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Termos e definições 
▪ Toxicologia → estudo dos efeitos adversos das substâncias químicas sobre organismos vivos. A toxicologia procura caracterizar os efeitos adversos potenciais e as relações dosagem-resposta das substâncias químicas estranhas, para proteger a saúde pública.
▪ Xenobióticos → substâncias químicas, estranhas ao organismo e sem valor nutritivo.
▪ Agentes tóxicos (“veneno”) → qualquer agente capaz de produzir uma resposta prejudicial em um sistema biológico, alterando uma função ou levando-o à morte, sob certas condições de exposição. Praticamente todas as substâncias químicas conhecidas têm o potencial de produzir lesão ou morte caso estejam presentes em quantidade suficiente.
▪ Toxicidade → capacidade inerente de uma substância para causar prejuízos (o que está́ relacionado com a dosagem e a duração da exposição).
▪ Intoxicação → manifestação do efeito tóxico e corresponde ao conjunto de sinais e sintomas que revelam o desequilíbrio produzido pela interação do agente tóxico com o organismo.
▪ Intoxicação exógena ou envenenamento → consequência clínica e/ou bioquímicas da exposição a substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas. Como exemplo, dessas substâncias intoxicantes ambientais, podemos citar o ar, água, alimentos, plantas, animais peçonhentos ou venenosos. Por sua vez, os principais representantes de substâncias isoladas são os pesticidas, os medicamentos, produtos químicos industriais ou de uso domiciliar.
▪ Intoxicação endógena → ocorre por meio de substâncias produzidas no próprio organismo, seja pelas toxinas de microrganismos infecciosos ou por perturbação metabólica / glandular (autointoxicação) ou reação alérgica. 
● Classificação dos agentes tóxicos
▪ Toxina → geralmente se refere a uma substância tóxica produzida por sistemas biológicos, como plantas, animais, fungos ou bactérias. 
▪ Toxicante → substâncias tóxicas (ou seus subprodutos) produzidas em atividades antropogênicas.
● Exposição a agentes tóxicos
- A exposição a agentes tóxicos pode ocorrer por diversas razões. De um ponto de vista clínico, cerca de 50% dos casos de envenenamento são tentativas suicidas intencionais. A exposição acidental é responsável por cerca de 30% dos casos. O restante dos casos decorre de exposição homicida ou ocupacional. Dessas possibilidades, o suicídio exibe a mais alta taxa de mortalidade. Exposição acidental ocorre com maior frequência em crianças; mas é relativamente comum em adultos uma overdose acidental de fármaco ou droga ilícita. Basicamente, a exposição ocupacional ocorre em cenários industriais e agrícolas. 
● Relação dose-resposta
- A relação dose-resposta relaciona as características de exposição a um agente e seu espectro de efeito e implica que haverá aumento na resposta tóxica diante do aumento da dose. Porém nem todas as pessoas exibem resposta tóxica na mesma dose. 
- Existem dois tipos de relações dose-resposta: (1) a relação dose-resposta individual, que descreve a resposta de um organismo individual a diferentes doses de uma substância química, muitas vezes referida como uma resposta “graduada”, porque o efeito medido é contínuo entre intervalos de doses; e (2) uma relação dose-resposta quântica, que caracteriza a distribuição de respostas diante de doses diferentes em uma população de organismos individuais.
- A variância populacional pode ser observada a partir da frequência cumulativa do percentual de pessoas que geram resposta tóxica ao longo de determinada faixa de concentrações. TD₅₀ é a dose que, por previsão, é capaz de causar resposta tóxica em 50% da população. Se a resposta monitorada for morte, a LD₅₀ será a dose de morte prevista em 50% da população. 
● Toxicidade e risco
- Efeito tóxico→ geralmente proporcional à concentração do agente tóxico ao nível do sítio de ação (tecido alvo). 
- Ação tóxica→ maneira pela qual um agente tóxico exerce sua atividade sobre as estruturas teciduais. 
- O grau de toxicidade de uma substância é avaliado quantitativamente pela medida da DL 50, que é a dose de um agente tóxico, obtida estatisticamente, capaz de produzir a morte de 50% da população em estudo. Assim, um agente será tanto mais tóxico, quanto menor for sua DL 50. 
- O conceito de toxicidade vincula-se ainda a outro conceito, o de risco tóxico. Pode-se definir o risco como sendo a probabilidade existente para que uma substância produza um efeito adverso previsível, em determinadas condições específicas de uso.
- Dessa forma, o fracionamento da dose total, reduz a probabilidade que o agente venha a causar efeitos tóxicos. A razão para isso é que o corpo pode reparar o dano, ou neutralizar o efeito de cada dose subtóxica se ocorrer um intervalo de tempo suficiente até a próxima dose. Em tais casos, a dose total, que seria muito tóxica se recebida toda de uma vez, passa a ser pouco ou não tóxica se administrada em determinado período de tempo.
- Também, pode-se dizer que nem sempre a substância de maior toxicidade será a de maior risco. Tudo dependerá das condições de contato com a substância. Por exemplo, podemos ter agentes de alta toxicidade e baixo risco ou ainda agentes de baixa toxicidade e alto risco.
- Os fatores que influenciam a toxicidade de uma substância são a frequência de exposição, a duração da exposição e a via de administração da substância. Para isso, deve-se conhecer o tipo de efeito que ela produz, a dose para produzir o efeito, as informações sobre as características/propriedades de uma substância e as informações sobre a exposição e o indivíduo.
● Fases da toxicação
- Intoxicação→ processo patológico causado por substâncias endógenas ou exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico, consequente das alterações bioquímicas no organismo.
- O processo de intoxicação é evidenciado por sinais e sintomas ou mediante dados laboratoriais e pode ser desdobrado em quatro fases: exposição, toxicocinética, toxicodinâmica, clínica.
• Fase de exposição – é a fase em que as superfícies externa ou interna do organismo entram em contato com o agente tóxico. É importante considerar nessa fase a via de introdução, a frequência e a duração da exposição, as propriedades físico-químicas, assim como a dose ou a concentração do xenobiótico e a suscetibilidade individual.
• Fase de toxicocinética – inclui todos os processos envolvidos na relação entre a disponibilidade química e a concentração do agente nos diferentes tecidos do organismo. Intervém nessa fase a absorção, a distribuição, o armazenamento, a biotransformação e a excreção das substâncias químicas. As propriedades físico-químicas dos agentes tóxicos determinam o grau de acesso aos órgãos-alvos, assim como a velocidade de sua eliminação do organismo.
• Fase de toxicodinâmica – compreende a interação entre as moléculas do agente tóxico e os sítios de ação, específicos ou não, dos órgãos e, consequentemente, a alteração do equilíbrio homeostático. 
• Fase clínica – é a fase em que há evidências de sinais e sintomas, ou ainda, alterações patológicas detectáveis mediante provas diagnósticas, caracterizando os efeitos nocivos provocados pela interação do agente tóxico com o organismo.
● Espectro de efeitos indesejáveis
- O espectro de efeitos indesejáveis de produtos químicos é amplo. Na terapêutica, por exemplo, cada fármaco produz uma série de efeitos, mas normalmente apenas um deles está́ associado ao objetivo principal da terapia; todos os outros são referidos como efeitos indesejáveis ou colaterais. Esses efeitos dos fármacos geralmente incomodam, mas não são deletérios (por exemplos boca seca). Alguns efeitos indesejados podem ser prejudiciais para o bem-estar dos seres humanos. Estes são referidos como efeitos adversos, nocivos ou tóxicos do fármaco.
▪ Reações dose-dependentes
- Os efeitos tóxicos dos fármacos podem ser classificados como farmacológicos, patológicos ou genotóxicos. A incidência e a gravidade da toxicidade é proporcional à concentração do fármaco no organismo e a duração daexposição. Doses excessivas proporcionam exemplos dramáticos da toxicidade dose-dependente.
▪ Reações alérgicas / Hipersensibilidade / Reação de sensibilização
- Reação imunológica a uma substância química que resulta da sensibilização prévia a esse produto químico ou a outra molécula de estrutura semelhante. Na primeira exposição o organismo, após incorporar a substância, produz anticorpos. Esses, após atingirem uma determinada concentração no organismo, ficam disponíveis para provocarem reações alérgicas no indivíduo, sempre que houver nova exposição àquele agente tóxico.
- Uma vez ocorrida a sensibilização, reações alérgicas podem resultar da exposição a doses relativamente muito baixas desses produtos químicos. No entanto, para um determinado indivíduo alérgico, reações alérgicas são dose-dependentes. Reações de sensibilização variam em severidade desde um leve distúrbio de pele até um choque anafilático fatal.
▪ Reações idiossincráticas
- A idiossincrasia química refere-se a uma determinada reação geneticamente anormal a uma substância química. Nesses casos, o indivíduo pode apresentar uma reação adversa a doses extremamente baixas (doses consideradas não tóxicas) ou apresentar tolerância surpreendente a doses consideradas altas ou até mesmo letais.
▪ Toxicidade imediata X retardada
- Na toxicidade imediata os efeitos tóxicos ocorrem rapidamente após uma única administração de uma substância, enquanto na toxicidade retardada os efeitos tóxicos ocorrem após o decurso de algum tempo. A maioria das substâncias produz efeitos tóxicos imediatos. Contudo, os efeitos carcinogênicos de alguns produtos químicos normalmente têm longos períodos de latência, em geral, 20 a 30 anos após a exposição inicial, antes que os tumores sejam observados nos seres humanos.
▪ Efeitos tóxicos reversíveis X irreversíveis
- Se uma substância química produz lesão patológica a um tecido, seu efeito, reversível ou irreversível, depende da capacidade de regeneração do tecido. Para o tecido hepático, com sua alta capacidade de regeneração, a maioria das lesões é reversível, enquanto lesões no sistema nervoso central (SNC) são, em grande parte, irreversíveis, porque suas células diferenciadas não podem ser substituídas. Quando os efeitos carcinogênicos e/ou teratogênicos se manifestam, são considerados efeitos tóxicos irreversíveis.
▪ Toxicidade local X sistêmica
- Efeitos locais ocorrem no sítio do primeiro contato entre o agente tóxico e o sistema biológico. No entanto, os efeitos sistêmicos necessitam de absorção e distribuição de uma substância tóxica a partir do seu ponto de entrada para um local distante, em que os efeitos deletérios são produzidos. Para algumas substâncias, ambos tipos de efeitos podem ocorrer.
- A maioria das substâncias químicas que produz toxicidade sistêmica normalmente provoca sua maior ação em apenas um ou dois órgãos, que são referidos como os órgãos-alvo da toxicidade de uma substância química. O órgão-alvo de toxicidade, muitas vezes, não é o local de maior concentração do agente químico.
▪ Interação de substâncias químicas
- Interações químicas podem ocorrer por meio de diversos mecanismos, tais como alterações na absorção, nas ligações proteicas, biotransformação e excreção de uma ou ambas as substâncias tóxicas que estejam interagindo. Além desses modos de interação, a reação do organismo a combinações de substâncias tóxicas pode ser aumentada ou diminuída em razão das respostas toxicológicas no local da ação, podendo-se ter
• Efeito aditivo – quando o efeito final é igual à soma dos efeitos de cada um dos agentes envolvidos. 
• Efeito sinérgico – quando o efeito final é maior que a soma dos efeitos de cada agente em separado. 
• Potencialização – quando o efeito de um agente é aumentado se combinado com outro agente. 
• Antagonismo – quando o efeito de um agente é diminuído, inativado ou eliminado se combinado com outro agente. Existem quatro tipos principais de antagonismo: funcional, químico, disposicional e receptor. 
▫ Antagonismo funcional → quando duas substâncias químicas equilibradas produzem efeitos opostos sobre a mesma função fisiológica.
▫ Antagonismo químico ou inativação → quando uma reação química entre dois compostos produz um produto final menos tóxico.
▫ Antagonismo disposicional → quando a absorção, a distribuição, a biotransformação ou a excreção de uma substância química é alterada de modo que a concentração e/ou a duração da permanência do produto químico no órgão-alvo são diminuídos. 
▫ Antagonismo de receptores → quando duas substâncias que se ligam ao mesmo receptor produzem um efeito menor quando administradas em conjunto do que quando são somados seus efeitos de maneira separada ou quando um produto químico antagoniza o efeito do outro. Antagonistas de receptores são denominados bloqueadores.
▪ Tolerância
- É um estado de resposta diminuída ao efeito tóxico de uma substância química resultante de exposição prévia a essa substância ou a uma substância química estruturalmente relacionada. Dois mecanismos principais são responsáveis pela tolerância: um deles deve-se a uma redução da quantidade de substância tóxica a atingir o local no qual o efeito tóxico é produzido (tolerância disposicional), e o outro é devido a uma diminuição da resposta ao produto químico.
● Características de exposição
○ Classificação de acordo com o tempo de exposição
• Intoxicação aguda – decorre de um único contato (dose única/relacionado à potência da droga) ou múltiplos contatos (efeitos cumulativos) com o agente tóxico, num período de tempo aproximado de 24 horas. Os efeitos surgem de imediato ou no decorrer de alguns dias, no máximo 2 semanas. 
• Intoxicação sobreaguda ou subcrônica – exposições repetidas a substâncias químicas. Denomina-se intoxicação sobreaguda quando ocorre exposição durante um período menor ou igual a 1 mês. Enquanto que, para períodos entre 1 a 3 meses, classifica-se como intoxicação subcrônica. 
• Intoxicação crônica – efeito tóxico após exposição prolongada a doses cumulativas do agente tóxico, num período prolongado, geralmente maior de 3 meses chegando até a anos.
○ Vias e locais de exposição
- As principais vias pelas quais agentes tóxicos ganham acesso ao organismo são a gastrintestinal (ingestão), a pulmonar (inalação), a cutânea (tópica, percutânea ou cutânea) e outras vias parenterais (diferentes da via intestinal).
- Ordem decrescente aproximada das vias que produzem respostas de maior efeito e mais rapidamente → via sanguínea, inalação, intraperitoneal, subcutânea, intramuscular, intradérmica, oral e dérmica.
- O material no qual o produto químico está dissolvido e outros fatores de formulação podem alterar significativamente a absorção. Além disso, a via de administração pode influenciar a toxicidade dos agentes.
● Toxicocinética
- Nessa fase, tem-se a ação do organismo sobre o agente tóxico, procurando diminuir ou impedir a ação nociva da substância sobre ele. Dela resulta a quantidade de agente tóxico disponível para interagir com o sítio alvo e, consequentemente, exercer a ação tóxica. A toxicocinética é constituída pelos seguintes passos: absorção, distribuição, biotransformação e excreção. A movimentação do agente tóxico no organismo, desde a sua entrada até a sua eliminação, envolve a transposição de membranas celulares.
▪ Absorção
- É quando o agente tóxico passa de um meio externo para um meio interno, ou seja, é introduzido no organismo e vai para a circulação sistêmica. A absorção do agente químico depende de fatores ligados ao agente químico e a membrana celular e pode acontecer pelas vias respiratórias, via dérmica ou pelo trato gastrointestinal.
▫ Absorção via dérmica
- A pele é um órgão formado por múltiplas camadas de tecidos e contribui com cerca de 10% de peso corpóreo. No estado íntegro, a pele constitui uma barreira efetiva contra a penetração de substâncias químicasexógenas. No entanto, alguns xenobióticos podem sofrer absorção cutânea, dependendo de fatores tais como a anatomia e as propriedades fisiológicas da pele e das propriedades físico-químicas dos agentes. 
- A pele é formada por duas camadas, a epiderme que é a camada mais externa da pele e a derme, que é formada por tecido conjuntivo em que se encontram os vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e sudoríparas. Esses três últimos elementos da derme permitem o contato direto com o meio externo. As substâncias químicas podem ser absorvidas, principalmente, através das células epidérmicas ou folículos pilosos. 
- Os efeitos do agente tóxico na pele podem ser tópicos ou sistêmicos. Efeitos tópicos são a corrosão, sensibilização e mutação. Os efeitos sistêmicos podem resultar em ação do agente tóxico em tecidos distantes.
	A via dérmica é a porta de entrada mais frequente das intoxicações por agrotóxicos. Pois a contaminação acontece nas mãos, braços, pescoço, face, e couro cabeludo pela absorção de respingos, névoa de pulverização, uso de roupas contaminadas. Os fatores ligados à absorção via dérmica são o tempo de exposição, hidro e lipossolubilidade, tamanho da molécula, temperatura do corpo e do ambiente, volatilidade além de outros.
▫ Absorção pelas vias respiratórias
- A via respiratória é muito importante para a toxicologia ocupacional, visto que muitas intoxicações ocupacionais são decorrentes da aspiração de substâncias contidas no ar. A superfície pulmonar total é de aproximadamente 90 m2 e a superfície alveolar de 50 a 100 m2.
- O fluxo sanguíneo contínuo exerce uma boa ação de dissolução e muitos agentes químicos podem ser absorvidos rapidamente a partir dos pulmões. Os agentes passíveis de sofrerem absorção pulmonar são os gases e vapores e os aerodispersóides. Essas substâncias poderão ser absorvidas, tanto nas vias aéreas superiores, quanto nos alvéolos.
- A retenção parcial ou total dos agentes nas vias aéreas superiores está ligada ao diâmetro de partícula, hidrossolubilidade, condensação e temperatura. Geralmente, as partículas com diâmetro maior do que 30 µm ficarão retidas nas regiões menos profundas do trato respiratório. Também quanto maior a sua solubilidade em água, maior será a tendência de ser retido no local.
- Nos alvéolos pulmonares duas fases estão em contato, uma gasosa formada pelo ar alveolar e outra líquida representada pelo sangue. Diante de um gás ou de um vapor, o sangue pode se comportar de duas maneiras diferentes. O agente tóxico pode dissolver-se simplesmente por um processo físico ou, ao contrário, combinar-se quimicamente com elementos do sangue. No primeiro caso, tem-se a dissolução do agente tóxico no sangue e no segundo caso, a reação química. Já as partículas presentes nos alvéolos, que não foram removidas ou absorvidas, podem ficar retidas na região, causando as chamadas pneumoconioses.
▫ Absorção via oral, digestiva ou trato gastrintestinal
- No trato gastrintestinal (TGI) um agente tóxico poderá sofrer absorção desde a boca até o reto. Poucas substâncias sofrem a absorção na mucosa oral, porque o tempo de contato é pequeno nesse local. Estudos experimentais, no entanto, mostram que a cocaína, a estricnina, a atropina e vários opióides podem sofrer absorção na mucosa bucal. Não sendo absorvido na mucosa oral, o toxicante poderá sofrer absorção na porção do TGI onde existir a maior quantidade de sua forma não ionizada (lipossolúvel). Um dos fatores que favorecem a absorção intestinal de nutrientes e xenobióticos é a presença de microvilosidades, que proporcionam grande área de superfície.
▪ Distribuição
- Na distribuição, o agente tóxico é transportado para o resto do organismo, podendo deslocar-se para diversos tecidos e células. A concentração do agente é desigual para os vários pontos no sistema, e locais de maior área não necessariamente terão maior concentração do agente tóxico. Ao circular, o agente tóxico pode ser biotransformado, ligar-se ao sítio de ação, ser eliminado, ligar-se a proteínas plasmáticas ou eritrócitos ou ser armazenado. 
- Os fatores que influem na distribuição e acúmulo são a irrigação do órgão, pois uma maior vascularização facilita o contato do agente tóxico, o conteúdo aquoso ou lipídico e a integridade do órgão. Os principais locais de armazenamento são: proteínas plasmáticas, fígado e rins, tecido ósseo, tecido adiposo, placenta, leite materno, cabelos.
▫ Redistribuição
- O término do efeito tóxico de uma substância costuma ocorrer por biotransformação ou excreção, mas, também, pode resultar da redistribuição da substância do seu sítio de ação para outros tecidos. Entretanto, ela ainda estará armazenada nesses locais na forma ativa e sua saída definitiva dependerá de biotransformação e excreção. Se houver saturação do local de armazenamento com a dose inicial, uma dose subsequente pode produzir efeito prolongado.
▪ Biotransformação
- Para reduzir a possibilidade de uma substância desencadear uma resposta tóxica, o organismo apresenta mecanismos de defesa que buscam diminuir essa quantidade que chega de forma ativa ao tecido alvo, assim como reduzir o tempo de permanência em seu sítio de ação. Para isso, é necessário diminuir a difusibilidade do agente tóxico e aumentar a velocidade de sua excreção. Logo a biotransformação pode ser compreendida como um conjunto de alterações químicas ou estruturais que as substâncias sofrem no organismo, geralmente, ocasionadas por processos enzimáticos, com o objetivo de diminuir ou cessar a toxicidade e facilitar a excreção.
- A biotransformação pode ocorrer em qualquer órgão ou tecido orgânico como, por exemplo, no intestino, rins, pulmões, pele, testículos, placenta, entre outros. A grande maioria das substâncias, sejam elas endógenas ou exógenas, é biotransformada no fígado. 
- O fígado é o maior órgão do corpo humano com diversas e vitais funções, destacando-se entre elas, as transformações de xenobióticos e nutrientes. A biotransformação é efetuada, geralmente por enzimas. A eficiência do processo depende de fatores como dose e frequência de exposição, espécie, idade, gênero, variabilidade genética, estado nutricional, estado patológico e a exposição a outros agentes que podem inibir ou induzir as enzimas biotransformadoras de xenobióticos.
▪ Excreção
- Os xenobióticos que penetram no organismo são, posteriormente, excretados através da urina, bile, fezes, ar expirado, leite, suor e outras secreções, sob forma inalterada ou modificada quimicamente. A excreção pode ser vista como um processo inverso ao da absorção, pois os fatores que interferem na entrada do xenobiótico no organismo, podem dificultar a sua saída. 
- Basicamente existem três classes de excreção – a eliminação através das secreções, tais como a biliar, sudorípara, lacrimal, gástrica, salivar, láctea; a eliminação através das excreções, tais como urina, fezes e catarro; a eliminação pelo ar expirado. Os fatores que atuam sobre velocidade e via de excreção são:
• Via de introdução – interfere na velocidade de absorção, de biotransformação e, também, na excreção. 
• Afinidade por elementos do sangue e outros tecidos – geralmente o agente tóxico na sua forma livre está disponível à eliminação. 
• Facilidade de biotransformação – com o aumento da polaridade a secreção por via urinária fica facilitada. 
• Frequência respiratória – em relação a excreção pulmonar, o aumento da frequência respiratória, acelera as trocas gasosas. 
• Função renal – como a via renal é a principal via de excreção dos xenobióticos, qualquer disfunção dos órgãos irá interferir na velocidade e proporção de excreção.
● Toxicodinâmica
- A fase da toxicodinâmica é caracterizada pela presença, em sítios específicos, do agente tóxico ou dos produtos da biotransformação, que ao interagirem com as moléculas orgânicas constituintes das células produzem alterações bioquímicas, morfológicas e funcionais que caracterizam o processo de intoxicação.
- Nessa etapa podem ocorrer interações de adição, sinergismo,potenciação e antagonismo entre as substâncias. Essas interações poderão aumentar ou diminuir os efeitos tóxicos.
• Adição – quando o efeito induzido por dois ou mais compostos é igual à soma dos efeitos de cada agente isolado. 
• Sinergismo – o efeito induzido por dois ou mais compostos juntos é maior do que a soma dos efeitos de cada agente. 
• Potenciação – quando um agente que primariamente é desprovido de ação tóxica aumenta a toxicidade de um agente tóxico. 
• Antagonismo – o efeito de um agente é diminuído, inativado ou eliminado quando combinado com outro agente.
● Hidróxido de sódio (NaOH)
- Essa base é conhecida comercialmente como soda cáustica, pois pode corroer e destruir os tecidos vivos, causando queimaduras graves na pele. É sólida à temperatura ambiente, branca, cristalina, com ponto de fusão a 318ºC, bastante solúvel em água e é uma substância deliquescente, o que significa que ela é higroscópica, pois absorve água do meio ambiente e com o tempo pode se tornar um líquido incolor. Ela reage lentamente com o vidro, sendo guardada em frascos de plástico.
- É a base mais importante da indústria e do laboratório. É fabricada e consumida em grandes quantidades. O hidróxido de sódio também é usado pela indústria petroquímica em uma das etapas da fabricação de papel, celulose, tecidos, corantes e produtos de uso doméstico. Possui ação corrosiva sobre os tecidos da pele, olhos e mucosas. O hidróxido de sódio não é inflamável, porém quando em contato com alguns metais, forma gases inflamáveis. O contato com os olhos pode causar severos danos, incluindo queimaduras e cegueira, dependendo da concentração do produto e do tempo de exposição. É corrosivo em contato com a pele, podendo causar queimaduras e destruição dos tecidos. A exposição do produto na forma de líquido, vapor ou neblina pode causar queimaduras nas vias respiratórias e o contato prolongado pode causar pneumonia química. A ingestão pode causar severas queimaduras e completa perfuração dos tecidos.
▪ Quadro clínico: O quadro clínico depende do tipo de exposição, volume e concentração. Inicialmente é semelhante, seja a exposição aos álcalis ou ácidos, havendo algumas diferenças quanto à sintomatologia e tratamento. Logo após a ingestão aparece dor intensa com espasmo reflexo da glote podendo determinar morte por asfixia. Vômitos, desidratação, edema e inflamação da boca, língua e faringe. Produtos sólidos determinam com maior frequência lesões na boca, esôfago e parte superior do estômago. Contato com a pele produz grave queimadura: edema, vesículas e necrose. No contato com os olhos, a exposição rápida promove lacrimejamento, hiperemia conjuntival e fotofobia. Nos casos mais graves ocorrem dores intensas, edema de conjuntiva e de pálpebras e ulcerações de córnea. 
▪ Complicações: Destruição anatômica, perfuração de vísceras, tosse, estridor, dispnéia, cianose, esofagite cáustica, estenoses. 
▪ Tratamento: A princípio não descontaminar, ou seja: O PACIENTE NÃO DEVE VOMITAR NEM SER SUBMETIDO A LAVAGEM GÁSTRICA. Não neutralizar. Não alimentar. O uso de corticosteróides é bastante controverso. Tratamento de suporte, hidratação, antibióticos, internamento hospitalar e analgésicos. A Endoscopia Digestiva Alta (EDA), cuidadosa, deve ser feita de preferência nas primeiras 12 a 24 horas.
● Inseticidas organofosforados e carbamatos (“chumbinho”)
- São agrotóxicos amplamente utilizados na agricultura e podem ser absorvidos por inalação, ingestão ou exposição dérmica. É importante ressaltar que mais de 90 % da absorção se dá pela pele e o restante via digestiva, pois as gotículas das pulverizações não são inaláveis por serem grandes e acabam sendo deglutidas quando estão nas vias aéreas superiores (nariz, garganta, faringe). Após absorvidos, são distribuídos nos tecidos do organismo pela corrente sanguínea e sofrem biotransformação, principalmente no fígado. A principal via de eliminação é a renal.
- A principal ação dos organofosforados (OF) e carbamatos no organismo humano é a inibição da acetilcolinesterase (ACE) nas terminações nervosas. Sendo a ACE responsável pelo fim da atividade biológica do neurotransmissor acetilcolina (AC), sua inibição leva a um acúmulo de AC nas sinapses. A AC atua na mediação do impulso nervoso e este acúmulo desencadeia uma série de efeitos: sinais e sintomas que mimetizam ações muscarínicas, nicotínicas e ações do SNC da acetilcolina.
- As intoxicações agudas por carbamatos podem levar a sinais e sintomas que incluem diarreia, náusea, vômito, dor abdominal, salivação e sudorese excessivos, visão borrada, dificuldade respiratória, dor de cabeça, fasciculações musculares. Para os OF, os sinais e sintomas de intoxicação aguda podem ser divididos em três estágios: 
• Leve – fadiga, dor de cabeça, visão borrada, dormência de extremidades, náusea, vômitos, salivação e sudorese excessivos. 
• Moderada – fraqueza, dificuldade para falar, fasciculação muscular, miose. 
• Severa – inconsciência, paralisia flácida, dificuldade respiratória, cianose.
- Além desses sintomas clássicos, recentemente sinais de neurotoxidade persistente vêm sendo relacionados aos organofosforados. O segundo estágio de intoxicação por OF é a síndrome intermediária, que pode ocorrer 24 a 96 horas após a crise aguda, tendo duração aproximada de 6 semanas e apresenta-se como uma sequência de sinais neurológicos e fraqueza muscular.
- O terceiro estágio clínico descrito é a neurotoxidade retardada induzida por organofosforados. Os sintomas podem surgir de 2 a 5 semanas após a exposição aguda, apresentando um quadro clínico que inclui fraqueza progressiva, paralisia distal flácida de membros inferiores e superiores e paralisia de músculos respiratórios. A recuperação pode ser demorada (de meses a anos), podendo não ocorrer total reversão do quadro. Assim, é importante que pacientes intoxicados agudamente por OF sejam acompanhados por semanas durante a recuperação de uma intoxicação aguda, para que se observe se ocorrerá a evolução do quadro para algum dos estágios citados.
● Conduta médica diante da intoxicação
▪ ESTRATÉGIA CLÍNICA PARA O TRATAMENTO DO PACIENTE INTOXICADO 
- As seguintes etapas gerais representam componentes importantes na abordagem inicial do paciente intoxicado:
1. Estabilização do paciente
- Avaliação de sinais vitais e da efetividade de manutenção da respiração e da circulação são as preocupações iniciais. 
2. Avaliaçào clínica (história, exame físico, análises laboratoriais e exames radiológicos)
▫ História clínica
- Determinar, se possível, a substância ingerida ou à qual o paciente se expôs, bem como a extensão e o tempo de exposição. 
- Ao estimar o grau de exposição a um agente tóxico, deve-se, em geral, maximizar a possível dose a que o paciente se expôs. Isso quer dizer que deve-se assumir que o conteúdo inteiro do frasco de medicamentos foi ingerido, que o volume total de líquido de um recipiente foi consumido ou que a concentração máxima de um contaminante atmosférico estava presente no ambiente, em caso de pacientes intoxicados pela via inalatória.
- Com uma estimativa da dose, o toxicologista pode acessar várias fontes de informação a fim de determinar qual a dimensão dos efeitos clínicos esperados da exposição. 
- Nas situações em que não foi possível obter uma história precisa do paciente intoxicado, o tratamento é realizado empiricamente como intoxicação por “ingestão de agente desconhecido”.
▫ Exame físico
- Exame físico completo
- Os parâmetros do exame físico do paciente são classificados em categorias amplas, denominadas síndromes tóxicas. Trata-se de um grupo de sinais clínicos que, tomados em conjunto, estão provavelmente associados com a exposição a certas classes de agentes tóxicos. Às vezes, um odor característico, detectado na respiração ou nas roupas do paciente pode apontar para a exposição a um agente específico.
- Odor característico associados com intoxicação:
Amêndoas amargas → cianeto
Ovos→ sulfeto de hidrogênio, mercaptanos
Alho → arsênico, organofosforados
3. Prevenção de absorção continuada do agente tóxico
- Na exposição tóxica pela via oral, inalatória ou dérmica, existe uma oportunidade de prevenir a absorção posterior do agente tóxico, minimizando a quantidade total que atingirá a circulação sistêmica.
- Para agentes que se apresentam pela via inalatória, a principal intervenção usada para prevenir absorção futura envolve a remoção do paciente do ambiente onde o agente se encontra e o fornecimento de ventilação e oxigenação adequadas. 
- Para exposições dérmicas, vestimentas contaminadas pelo agente tóxico devem ser removidas e a pele deve ser lavada com água e sabão neutro.
- Os quatro métodos primários para prevenir a absorção continuada de um agente tóxico por via oral são indução de êmese com xarope de ipeca, lavagem gástrica, administração oral de carvão ativado e irrigação intestinal total.
- A lavagem gástrica, que envolve a introdução de uma sonda orogástrica no estômago e a remoção por aspiração do seu conteúdo, seguida de instilação repetida de fluido e de novas aspirações até que o efluente retorne limpo, é limitada pelo risco de vômito com aspiração pulmonar e pelas evidências de baixa eficácia.
- Por muitos anos, o carvão ativado administrado por via oral tem sido incorporado de forma rotineira no tratamento inicial do paciente intoxicado por essa via. O termo ativado significa que o carvão foi especialmente processado para ser mais eficiente na adsorção dos agentes tóxicos.
4. Aumento da eliminação do agente tóxico
- Métodos→ alcalinização da urina, hemodiálise, hemoper- fusão, hemofiltração, plasmaferese ou exsanguineotransfusão e carvão ativado seriado pela via oral.
5. Administração de antídotos
- Um número relativamente pequeno de antídotos específicos está disponível para o tratamento de intoxicações e o mecanismo de ação dos vários antídotos é bem diferente.
- Exemplo→ A atropina, um agente antimuscarínico, anticolinérgico, é usada para antagonizar farmacologicamente, no receptor, os efeitos de inseticidas organofosforados que produzem efeitos colinérgicos, muscarínicos letais.
6. Medidas de suporte e seguimento clínico
- O período de tratamento de suporte da intoxicação é muito importante, não apenas porque há certas intoxicações que apresentam toxicidade tardia, mas porque há, também, agentes tóxicos que exibem sua toxicidade em múltiplas etapas. O monitoramento clínico permanente pode detectar essas complicações em etapas tardias e permitir uma intervenção médica imediata.
- Avaliação psiquiátrica para intoxicações intencionais, como tentativas de suicídio, uma avaliação psiquiátrica formal do paciente deve ser feita antes da alta. 
● Notificaçao das intoxicações
- TODOS os casos suspeitos de intoxicação deverão ser notificados. 
- Caso suspeito = todo aquele indivíduo que, tendo sido exposto a substâncias químicas (agrotóxicos, medicamentos, produtos de uso doméstico, cosméticos e higiene pessoal, produtos químicos de uso industrial, drogas, plantas e alimentos e bebidas), apresente sinais e sintomas clínicos de intoxicação e/ou alterações laboratoriais provavelmente ou possivelmente compatíveis.
● Centro de Controle de Intoxicações (CCI) → suspeita de intoxicação 
- A equipe multiprofissional do CCI é composta por médicos, enfermeiros e psicólogos, oferece orientações e informações, por telefone, sobre o diagnóstico e tratamento das intoxicações. A equipe clínica está preparada para orientar a população em casos de suspeita de intoxicação, através de plantão 24 horas diariamente. 
- Quem pode ligar? 
▪ Profissionais de saúde, que buscam informações sobre diagnóstico e tratamento de intoxicações. 
▪ O cidadão que necessite de informação sobre manuseio de produtos químicos, prevenção de intoxicações e orientação para prestar primeiros socorros. 
● Epidemiologia dos agentes tóxicos no Brasil
- Nos países desenvolvidos a ocorrência de envenenamentos pode atingir a 2% da população e naqueles em desenvolvimento a 3%. Os Estados Unidos estimam a ocorrência anual de 4 milhões de exposições tóxicas, sendo registrados cerca de 2 milhões, 50% em menores de 5 anos. No Brasil, as estimativas são de 3 milhões de intoxicações anuais, a maioria sem registro devido à subnotificação e às dificuldades de diagnóstico. As estatísticas variam em função dos padrões culturais, sociais e econômicos. Nos países desenvolvidos há maior ocorrência de intoxicações por produtos químicos e medicamentos e nos países em desenvolvimento, além desses agentes, por animais peçonhentos, plantas venenosas e pesticidas agrícolas. O Brasil, sendo um grande pólo industrial tem elevado percentual de intoxicações por produtos químicos em todas as fases: fabricação, manipulação, transporte e descarte. É grande consumidor de medicamentos sendo estas intoxicações provocadas por automedicação, superdosagens, iatrogenias, acidentes e tentativas de suicídio. Nosso país é também grande consumidor de pesticidas, e estas intoxicações ocorrem devido ao uso excessivo e indiscriminado destes produtos, desconhecimento dos trabalhadores rurais dos perigos dos mesmos, falta de equipamento de proteção individual (EPI) e principalmente pelo uso doméstico de pesticidas de elevado potencial tóxico, fabricados exclusivamente para fins agrícolas. Há também elevada ocorrência de acidentes por animais peçonhentos representando para alguns estados do Brasil o maior percentual de envenenamentos registrados.

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