.
 
Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública
 
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública:
 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
 
Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano ocorrer em virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços. 
Atentar contra a segurança ou funcionamento de serviços públicos, colocando em risco a coletividade.
Tendo como sujeito ativo qualquer pessoa e o sujeito passivo a coletividade.
Como se trate de crime presumido não é necessária a efetivação do atentado.
Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
 
Parágrafo único - Aplicam-se as penas em dobro, se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública.
Interromper, atrapalhar serviço telegráfico, radiográfico ou telefônico, não permitir ou dificultar o restabelecimento, causando perigo a todo o sistema tele comunicativo.
Trata-se de crime comum, tendo como sujeito ativo qualquer pessoa e sujeito passivo a coletividade.
É crime presumido então a consumação se dá pela pratica de atosque interrompam, perturbem, não permite ou dificulte o restabelecimento dos sistemas tele comunicativos. Tentativa é possível.
 
CAPÍTULO III – DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA
 
Epidemia
 
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:
 Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
 
§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.
§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois a quatro anos.
 
Difundir germes patogênicos (ser unicelular, capaz de produzir ou desenvolver uma infecção) de forma que possa originar uma epidemia, ação essa pode-se da positivamente ou negativamente. Se causar que não seja letal, mas está se tornar devido a condição pessoal da vitima ou ambiente, responde o agente pelo resultado morte. É previsto a modalidade culposa se causa morte por inobservância do dever de cuidado, propagando os germes patogênicos de forma que provoque a epidemia.
O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa até mesmo o portador da doença, já o sujeito passivo é a coletividade e as pessoas que foram infectadas.
Consuma-se quando varias pessoas são infectadas. A tentativa é admissível.
Infração de medida sanitária preventiva
 
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa:
 
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.
 
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.
Violar determinação do poder público que tenha fim de impedir a introdução ou propagação de doença contagiosa, essa norma é classificada como norma penal em branco, necessitando de complementação, segundo determinação do poder publico e por autoridade publica competente, destinada a evitar os surtos epidêmicos. Não prevê a modalidade culposa, sendo possível ainda a tentativa.
O sujeito ativo poderá ser qualquer pessoa por se tratar de crime comum ou se o agente tiver cargo ou profissão e tenha o dever de seguir a determinação publica. O sujeito passivo é a coletividade.
É crime presumido então se consuma com a violação da determinação do poder público, não sendo preciso a efetiva propagação.
 
Omissão de notificação de doença
 
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória:
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
É crime omissivo próprio, logo consiste na não comunicação à autoridade publica competente, de doença de comunicação compulsória. É norma penal em branco, necessitando de lei ou ato administrativo para ser complementado. Pressupondo o dolo.
O sujeito ativo é o medico e o sujeito passivo é a coletividade.
Inadmissível a tentativa. Trata-se de crime presumido, consumando-se quando o prazo da comunicação expira ou se não houver prazo, quando o agente pratica ato incompatível com a denuncia.
Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:
 
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
 
§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a substância envenenada.
 
Modalidade culposa
 
§ 2º - Se o crime é culposo:
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Envenenar água potável substancia alimentícia ou medicinal de consumo publico ou particular, independente dos efeitos e modo. Destinada a numero de pessoas indeterminadas, pressupõe o dolo do agente com envenenamento, o a gente espera apenas criar um perigo comum e não necessariamente um evento de maior proporção.
Sujeito ativo qualquer pessoa e o sujeito passivo a coletividade.
Trata-se de crime abstrato, consuma-se com envenenamento, não necessário o efetivo consumo da substância envenenada. O envenenamento deve ser capaz a provocar perigo a saúde publica. A tentativa é possível, assim como a forma culposa dada pela não observância do dever de cuidado.
Corrupção ou poluição de água potável
Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a imprópria para consumo ou nociva à saúde:
 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Modalidade culposa
 
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
 
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Estragar ou poluir água potável, de consumo publico ou particular, logo imprópria ou nociva à saúde, tendo como finalidade o consumo de numero indeterminado de pessoas. O elemento subjetivo é o dolo.
Sujeito ativo, qualquer pessoa e o sujeito passivo, a coletividade.
Consuma-se com efetiva poluição da água, tornando-a imprópria ou nociva a saúde, independente de danos efetivos. A tentativa é inadmissível, a modalidade culposa é prevista. 
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios. 
 
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: 
 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado. 
 
§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em relação a bebidas, com ou sem teor alcoólico. 
 
Modalidade culposa
 
§ 2º - Se o crime é culposo: 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Estragar, adulterar, falsificar, alterar substancia ou produto de consumo a numero indeterminado de pessoas tornando nocivas a saúde ou reduzir o valor nutritivo. É previsto a modalidade culposa exceto a ação de falsificar.
Sujeito ativo, qualquer pessoa, não necessariamente o comerciante e o sujeito passivo, a coletividade.
Consuma-se com a criação de situação de perigo comum ao praticar as ações tipificadas, tornando a substancia nociva a saúde, ou reduzindo o valor nutritivo devendo este ser comprovado. Por ser um crime presumido, não precisa que seja comercializado ou consumido. A tentativa do crime é possível.
Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais 
 
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. 
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. 
 
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. 
§ 1º - B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: 
 
I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; 
 
II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; 
 
III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; 
 
IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; 
 
V - de procedência ignorada; 
 
VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente. 
 
Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo: 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
 Falsificar, desnaturalizar, adulterar ou alterar produto destinado a prevenir, melhorar ou curar doenças, incluindo matéria-prima, insumos, cosméticos e saneantes.
Sujeito ativo, qualquer pessoa e o sujeito passivo,a coletividade.
Consuma-se o crime com a pratica da ação típica no objeto material indicado, além presume o perigo a coletividade, com a alteração de produtos com fins terapêuticos e medicinais, não é preciso o efetivo consumo e a comercialização. Admite-se a tentativa e a modalidade culposa, exceto ao verbo falsificar.
Emprego de processo proibido ou de substância não permitida
 
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação artificial, matéria corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra não expressamente permitida pela legislação sanitária:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Utilizar na fabricação de produto revestimento, gaseificação artificial, material corante, aromatizante, anti-séptico, conservante ou qualquer outro não permitido na legislação sanitária que tenha fim de consumo de numero não determinado de pessoas. É uma norma penal em branco, dependendo da legislação sanitária para ser complementada.
Sujeito ativo, qualquer pessoa e o sujeito passivo, a coletividade.
É possível a tentativa, a lei presume o risco a coletividade. O crime consuma-se com a pratica da ação típica.
Invólucro ou recipiente com falsa indicação
 
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele existe em quantidade menor que a mencionada: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
 
Sugerir, falsamente, um rotulo ou recipiente de produto alimentício, terapêutico ou medicinal, a existência de substancia que não contenha ou ainda que contenha, de quantidade menor do que é indicada, ou seja, por meio fraudulento.
Sujeito ativo, qualquer pessoa e o sujeito passivo, coletividade.
A tentativa é admitida, consuma-se o crime apenas com a menção de informação falsa em bula ou recipiente.
Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores
 
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
 	Vender, expor à venda, ter em depósito ou fornecer a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275, sem praticar os atos tipificados, mas comercializar os produtos nas condições dos artigos precedentes.
Sujeito ativo, qualquer pessoa, não necessariamente o comerciante. Sujeito passivo, a coletividade.
Consuma-se pela pratica dos verbos do crime tipificado, a lei presume a criação do risco a coletividade com a pratica dos verbos da conduta.
Substância destinada à falsificação
 
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais:
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Vender, expor a venda, ceder, ter em deposito substancia para falsificar produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais. Tendo a consciência que a substancia tem finalidade à falsificação.
Sujeito ativo, qualquer pessoa e o sujeito passivo, a coletividade.
Consumação se dá pela pratica dos atos tipificados destinado à falsificar o objeto material do crime. A tentativa é possível, por ser um crime abstrato, a lei presume o risco a incolumidade pública, não sendo preciso comprovar nem que haja o uso efetivo da substancia.
Outras substâncias nocivas à saúde pública
 
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
 
Modalidade culposa
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Fabricar, vender, expor à venda ou ter armazenado para venda ou fornecer ao consumo substancia nociva a saúde, por mais que não tenha fim alimentício ou medicinal, destinado ao numero indeterminado de pessoas e de alguma forma se torne nocivo à saúde do usuário.
Sujeito ativo, qualquer pessoa e o sujeito passivo, a coletividade.
O crime se consuma com a pratica dos atos tipificados não sendo necessário o efetivo uso da coisa ou substancia nociva, sendo admitido a tentativa e a modalidade culposa, se faz necessário a comprovação da nocividade.
Substância avariada
 
 Art. 279 - (Revogado pela Lei nº. 8.137, de 27.12.1990).
Vender, armazenar com finalidade de vende, ou expor à venda, ou qualquer outra forma de fornecer a substancia alimentícia ou medicinal danificada ou estragada. Isto é, imprópria ao consumo. É considerado um crime contra a relação de consumo, admitindo a forma culposa.
Medicamento em desacordo com receita médica
Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.
 
Modalidade culposa
 
Parágrafo único - Se o crime é culposo:
 
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Entregar ou vender substancia medicinal (medicamento) em desacordo com o receituário medico, isto não se estende ao dentistas ou parteiras. A substituição do medicamento por um de qualidade, espécie e quantidade diferente do prescrito ainda se beneficiar a lei busca evitar arbitrariedade em fornecimento pelos farmacêuticos. Se a receita contiver erro o farmacêutico deve consultar o medico, para que este retifique a receita, ou se ausente, e diante estado de necessidade exclui-se a ilicitude pelo farmacêutico.
Há divergência doutrinaria sobre quem pode ser o sujeito ativo, ficando entre qualquer pessoa ou farmacêutico, ou pratico autorizado ou herbanário e o sujeito passivo, a coletividade ou usuário eventual do medicamento. 
É possível a forma culposa, com inobservância do dever de cuidado e também a tentativa. Consuma-se o crime no momento da entrega da substancia medicinal em desacordo com a prescrição medica, não necessitando do real dano.
Comércio clandestino ou facilitação de uso de entorpecentes
Art. 281. (Revogado pela Lei nº. 6.368, 1976).
 Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica
 
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
 
Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.
Exercita, mesmo que gratuitamente, profissão de medico, dentista ou farmacêutico, isto é, sem autorização legal, sem qualificação ou registro, ou excedendo os limites referentes a profissão. Se qualificado e registrado e ainda sim exceder os limites de sua profissão. Porém o estado de necessidade exclui-se a ilicitude. Se tiver fins lucrativos será aplicada cumulativamente pena de multa, ainda que não haja a efetiva vantagem.
Sujeito ativo, na modalidade de exercitar profissão sem qualificação, registro ou autorização podendo ser qualquer pessoa. Enquanto na modalidade de exceder os limites profissionais, o sujeito ativo é o medico, farmacêutico ou dentista e o sujeito passivo é a coletividade ou a pessoa tratada pelo sujeito ativo.
Consuma-se com a habitualidade do exercício da profissão, sendo a tentativa admitida.
Charlatanismo
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Sugerir ou divulgar por meios comunicativos diversos cura de doenças através do uso de medicamentos ou processo que somente o sujeito ativo tem conhecimento ou de doença incurável, e por te esse conhecimento de ineficácia dos meios de cura, se aproveita para obter vantagem, por mais que não tenha efetiva vantagem.
Sujeito ativo, qualquer pessoa inclui-se o medico e o sujeito passivo, a coletividade ou a pessoa que seja enganada.
Admitida a tentativa. Consuma-se com o simples ato de aconselhar ou divulgarcura de doença por meio de conhecimento secreto ou que tenha ciência que não funcionará. A lei presume o risco de perigo comum, somente com a divulgação da falsa cura. Não exige a habitualidade dos atos.
Curandeirismo
 
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
 
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa.
Praticar o curandeirismo, receitando, ministrando ou aplicando, habitualmente, substancia sendo esta nociva ou não à saúde. Usar passe, palavras ou outros. Diagnosticar, podendo levar a vitima, a baseado no falso diagnostico, a não procurar tratamento medico corretamente indicado. Ainda questiona-se de que ato de rituais religiosos configura o crime de curandeirismo, pois, a Constituição Federal Art.5 VI, garante a liberdade religiosa, mas o entendimento é desde que não cause dano à saúde publica, não constitui crime. Se houver fim lucrativo cumula com a pena de multa, não sendo necessário a efetiva vantagem.
Sujeito ativo, qualquer pessoa sem conhecimentos médicos e o sujeito passivo, a coletividade ou a pessoa que venha a ser tratada através do curandeirismo.
Não admite a tentativa. Crime consumado com as praticas das ações tipificadas de forma reiterada, por se tratar de crime habitual. A lei presume perigo a saúde publica e ainda que por ventura beneficie constitui crime.
Forma qualificada
Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.
Aplica-se no que condiz o Art.258, para os crimes deste capitulo, exceto o Art.267. Quanto ao aumento de pena.

Outros materiais